spoiler visualizarMonike.Rodrigues 13/11/2024
Romance adolescente e cheio de exageros
Li Crepúsculo pela primeira vez quando era adolescente e, naquela época, tinha uma visão completamente diferente da que tenho agora, já adulta.
Resolvi reler o livro e foi uma experiência interessante. O romance é envolvente, com uma intensidade que me fez me identificar em diversos momentos com as emoções da Bella durante sua primeira paixão adolescente: as borboletas no estômago, a ansiedade de experimentar o "novo", o medo de se apaixonar sem saber se seria correspondida, entre outros sentimentos tão típicos dessa fase.
Algumas pessoas se incomodam com o fato de Bella "abrir mão" de sua vida para viver em função do Edward, mas, a vida dela nunca foi um "mar de rosas". Ela sempre assumiu o papel de cuidadora, primeiro da mãe, sendo praticamente a responsável pela irresponsabilidade dela, e depois de Charlie, que, embora não seja tão descuidado, deixa Bella com a carga de administrar a casa. Eu diria que a vida dela era bem monótona e sem grandes perspectivas. Quando a paixão por Edward entra em cena, ela se vê envolvida por uma aventura que a tira desse ciclo exaustivo e sem graça de viver para cuidar dos outros. O mistério de Edward, especialmente o fato dele ser um vampiro, a arrasta para uma realidade completamente diferente, algo que ela nunca tinha experimentado antes.
Crepúsculo continua sendo um dos meus livros favoritos, embora eu não possa deixar de notar a relação um pouco tóxica entre Bella e Edward, marcada pela forma como ele constantemente subestima ela e pela necessidade de protegê-la de maneira excessiva estando em todos os lugares o tempo todo. Isso me remete a um padrão de comportamento controlador, o que me deixou desconfortável, mesmo sabendo que, em uma visão mais romântica, a dedicação do vampiro ? alguém muito forte ? à sua amada e vulnerável humana pode ser vista como um gesto de cuidado, uma prova de amor.
Além disso, percebi algumas partes da escrita que antes me passavam despercebidas, especialmente os detalhes excessivos que tornam a leitura mais lenta. Sei que isso é subjetivo, e há quem ache essa riqueza de detalhes desnecessária, mas, eu particularmente gostei porque ela me permite "entrar" no mundo dos personagens de forma mais intensa.
Resumindo: É um constante dilema entre achar certas coisas fofas e sentir, ao mesmo tempo, uma leve vergonha alheia.