Letícia Santos 29/04/2017O namô vai me matar quando ler essa resenha, mas a verdade é que: eu não gostei de "O Hobbit". É, eu disse isso mesmo. E já prevejo fãs de Tolkien querendo vir aqui me esganar (ou, no mínimo, fechando a aba nesse momento) mas, sério, não é pra mim.
O Bilbo é um personagem incrível, claro. Mas o enredo em si eu achei um tanto maçante, sabe? A comitiva ficava uma semana na casa de fulano, aí era descrito o que eles comiam, as coisas que eles faziam, as músicas que eles cantavam, e aí tinha umas 20 páginas só disso. Depois eles, sei lá, entravam na floresta ou numa caverna, e adivinha? Ficavam uma semana lá, e tudo era descrito, de novo. E isso acontecia em cada lugar que eles paravam durante a jornada. Parecia que nunca iriam chegar a lugar nenhum, eu já tava querendo que o Smaug se materializasse no ar e fosse até eles, porque nunca vi montanha tão longe.
Outra coisa, é que eu me perdia totalmente nos cenários e descrições. Era mais ou menos assim: o contra-forte ficava no braço leste da montanha, depois de pegar a trilha sul subindo a cordilheira e descendo no vale. Tipo, oi? Eu sei que é burrice minha, mas caramba, que negócio confuso.
Os anões são guerreiros, muito fodas, mas também são o alívio cômico, então acaba ficando uma coisa meio boba. Numa hora eles tão lutando pra cacete, na outra tão fazendo piadinha idiota ou tropeçando nos próprios pés.
Assim, eu sabia que a historia tinha sido escrita pros filhos do Tolkien, mas eu acabei com muita expectativa por causa dos filmes e do que eu já sabia sobre a Terra Média no geral, então achei que seria mais profundo e acabei me decepcionando um pouco com isso. Tem menos a ver com a história e mais comigo mesma.
Dito isso, se você tem expectativas ou ficou curioso só por causa dos filmes, aqui vai meu conselho: vá devagar, coisinha! "O Hobbit" é o livro perfeito pra começar a conhecer a Terra Média (tipo o be-a-bá mesmo) mas, por si só, não anima. Desculpa aí, sociedade.