Fernanda631 05/07/2023
Os três mosqueteiros
Os três mosqueteiros foi escrito por Alexandre Dumas e foi publicado em julho de 1844.
A obra se passa na França do século XVII e narra a jornada do jovem gascão D'Artagnan e seus três amigos mosqueteiros: Athos, Porthos e Aramis.
Na aldeia de Meung o jovem D’Artagnan está de partida para Paris, onde deseja realizar seu sonho de tornar-se um mosqueteiro do Rei, assim como seu pai já fora. Do D’Artagnan pai, o jovem gascão recebe três presentes (O cavalo, a espada e a carta de recomendação ao comandante dos Mosqueteiros) e parte rumo à sua aventura.
D'Artagnan chega a Paris para realizar o sonho de se tornar um mosqueteiro do rei da França, Luíx XIII, assim como foi seu pai. Porém, durante um confronto, ele perde a carta de recomendação que deveria entregar ao comandante dos mosqueteiros. Mesmo diante desse obstáculo, o rapaz não desiste de seus intentos e jura vingança ao seu malfeitor.
Só que antes, D'Artagnan se envolve em mais confusões. Dessa vez com os três mosqueteiros Athos, Porthos e Aramis. Ele é chamado para duelar com cada um deles. No entanto, prestes a iniciar os duelos, os quatro são surpreendidos por guardas do Cardeal Richelieu, inimigo dos mosqueteiros.
Mesmo em menor número e contando com a brava ajuda do gascão, os mosqueteiros conseguem vencer e a partir daí inicia-se uma grande amizade, forte e leal, entre os quatro.
A narrativa é em terceira pessoa e essa escolha do narrador onisciente nos dá a impressão de estar em uma conversa, onde alguém te conta uma história, revelando os fatos na medida certa, dessa forma o leitor fica totalmente envolvido na trama.
A construção dos personagens é perfeita e até mesmo os secundários são carismáticos e possuem importante papel na história. Os mosqueteiros, apesar de inseparáveis, têm personalidades distintas e essa parte do livro é fantástica.
Primeiro ponto que faz Dumas ganhar seu coração, e puxa toda a atenção ao livro, é a caracterização dos personagens. Seja D’Artagnan, como uma visão heroica ao moldes de Dom Quixote, Athos e seu ar nobre e sombrio, Porthos e sua vaidade que faz Dorian Gray parecer humilde ou mesmo Aramis e seu dilema entre servir á Coroa ou à Igreja, Dumas faz com que você se importe e conheça cada personagem, usando páginas e mais páginas dando características singulares a cada um, fazendo o leitor formar a imagem de cada personagem. E não só os protagonistas tem esse direito, pois mesmo as figuras históricas conhecidas e os antagonistas e secundários tem sua caracterização tão bem bolada, que você sabe o que esperar de determinado personagem, ao vê-lo em cena.
Não o bastante os personagens serem muito bem caracterizados, eles próprios são um elemento crucial para essa história magnífica. Dumas não criou meros espectadores de uma história, ou mesmo criou uma história onde heróis são bonzinhos e vilões, criaturas más e pérfidas. Toda a graça da trama está na imperfeição de cada um. Os mosqueteiros são beberrões, extravagantes, egoístas, viciados em jogatina e que não se importam em serem sustentados por suas amantes.
Athos tem um passado sombrio que não quer revelar, D’Artagnan é apaixonado por uma mulher casada, mas esse “amor puro” não o impede de se envolver com Milady, ou enganar a criada da mesma, Aramis tem uma visão bem liberal da vida para quem quer ser religioso e Porthos, como já comentei, é tão vaidoso que pode ser comparado ao protagonista do romance de Oscar Wilde. Mas nenhum de seus vícios ou defeitos os impede de exercer bem sua função.
É engraçado quando você percebe que uma das batalhas mais cônicas do livro foi, na verdade, originada em um piquenique onde os mosqueteiros e seus servos faziam no campo de batalha, com objetivo de tramar sem que ninguém soubesse.
Dumas nos leva para o reinado de Luís XIII, período que ficou caracterizado pelas guerras contra os protestantes franceses. Apesar da parte histórica, o autor não se prende, ele molda seus personagens com liberdade, como o caso do Cardeal Richelieu, principal antagonista da trama.
Outra personagem que merece destaque é Milady, mais uma importante antagonista com o psicológico bem trabalhado por Dumas. Ela é a personificação do mal.
Mas nenhum personagem, a meu ver, teve um destaque tão importante quanto a Milady. No livro temos diversas mulheres com características que as tornam fortes e poderosas, sem precisarem ser objetivadas, ou mesmo empunhar uma espada e partir para o duelo, mas Milady pode ser considerada um marco nesse quesito. Munida de sua influência e beleza, ela é uma personagem única, pois é astuta e perspicaz como poucos e capaz das mais diversas manipulações para cumprir seus objetivos e salvar-se dos problemas.
Ela é uma antagonista que rouba a cena sempre que aparece, a ponto de ter sua atenção quase todo o arco final da história.
Ambientado numa época de diversos combates, com personagens carismáticos e bem trabalhados e tramas intrigantes, "Os Três Mosqueteiros" é um romance recheado de aventuras e emoções que, ao mesmo tempo em que vicia o leitor a ler mais e mais, faz o mesmo desejar que a leitura nunca acabe.
A leitura é extremamente agradável e envolvente, o leitor se vê envolvido em diversas situações, com cenas dramáticas e emocionantes, duelos, intrigas, romances e bravura, além de um toque divertido e muita amizade.
Os Três Mosqueteiros é sem sombra de dúvida uma obra memorável e inspiradora! Uma história atemporal e que deve ser lida por todos!