Lendário Tchonsky 07/05/2020
Chomsky
Algumas pessoas me perguntam, qual foi a inspiração para meu nome de palhaço. A explicação está aí, por causa de Noam Chomsky, que na minha opinião é um dos maiores filósofos da nossa época, além de um linguista de prestígio. “Contendo a democracia” é um livro de 1998, mas com conteúdo tão atual que assusta. Acho que os filósofos têm esse poder, escrever alguma coisa atemporal. Neste livro ele descreve como os Estados Unidos controlam a imposição da democracia em boa parte do mundo, principalmente através do medo.
Primeiro, o medo do vermelho. Um investimento massivo em propaganda para apavorar as populações, com slogans que instauravam o “medo do comunismo”. Após a segunda guerra mundial, a corrida armamentista foi se agravando até chegarmos na guerra fria. Em determinado momento a Rússia até freou essa corrida, diminuindo a inversão na indústria bélica, mas o lado ocidental não podia saber disso, então se enfatizava a guerra do Vietnã, ou outra guerra contra os vermelhos, objetivando impor a democracia.
Mas como esse argumento não se sustentaria para sempre, quando o “vermelho” já não era mais uma ameaça, se fez necessário procurar outro inimigo: surge então a frente de combate ao narcotráfico. Chomsky menciona que os Estados Unidos praticamente destruíram países como Costa Rica, Guatemala, Nicarágua, Panamá e Honduras, combatendo o narcotráfico em prol da democracia. Eles faziam isso com outras nações, inferiores em indústria bélica, e ainda por cima vendiam suas drogas (cigarros, por exemplo).
Chomsky mostra neste livro, e em todos os outros, que se queremos entender como funciona a máquina capitalista, temos que ter um olhar mais abrangente, um olhar mais curioso e intrigante. Não somos capazes de reverter a situação sem pensamento crítico e estudo. Como diria a banda Sin Dios, “como entenderás um mundo tão completo, se escuta somente o que queres ouvir”.