Leonardo T. 28/01/2015
Uma grande obra
Resenha publicada originalmente no site Leio EU:
De que maneira, então, se destrói a ignorância?Apenas pelo estudo. Há notar, todavia, que o estudo proporciona ao conhecimento uma arma de dois gumes, usada igual a muitas outras, tanto para o bem como para o mal, de forma que a ignorância inata e integral do homem só pode ser vencida através da salvadora doutrina que se ensinava nos mistérios iniciáticos do lago. (O Livro que Mata a Morte, pg. 214, Editora Três)
Conhecido como “o príncipe”, apesar de berço muito humilde, Mario Roso de Luna sempre impressionou devido as suas habilidades intelectuais. Do perfeito domínio do latim com apenas nove anos de idade ao bacharelado em ciências jurídicas e sociais em plenos dezoito anos. Versado também em ciências físico-químicas, geologia, descobridor de um cometa (que levou seu nome “cometa Roso de Luna”) e filósofo especulativo. Roso de Luna abraçou o ocultismo e as ciências esotéricas como um percurso natural a todos aqueles sedentos por conhecimento e interessados no desvelar da ignorância.
O Livro que Mata a Morte também possui outro título, O Livro dos Jinas. Pois não trata apenas de meta-física especulativa sobre vida e morte, mas também sobre possíveis seres do além-mundo, ou seja, do submundo e supramundo – alcunhados, na obra, de Jinas.
O Livro que Mata a Morte ou o Livro dos Jinas é uma contribuição e ornamento a grandes obras teosóficas como A Doutrina Secreta e Pelas Grutas e Selvas do Hindustão, de Helena Petrovna Blavatsky. O exemplar que possuo em minha biblioteca é o sexto volume da Biblioteca Planeta, publicado pela Editora Três e data de 1973 a sua versão em português. E é com base nele que teço este post para o Liber Imago.
Em suas 397 páginas, O Livro que Mata a Morte é uma gratificante viagem pela filosofia especulativa e ciência abstrata a respeito do evento físico conhecido como morte. Além de procurar entrelaçar tais questionamentos com a ideia de realidades além do véu físico – de seres que vivem em concomitância com a humanidade e o mundo físico. Estes seres, os Jinas, desde os primórdios estariam se relacionando conosco de maneira sinérgica.
O autor procura justificar a existência dos Jinas coletando e entrelaçando aspectos, resquícios e semelhanças desde os trogloditas, passando por Platão até as grandes obras de literatura como As Mil e Uma Noites e Dom Quixote. Com muita coesão e texto nenhum pouco pueril ou tendencioso, Roso de Luna nos brinda com uma grande obra para todos aqueles sedentos por conhecimento.
Talvez o único aspecto negativo da obra seja que a todo o momento o autor faz referência a uma obra sua chamada De Gentes Del Otro Mundo. Deixando algumas lacunas e obscuridades na singularidade de O Livro que Mata a Morte. Mas nada que faça do livro uma leitura relevante.
Se você se interessa por assuntos que envolvam a metafísica da morte e a especulação sobre realidade paralelas e seres supraterrenos, eu recomendo fortemente esta obra! Inclusive a adquiri em um sebo pelo valor de três reais! Valor ultrajante se comparado com as joias contidas em suas mágicas páginas!
Ah! Se o livro realmente mata a morte? Deixo para que o sedento leitor, buscador da verdade, descubra por si só!
site: http://www.leioeu.com.br/2013/10/o-livro-que-mata-morte.html