Samuel.Alves 12/02/2021
Difícil de explicar
Depois de algumas semanas, alternando com outras leituras, consegui finalmente terminar de ler o comentário do Credo Apostólico de Karl Barth. Como alguém já disse, sua leitura não é fácil como um jornal. Sua abordagem é erudita, quase cirúrgica.
Barth divide o Credo por artigos. O primeiro se refere à Deus Pai. Mesmo trabalhando em sentenças, Barth não deixa de olhar para o artigo como um todo. Sua visão sobre Deus como criador deixa claro que ouve em sua mente, como sabemos, uma ruptura com a velha escola liberal alemã. Não economisa citações do catecismo de Heidelberg e não esconde sua visão do Credo relacionado a Dogmática.
O segundo artigo se refere à pessoa do Filho. Para meu espanto, Barth tem um discurso ortodoxo sobre o nascimento virginal. Não consegui identificar nada de gritante em sua teologia que divergisse da posição tradicional da Igreja. Além disso, o tempo todo parece que ele tem em mente a tradição como ponto de partida de sua abordagem sobre a obra e pessoa de Cristo.
Mas foi no terceiro artigo, falando sobre o Deus Espírito que eu realmente me assustei. Não por que Barth tenha falado algo que não estivesse de acordo com a visão cristã do Espírito Santo. Mas, o me achou atenção como ele descreveu a Igreja como resultado tanto da obra do Filho, como da Obra do Espírito.
Por último, uma afirmação que faz esse livro ser mais que recomendado, é a afirmação de Barth de que a Teologia é uma tarefa Eclesiástica. Ao meu ver sua visão apontava para uma teologia feita pela a Igreja e para a Igreja.