Misantropia 03/08/2023
Como em um sonho
Algumas passagens de Phantastes são, deveras, belíssimas, assim como o Reino das Fadas, que é pra onde Anodos, a personagem principal vai, ao acordar de um "sonho", ou terá sido real o encontro que teve com aquela fadinha!? Ele, então, parte rumo a sua jornada de auto conhecimento e principalmente de amadurecimento.
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A narrativa de Phantastes é singela, e vê-se o porquê de George Macdonald ser considerado o avô da fantasia e ter inspirado tantos outros, como o professor Tolkien e C.S.Lewis. A base da fantasia, daquilo que é nostálgico e onírico, está esculpido ali, mesmo que de forma não tão aprofundada.
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Em certos momentos me senti frustrada com aquilo que poderia ter sido, mas não foi. Quando achei que a narrativa seguiria uma linha de acontecimento, ela seguiu outra, e isso não é ruim, de forma alguma, só não atendeu as minhas expectativas. Tudo discorre como num sonho, onde nada parece fazer sentido ou ter propósito, apenas acontecem.
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Anodos me deu nos nervos em certos momentos, tão dramático e fatalista, tomando sucessivas atitudes que o levariam a se arrepender, mas jamais deixando de fazê-las e apaixonando-se fervorosamente por toda mulher que conheceu. Contudo, creio, isso deve-se ao fato de ser ainda tão jovem e inexperiente, mas que progressivamente moldou-se no decorrer da narrativa. A estória não me cativou tanto quanto eu esperava (é sempre um erro esperar, eu sei) e, sinto que teria a estimado muito mais na adolescência (pra ser sincera, depois de Tolkien, tudo pra mim parece meio desbotado, no que se refere ao gênero da fantasia, pelo menos). De qualquer forma, o desfecho de Anodos é simbólico e carregado de melancolia, e muito belo, de fato.