Um Artista do Mundo Flutuante

Um Artista do Mundo Flutuante Kazuo Ishiguro




Resenhas - Um Artista do Mundo Flutuante


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Sara Muniz 20/04/2020

RESENHA - UM ARTISTA DO MUNDO FLUTUANTE
Um Artista do Mundo Flutuante é um romance de Kazuo Ishiguro, vencedor do Prêmio Novel da Literatura. A obra é protagonizada por Ono, um pintor japonês "rebelde" durante a Segunda Guerra Mundial, enfrentando as autoridades do governo imperial.

A história tem como narrador-protagonista, Masuji Ono, um homem já idoso e aposentado, mas que foi um pintor reconhecido por suas pinturas de teor de propagandas, durante a Segunda Guerra Mundial. O enredo tem um fluxo leve e, conforme o passar das páginas, vamos conhecendo mais a personalidade do protagonista, o passado dele, suas filhas e seu neto.

Inclusive, as interações de Ono com Ichiro, seu netinho, são extremamente interessantes, principalmente pelo fato de Ono ser um senhor de idade e ter uma visão um tanto quanto machista demais para a atualidade. Esse aspecto reflete nos ensinamentos que ele tenta passar para o neto, falando de suas filhas e de coisas que só eles, enquanto homens, podem fazer. De certa forma, ele desmerece as mulheres e demonstra o seu ponto de vista enquanto pessoa pertencente de sua geração.

A abordagem cultural japonesa também se mostra forte, somada ao conservadorismo e tradicionalismo japonês, uma vez que podemos acompanhar, durante o desenrolar da história, o casamento arranjado para a filha mais nova de Ono: os jantares com a família no noivo, a escolha dos pretendentes e o fato de o neto dele ter vindo do casamento arranjado da filha mais velha.

Além disso, Ono reflete bastante sobre os impactos que a guerra e o fim da guerra tiveram em seu país. Como o evento afetou alguns bairros que ele costumava frequentar antigamente e quais impressões deixaram para a juventude atual. O personagem passa a impressão de sentir culpa, principalmente porque desde sua infância, seu pai reprovava a ideia do filho se tornar um pintor. Ono, na verdade, nada mais fez do que tentar defender os menos favorecidos naquela época.

O modo como Kazuo Ishiguro conduz o enredo, sob os olhos de um idoso que contribuiu para um evento muito importante, é impressionante. De um lado, temos um senhor que vive dias tranquilos e sem tarefas, mas que relembra o passado vividamente. Do outro lado, temos um homem que participou de momentos conturbadíssimos e que todos os dias cravava nas memórias os efeitos que a guerra tinha em seu povo. Por isso Ono é um artista em um mundo flutuante. O tempo flutua sempre, mas a arte, se importante, afetará e perdurará flutuando por gerações.

PARA A RESENHA COMPLETA COM TRECHOS, LINKS E IMAGENS DO LIVRO, VISITE O MEU BLOG:

site: https://interesses-sutis.blogspot.com/2019/11/resenha-um-artista-do-mundo-flutuante.html
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Laerte 09/04/2020

Livro bem levinho, apesar do período histórico em que se passa. É um pouco parado, trazendo na maior parte do tempo as rememorações de um pintor aposentado, dos seus tempos de auge e do inicio de sua carreira.
Acho que o que deixa o livro mais interessante, além do fato de ser em primeira pessoa, é a dinâmica familiar do personagem principal. O choque de gerações, e de uma cultura que aos poucos foi perdendo tanto do seu brilho e absorvendo aspectos do ocidente.
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Flavia Sena 31/03/2020

Ao longo da história dá pra perceber uma certa dualidade em vários aspectos. Ao mesmo tempo a força de vontade e intenções de Ono me parecem aplicáveis também ao ideal "oposto". É como se através do vai-e-vem de suas memórias, passeando pelo passado e presente de modo bem fluido, fosse possível entender melhor suas motivações. Adorei as descrições dos lugares e as observações que ele fazia sobre como as pessoas se comportavam neles. A narrativa te prende bastante, mas ainda assim, por algum motivo, não me envolveu totalmente.
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oldpedrx 27/11/2019

Um belo livro
Gostei muito de ler este livro.
Ele possui um enredo que te prende e você tá sempre querendo ler mais e mais.
Fantástico!
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Camila Faria 03/01/2019

Ambientado nos anos após a rendição do Japão (que levou ao fim da Segunda Guerra Mundial), o livro narra as memórias de Masuji Ono, um pintor de renome no passado, aposentado e em negociações para o casamento da filha mais nova. O protagonista relembra os seus dias de prestígio e influência antes e durante a guerra, ao mesmo tempo que lida com as mudanças sofridas pelo país, manifestadas na mentalidade da geração mais jovem (muito bem representada no livro pelas suas filhas e genros). A narrativa é leve e brilhantemente íntima, mesclando acontecimentos em tempo real com memórias recentes e outras mais remotas, formando um mosaico fascinante da vida do artista. Um retrato sensível do Japão pós-guerra e uma reflexão sobre o papel da arte como instrumento social e político. Meu primeiro contato com o autor, vencedor do Prêmio Nobel de literatura de 2017 e olha… gostei muito, viu? Animada para ler outros romances do Ishiguro.

site: http://naomemandeflores.com/os-quatro-ultimos-livros-24/
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HigorM 01/09/2018

'Lendo Nobel': sobre o passado que condena
Há tempos esgotado no Brasil, ‘Um artista do mundo flutuante’ ganhou casa editorial, capa e tradução novas por conta da nomeação de Kazuo Ishiguro ao Nobel de Literatura. Antes desprezado na Editora Rocco, o título fora resgatado pela Companhia das Letras, casa que sempre atendera os pedidos do autor, desde que começara a publicá-lo, no final da década de 80.

Por conta do tratamento indiferente ao livro, mais parecia se tratar de uma história esquecível, que não iria agregar mais nada a quem quisesse conhecer a bibliografia inteira de Ishiguro. Ledo engano. O livro é grandioso.

Embora aborde um assunto batido, mesmo em 1986, época em que foi originalmente lançado, que é o da Segunda Guerra Mundial e suas conseqüências, 'Um artista do mundo flutuante' é contado por um prisma diferente, e até então não explorado: o de pessoas que não foram para a Guerra, mas que enviaram seus filhos e netos, e eles não voltaram.

Concentrando-se em Masuji Ono, pintor renomado, a história nos conduz à bela e tradicional cultura familiar japonesa, onde o protagonista vive na incompreensão com a solteirice de sua filha, Noriko, uma jovem bonita, inteligente e até interessante, que logo desperta a atenção dos rapazes, mas que fazem com que eles, em algum momento qualquer das negociações, desistam dela.

Angustiado com o que pode estar acontecendo, Ono parte em busca de amigos e pessoas respeitáveis da época de sua juventude, para que eles se tornem fontes de confiança, caso alguém queira investigar o passado da família, o que por si só é uma besteira, segundo o velho Ono, já que o seu passado não envergonha. Ou será que envergonha?

Assunto parcialmente repetido em 'Os vestígios do dia', de 1989, ‘Um artista do mundo flutuante’ leva o leitor a refletir sobre a maneira como usamos nosso tempo, e em que nos dedicamos ao longo da vida. Além disso, temas como culpa e memórias permeiam ambos os livros, com uma sutileza que consegue ser pontuda o suficiente para machucar.

No entanto, ao contrário do que pode parecer, um livro não é uma extensão ou um rascunho do outro. Em ‘Vestígios do dia’ vemos um Kazuo amadurecido (não que ele não seja no anterior), e mais britânico que japonês, propriamente dizendo. Parece uma incrível história oriental que teve sua versão ocidental, com todas as adaptações culturais necessárias, que acabou fazendo mais sucesso.

A diferença está no posicionamento de Musaji e Lord Darlington com relação à Guerra, além do próprio ano de ambientação da história, mas o grosso está em ambos os ótimos personagens, e a maneira como eles refletem sobre o passado, suas escolhas e consequencias deixam o leitor reflexivo.

Belo, como a escrita de Ishiguro em todos os seus livros, ‘Um artista do mundo flutuante’ é preciso e agonizante. Assim como seu magnum opus, ‘Os vestígios do dia’, nos faz refletir quem e como somos na sociedade, e como nossas escolhas reagem não somente na nossa vida, mas na de quem, mesmo que indiretamente, participa dela.

Este livro faz parte do projeto ‘Lendo Nobel’. Mais em:

site: leiturasedesafios.blogspot.com
Jorge 19/10/2018minha estante
Que tapa na cara da Rocco.


Flavio Rocha 28/06/2019minha estante
Belo texto!


José Cláudio 19/01/2020minha estante
eu comprei a edição da Rocco no sebo, é vergonhosa mesmo, a última página é efetivamente a última página da encadernação, até fiquei em dúvida se o texto acabava ali mesmo... mas é um livro que vale a pena ler




Patty.Minie 01/09/2018

Um artista no mundo flutuante
O escritor Kazuo Ishiguro prêmio Nobel em literatura, conta a história de um pintor japonês Masuji Ono. Tudo começa quando Ono tem que preparar o segundo miai ( arranjos de casamento) para sua segunda filha Noriko. Como o primeiro miai não deu certo e Noriko agora se encontra com 26 anos, Ono começa refletir sobre sua vida e tenta pensar qual o motivo da falha no primeiro arranjo. Para que o segundo miai dê certo Ono começa a relembrar seu passado, desde o tempo que era jovem e desafiou seu pai que almejava outro futuro para seu filho. Porém Ono foi atraído para o mundo dos artistas, que numa época de guerra não era uma função muito nobre. Pós guerra Ono tenta expandir seus dotes artísticos para fora da zona de conforto, os seus tutores gostavam de retratar a vida boêmia, as gueixas, a vida num mundo flutuante. Mas Ono queria ajudar de alguma forma a reconstrução do seu país, agora derrotado da guerra. Tentando passar mensagens com suas pinceladas porém isso deixou seu sensei chateado e expulsou Ono de sua turma. E assim Ono relembra o passado ao mesmo tempo que tenta passar algum conhecimento para seu neto Ishiro. Um Japão muito reservado e cheio de tradições é nos apresentado nesse livro.
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Junior 30/08/2018

Suave
Ishiguro mais uma vez nos brinda com uma narrativa incrível.

Diferentemente dos outros livros dele, Um artista do mundo flutuante traz uma narrativa linear, sem reviravoltas. Apresenta um leve suspense sobre uma temática específica da vida do protagonista, mas nada que faça o livro se tornar um suspense ou coisa do gênero.

Masuji Ono, artista que vive a sua aposentadoria, nos conta suas memórias. Muito interessante o livro ser dividido em datas/períodos vividos de forma mais recente pelo protagonista, fazendo-o mesclar suas memórias recentes com as memórias mais remotas. Inclusive esta passagem (de uma memória recente para uma mais remota), a meu ver extremamente difícil de se fazer, é feita de forma sutil e natural pelo narrador, concatenando os fatos uns aos outros (para mim coisa de gênio).

Como brinde vem um retrato do Japão após a segunda guerra mundial; um país que busca se modernizar, a fim de concorrer com o ocidente, mas ainda preso as suas culturas milenares.

Por ser uma narrativa bem linear pode parecer monótono. Por isso, deve-se atentar às sutilezas do texto e aos diálogos preciosos.
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Guynaciria 17/08/2018

Masuji Ono, é um artista aposentado, que viveu seu tempo de glória no período da Segunda Guerra Mundial.

O livro é ambientado no Japão, e nos brinda como toda a tradição e costumes daquele país.

Foi agradável acompanhar o transcurso das memórias do personagem principal, ele é um homem sensível e ao mesmo tempo forte, tem uma personalidade marcante e é fiel aos seus princípios.

Mas, as vezes por amor a quem nos é mais próximo, temos que rever nossas atitudes e até por vezes negar o passado que nos moldou, assumindo assim as consequências dos atos que sempre vimos como corretos, mas que as gerações mais novas vêem coo um problema, já que o translado do tempo alterou a consciência de um povo, se uma nação. 

Enquanto alguns personagens negaram suas crenças em troca de uma posição social, ou de um emprego melhor, o personagem o fez por amor. Mesmo que ele prove as filhas diversas vezes que as pessoas que o criticam, são na verdade um bando de hipócritas e manipuladores. 

Alguns leitores viram Ono como um personagem machista, mas temos que levar  em conta a sociedade em que ele vive, sua cultura. Ao meu ver o personagem tinha um forte traço patriarcal sim, uma vez que criou as filhas sem a presença da mãe já falecida, mas a sua personalidade é amorosa e moldável conforme as necessidades de sua família. 

Eu adorei esse livro. Para muitos ele pode ser monótono, sem grandes reviravoltas, mas é justamente essa narração suave, que dá o tom certo para esse personagem maravilhoso.
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Yuri Rebouças 08/06/2018

Os piores demônios estão dentro de nós mesmos
Eu sabia que a leitura desse livro seria uma experiência incrível assim que ganhei o livro de cortesia da Companhia das Letras (acabei de falar sobre expectativas na resenha do Tudo o que nunca contei e continuo fazendo isso, a gente não aprende mesmo, né?), e não me decepcionei. Obrigado Ishiguro!

Ao contrário das obras mais famosas do Ishiguro, como por exemplo O gigante enterrado ou Não me abandone jamais, Um artista do mundo flutuante não possui grandes reviravoltas ou surpresas em seu enredo, o que para algumas pessoas pode parecer um pouco monótono (eu tive essa impressão depois de umas cem páginas, mas logo peguei o ritmo da leitura). Publicado originalmente em 1986, o livro é o segundo romance do ganhador do prêmio Nobel de 2017, o que atrela um peso gigantesco ao seu nome, e não é o tipo de livro comercial que será apreciado pela grande massa, ao contrário disso, a obra é concisa e sem dúvida agrada somente aos leitores mais ávidos que buscam tramas bem escritas.

Masuji Ono foi durante a juventude um artista bem sucedido que gozou de certa glória ao produzir obras que serviam de propaganda ao governo durante a Segunda Guerra Mundial. Agora aposentado, Ono é imerso em uma profunda reflexão sobre os efeitos do seu trabalho como se percebesse pela primeira vez, após tanto tempo, que talvez ele não fosse tão bem visto pelos demais como supunha, e mesmo com a rendição do Japão e o fim da guerra, as consequências desastrosas continuavam afetando a sua vida.

O primeiro grande problema e que abre os olhos de Ono é a dificuldade em encontrar um marido para a filha mais nova, onde os pretendentes recusam educadamente a proposta por causa do passado dele e a sua relação com o governo. Apesar de narrar tudo como se fosse aos poucos lembrando do passado e até mesmo de forma inocente, o Sr. Ono não é um personagem que criamos empatia (ao menos no meu caso foi ZERO empatia), ele é extremamente machista, autoritário e tem uma mente tão quadrada que em alguns momentos eu agradeci pelo tratamento que as outras pessoas davam a ele, como a própria filha Noriko que acha um absurdo ele não perceber que a sua realidade é bem diferente.

Assim como em O gigante enterrado, Ishiguro apresenta a velhice de um jeito convincente em uma trama bem construída, tão bem escrita que nós acreditamos que um velhinho (como o nosso avô falando do seu passado) nos conta aquela história, inclusive com a dificuldade de memória ao relembrar tantos acontecimentos. Uma história rápida, embora eu tenha demorado um pouco para engatar na leitura e tomar o ritmo da história, e mais uma vez o autor nos mostra as suas muitas facetas ao apresentar histórias completamente distintas e ainda assim bem feitas.

site: www.yurireboucas.com
Leila 08/06/2018minha estante
acabei de comprar o ebook na amazon, quero ver se leio logo


Yuri Rebouças 08/06/2018minha estante
Me diz depois o que achou Leila, é bem diferente dos outros dele!


Leila 08/06/2018minha estante
dele eu li o gigante enterrado e não me abandone jamais, não posso dizer que amei, mas gostei e gostei mais do não me abandone. Vi na sua resenha que vc achou esse bem diferente né?
pode deixar que falo sim




Pappa 09/11/2009

Leitura leve
Um Artista do Mundo Flutuante conta a história de Masuji Ono, um velhinho japonês aposentado, que havia sido um pintor de renome na época da segunda guerra mundial. Enquanto ele tenta ajudar a filha a arranjar um bom casamento, vai se lembrando do seu tempo de aprendiz, e diversas passagens da sua vida profissional e pessoal.

A história é leve, trivial. Não traz aquela vontade de não parar de ler, mas de tão simples e com um personagem principal muito cativante, consegue manter o leitor até o fim do livro. Apesar de não ter uma história com muito apelo, também não nenhum ponto negativo forte. Mais para o fim do livro, algumas passagens do seu aprendizado até passam a ser bem interessantes.

O autor consegue manter uma linha nem um pouco cronológica na história (principalmente as lembranças do senhor, que vão e vem) sem tornar o livro confuso. Eu parei de ler o livro por algumas semanas e isso acabou atrapalhando um pouco, porque alguns personagens da sua lembrança vão e voltam, e eu acabei esquecendo da história de pelo menos um deles.

A única coisa irritante é a forma como as filhas tratam o sr. Ono, mas isso talvez seja até um ponto positivo, pois mostra mais uma faceta do livro que achei interessante: ele é muito plausível. Parece quase como se o velhinho estivesse te contando pessoalmente a história da vida dele.

No fim é uma história sobre as mudanças, sobre dar tudo de si quando se tem fé e não negar o seu passado. E a mensagem é bem passada.
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