Homens em guerra

Homens em guerra Andreas Latzko
Andreas Latzko




Resenhas - Homens em guerra


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Tango Fox 16/11/2024

Guerra nua e crua
Sem romantização, sem a bravura sem medidas e irracional apresentada nas histórias Hollywoodianas.

Tudo o que se questiona é o porquê.
Na contra mão da narrativa corriqueiramente contada, mostra-se o custo e o descaso dos tomadores de decisão. Enquanto uns usufruem da glória e poder de serem vistos como o braço forte que pode compelir e conduzir os homens da nação a firmarem os passos rumo a vitória, outros são tidos como apenas material humano, descartado nas entranhas das trincheiras. Escravos da decisão de poucos que nem ao menos se preocupam com a paz.
?Esperança de paz? De que é que um general podia esperar da paz? Será que este civil não compreendia que um general comandante comandava realmente, era realmente um general, apenas em tempos de guerra, enquanto em tempos de paz era como um rigoroso professor de gala[?]
Teria ele de aguardar impacientemente o regresso àquela outra luta desesperada entre um salário escasso e uma vida polida para o espetáculo?.

Os pobres soldados, outrora meros camponeses, iludidos com a narrativa empurrada guela abaixo, só percebem a gravidade de suas escolhas apenas quando já não há mais uma chance a não ser lutar por algo no qual nem mesmo eles acreditam.
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nath191 16/11/2024

Brutal
Eu li uma resenha desse livro e dentre as palavras utilizadas para descrevê-lo, "brutal" me chamou a atenção porque é exatamente isso que esses relatos são: um retrato da brutalidade da guerra. Mas o que torna esse livro ainda mais importante é que ele não trata a guerra como uma situação inevitável e etérea. A guerra aqui é muito próxima, muito injusta, é uma máquina de morte, é um rolo compressor de camponeses, de pais de família, de jovens imaturos e além de tudo isso, é uma escolha de uma classe que vai lucrar em cima dos traumas físicos e psíquicos de milhares de pessoas.

No final tem um relato de um encontro de um escritor francês com o Andreas que ele conta que o autor diz sobre seus leitores que dizem não conseguir dormir após lerem seu livro:

"Como assim? Depois de quatro anos deixando a guerra acontecer você esperou o meu livro para ficar perturbado?!"

Eu sinto que essa é a mensagem do livro.

A gente não precisa ler um livro de contos para saber que agora, neste momento as injustiças sociais que nós perpetuamos sem nos perturbar tornam a vida de seres humanos a mesma coisa que esse livro: uma sequência de brutalidades.
Dedé 16/11/2024minha estante
meudeus, fiquei com vontade de ler


Dedé 16/11/2024minha estante
Esse tipo de narrativa brutal e cruel chama muito a atenção, foda q isso acontece até nos dias de hoje e muitas pessoas parecem fazer vista grossa perante tudo isso


nath191 16/11/2024minha estante
Mano, sim
Só sim


nath191 16/11/2024minha estante
Se quiser emprestado, cara
Realmente vale a pena


Dedé 16/11/2024minha estante
Pegarei emprestado em algum momento hehe




RaquelSales17 17/07/2024

Devastador
A descrição crua da guerra vivenciada pelo autor é no mínimo chocante e estarrecedor.
Um livro forte e é impressionante.
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Paulo1376 26/06/2024

Os contos são duros, pungentes e poéticos, através deles,o leitor é convidado a imaginar todo horror, loucura e o absurdo da Primeira Guerra Mundial. É irônica o livro ter sido proibido enquanto muitos assistiram a guerra impassíveis. Latzko conclui: ?É preciso forçar as pessoas a ver e a sentir; é preciso enfiar em suas cabeças a imaginação que lhes falta?. Ele quer se convencer de que assim se conseguirá evitar outras guerras.
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Joel.Negidio 26/05/2024

Livro muito bom sobre contos da guerra relatados por alguém que, de fato, a viveu e pode, sem uma visão romantizada, nos transportar para o front de batalha.

A realidade dura e seca da guerra nos é mostrada, como, por exemplo, com generais que determinam que os feridos/moribundos/aleijados fiquem segregados para que a sua aparência não venha a desestimular novos alistamentos ou homens (loucos) que não conseguem deixar de ver um soldado com ferimentos de guerra no rosto.

A única reclamação diz respeito à edição do livro, não ao seu conteúdo. O espaçamento é muito curto e a letra muito pequena, o que faz com que a leitura seja arrastada e cansativa. Demorei 9 dias para ler 150 páginas porque, toda vez que terminava de ler, estava com dor de cabeça. Não entendi a decisão editorial de economizar páginas. Digo isso porque esse livro deveria ter entre 250 a 300 para que a leitura fosse confortável.
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Marcus.Santana 05/03/2024

?foi preciso alimentá-lo pelo intestino?
A história da tragédia humana e o horror das guerras nunca foram tão bem descritos e relatados em uma só obra literária. Só o prefácio do Stefan Zweig já valeria a compra.
Ambientados na Primeira Guerra Mundial, nos combates entre o Império Austro-Húngaro e a Itália, os contos nos mostram a inutilidade e a dor da guerra para o soldado comum.
Em meio à maldade e crueldade animalescas, os textos de Latzko é um fio de humanidade brilha como uma vela na escuridão. De certa forma Latzko rasga nossa alma e nos mostra que no fundo estamos em guerra conosco próprio. Uma guerra entre humanidade e animalidade. Todos deveriam ler este livro.
O medo, a coragem, o companheirismo, a solidão e a loucura se misturam numa guerra em que todos perderam.
O soldado austro-húngaro Andreas Latzko em 1915, após um ataque da artilharia italiana perto da cidade de Gorizia (Itália), entrou em choque quando viu dois bois e três pessoas serem despedaçadas por uma bomba, e posteriormente, começou a gritar, vomitou e teve convulsões quando lhe serviram um pedaço de carne sangrando ele.
?Durante seis meses, todo o seu corpo tremia e ele recusava qualquer comida: foi preciso alimentá-lo pelo intestino?.
Seus livros foram proibidos em todos os países envolvidos na 1ª Grande Guerra, o que não impediu que fossem contrabandeados e passados de mão em mão.
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Suelli.coelho 13/12/2023

Esse livro é de despedaçar qualquer ser que tenha um pingo de empatia
É muito revoltante pensar que pessoas que nao se odiavam se matavam,enquanto quem realmente se odiava ficavam confortaveis nas suas casas,sem perder um olho,uma perna ou mesmo a vida
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ricardolclopes 15/11/2023

Excelente livro!
Tratam-se de histórias curtas mostrando as várias faces da guerra. No seu lançamento tinha o objetivo de descrever para a população os horrores da guerra e que a mesma não tem nada de romântico nem patriótico.
Segue uma linha bem parecida com o livro "Nada de Novo no Front", de Erick Maria Remarque, porém não com a mesma leveza destes. As histórias são mais densas, tanto no lado da violência bruta como na psicológica.
O único ponto negativo seria a tradução em algumas partes. O livro trata de um tema sério, as histórias são fortes. Em um caso assim, creio que não convém utilizar a expressão "chamar o Hugo" na tradução de um momento que descrevia um oficial vomitando, para citar um exemplo.
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Ricardo743 08/08/2023

Esse registro do horror da guerra é extremamente impressionante, impossível não sair transtornado depois de ler todas as barbaridades que acontecem em um conflito armado. O livro trata especificamente da Primeira Guerra Mundial e me faz pensar em como deve ter sido torturante para o autor ter que ver todo esse pesadelo retornar com a explosão da Segunda Guerra Mundial... É um livro que deveria ser obrigatório para todas as pessoas, é um manifesto pela paz!!
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Nati 04/06/2023

Um livro curto mas que diz tudo da forma mais crua e realista possível. Latzko toma para si a missão de denunciar o que se passa nas trincheiras da I guerra para aqueles que ainda cultivavam a fantasia e o fetichismo das glórias dos campos de batalha sem ver no tentando os cadáveres, o sangue, as insanidades e as crueldades que aconteciam tão perto.

De todos os livros que li sobre guerras até agora, talvez esse tenha sido o mais honesto, escrito por quem a viveu, e ainda no calor dos acontecimentos. É possível visualizar através de suas palavras tudo o que ele diz.

Sobre a escrita do autor eu não tenho muito o que dizer. É impactante, franca, limpa e fluída. Não há parágrafos ou frases desnecessárias, tudo está feito de forma coesa e muito clara.

Eu sei que talvez não seja para todo mundo por ser muito gráfico. Mas acredito que, nos tempos que correm, é uma leitura que se faz necessária.
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00000173653 22/05/2023

? Terrível? Terrível é apenas a partida
Tá, eu acho que o livro é bom. Ele não me fez ter vontade de terminar em um dia, mas também em momento algum tive vontade de largá-lo. Não é uma das melhores obras que já li, mas é uma boa obra. Acredito que se eu estivesse com maior disposição para leitura nesse último mês, talvez tivesse uma melhor experiência com o livro. Ele é bem forte, relata de maneira bem detalhada o sentimento de quem vive a guerra e o que ela causa no indivíduo. O fato da guerra não ser algo cotidiano torna o livro meio irreal para quem está lendo(no caso eu). É uma realidade muito distinta, muito estranha, tudo aquilo é muito triste, é tudo muito absurdo. É um livro bem forte e pesado. Eu não sei se eu indicaria esse livro, mas enfim, não é um livro ruim, longe disso, mas também não seria top 10 obras favoritas da minha vida."
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DIÓGENES ARAÚJO 23/01/2023

Um livro para se ler com as lentes do passado.
O livro contém algumas histórias da primeira guerra mundial, algumas delas um pouco entediantes, outras são convidadas, porem todas riquíssimas em descrição e detalhes.
Há que se levar em consideração o contexto histórico. Quando o livro foi lançado, ainda não havia ocorrido uma segunda guerra, muito mais mortal e sangrenta, o cinema nos primordios ainda não havia filmes de guerra, nem telejornalismo em tempo real, possivelmente nem reporteres de guerra. Tudo o que o público sabia eram dos jornais e rádios.
Todas essas histórias com tamanha descrição do que frustraram durante os combates, devem ter sido um choque imenso para os leitores da época, principalmente se considerarmos que os combatentes eram parentes e familiares, vizinhos e amigos leitores, muitos perderam seus entes. Para aquele público, com certeza a leitura não foi como uma ficção, mas uma descrição cruel da realidade.
Entao, ler esse livro com os oculos do leitor dos anos 1920 vai fazer sua leitura muito mais imersiva e emocionante.
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Marcos 26/12/2022

A face da guerra
Andreas Latzko serviu ao exército austro-húngaro na Primeira Guerra Mundial e viveu as cenas que relata no livro. Estas podem ser lidas como histórias desconexas e, como único fator em comum, tendo a guerra como fundo.
Como dito, é um relato. Por isso foi proibido nos países envolvidos na guerra. A guerra tende a ser relatada em livros, filmes e imagens como defesa da pátria, heroísmo, irmandade, honra e demais símbolos e valores que jovens tendem a buscar. O que Latzko faz é relatar a maquiagem do esforço de guerra. Pois o que se encontra no front é morte e carnificina. A morte não se deve por faltar força ao guerreiro, mas porque teve o azar de estar no lugar onde caíra uma granada. Diferente da Ilíada que também trabalha com a guerra, a guerra moderna não possui heróis e lendas mas mortos que se tornam "Picadinho humano".
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liz 30/09/2022

cruel. devastador. real.
o livro, do começo ao fim, me mostrou ser extremamente infeliz. os relatos, todos perturbadores, mostraram a dura realidade de como foi a guerra, em sua forma nada glamourosa e patriota. nada de bandeiras, bater continência, mostrar devoção cega a ser um peão. não. apenas a realidade. a realidade que fere, machuca e mata. a realidade de todos os soldados que foram enfrentar uma coisa que jamais se desrespeitaria a eles. e suas vidas foram tiradas por conta disso. e, no melhor dos casos, sua mente mudada pra sempre.
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Ana 11/04/2022

Libelo perfeito e necessário
Homens em guerra é um livro de contos que poderia ser classificado como libelo anti-guerra. Mas é um livro cujo valor transcende essa mera classificação. Trata-se de um livro que deve ter caído como uma verdadeira bomba na época em que foi escrito, justamente por seu caráter pacifista, e não à toa, foi publicado anonimamente no século passado. São contos muito realistas que mostram que só insensíveis são capazes de romantizar uma guerra, sendo que para os infelizes homens que foram/são obrigados a irem a uma, não passa de pura barbárie. E quem diria que mais de cem anos depois seria ainda um livro necessário!
Vamos ao enredo de cada conto: O primeiro mostra um soldado enlouquecido e ferido numa cama de hospital, com ódio de sua condição, e sentindo-se traído por todas as mulheres do mundo e inclusive pela esposa, todas incapazes de impedir que seus homens fossem obrigados a lutar; afinal, segundo ele, elas queriam ter um herói pra se exibir pras amigas;
O segundo conto, Batismo de Fogo, mostra dois oficiais, o capitão Marschner e o tenente Weixler lutando contra os italianos: um parece ser louco por morte e guerra; o outro, só quer correr dali o mais rápido possível.
O terceiro conto mostra um oficial de alta patente que tem sua pompa interrompida a contragosto por um infeliz soldado, justamente enquanto dava uma entrevista; esse oficial da alta patente é o retrato do burocrata de guerra que ficou rico às custas da desgraça e por isso, não quer que ela acabe de jeito nenhum.
O quarto conto, intitulado: ''O companheiro – um diário'', fala sobre um ex-combatente ferido, que anota em seu diário o quanto a lembrança do companheiro morto o assombra, enquanto desfia ácidas críticas aos poderosos, que parecem viver de carnificina enquanto os pobres-coitados dos soldados se matam em campo de batalha.
O quinto conto, ''A morte de um herói'', é a triste história que pode ter sido a de muitos: um pobre tenente, louco, ferido em carne viva, se lamentando numa cama de hospital, e que tem alucinações com pessoas andando sem cabeça, quer dizer, com discos de gramofone no lugar da cabeça, como acontecera certa vez a um pobre-diabo num ataque ao qual ele estava presente. Um horror.
O último, ''A volta pra casa'', é talvez um dos mais tristes desse livro, pois mostra o retorno de um homem que perdera a identidade na guerra, e com ela, perdera tudo, até o direito de ser ele mesmo e retornar para sua vida de antes. Quem ler vai entender. Depois dos contos, há ainda no livro o depoimento de Romain Rolland, que tivera um encontro com Andreas Latzko em 12 e 13 de setembro do ano de 1918, quando a Primeira Guerra felizmente já havia terminado, mas infelizmente com um saldo enorme de mortes nas costas.
Amigos, o verdadeiro herói de guerra é aquele que deserta e foge da confusão pra bem longe. Desde que não seja pego depois, claro.


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