Sagarana

Sagarana João Guimarães Rosa




Resenhas - Sagarana


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Mindú 09/02/2019

A exposição de uma cultura
Guimarães Rosa serviu como diplomata durante bons anos, e algo que meus professores sempre usaram para descrever um diplomata é a alusão à um vendedor, alguém que vende e defende sua cultura perante aquelas diferentes. Isso é algo qe observo muito claramente na leitura desse clássico. Rosa, amava e buscava apresentar o modo de vida de seu povo, por isso o excesso de onomatopéias e expressões populares que por vezes tornam a leitura difícil e nos obriga a fazer uso do dicionário constantemente.
A montagem que faz dos cenários e muito bonita e conta com personagens muito bem construídos.
Cabe aqui, citar a pontada que o leitor sentirá no peito ao ler as descrições sobre a beleza de Bruamadinho e seu finado Paraopeba, hoje vítimas da vilania do capital.
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Mari 05/02/2019

Minha pequena [e falha] visão do: SAGARANA
Pra mim foi uma leitura bem complicada. Alguns contos eu gostei, alguns contos eu me perdi, alguns contos eu não sei se entendi... Mais assim é a vida, não é mesmo?!
Dos contos que eu intendi, o que ganhou meu coração foi "Minha Gente", Maria Irmã foi, pra mim, a melhor personagem do livro todo. Foi um conto rápido e delicioso em sua conclusão.
"O Duelo" também teve seu momento de glória na minha leitura. Comecei com receio e terminei satisfeita com a história.
Teve um conto, não me lembro mais o nome, que falava com alegria de Brumadinho, meu coração apertou...
Entre trancos e barrancos terminei esse clássico.

O que aprendi com o livro: Que as referencias contidas nas historias que lemos são as coisas mais eternas que teremos... (só um pensamento de uma conservadora & restauradora de bens culturais)
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Debora 05/01/2019

Várias histórias, o mesmo amor pelo Brasil sertanejo
Sagarana é composto por 9 histórias, irregulares entre si, diferentes, mas que destacam, cada uma a sua forma, o jeito de ser, viver, se relacionar, o amor à terra, mas tb o jeito bruto do sertão.
Guimarães começando a desenvolver sua escrita e trazendo pra todo o país um jeito de ser e viver desconhecido da maioria
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denis 24/10/2018

Bom demais da conta!
Li o livro Primeiras Histórias e não gostei. Li Manuelzão e Miguelim e não gostei. Mas Sagarana, vou te contar, gostei de todas as novelas. Sim, novelas e não contos. "Duelo" é ação na veia, meu irmão. "Sarapalha" é fenomenal. "A Volta do Marido Pródigo" é engraçada. "Corpo Fechado" é sinistra. Algumas descrições, de modo geral, chegam a ser líricas. "A Hora e a Vez de Augusto Matraga" é bizarra! A conversa com o padre é linda. Obra de Arte esse livro!
denis 24/10/2018minha estante
:O)




Dan 22/10/2018

A obra do neologismo e das adaptações linguísticas
Pulando a parte do resumo e indo direto para a análise: Depois de ler esse livro, tive a impressão (e, pelas minhas pesquisas, parece que estou certo) de que, acima da retratação do sertanejo, o que Guimarães Rosa quis demonstrar aqui é toda a sua capacidade de criação, adaptação e fusão da linguagem, quase como se o mesmo estivesse brincando com o nosso português.
A princípio, é importante salientar que apesar de ser encaixado nesta característica, a obra não pertence de maneira integral ao regionalismo tradicional, explicarei o porquê. Ao retratar a vida do sertanejo mineiro, o autor não insere em suas histórias fatores e problemáticas que são específicas dessa cultura, isto é, o mesmo trata de questões mais abrangentes que acometem toda a população, e não uma parcela dela. Além disso, podemos dizer que por ter uma narrativa oral e extremamente literária, ou seja, pautada na musicalidade, no jogo de palavras e no "eruditismo", o autor faz uma fusão linguística da variante do português em MG com outros termos, as vezes neologismos, arcaísmos, coloquialismos, etc. Isso quer dizer que Guimarães não mostra, de fato, como é o verdadeiro "mineirês", mas o torna esqueleto de uma composição maior constituída pela sua famosa capacidade de criação de novos vocábulos. Outrossim, o que faz com que a obra não possa ser encaixada de maneira integral ao regionalismo é o fato dela possuir um descritivismo exacerbado, além de, na maioria das vezes, as histórias terem cunho de uma visão transcendental, como abordar temas que convidam o interlocutor ao devaneio.
Por fim, há de se lembrar que no período em que foi escrita a obra, a ditadura Varguista, assim como a 2ª Guerra Mundial, já apresentavam seus últimos acontecimentos, sendo os 2 findados em 1945. O fim da repressão e tensão sociopolítica trouxe alguns sentimentos de mudança para o modernismo - movimento literário no qual Guimarães fazia parte -, inspirando os escritores a romper também com alguns valores tradicionais da época. Prova disso é que no livro percebemos a maior independência feminina quanto ao casamento e as relações, não estando mais tão subalternas aos homens e às instituições de controle (estado e igreja).
Contudo, se por um lado o autor insere em seus contos uma característica de esperança, por outro ele também não esquece de retratar a violência no interior de Minas Gerais, onde a tão sonhada civilidade não ganha espaço num ambiente marcado pela "lei do mais forte", que lembra muito as cenas de Faroeste norte-americanas.
Estou dando 3 estrelas apenas porque achei que o forte detalhismo e neologismo dificulta muitas vezes a compreensão da história. Espero relê-lo quando tiver mais bagagem cultural e linguística.

site: https://www.youtube.com/watch?v=Jfxx0UbCQk8
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monique.gerke 06/09/2018

Ô Minas Gerais, quero te conhecer meu bem...
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David.Albuquerque 13/08/2018

Sagarana, vida sertaneja
Sagarana reune nove contos de Guimarães Rosa, nascidos dos rincões, arraiáis, povoados e vilarejos do sertão... sertão dos coronéis, majores, siôres e seus agregados, de noivas e desnoivas, de jegues, burros, cavalos, cabras, mulas e tudo-o-que-é-bicho-do-mato, de favores e de vingança, onde a defesa da honra sua ou de parente mexe com o tino justiceiro de cabras valentes, destemidos e alguns muito sabidos, e também de mandingas e contas sobrenaturais a pagar, narrado todo do jeito que o sertanejo fala e sente, uma beleza só, obra de arte mesmo.
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Codinome 04/07/2018

Um pouco sobre "Sagarana"
O livro de contos "Sagarana" foi o primeiro em prosa publicado por João Guimarães Rosa, reunindo 9 contos. Minha primeira experiência com o autor e que gostei bastante, aquele tipo de literatura que te faz querer ler tudo o que o autor escreveu. Por ser uma linguagem meio desafiadora (mas que ao longo dos contos a gente, leitor do Brasil, vai se adaptando muito bem) e ao ler de forma bem corrida o prefácio "Novos mundos" (pois aborda diversos livros de Guimarães e prefiro chegar para ler um livro, quando é "bom" ou "ótimo" ou "excelente", sempre sabendo o mínimo dele), de Óscar Lopes; percebi que "Sagarana" é uma ótima obra (não só nesse sentido) para começar a se infiltrar na literatura do escritor, seguindo com as novelas de "Corpo de baile" e, para os mais ousados, encarar "Grande sertão: Veredas".

Logo pelo título, o leitor mais atento percebe que é apresentado a uma das características da escrita de J. Guimarães Rosa, que é o uso de neologismos: são palavras novas criadas pelo próprio autor; e "sagarana" é uma delas: a junção de "saga", que tem origem na língua nórdica antiga, significando uma epopeia ou aventura, e "rana", que provém do tupi-guarani, que pode significar semelhante, parecido, imitado, à maneira de. É como se o livro pretendesse ter um viés de narrativa heroica adaptada às nossas idiossincrasias e ao próprio e sólido estilo de Guimarães.

Os contos se passam nos sertões de Minas, que são lugares bem distantes dos grandes centros: pequenas vilas, trilhas, sítios e tudo bastante permeado pela natureza. Muitas vezes, a natureza também se torna uma personagem da história (ou estória, que é outra palavra criada) de forma bastante lírica, trazendo uma carga de poesia que é incrível. Isso combinado à maneira que o autor escolhe e cria as palavras gera, na minha opinião, uma obra-prima.

Todos os contos me chamaram a atenção, mas os principais e que mais gostei:
"O burrinho pedrês" (1º conto): uma aventura "heroica" desse burrinho e mostra como os animais também trazem sua carga de complexidade e riqueza, tal como as pessoas.

"Duelo" (4º conto): incrível esse conto, uma estória de perseguição quando bem escrita me atrai bastante. Me lembrou o filme "Onde os fracos não têm vez", de 2007, o melhor filme que eu vi dos Irmãos Coen.

"São Marcos" (6º conto): em que as religiões, a metafísica e, até mesmo, um tipo de feitiçaria é trazida à baila. Muito bom também!

"A hora e vez de Augusto Matraga" (9º conto): último conto e aquele que ainda tenho mais vivo em minha memória, fala sobre a decadência e a ascensão desse personagem. Talvez esse seja o que mais tenha cara de grande aventura/tragédia/epopeia, mas tal como revela o "rana" do título, à maneira brasileira e de Guimarães.
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Thiago275 21/03/2018

Desafiador, mas vale a pena
"Ir para onde?... Não importa, para a frente é que a gente vai!"

Sagarana é um conjunto de nove histórias do genial João Guimarães Rosa, autor que pertenceu à 3ª Geração Modernista, ou Geração de 45. O autor é conhecido pelo regionalismo, pela linguagem oral, pelo resgate das expressões usadas pelo povo simples e sábio da roça.

Como um bom mineiro, ao ler esse livro, acabei me reencontrando com minhas raízes. Através das palavras cuidadosamente escritas por Guimarães, pude sentir o cheiro do mato, ficar com medo da fúria dos bois bravos, andar por intermináveis estradas de terra, rezar as rezas do povo.

Fé e adultério são temas onipresentes no livro. Não a fé institucionalizada, mas a fé simples do povo, mistura de catolicismo e religiões afro/indígenas. Fé que ao mesmo tempo reza o Padre Nosso, roga a proteção da Virgem Maria e faz simpatias para fechar o corpo. Adultério não como pecado ou imoralidade, mas como fuga de uma realidade difícil, muitas vezes de maus tratos e humilhação.

Destaque para as histórias:

"Minha Gente": foi meu texto preferido. História despretensiosa, que conta o jogo de conquista entre primos. O modo como Guimarães faz a analogia entre o jogo de xadrez e as relações humanas é fenomenal. O fim do conto é muito bom e os personagens são os mais queridos. Mostra também como a política era feita naqueles tempos do coronelismo.

"Conversa de bois": um dos mais famosos de Guimarães e com razão. Um conto triste e enigmático. Fiquei com a pulga atrás da orelha sobre o final.

"A Hora e a Vez de Augusto Matraga": fecha com chave de ouro o livro. Uma linda história de redenção. Parece que Guimarães nos fala: Parabéns a você que chegou até aqui, toma essa história de presente!

Guimarães Rosa nos traz não só relatos, mas "causos" de redenção, de traição, de malandragem, de amor, de política, de vingança. Tudo em meio à espetacular paisagem do sertão das Minas Gerais, rodeado pelas aves, pelas montarias, pelos bichos peçonhentos.
Em simplórias cabanas ou em casarões de fazenda, conhecemos gente brasileira, que mata e morre, que corre atrás, que dá tiro de espingarda, que deseja o céu e tem medo do inferno. Gente como a gente: BRASILEIROS. Livrão.

"Reze e trabalhe, fazendo de conta que esta vida é um dia de capina com sol quente, que às vezes custa muito a passar, mas sempre passa."
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MrDurden 08/03/2018

"E tudo foi bem assim, porque tinha de ser, já que assim foi."
Ao longo de nove contos, Guimarães Rosa nos conduz pelo sertão de Minas Gerais explorando tanto o ambiente geográfico como o social. E mesmo sem uma relação aparente de interdependência narrativa entre os contos, é possível estabelecer um sentido mais amplo analisando-se o período histórico, os cenários e os diversos temas abordados. Temas esses, que apesar das características regionalistas da obra, o autor consegue elevar a um status universal e nos oferecer uma fascinante investigação sobre o ser humano, seus questionamentos, angústias, paixões, fraquezas e virtudes.
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Grazi @graziliterata 23/02/2018

Não foi pra mim...
Nunca dei uma nota tão baixa pra um livro.
Mas sempre tem a primeira vez não é mesmo?
E infelizmente foi com essa obra consagradíssima de João Guimarães Rosa.
Tenho essa edição desde 2001 pelo que está escrito nas informações do livro, ou seja, eu ainda estava no colégio quando comprei essa edição (me formei na faculdade em 2012).
Foi o único livro da época do colégio que sobrou dessa época, porque os outros eu ia emprestando pra quem ia precisando depois de mim.
Esse livro como já fala na sinopse, não é uma estória contínua, ele é dividido em nove contos. Sendo eles: "O Burrinho Pedrês", "A Volta do Menino Pródigo", "Sarapalha", "Duelo", "Minha Gente", "Corpo Fechado", "Conversa de Bois" e "A Hora e Vez de Augusto Matraga".
Tive vontade de abandonar a leitura várias vezes, mas como eram contos, então dei continuidade, porque eu poderia gostar de algum conto do livro. Isso, infelizmente não aconteceu.
A leitura é muito devagar, tem muito vocabulário do sertão mesmo, e não é só nos diálogos, nas narrativas também.
Toda página você tem que ir ao dicionário pra procurar uma palavra que você não conhece, até tirei foto uma vez no stories do meu instagram (@graziela.franzoni) perguntando se vocês tem costume de anotar em livros, aquilo tudo que estava anotado era palavra que eu não conhecia (está nos destaques, em "Enquetes").
Pra mim não é uma leitura que você tira algum proveito, tanto que tem um dos contos é "Conversa de Bois".
Mas é uma leitura obrigatória né.
Me contém aí nos comentários se quando vocês leram, vocês gostaram ou não desse livro.
Codinome 04/07/2018minha estante
"Para mim não é leitura que você tira algum proveito" oloko! kkkkk tente reler futuramente


Igor.Lima 29/08/2018minha estante
Eu consigo entender plenamente o porquê de algumas pessoas não gostarem desse livro mas eu fiquei apaixonado na primeira vez que li. "A Hora e a Vez de Augusto Matraga" é uma das melhores coisas que eu li na minha vida. Tem tanta simbologia nesse conto que dá até pra fazer uma tese de TCC só nesse conto. Aliás, dá pra tirar muito proveito dessa leitura e dissecar bastante a obra, tanto é que a FUVEST sempre coloca como obra obrigatória




Filipe 17/02/2018

Sagarana
Meu primeiro contato com Guimarães Rosa foi quando li “Grandes Sertões Veredas”. Passou quase vinte anos para que eu voltasse a visitar a obra do autor. Acabo de ler “SAGARANA”.É incrível como a obra atravessa o tempo e se mostra ainda atual. A obra editada pela editora Nova Fronteira, reúne nove contos do mestre.

Todos os contos são um retrato do sertão brasileiro, mais precisamente Minas Gerais. As relações humanas são o mote de cada história, narradas com um vocabulário que transporta o leitor para o meio do sertão.

“O burrinho pedrês”, primeiro conto do livro me arrebatou pelo pescoço, me tirou o fôlego. Duelo é surpreendente. Me vi em “Corpos fechado” realizando todas as mandingas para me trazer boa sorte. Agora, “Conversa de Bois”, é fantástico e me levou a refletir o quanto o quanto somos capazes de reagir, com sangue nas mãos e tristeza nos olhos, quando somos oprimidos e ignorados em nossa essência humana.

Não é uma leitura fácil, mas é prazerosa. Recomendo e não se assuste se ouvir um carro de boi cantar enquanto lê. Afinal, são 325 páginas de pura cultura do nosso sertão. Eh boi!
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Mr. Jonas 08/02/2018

Sagarana
Sagarana, publicado em 1946, reúne contos do escritor Guimarães Rosa. Confira resumos dos contos do livro:
1. O burrinho pedrês. O fazendeiro Major Saulo determina que seus homens levem uma grande quantidade de bois para comercialização em uma cidade distante. Para cumprir a tarefa, convoca seus vaqueiros mais experientes, montados em cavalos jovens e fortes. Acompanha a condução o burrinho Sete-de-Ouros, velho e fraco. Depois de uma chuva torrencial, um pequeno riacho, que foi facilmente superado na ida, torna-se rio caudaloso no retorno dos vaqueiros à fazenda. O único animal a escapar da correnteza é justamente o burrinho, que conta com sua experiência para poupar suas forças e deixar-se levar pelas águas ao invés de tentar lutar contra elas, como fizeram os outros.
2. A volta do marido pródigo (Traços biográficos de Lalino Salãthiel). O mulato Lalino Salãthiel vive no interior de Minas mas sonha com aventuras amorosas em terras cariocas. Junta algum dinheiro e parte, deixando para trás a esposa Maria Rita. Depois de algum tempo, terminam o dinheiro e a empolgação, e ele retorna. Encontra Maria Rita envolvida com o espanhol Ramiro. Lalino se envolve então nas disputas políticas locais e, com a vitória de seu candidato, consegue a expulsão dos estrangeiros. Alcança também o perdão de Maria Rita.
3. Sarapalha. Os primos Ribeiro e Argemiro vivem isolados, com seu cachorro Jiló, em Sarapalha, lugarejo do interior de Minas Gerais. Sofrem com a malária, doença que lhes provoca febre e tremedeiras. Para Ribeiro, a dor maior vem do fato de ter sido abandonado pela esposa Maria Luísa, que fugiu com outro homem. Durante as intermináveis conversas que mantêm para tentar distrair da doença, Argemiro confessa ter sentido igual amor pela moça, embora sem jamais faltar com o respeito ao primo. Ribeiro, decepcionado com o que considera uma traição, expulsa o parente de suas terras.
4. Duelo. Voltando de uma pescaria mal sucedida, Turíbio Todo flagra sua mulher Dona Silivana com o ex-militar Cassiano Gomes. Contém seu ímpeto e adia a vingança. No entanto, ao executá-la, acaba por assassinar o irmão de Cassiano, fugindo em seguida. Segue-se uma grande perseguição pelo interior de Minas, que dura até Turíbio se retirar para São Paulo. Cassiano, sofrendo do coração, é obrigado a interromper sua busca no lugarejo do Mosquito. Ali, torna-se amigo de Timpim Vinte-e-Um, homem simples que recebe o auxílio financeiro de Cassiano para comprar remédio para sua família. Em troca, Cassiano, pouco antes de morrer, pede a Timpim que vingue seu irmão. Turíbio fica sabendo da morte de seu perseguidor e retorna a Minas. No caminho para a casa de Silivana, encontra Timpim, que cumpre a promessa feita a Cassiano.
5. Minha gente. O narrador é um inspetor escolar que, de férias, visita a fazenda de seu Tio Emílio no interior de Minas. Lá, reencontra a prima Maria Irma, namorada de infância, e tenta retomar a aventura amorosa. A moça consegue fazer com que a atenção do primo seja atraída para a amiga Armanda, noiva de Ramiro, rapaz pretendido por ela. O narrador, aficionado do jogo de xadrez, se vê vítima de uma jogadora perspicaz nas estratégias amorosas. Ela consegue fazer com que Armanda se interesse pelo narrador, deixando Ramiro livre para ela. O final feliz é composto pelo duplo casamento.
6. São Marcos. Izé, o narrador, faz pouco caso das crendices populares, não perdendo a oportunidade de passar diante da casa de certo João Mangolô, negro tido como feiticeiro, para zombar de seus feitos. Durante um passeio, vê-se repentinamente cego. Seguindo certa lenda, reza a oração de São Marcos, que tem fama de ser poderosa. Orientado pelo olfato, pela audição e pelo tato, aproxima-se da casa do feiticeiro. Consegue avançar sobre este e recupera a visão no momento em que o negro retira a venda dos olhos de um boneco. Izé se despede de Mangolô e parte, agora um pouco mais crédulo.
7. Corpo fechado. No lugarejo da Laginha vive Manuel Fulô, que tem duas paixões: sua noiva Das Dores e uma mulinha de estimação, a Beija-Fulô, cobiçada por Antonico das Pedras, que tem fama de feiticeiro. Targino, um valentão local, avista Das Dores e comunica a Manuel Fulô o desejo de dormir com ela antes do casamento. Para impedir essa ofensa, Manuel teria que enfrentar o valentão. O narrador, médico local e amigo de Manuel Fulô, não encontra meio de ajudá-lo. O rapaz recorre a Antonico, que fecha seu corpo com feitiço. No duelo com Targino, Manuel escapa por milagre dos tiros que lhe são dirigidos e fere mortalmente o rival com uma pequena faca. Depois desse feito, torna-se o novo valentão do lugar.
8. Conversa de bois. O menino Tiãozinho vive um drama: seu pai, entrevado, nada pode fazer contra os amores que a esposa mantém com Agenor Soronho, condutor de carros de boi. Quando o pai morre, Tiãozinho ajuda a transportar o corpo a um cemitério próximo, com outras mercadorias. Pelo caminho, Agenor prenuncia a vida que o menino teria dali por diante, agora sob suas ordens, na condição de padrasto. A crueldade que Agenor demonstra para com o menino, manifesta-se também no trato com os bois de carga. Estes se comunicam entre si e articulam uma forma de matar o carreiro. Aproveitam-se de um cochilo de Agenor e, sacudindo o carro, derrubam-no e passam com as rodas sobre ele. Sem desconfiar de nada, Tiãozinho se desespera, enquanto os bois lançam berros triunfais.
9. A hora e a vez de Augusto Matraga. Augusto Esteves é um fazendeiro de comportamento violento. Gasta dinheiro com jogos e prostitutas, maltrata a esposa Dionóra, despreza a filha e enfrenta seus opositores com a ajuda dos capangas que o acompanham. A esposa foge com outro homem, enquanto seus empregados o abandonam, reclamando o pagamento de salários atrasados. Augusto vai tirar satisfações e acaba agredido por eles. Durante a surra, atira-se de um barranco e é dado como morto. No entanto, é encontrado por um casal de negros que cuida dele.
Durante a convalescença, Augusto reflete sobre sua vida e se penitencia dos pecados cometidos. Recuperado, parte para uma pequena propriedade que possui no Tombador, lugar distante, passando a servir o casal de negros, trabalhando arduamente. Certo dia, aparece no lugar o cangaceiro Joãozinho Bem-Bem, que simpatiza com Augusto e o convida a participar de seu bando. Augusto recusa. Tempos depois, sente irresistível desejo de partir. Segue sem rumo, até reencontrar o bando de cangaceiros no lugarejo do Rala-Coco. Quando vê a ameaça de Joãozinho Bem-Bem de fazer mal a um homem velho e à sua família, Augusto sente que chegou sua hora de concluir a remissão de seus pecados. Enfrenta o bando e vence o líder, morrendo em seguida.
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André 01/02/2018

7º Livro, Fuvest 2017
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