Mauricio.Alonso 23/10/2024Romance com R maiusculoLuísa é uma bela senhorita de 25 anos, casada com o dedicado engenheiro Jorge.
A história se passa em Lisboa, em meados da segunda metade do século XIX.
Vou fazer um resumo para me lembrar do livro, mas nada substitui a leitura da obra que é muito agradável e peculiar:
Luísa tem com Jorge um relacionamento estável e feliz, na medida do que seria "estável e feliz" naquela época - machismo e abusos talvez fossem mais tolerados...
Tem como empregadas a engomadeira Juliana e a cozinheira Joana.
Em meio aos amigos de Jorge, Sebastião, conselheiro Acácio, Julião Zuzzarte e de Luísa, Felicidade e Leopoldina, o casal vivia em certa paz até que Jorge tem que passar um longo período em Alentejo a trabalho e um certo primo Basílio, um romance de infância aparece de Paris e começa a galantear Luísa que cede e com ele tem um caso. Basílio é um Janota com ares muito sedutores e modernos o que seduz muito a Luisa, faz várias observações depreciativas a respeito de Lisboa e dos amigos de Luísa, mas anda assim a paixão de Luisa por Basílio só aumenta. A rebelde, invejosa e gananciosa empregada Juliana descobre, rouba-lhe algumas cartas amorosas e começa a pedir dinheiro e regalias à patroa em troca do seu silêncio perante Jorge.
Luísa descobre, através de Sebastião alguns casos adúlteros de Jorge no Alentejo mas praticamente os ignora.
Juliana faz de Luísa praticamente a sua empregada e torna-se uma vilã.
Juliana acaba morrendo, vítima de sua própria ganância, Jorge descobre o adultério de Luísa através de uma carta deixada por Basílio de Paris. Jorge fica muito mal mas não reage perante a traição. Luísa entra em depressão e morre em alguns dias.
Basílio volta a Lisboa com seu amigo o Visconde Reinaldo, descobre a morte de Luísa e logo após essa revelação, voltando de um passeio com Reinaldo, tem essa passagem:
" O visconde Reinaldo, delicado, lamentava a pobre senhora, coitada, que se tinha deixado morrer por um tempo tão lindo! ? Mas, em resumo, sempre achara aquela ligação absurda... Porque enfim fossem francos: que tinha ela? Não queria dizer mal «da pobre senhora que estava naquele horror dos Prazeres», mas a verdade é que não era uma amante chique; andava em tipoias de praça: usava meias de tear; casara com um reles indivíduo de secretária; vivia numa casinhola, não possuía relações decentes; jogava naturalmente o quino, e andava por casa de sapatos de ourelo; nãotinha espírito, não tinha toilette... Que diabo! Era um trambolho!
? Para um ou dois meses que eu estivesse em Lisboa... ? resmungou Basílio com a cabeça baixa.
? Sim, pra isso talvez. Como higiene! ? disse Reinaldo com desdém.
E continuaram calados, devagar. Riram-se muito de um sujeito que passava governando atarantadamente dois cavalos pretos: ? Que faetonte! Que arreios! Que estilo! Só em Lisboa!..."