Janise Martins 27/04/2020
Um Casamento Quase Real
Peço desculpas, pois nunca fiz um comentário tão grande. Li esse livro a um tempo já e só agora estou postando o comentário. Não faço nada mais tão grande.
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Eu li algumas resenhas antes de começar esse, mas foi só uma lida rápida para não perder a graça, e me animei. Pensei quem sabe é um romance mais sério. Só que o início me desanimou, como a escrita é muito boa e flui muito bem resolvi continuar.
Mas por que me desanimou? Por que a história começa com Stephanne e Théo crianças, 6 e 8 anos, depois pula para 12 e 14 anos de idade, mas esse não é o problema, o problema é que o pensamento e sentimento deles, não consegui encaixar um beijo de uma menina com 12 anos com todo aquele sentimento e pensamento. Mas sou velha, minha mente pode estar enferrujada, quem sabe?! Sem contar que Stephanne é uma feminista chata e mandona, já criança. Coisa que eu não gosto é feminista e machista, duas porcarias tentando um ser melhor que o outro ou ter razão. Para eles usar o bom senso nunca vem ao caso.
Stephanne a princípio não é uma personagem fácil de se gostar, ela se transformou em uma vadia total, isso sendo suave. Ela foi para os Estados Unidos fazer faculdade, depois de ter ido estudar em um colégio interno na Suíça. Até perdeu a conta dos professores com quem dormiu, foi presa, internada em coma alcoólico, pegou namorado de amiga. Pior que puta, Deus me livre! No meu tempo essa aí seria rotulada de “menina estragada”, “mais que rodada”.
E depois de formada Stephanne voltou para casa. Agora ela teria que assumir a sua posição no principado. Seu pai avisou que ela só receberia sua mesada e cartões de acordo com o trabalho realizado e que os dias de folia louca acabaram. Ela não gostou e estava resistindo, inclusive fugindo do castelo escondida. Gente, ela é uma pessoa doida!
Théo também narra a história, ele é mais centrado, responsável e muito ligado ao trabalho. Ahh também tem um ex chiclete que não larga do pé.
Na primeira vez que Stephanne e Théo se viram foi de longe(depois que ela voltou dos Estados Unidos), mas sem um ver que outro estava olhando e eles já gostaram do que viram. O segundo encontro foi quando ele atropelou-a (ou atropelou ela, escolhe), mas um não sabia quem era outro, primeiro porque fazia anos que eles não se viam e segundo porque ela estava disfarçada com peruca. E foi desastroso porque ela é uma pessoa grosseira, mas ela ficou derretida pelo “Príncipe Encantado Ogro”.
É quase impossível ler o livro no início e não ficar com raiva da Stephanne, ela é vulgar demais, sem noção.
E é inevitável o convívio entre os dois, porque Théo foi designado, pelo rei, para ensinar a Stephanne todas as coisas que ela precisa saber quanto ao seu principado. E a interação entre eles é um jogo pesado, sempre uma disputa para ver quem está no comando e eles ainda tem que lutar contra a forte atração que um sente pelo outro. Isso tem um “quê” de divertido e a gente sempre fica na expectativa do que virá.
Definitivamente a escrita da Míddian Meireles torna a leitura prazerosa e divertida. Quase impossível para de ler.
E esse casal é muito divertido, não há nada de chato, cansativo ou repetitivo. Bem, a uma certa altura aparece aquela coisa, sabe aquela coisa que tem parte com o cão? É, isso mesmo, a ex do Théo, (ex é dose!!) quando tudo estava se acertando, só avisando que o relacionamento deles não é nada convencional, ela aparece, prepara a cilada e a Stephanne cai. Só que aí a coisa ficou feia, Stephanne extrapolou os limites e Théo deu um fim. Aí sim Stephanne começou a ponderar sua vida (nada como a água bater na bunda para começar a temer).
Agora uma coisa que eu odiei, mas odiei e achei não tinha nada a ver foi o que a melhor amiga dela, a Lourdes, fez. Achei o fim da picada! A meu ver ela foi maior traíra, sem código de amiga. Acontece que a “traição” de Lourdes é o de menos, há segredos que mais tarde o Rei Edward, o pai de Stephanne revela a ela (romance sem segredo? É ruim heim!)
E o pedido de casamento? Ai que lindo! Coisa de príncipe. Isso não é spoiler, o título do livro. E o casamento? Mais lindo ainda, mas… mas… caraca velho! Eu falei de um segredo antes né? Pois é, mas o negócio é um emaranhado só. É segredo e armação pra tudo quanto é lado, e o sonho de Stephanne e Théo quase vai para o lixo! I.NA.CRE.DI.TÁ.VEL. E depois desse segredo que na verdade a princípio a gente não sabe (armação da autora), passamos boa parte da leitura quebrando a cabeça tentando desvendar e montar peças, uma agonia! Uma parte a gente descobre, mas olha essa história parece aquele programa de TV “Casos de Famílias”, sabe qual é? Aquelas coisas bizarras entre familiares, pois é, só que aqui é Casos de Família Real, é só confusão, um emaranho louco. A escritora deve ter assistido muito esse programa e mais o programa do Ratinho, sério.
Tem uns furos loucos, porque acontece tanta coisa com a família real e o povo nem sabe. A princesa não tem educação nenhuma, nem educação nem classe, diria que ela vulgar ao extremo. Mesmo assim a gente se diverte com ela e com Théo.
Gostei muito de ler essa bagunça louca. É uma leitura gostosa, divertida e rápida. Um livro que apesar de romance tem suspense também e um certo quebra´cabeça.
Vou sentir falta dessa doideira.
E foi assim.
Bjoo
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