As Horas Nuas

As Horas Nuas Lygia Fagundes Telles




Resenhas - As Horas Nuas


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Alexsander.Rosa 23/03/2023

Fantástico, misterioso e maravilhoso
Uma atriz decadente e alcoólatra, um gato irônico e divertido e uma analista reservada... isso foi o necessário para Lygia escrever esta obra maravilhosa.
Neste livro, acompanhamos a vida de Rosa Ambrósio e das pessoas que a cercam. Viajamos pelo fluxo de pensamentos da protagonista, que relembra seus namorados do passado - Miguel, Gregório e Diogo -, e, complementarmente, temos também o monólogo interior do Gato Rahul, que aponta suas memórias sobre esta e suas outras vidas e, diga-se de passagem, é o melhor narrador deste livro.
Lygia também abre um espaço para conhecermos a analista, Ananta, e seu fascínio pelo novo vizinho, e a forma como a Lygia trabalha com a simbologia nestas cenas é fantástico, o desfecho da Ananta podemos associar ao fator mitológico, uma vez que ela, uma analista, se fascina pelo vizinho que ela associa a um "homem-cavalo", enfim, podemos criar muitas simbologias em cima disto.
É um romance fantástico, abordando temas como o movimento feminista, aborto, incesto, alcoolismo, solidão, depressão, repressão militar, enfim, um misto de temas muito bem construídos e elaborados, do jeitinho que a Lygia sabe fazer.
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Jessica858 20/03/2023

Nem sei o que comentar sobre a obra. Os livros de Lygia Fagundes Telles são uma incógnita para mim. Em As Horas Nuas acontece o relato da vida de uma atriz, conta sobre seus amores e a relação com a família. O livro se perdeu no decorrer da narrativa.
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Gabriela.Gratival 18/03/2023

Ainda digerindo o final
É engraçado pensar que comecei lendo esse livro e me assustei demais com a escrita. O primeiro contato não foi dos melhores. Mas decidi dar uma segunda chance e reler o primeiro capítulo (e que bom que assim o fiz). Passado o choque, a leitura se torna fluída e o estilo de narrativa faz total sentido.
Não sei escrever uma resenha do que se passou na história, pois foi tanta coisa. Mas pude refletir um pouco sobre envelhecimento, decadência, luto e gatos. Um pouco de tudo rsrs.
No final queria continuar lendo e lendo, mas infelizmente cheguei ao fim dessa jornada. Agora, quero ler mais livros da autora.
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Nina 30/01/2023

As muitas vidas, as muitas mortes
Eu sempre me surpreendo com a capacidade da Lygia em fazer do seu texto um espetáculo cheio de cortinas a serem descobertas. Começamos a ler o texto e não fazemos ideia onde iremos parar, de repente todas as peças se encaixam. Não foi fácil de ler, o fluxo de consciência, os focos narrativos entre uma atriz em decadência, uma terapeuta e um gato (!!!) não são fáceis de ler, mas com o tempo a gente vai entendendo.

Muito interessante a ligação entre esses três personagens: todos vivendo várias vidas; Rosália com seus papéis de teatro, o gato com suas diversas reencarnações e Ananta apenas absorvendo as diversas histórias dos pacientes.

A protagonista, Rosa, vai contando suas memórias e misturando-se aos delírios do álcool, da saudade, dos seus próprios papéis... Todos os pormenores apontando para sua incapacidade de viver sem mentiras. Sempre representando, sempre em busca da fonte eterna da juventude, pois seu envelhecimento e decadência são provas do seu mais profundo medo: o abandono.

No decorrer da história ela vai falando de sua versão sobre os fatos, de seu marido apático à vida após ser preso na ditadura, de sua empregada negra que só pensava em cantar para Deus, de sua filha amante de homens velhos e casados, de seu secretário e amante que lhe era como substituto do seu primeiro amor da adolescência e de sua terapeuta apática que lhe ouvia as histórias com um desinteresse clínico, assim como de seu gato, Rahul, que gostava mais do falecido marido do que dela. Rosa sentia-se não ouvida por todos, todos a abandonavam. Absortos demais em problemas provavelmente reais diante dos devaneios de uma mulher de classe média alheia a um país em decadência e ao mesmo tempo tão pertencente a este. Todos, viravam, assim, goles de fonte para se sentir jovem e ainda com sentido.

Foi muito engraçado e doido perceber tudo pelo olhar do gato, assim tbm como não sei se entendi bem o plot da terapeuta ao final e seu vizinho misterioso. Fiquei curiosa sobre o que acontecera, mas desconfio que tenha relação com o gato ?

Enfim, este foi o último romance dos 4 que li da Lygia e ela vem continuando a ser uma das minhas favoritas. Ainda estou remoendo e tentando entender tudo, mas foi uma ótima experiência.
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GiuLaganá 29/01/2023

Rahul, Rahul
Gostei muito. No início demorei para entrar na história, mas consegui superar as idas e vindas do pensamento de uma atriz e de seu gato, testemunha de vidas passadas.
A Psicologa Ananta e seu misterioso desaparecimento, que tenta ser desvendado pelo primo metido a investigador (ou interessado em sua herança?).
Miguel, Gregório e Diogo. Amores da vida de Rosa Ambrósio, que se ressente da perda dos três. O primo, o marido e o secretário aproveitador.
Rahul ganha disparado o prêmio de figura enigmática.
Um livro denso, bem escrito.
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xav 28/01/2023

A primeira dama enlouqueceu!!!!
Lygia Fagundes Telles dizia que os personagens criam força própria, montam no cavalo e seguem sua própria direção. uma vez em uma entrevista para o programa ?Roda viva? do canal cultura, usou Jean-Paul Sartre para explicar o porquê de não limitar os seus personagens, ?Sartre tinha implicância com escritores que condenavam personagens a um destino?. O personagem é vivo como nós mesmos, então o personagem necessita possuir da vontade, disse lygia. E é isso que acontece na obra! Um livro completo incompleto.

Navegamos nos devaneios de personagens perfeitos imperfeitos, presenciamos uma protagonista que está abalada por ter alcançado a meia idade, traumatizada pela vida, o que a tornou madura e ao mesmo tempo insana. Desequilibrada emocionalmente, assim como todos nós, mas com o carisma presente em sua vida. (até onde pode, claro.) Rosa rosae, sem um pingo de pudor, pois a velhice não requer pudores juvenis. Ah, Rosa Ambrósio!

O gato rahul, UM DOS MAIORES NARRADORES do livro, UM ANIMAL mais humano que muitos personagens do livro, acreditava na idéia de já ter tido outras vidas no passado (O que poderia explicar o seu comportamento tão humano).

Ananta, uma personagem intrínseca, intimista, somos impossibilitados de seguir adiante ao profundo infinito da mesma, somos impedidos de conhecermos o seu EU, fator que se torna cognoscível quando percebemos que Ananta não narra em primeira pessoa. No meio do livro, a personagem desaparece, não sabemos se foi por conta própria, se foi assassinada ou se fugiu com um homem casado. Gostaria de saber onde está Ananta, mas sei que isso estragaria a essência de seu personagem e até mesmo da obra.

Destaco Rosa rosae, claro, Rahul e Ananta, personagens essênciais para uma obra tão extraordinária como esta. ?As horas nuas? deveria ter muito mais reconhecimento. Lygia Fagundes, você é a dama da literatura brasileira!
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luizaslike 03/01/2023

Teoremas e enigmas da maior contista de todas
Lembro de ter chorado compulsivamente um domingo inteiro quando soube da morte de Lygia Fagundes Telles. Eu tinha lido apenas dois livros de sua obra mas foi o suficiente pra ela se tornar a minha escritora favorita. É a genialidade da escrita, a sagacidade, a delicadeza de utilizar o verbo. Ela utiliza a linguística, a língua portuguesa e a nobreza da literatura como ninguém. Aqui uma premissa inédita, pelo menos pra mim: um gato narrador (RAUHL), com lembranças e impressões. reencarnado. Não consigo conceber o quão genial a autora é por delimitar e adentrar tão bem em tantos personagens complexos em tão poucas páginas. Eu queria mais desse livro. Narra, sobretudo, a vida e memória de uma célebre atriz Rosa Rosae e embarca na vida de tantos que permeiam esse núcleo principal. Eu queria mais de "as horas nuas". Lygia. Eu queria saber mais o que aconteceu com Miguel e onde está Ananta! Eu queria respostas. Mas elas ficam pro imaginário mesmo... sem um desfecho. Assim como a vida: nós nunca teremos as respostas pra tantas perguntas ou desfechos para os crimes midiáticos. Termina como termina e irá terminar. É fantástico! Desse livro levo a premissa preconizada pelo Gregório. Chamar os problemas de teorema, afinal, a palavra soa melhor e tem Deus (Teo) na raiz. Obs: estou sem palavras apesar de ter utilizado muitas nessa não tão breve resenha.
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talvezthiago 28/12/2022minha estante
gostei muito da sua resenha




Ju Harue 15/07/2022

A escrita de Lygia é incrível, de uma forma bem particular, a narrativa dos acontecimentos da vida de Rosa, e daqueles que estão ao seu redor, são pontuados de ambiguidades. Momentos e personagens que se mesclam, se (co)fundem. Essa obra me lembrou muito, em um certo ponto, Evelyn Hugo, talvez por abordar uma atriz já consagrada que envelhece, que conta memórias, amores, acontecimentos - a farsa vivida no mundo de fama, muito acima das tragédias (Rosa andou para que Evelyn pudesse correr rsrsrs).
A obra mostra é antagonicamente complementar, com bem e mal, risada e dor, alegria e tristeza, juventude e velhice, característica de Lygia, mas dessa vez achei mais escancarada do que no outro romance que li - As Meninas. Literalmente desnudando a vida, nas mais íntimas Horas Nuas - principalmente na visão do outro narrador que acompanha-a em momentos íntimos.
Fiquei curiosa demais para ler na versão nova, da Companhia das Letras, com as notas.

site: https://www.instagram.com/p/CgDEjshPwXW/
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Bárbara 04/07/2022

Fluxo de consciência...
Por ser escrito em fluxo de consciência é um texto que não prende a atenção, principalmente no início.
Tive muita dificuldade pra chegar ao final, definitivamente não é o meu tipo de leitura. Porém no final das contas foi uma experiência positiva e que recomendo!
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Gislayllson.Dias 23/05/2022

Entre memórias
Lygia Fagundes Telles, neste romance, utiliza-se de Rosa Ambrósio, uma atriz de
meia idade que luta para voltar aos palcos, e de Rahul, o gato da atriz, para viajar por um mundo de memórias. Tal mundo as vezes se confunde entre o real e o fantástico. A atriz desnuda todos os seus problemas de cunho afetivo, familiar e alcóolico. O gato rememora algumas nuances da vida da dona com seus amantes, maridos e a filha. Um livro muito complexo que retrata a complexidade de ser adulto hoje em dia.
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