Taisa 17/01/2016Complicado para mim falar desse livro, já o li há tempos e travava na hora de resenhar. Aprendi muita coisa, refleti, me emocionei mas a característica marcante dele que é a ultra descrição dos fatos por vezes ironicamente se tornou a pedra no meu sapato.
Cavalo de Tróia vai contar a história do próprio autor relatando em primeira pessoa como conheceu o Major e como ele lhe confiou o diário de uma operação secreta da NASA. J.J. Benítez é um pesquisador tenaz nos assuntos relacionados a Bíblia e não haveria pessoa melhor para que esse "tesouro" fosse revelado, sua obstinação o levou a empregar grande parte da sua vida nos assuntos de cunho religioso.
A primeira parte é EXTREMAMENTE teórica e descritiva, de como eles (o Major e seu companheiro na missão) viajaram no tempo, todas as técnicas e metodologias empregadas para que isso fosse possível, nomenclaturas e um vocabulário imensamente conceitual, eu diria até abstrato, vez que uma parcela mínima da população entende de física quântica, nano tecnologia, química, biologia celular e seus pormenores. Juro que tentei entender tudo, dava pausas, pesquisava, estudava e depois me confundia ainda mais, consegui ter uma ideia do que ele quis passar, nada mais do que uma ideia.
Quando eles chegam em Jerusalém é lindo de se ver, quando personagens como Lázaro, Marta, Maria (irma de Marta) e principalmente Jesus Cristo aparecem é de perder o fôlego. Eu comecei a viver pelas aparições Dele no livro, amei a maneira como Ele foi retratado. Mas houveram vários (eu contei, na verdade um milhão e duzentos) momentos em que eu queria uma edição reeditada sem tantos detalhes.
Era a madeira que era utilizada para fazer o átrio, o tamanho dela, a cor, a espessura. O tecido que eram feitas as roupas, cores, tamanho, espessura. Era o relato EXATO do tamanho da casa, altura, largura, comprimento, tipo de lajotas, tipo de parede, cor, janelas de tal tamanho, numero de janelas, localização de janelas, quantos bancos tinham, do que eram feitos, tamanho deles, espessura, largura, quantas pessoas cabiam sentadas....
Aahhhhhhhhh teve um momento que foi toooooo much, quantos litros tinha a bexiga de Jesus. Sério, precisava disso? E pior que foi em um momento extremamente emocionante, eu estava em prantos enquanto lia e essa informação que ele julga ser totalmente necessária, foi um balde de água do Alasca. Mas enfim, eu sou uma romântica que adora uma epopeia dramática e tem dificuldade em entender que um autor que dedicou uma vida a estudos sobre a Bíblia e a Jesus Cristo sente a necessidade de relatar TUDO que ele encontrou e descobriu sobre o assunto. Sem dúvida fazer uma narrativa romantizada não foi o objetivo dele, e depois pensando sobre o livro vejo que ele é assim por que tem de ser mesmo, ninguém nunca fez uma coisa dessas, é altamente didático e ao mesmo tempo nos dá uma visão sublime e bela de Jesus.
Benítez dá suas alfinetadas sim para com a maneira em que a Palavra foi difundida. Não senti uma afronta direta ao Catolicismo, mas ao Cristianismo de uma forma geral. Momentos marcantes como "O Lava Pés", "A Traição de Judas", "A Negação de Pedro" entre outros tantos trouxeram um ponto de vista extremamente interessantes e bonitos, refleti muito.
Eu indico. É lógico!! Mas com ressalvas. Primeiro deve haver um interesse por esse tipo de literatura religiosa. Segundo, como eu disse anteriormente ele por muitas vezes é cansativo, você tem que ir já com o psicológico preparado que vai ser uma aula de ciências misturada com história e pontuada por lindo momentos com personagens incríveis, um deles O mais incrível de todos os tempos: Jesus. Então para mim esses momentos foram o Céu, eu continuarei com a série, mas espero sinceramente que haja mais ação e menos descrição.
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