Jow 18/05/2012Superação de Teorias!Expectativa mais que correspondida. "Os Homens Que Não Amavam as Mulheres" é um livro fantástico, onde superar obstáculos, pessoas, estigmas, e metas é fundamental. Stieg Larsson conseguiu reunir em uma única obra elementos dos mais váriados, para construir a sua trama: Violência Sexual, Abuso Infantil, Preconceitos de Classes, Marchismo, Psicose, Capitalismo, Política, Ética, Sexo, Traumas Juvenis, Amor.
É um livro de rara beleza, muito bem escrito, de fácil assimilação sem usar de artificios pesados, e soluções mirabolantes. É consistente e fiel aos fatos, invoca discussões sociais muito fortes, o preconceito e a marginalização estereótipada de grupos sociais, muito bem representados na personagem Lisbeth Salander. Falando em Lisbeth, ela é ao meu ver, a figura central do livro. Afinal o título é um remetente muito forte a personagem, representante feminina marginalizada por homens de comportamento lascivo. Lisbeth tbm é uma grande representante da juventude atual, complexada com seu corpo anorexo e marcado por tatuagens, de vida fechada e obscura que vive em meio a uma conjuctura virtual, um ser que gosta de aventura, que delimita seus espaços, que faz da droga e do sexo uma fuga para a felicidade. Mesmo com todo esse estigma, Lisbeth Salander evoluiu muito nesse livro, e foi essa evolução o ponto mais marcante do livro pra mim.
Impossivel não falar de Mikael Blomkvist, e sua inteligência apurada. Um sábio reporter, que como tantos é ludubriado mas que consegue dar a volta por cima. É hilário como Larsson, desenvolve a trama sexual de Mikael. Transforma o personagem mais acessivel ao leitor. Gostei do modo de Mikael se comportou ao longo do livro, fazendo descobertas sensatas, racionais, balanceando com dose fortes de emoção. É realmente marcante o embate ético causado pelas descobertas de Mikael, em que ele se vê totalmente rechaçado por seu próprio ego, decidindo o que melhor deve fazer. Larsson mais uma vez está de parabéns por não construir um super-herói.
O mistério em torno do livro é muito bem explorado, deixando o leitor muito curioso. Tem um princípio um pouco monótono, mas que compensa depois de 60 páginas. A construção da Familia Vanger, foi muito bem feita por Larsson, e nos dá uma clara visão de como a obra foi feita com capricho.
Por fim, indíco essa obra por ser um dos melhores livros que eu já li esse ano, que trata de assuntos sociais e de grande repercussão na mídia mundial. Faz grandes críticas ao sistema capitalista e "selvagem" que o mundo se encontra. E como não poderia deixar de ser, é uma trama psicológica de grande força, e que nos desperta a maior curiosidade, que faz com que seja muito dificil para de ler.