Bárbara 31/12/2020Uma metáfora encantadoraBambi é uma metáfora sobre nós mesmos e o ambiente que nos cerca. Na obra, a vida selvagem é evidenciada desde a primeira página, bem como a integração dos animais com a natureza. Nesse ambiente, é possível encontrar, também, a ação do homem sobre a natureza e seu o poder letal, representado na figura do caçador.
A história começa com o nascimento de Bambi, na floresta. Na companhia da mãe, ele vai aprendendo o que pode e o que não pode fazer, quais horários e locais evitar.
Bambi é uma corça que precisa amadurecer após o desaparecimento de sua mãe, numa caçada humana. Sozinho, ele tem que aprender com as dificuldades mais diversas, para se tornar quem nasceu para ser. Tais dificuldades são cíclicas, e esse é um aprendizado que podemos trazer para nossas vidas. Afinal, quem vive às mil maravilhas, sem medo do desconhecido ou sem dificuldades? Mas, assim como acontece na natureza selvagem, a vida tem também um lado menos invernal e mais primaveril. Alegrias e tristezas convivem lado a lado.
A melancolia e a solidão levam Bambi a se aproximar do Príncipe da Floresta, um cervo sábio e idoso que vive isolado dos demais seres. Ele será o mentor do nosso protagonista, ensinando especialmente sobre o homem e suas ações. Os animais vêem o caçador - Ele, na história - como um ser onipresente, quase um Deus, mas Bambi aprende que é apenas mais um ser na cadeia dos seres. Há uma reflexão bastante interessante a respeito da caça predatória e da ação do homem na vida selvagem.
É uma história de amadurecimento e descobertas, uma amostra do ciclo da vida, uma jornada sobre sabedoria e autoconhecimento. Enfim, é muito mais profundo do que aparentemente poderíamos imaginar, pois, na adaptação da Disney, muitos desses aspectos foram deixados de lado. O livro chegou a ser banido durante o III Reich, sob a alegação de analogia à situação dos judeus, perseguidos pelos nazistas. Finalista do prêmio Jabuti 2020, é considerado o primeiro livro ambientalista, publicado em 1923.
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