Paulo 02/04/2020
Leitura um pouco exaustiva
Havia já um bom tempo que que eu planejava ler este livro e os seguintes de Balzac, de ler por completo as observações de um vivente do século retrasado. Este primeiro livro foi para mim, então, a introdução do que eu devo aguardar dos próximos livros da série. E assim como eu descrevi na resenha do Conde de Monte Cristo, esta obra pode ser também chamada de um compêndio do século XIX, um detalhe fiel do que foi aquela época, nas fronteiras do antigo e o moderno.
Mas não sei se é por uma preguiça minha, por certas vezes eu simplesmente não conseguia ler as tantas e tantas descrições que o autor fazia antes de começar a história em si. A versão que eu li contém comentários de Paulo Rónai (parece que ele está em todo livro que leio), e ele comentou em algumas linhas sobre as descrições exaustivas do escritor: "Talvez não seja supérfluo pedir ao leitor ainda não bastante familiarizado com os métodos de Balzac que se arme de um pouco de paciência para abrir caminho através das explicações preliminares um pouco maçudas que o autor acha indispensável fornecer antes de começar o enredo. Um romancista atual de hoje espalhá-las-ia engenhosamente em doses pequenas por toda a obra [...] mas Balzac gostava de submeter de vez em quando seus leitores a um pequeno esforço inicial, compensando-os amplamente em seguida".
Admito que não senti a ampla compensação em seguida. Talvez eu não esteja ainda no momento certo para ler as obras balzaquianas, assim como eu não estive pronto para tantas outras obras e para, tempos depois, retornar a elas e ler com outra perspectiva. Ademais, acho que eu preciso de um livro mais leve durante esta quarentena.
Eu certamente lerei os próximos livros d'A Comédia Humana, mas não por agora.