Locke

Locke John Locke




Resenhas - Locke


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André L. Pavesi 27/05/2021

Ensaio acerca do entendimento humano
É sempre interessante ver os mecanismos racionais utilizados em grandes obras como esta.
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Lista de Livros 07/05/2017

Lista de livros: Ensaio Acerca do Entendimento Humano, de John Locke
“Quem não quiser se equivocar, deve construir sua hipótese, derivada da experiência sensível, sobre um fato, e não supor um fato devido a essa hipótese.”
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“Mesmo a mais desenvolvida noção que temos de Deus consiste apenas em atribuir as mesmas ideias simples que adquirimos pela reflexão acerca do que descobrimos em nós mesmos, e que concebemos ter mais perfeição nelas do que seria em suas abstrações; atribuir, eu digo, essas ideias simples a ele num grau ilimitado. Deste modo, tendo adquirido, mediante a reflexão acerca de nós mesmos, a ideia da existência, do conhecimento, poder e prazer – cada uma das quais achamos melhor ter do que não ter; e quanto mais tivermos de cada é melhor –, reunindo todas, com a infinidade a cada uma delas, temos a ideia complexa de um ser eterno, onisciente, onipotente, infinitamente sábio e feliz.”
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“Não questiono que este conhecimento humano, sob as circunstâncias atuais de nossos seres e constituições, possa ser levado bem além do que tem sido, se os homens sinceramente e com liberdade da mente empregassem toda diligência e esforço de pensamento no aperfeiçoamento dos meios para descobrir a verdade, em lugar de o fazerem superficialmente ou apoiando-se na falsidade, para manter um sistema, interesse ou facção com a qual estão comprometidos.”
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Lucio 02/11/2016

Não foi dessa vez que me tornei um empirista, mas apreciei o duelo! (uma resenha corrida)
John Locke está muito seguro de sua teoria do conhecimento e a adequação dela para lidar com os demais problemas da filosofia. Desde Descartes a discussão epistemológica mostrou-se proeminente, e Locke anda nessa esteira. O ressurgimento do platonismo no Renascimento não parece ter agradado a Locke, de orientação claramente aristotélica e, quiçá, escolástica - apesar de não admiti-lo hora alguma. Em outros termos, Locke é um empirista. Isso não o afasta de ser um 'idealista', no sentido de que ele acredita que tudo que temos para analisar são ideias presente em nossas mentes.
Sem mais delongas, podemos observar a seguinte estrutura argumentativa no livro: A primeira parte é destinada a rejeitar o inatismo. Não só rejeita os argumentos em prol do inatismo como mostra uma explicação para como se chega ao conhecimento das coisas.
Em seguida, para mostrar uma epistemologia alternativa, Locke desenvolve sua teoria do conhecimento empirista. Ele nota que tudo que temos em nossas mentes são ideias. Para ele todas vêm ou das sensações ou da reflexão (a percepção interna das operações da mente). Existem ideias simples, que não podem ser definidas ou decompostas, e ideias complexas ou compostas. Com essas duas categorias, Locke acredita abraçar todo tipo de coisas que podemos pensar. De imaginações a realidades ou mesmo ideias morais e Deus. Tudo pode ser remontado às ideias simples originais, que recebemos durante nossa vida.
É claro que as ideias são encapadas com palavras, tanto para nossos próprios raciocínios quanto para a comunicação. Isso faz com que Locke gaste a terceira parte de seu tratado para lidar com as palavras. Observa seu uso adequado e sua relação com as ideias e nosso conhecimento. A nomeação amarra conceitos e não os deixa se perderem, e. g.
Por fim, falta uma consideração a respeito do próprio conhecimento em si. Locke analisa a veracidade do nosso conhecimento, bem como sua extensão e garantias. Em suma, lida com os tópicos da epistemologia. Reconhece que conhecemos o que é real por intuição, demonstração e sensação. 'Conhecimento' mesmo é tomado como algo forte e indubitável. No mais, temos juízos prováveis, em graus distintos. É claro que toda essa consideração perpassa pelas formas de errar no conhecimento e no juízo, e pelos graus de convicção que podem nos ser atribuídos.
É interessante notar que Locke, embora empirista, está longe de ser um cientificista. Primeiro, porque acredita que seja possível demonstrar a existência de Deus valendo-se da certeza da nossa, que é intuitiva e, por isso, inegável. Seus argumentos não parecem mais sofisticados, aqui, do que os escolásticos. Não bastasse isso, ele acredita que o conhecimento das substâncias é impossível em sua integridade. Temos apenas conhecimentos parciais. Não só por não acessarmos a natureza intrínseca da substância, como por ter uma limitação por conta de nossa finitude. Tudo isso torna a ciência natural (chamada de 'filosofia natural') útil e probabilística.
Lado outro, o conhecimento moral é tido por Locke como perfeitamente certo, tanto quanto na matemática. Isso porque os conceitos morais são, para ele, um apanhado de ideias simples anexadas umas às outras e unidas por um termo. São conceitos humanos, fabricações humanas, mas que têm valor para guiar as ações humanas para que encontre a felicidade aqui e no porvir.
Locke não demonstra suas preferências teológicas e apenas dá pistas para lidar com as paixões humanas, mas não trata tando a área psicológica para sabermos se ele se encaixa mais numa perspectiva agostiniana ou se pende para um tipo de pelagianismo.
Embora o autor pareça estar dialogando com Descartes e Platão em vários momentos, não os menciona. No entanto, menciona Aristóteles algumas vezes. Não menciona outros autores medievais também no capítulo sobre teologia natural. Isso empobrece a obra pois a menção poderia enriquecer a comparação e ver seu poder de análise dos filósofos que leu.
Por fim, devo dizer que o livro é de um poder persuasivo muito grande, mas parece-me eivado de erros. Os argumentos inatistas não estão nem de longe bem representados. Ele ataca um espantalho. Sua noção de formação do infinito, ou noções de tempo e espaço, ou ainda sua afirmação de que não pode haver conhecimento não consciente e que as leis da lógica podem não ser conhecidas por alguém são exemplos de erros gritantes.
Um racionalista que admite que várias porções do conhecimento humano são de origem empírica (meu caso) poderá se valer do livro com grande proveito. Sua forma 'analítica' de filosofar é sumo valor para qualquer filósofo e muitas considerações empíricas são de algum valor!
Não há dúvidas de que é um clássico da Teoria do Conhecimento e deve ser lido por todos que se interessam pelo assunto. É indispensável para todo epistemologista, seja de qual linha ele for! Está explicado o porquê do apreço ao filósofo e das razões pelas quais ele foi imortalizado no pensamento ocidental.
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Fabio Shiva 13/02/2013

Valeu, John!!!
Sempre é muito proveitoso dialogar com um homem sábio, mesmo quando não concordamos inteiramente com o seu ponto de vista. Não há dúvida de que John Locke foi um homem sábio, e que teve também uma vida bem interessante (chegou a viver disfarçado na Holanda sob o nome de dr. Van der Linden – pois além de filósofo era também médico – por conta de perseguições políticas). E não há dúvida também de que ler um livro de filosofia é como dialogar com o autor, se o livro for lido corretamente.

Pois de cara vem à mente o útil conselho de Schopenhauer, para quem jamais devemos ler um livro sem antes pensar por conta própria no assunto que o livro aborda. Eu mesmo, no decorrer de minha leitura da Coleção Os Pensadores, cheguei à conclusão de que é preciso vestir a “capa” de filósofo ao ler uma obra de filosofia, pois se lemos com reverente boca aberta, sem ponderar e considerar cuidadosamente o que estamos lendo, corremos sério risco de engolir umas moscas enormes, junto com as possíveis pérolas de sabedoria. Isso não é arrogância, mas puro senso prático: só se pode ler filosofia sendo filósofo. Caso contrário, estaremos apenas entrando em alguma seita, aceitando (ou rejeitando) as verdades dos outros sem pensar por conta própria. Esse método de leitura não torna a leitura mais fácil, muito pelo contrário! Mas tenho a convicção de que se não for assim, não vale a pena dedicar-se ao estudo da filosofia.

Dito isso, registro que a leitura do “Ensaio Acerca do Entendimento Humano” de John Locke foi beeem custosa! Não porque o autor seja difícil de ler, mas justamente pelo oposto: Locke expressa-se com clareza cristalina e grande elegância! Daí o perigo e a necessidade de grande atenção para separar o joio do trigo...

Locke foi um filósofo fundamental na construção do dito pensamento ocidental, e sua concepção do homem como uma “tábula rasa” (ou folha de papel em branco), que adquire conhecimento unicamente através da experiência sensível, foi um paradigma inatacável para a ciência, até a implosão do edifício do materialismo por conta do advento da Mecânica Quântica (se você ainda não ouviu a explosão, é porque ela ainda está acontecendo, agora mesmo... essas coisas levam tempo). E nessa concepção reside a minha diferença com Locke, pois ele começa seu livro afirmando que é obrigatório que o homem esteja consciente de qualquer pensamento que sua mente produza:

“Supor algo impresso na mente sem que ela o perceba parece-me pouco inteligível.”

Ora, Locke não tinha como suspeitar da existência do Inconsciente (descoberto por Freud), e muito menos da Superconsciência (velha conhecida da filosofia oriental e recentemente resgatada pelos filósofos quânticos). Mas ele desconhecer essas verdades sobre a Consciência não impede que todo o seu edifício filosófico tenha sido erigido sobre uma pedra em falso... e que curioso que a ciência ocidental tenha embarcado alegremente nessa canoa furada! Daí que já na página 38 me bateu uma preguiça de continuar a leitura (o livro tem 316 páginas)...

Mas sorte minha que não desisto facilmente! E também que estou neste mundo para realizar meus sonhos, e um deles é ler a Coleção Os Pensadores inteirinha. Mas não tenho muito interesse na história da filosofia, a não ser de modo secundário. Meu interesse maior é o de qualquer buscador humilde e sincero: eu quero é a Verdade!

Por isso tudo a leitura foi difícil, cansativa, mas muito valiosa. Dei muito valor ao gênio de Locke, que antecipou outros grandes pensadores:

* O próprio Schopenhauer na questão da liberdade humana. Locke afirma que a ação do homem é livre, mas o querer não é livre. Tempos depois, Schopenhauer sintetizou essa ideia em uma elegante frase muito citada por Einstein: “O homem pode fazer o que quer, é certo; mas não pode querer o que quer.”

* Ferdinand Saussare, o mestre da Linguística, também foi antecipado por Locke, quando ele afirma que não existe ligação entre o som de uma palavra (significante) e o que ela representa (significado).

* Penso que David Hume também foi antecipado, quando Locke afirma que muito de nosso conhecimento é sustentado pela crença de que as leis da natureza são imutáveis.

Mas o melhor ficou para o fim: que surpresa boa ver Locke afirmando que a existência de Deus é o único conhecimento que podemos obter exclusivamente pela razão (talvez até contradizendo sua própria teoria) e citando esse lapidar pensamento de Tully:

“O que pode ser mais totalmente arrogante e inconveniente que um homem pensar que tem uma mente e um entendimento nele, embora em todo o universo fora dele não haja tal coisa? Ou que estas outras coisas, que com o máximo esforço de sua razão pode escassamente compreender, poderiam ser movidas e dirigidas por nenhuma razão?”

Outra linda surpresa já no finzinho do livro (pág. 292) foi a ética proposta por Locke, baseada na caridade e na paciência mútuas, uma vez que o conhecimento humano baseia-se em mais opiniões que verdades, e é prova de sabedoria respeitar a opinião do outro, mais que tentar impor a sua a qualquer custo.

Valeu, John!!!

***

Aproveito para convidar você a conhecer o livro O SINCRONICÍDIO:

Booktrailler:
http://youtu.be/Umq25bFP1HI

Blog:
http://sincronicidio.blogspot.com/

LEIA AGORA (porque não existe outro momento):

http://www.mensageirosdovento.com.br/Manifesto.html

Venha conhecer também a comunidade Resenhas Literárias, um espaço agradável para troca de ideias e experiências sobre livros:
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http://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com.br/
*
http://www.facebook.com/groups/210356992365271/
*
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=36063717
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