NTHV 14/09/2024
"Você só se apaixona de verdade uma vez."
Eu sou uma grande admiradora de romances e, como muitos, fiquei interessada em ler Para Todos Os Garotos Que Já Amei após assistir à adaptação cinematográfica. Imagino que boa parte das pessoas já tenha assistido ao filme, não é mesmo? Esse ponto é importante para a opinião que apresentarei nesta resenha.
Para Todos Os Garotos Que Já Amei é um romance adolescente que segue uma fórmula clássica: um garoto popular, uma garota introvertida e um namoro de mentira. Embora essa premissa seja bastante comum em narrativas desse gênero, não deixa de ser uma fórmula eficaz para uma leitura leve e envolvente, que aquece o coração. O livro nos permite acompanhar o desenvolvimento do romance entre Peter Kavinsky e Lara Jean, além dos conflitos familiares e o amadurecimento emocional da protagonista.
No entanto, ao comparar a versão literária com a adaptação cinematográfica, uma diferença significativa surge, especialmente em relação ao personagem Peter. No filme, Peter é retratado de forma mais afetuosa e protetora, especialmente na cena de reviravolta no final, onde ele defende Lara Jean. No livro, por outro lado, Peter apresenta traços menos simpáticos, chegando a ser imaturo e egoísta em diversos momentos. Sua atitude parece girar em torno da própria validação, utilizando os sentimentos de Lara para satisfazer seu próprio ego, sem demonstrar o romantismo esperado em uma relação.
Essa discrepância entre as versões levanta uma reflexão sobre o tipo de romance que está sendo idealizado. No livro, o relacionamento entre Peter e Lara Jean parece unilateral, com Lara sendo a única realmente envolvida emocionalmente. O comportamento de Peter não reflete um romance saudável, uma vez que ele não demonstra um investimento verdadeiro na relação, o que me faz questionar o quanto esse tipo de relacionamento é inspirador ou adequado como modelo de amor para o público jovem.