Paulo Silas 05/05/2015Uma excelente abordagem do cenário da "guerra às drogas" e todas as suas drásticas consequências.
Em um curto escrito, a autora logra êxito em apontar os principais pontos problemáticos que a "guerra às drogas" acarreta contra a sociedade. Os verdadeiros papeis são revelados e as máscaras caem.
Iniciando sua exposição com as origens e a progressão da proibição às drogas que foram selecionadas como ilícitas, a autora pontua inclusive as violações das normas fundamentais que ocorrem diante do proibicionismo exacerbado. Assim, não obstante o ferir de questões principiológicas e fundamentais (excesso de intervencionismo, violação à liberdade, entre outras), a tal "guerra às drogas" contribui ainda para com a discriminação e criminalização específica: o "inimigo" é aquele que desde sempre o foi declarado como, ganhando a partir desta "nova" proibição meramente uma roupagem moderna, sendo apresentado como fosse um novo ente a ser aniquilado.
Parafraseando a autora, "o fim da ilegítima, falida, insana, e danosa proibição às arbitrariamente selecionadas drogas hoje ilícitas" é o caminho mais adequado para conter grande parte dos problemas relacionados às drogas - problemas estes, vale lembrar/alertar, dos quais muitos apenas existem justamente devido à própria proibição injustificada.
Qual seria, essencialmente, a diferença entre as drogas álcool, tabaco e a maconha? Algumas são legalizadas, outras não. Em síntese, a escolha (o que pode e o que não pode) é realizada de forma arbitrária e injustificada. Nada muito além disso.
A excelência da obra é que, mesmo sendo bastante curta, consegue desmistificar diversas falácias que são difundidas como verdades mundo afora. Questões como dependência crônica, tráfico, meros usuários e a necessária regulamentação da produção, comércio e consumo de toda e qualquer droga são esmiuçados pela autora neste pequeno, porém belo e elucidativo escrito.
Leitura necessária, imprescindível, salutar, adequada e de suma importância para todos.
Recomendo!