Soldados Rasos

Soldados Rasos Frederic Manning




Resenhas - Soldados rasos


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lau.zi 23/01/2024

Dia a dia de soldados durante a primeira guerra mundial, mostrando como viviam, o companheirismo entre e os absurdos da guerra.
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jota 13/01/2024

Soldado raso Bourne: um companheiro e um cavalheiro na imundície da guerra
Editoras costumam exagerar sobre as qualidades intrínsecas de seus livros em lançamento ou no acervo, mas não posso discordar da Carambaia que, em 2019, escreveu que Soldados Rasos (1929) do inglês Frederic Manning (1882-1935) seria a mais perfeita descrição do cotidiano das trincheiras da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), mais especificamente da Batalha do Somme (rio do nordeste da França) em 1916. Obra considerada por Ernest Hemingway como “o mais belo e mais nobre” de todos os livros sobre o conflito, admirada também por gente do calibre de T. E. Lawrence, Ezra Pound, T. S. Eliot e E. M. Forster.

Soldados Rasos, o livro, e seu autor têm histórias próprias – a edição sem cortes só foi lançada na Inglaterra no final dos anos 1970 com todos os palavrões e expressões consideradas chulas para a época em que foi escrito; e Manning, que era o Soldado 19022, seu autor, teve seu verdadeiro nome revelado somente mais tarde, exatamente por Lawrence da Arábia. Assim, é muito interessante ler a apresentação do livro As Desventuras do Soldado 19022, de Simon Caterson, jonalista, escritor e crítico literário australiano, onde as histórias sobre o livro e seu autor são esmiuçadas.

Também há um pequeno prefácio do próprio Manning, que participou da guerra, da ofensiva franco-britânica contra os alemães, mas o que temos aqui é menos ficção autobiográfica e sim uma narrativa sobre as desventuras de um personagem (de outros também, seus coadjuvantes) que ele criou, Bourne. Um soldado diferente, que estava mais para um cavalheiro do que para um guerreiro. Ele e seus companheiros vivem diferentes episódios que Manning procurou remeter, sempre que possível, para uma atmosfera shakespeareana, tanto que cada capítulo de Soldados Rasos é iniciado com uma citação de uma obra do gênio inglês.

Bourne, ele mesmo um soldado raso, mas educado e proveniente de uma família abastada, preferiu estar sempre com seus companheiros e se recusava a se tornar oficial, o que fez enquanto pode. Sentia-se muito bem nessa posição e pensava ser desconfortável participar da guerra apenas nos bastidores, mandando jovens soldados para a morte quase certa, dada a inutilidade da guerra. Desse modo, o livro descreve muito mais a vida rotineira desses soldados no front, o que faziam para sobreviver ali, e muito menos cenas de guerra, com soldados feridos e mortos, despedaçados etc. Isso ocorre mais próximo do final e então o livro nos comove demais nesse ponto. Aí nos lembramos que soldados rasos de verdade morrem diariamente em guerras atuais, como as que presenciamos hoje no Oriente Médio contra os terroristas islâmicos e na Europa Oriental, porque o facínora russo quer a Ucrânia para si, reconstruir a extinta União Soviética.

Lido entre 10 de dezembro de 2023 e 12 de janeiro de 2024.
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Peter... 26/12/2022

A rotina da guerra
Esse livro mostra o relato do dia a dia dos soldados rasos ingleses e australianos durante a primeira guerra mundial numa incursão por algumas cidades da França. Inicialmente me senti confuso com a narrativa e com as personagens, contudo o terço final o livro impressiona e chega a arrepiar pelo final apocalíptico. A personalidade do protagonista Bourne deixa dúvidas sobre questões relacionadas ao afeto e amizade, mas que depois se dissipam completamente. Insista na leitura e se prepare para um relato cru.
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Léia Viana 23/12/2022

Livraço!!!
Posso decretar que esse é o primeiro livro que leio totalmente voltado para a Primeira Guerra Mundial. Mas não que traga grandes acontecimentos,
o foco aqui é o exército britânico, composto por pessoas de diversas nacionalidades sendo um dos diferenciais desse livro a visão de guerra por esses homens que eram as ferramentas de guerra e não o cérebro, e também de dar voz aos soldados rasos.

Um dos pontos interessantíssimo da narrativa é o quanto Manning nos situa com a rotina e o ambiente em que os soldados estão; é um livro que não se concentra na ação eternamente, e sim na rotina do soldado, o que eles comem, o que eles fazem, seus exercícios e convivência com os locais e como é a vida na retaguarda.

Só por isso a narrativa já se torna diferenciada, mas ele nos apresenta Bourne, um soldado cheio de virtudes e admirado por outros soldados e oficiais.

É através de Bourne que vamos entendendo e nos situando entre os oficiais, soldados, o ambiente e a guerra acontecendo. E Bourne é aquela pessoa que consegue se relacionar com todos. Existe uma solidão isolada em Bourne, da qual o leitor vai acompanhando e sentindo em si essa solidão, mas não é uma solidão de tristeza, é a contemplação do outro, a observação sistemática e a vontade de estreitar o relacionamento interpessoal.

Esse é um livro que pretendo reler. É um baita de um livraço e com muitos pontos importantes, como por exemplo a inexistência de ódio pelo inimigo, e sim a certeza do fatalismo, uma percepção que o outro é tão igual quanto a eles mesmos.

Leitura recomendada!






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Beatriz 28/02/2022

Soldados rasos
O diferencial desse livro é ser a visão de guerra por esses homens que eram as ferramentas de guerra e não o cérebro.
Homens que sempre lidaram com a vida como uma fatalidade e na guerra não mudaram, apesar do medo e todas as diversidades.
A história é mais do que o esperado, mas ainda é triste.
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Laurinha. 03/11/2021

Fala sobre a primeira guerra mundial, por um soldade britânico durante o período. Bem escrito e mostra bastante o companherismo entre os soldados.
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Rub.88 15/12/2020

A Resignação é a Derrota da Alma
O livro Soldados Rasos do escritor nascido na Austrália Frederic Manning foi lançado originalmente no entre guerras, 1929, e com autoria anônima. Ele era veterano da grande guerra mundial. Homem de compleição frágil e asmático que se alistou e esteve nas trincheiras francesas. Foi promovido algumas vezes, mas não progrediu na carreira militar já que bebia muito e arrumava confusões. Se desligou do Regimento Real Irlandês perto do fim do conflito.
Bourne é um entre as fileiras de soldados bucha de canhão do exército inglês. Mais consciencioso que os demais companheiros de farda, e não se sente melhor ou pior por isso, tenta ficar o mais confortável possível na vida militar. Se ajustado a rotina de marcha extenuantes e as vezes inúteis, a sempre encontra um lugar para comer e beber nos vilarejos e pequenas cidade que a batalhão passa e estaciona por alguns dias. Mantem uma visão fria e desapaixonado do conflito. Ele se destaca dos outros soldados que tem sentimento mistos sobre a própria sorte. Arrependidos por terem se alistado. Irritados pela espera de movimento na linha de combate, onde o inimigo está, mas nunca é visto. Sofrem com as pulga e piolhos, com a lama e com o frio. Parecem sempre famintos e entediados. Remoendo no silencio entre as granada e morteiros que explodem no campo, se tudo aquilo valeu a pena. Ressentidos com os civis que ficaram em casa. Ódio dos Estrelados, os oficiais que gritam ordens que soldadesca acha absurdas, até injustas, em alguns momentos, mas obedecem com pasmo e alheamento bovino. Bourne atravessa os dias no fronte filosoficamente, fumando e bebendo algo que compra, furta ou é presenteado. O chá inglês sempre é batizado com rum. Ele e os companheiros mais chegados conseguem, vez ou outra, um serviço mais leve como mensageiros ou sinaleiros. O que incrivelmente os aborrece. Romance caminha lentamente como um tanque da primeira guerra. Treinamento e ensaios da ofensiva que está chegando. Desertores e pensamentos covardes. Noites gastando o soldo minguado com jogos de azar e bebidas intragáveis. A hospitalidade dos franceses, momento ternos com cartas de casa e velhas lembranças, e o companheirismo forçado dentro dos galpões e celeiros onde se alojavam. A vida nas trincheiras foi o inferno abaixo do nível do chão. Ratos, doenças, gás de cloro e tiros vindo do meio da neblina tão espeça e grudenta como a lama que tornada cada passo angustiante igual a um pesadelo.
Jock, Gordons, Hunos, Fritts, chucrutes, não importa o nome depreciativo que dê ao inimigo se não consegue vê-lo na terra de ninguém. Bombardeamento aleatório e tiros impessoais. O livro em nenhum momento glorifica a guerra. Nada lá é bonito. Não há peitos cheio de medalhas. Não há discurso de incentivo as tropas. Existe o inexorável e com isso a resignação. O medo é engolido com orgulho, raiva, desespero, instinto de sobrevivência, tudo isso e muito mais ajudado por um gole de chá frio ou whisky surrupiado que é distribuído nas marmitas dos combatentes. Lá fora o monstro rugi indiferente de quem vai devorar primeiro. Suas pegadas são as crateras que devagar enchem de água da constante chuva fina. Arrame farpado como dentes rasgando uniformes e tornando soldados em mendigos. A confusão do vai e vem nas trincheiras estreitas. A bomba que destroça o camarada ao lado, o espalhando no terreno e agora ninguém nem consegue lembra o nome dele. Os zunidos das balas. A respiração presa. As baionetas pingando sangue. E de repente a calmaria. Nada mais silencioso que um homem morto...
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SLMM 24/05/2020

A guerra e os homens
Um relato da vida no exército britânico durante a primeira guerra mundial. Bem escrito, leitura fluida e agradável, com belos trechos sobre o companheirismo entre soldados e o absurdo das guerras.
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Carol 23/05/2016

“Depois de tudo, os mortos ficam quietos. Nada no mundo é mais silencioso do que um homem morto.”
No fim do ano passado, li Homens em Guerra de Andreas Latzko, lançado pela editora Carambaia. Na mesma época, adquiri um exemplar de Soldados Rasos, de Frederic Manning, da mesma editora, o qual só pude ler agora. Porquanto ambos possuem temática parecida.

Creio que a leitura dos dois livros é indispensável para termos uma visão do horror e da miséria no dia a dia dos soldados que lutaram nas trincheiras da Grande Guerra.

Em 1916, Manning participou de algumas ações em solo francês, alistado na real infantaria inglesa. A partir desta experiência pessoal, o autor vai narrar o cotidiano dos soldados rasos, seus anseios, seus medos, a espera.

A espera é a grande ação do livro. Mais que atos heroicos, grandes batalhas, a história a ser narrada por Bourne (alter ego do autor) é de reflexão, de observação. Qual o valor de sua vida? E a vida de seus companheiros? O que lhes resta é esperar o momento em que serão enviados por fim à linha de frente da batalha.

Elogiado por autores como Hemingway e T.S. Eliot, o autor australiano Frederic Manning tem pela primeira vez sua obra-prima traduzida para o português. Recomendo bastante a leitura deste romance. Um livro para que não nos esqueçamos, pois como diria Kipling:

“Juiz das Nações, poupai-nos por ora,
Para não esquecermos – para não esquecermos!”
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Gustavo.Campello 17/02/2016

A Guerra Como Ela É
Bem, eu achei um baita livro, acontece tudo exatamente por parecer que não acontece quase nada. Meu tipo de livro, com diálogos ótimos, criando uma atmosfera muito real e historicamente perfeita.

Os personagens são ótimos, amei simplesmente tudo no livro, ganhei de aniversário dos meus pais e estava namorando esta edição da Carambaia fazia tempo, compensou muito.
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Renato 02/08/2015

Mais que um relato
Este é um livro que li de uma forma ruim. Deveria relê-lo. Esperava muito, desde a promoção da editora até a pesquisa em São Google. Mas a expectativa mata a obra. Nem tanto os comentários sobre a qualidade do texto, mas o proprio enredo. Mergulhei na leitura esperando um relato de batalhas e de muito sangue. O livro é a descrição da vida de um soldado raso, Bourne, em 1916 no nordeste da França.
Proximo à metade do livro percebi que tinha outro texto à minha frente. Que correspondia a todos os elogios que recebera. Encontrei algo que não se assemelhava a uma descrição de batalhas, repleta de ação. A ação existe, mas uma ação de trincheiras, lenta e nada resolutiva. Um franco atirador, uma missão com dois mortos, muito tempo à espreita, revezando o tédio entre a terra e as cidades próximas. Nada de um simples relato de guerra e batalhas, ou memórias romanceadas, o que no fundo o livro é. Antes disto, o livro carrega toda a carga moral de um excelente personagem, o soldado Bourne.
Repleto de epígrafes de Sheakspeare, Manning faz um personagem de certa forma Sheakespearano. Maravilhoso. Bourne carrega um dilema que é o grande mote do livro, mais do que a própria guerra. Ele possui o tino da liderança, assim é visto por seus colegas, ainda assim quer continuar na frente de batalha como um comum. Nega o poder, articula em nome da manutenção da sua identidade. Este é o conflito maior do livro, um homem que quer ser igual quando é visto como maior que os mesmos.
Outros grandes personagens passam por nossos olhos. Capitão Malet, entre outros. Todos bem construídos, e numa linguagem repleta de pequenas digressões que escapam de um simples relato fotográfico.

site: https://www.facebook.com/leitorinsuportavel
Prof Julio Cesar 19/12/2017minha estante
Excelente, passei pela mesma situação, e a sua resenha soube resgatar o clima e a percepção existencial que acompanha os personagens. Parabéns.


Renato 23/12/2017minha estante
Obrigado




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