Rebentar

Rebentar Rafael Gallo




Resenhas - Rebentar


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Rosiene5 28/10/2024

A vida de quem espera
É um livro melancólico, denso e com minuciosos detalhes do cotidiano e psicológico de uma mãe que perdeu o filho pequeno em uma galeria há 30 anos, porém o livro não gira em torno do fato, o desaparecimento de Felipe, mas do sentimento da mãe que teve uma vida roubada por esse trágico acontecimento. O sentimento que tive ao ler esse livro foi o mesmo que tive ao ler o Deserto dos tártaros, o tempo não para, apesar da nossa espera por algo extraordinário. Ele muda as paisagens (a loja de brinquedo não existe mais) coloca outras personagens onde o papel era nosso (outras crianças seguram a mão dos pais na escola) O tempo segue em um fluxo sem fim e quem vive a esperar, perde-se a vida. O drama do livro é fechar um capítulo sem uma resposta. Como colocar um ponto final em uma vida que vive em suspense? Embora não tenhamos passado por uma situação exatamente como Dona Ângela, quantos de nós não vivemos em reticências?Medo de abandonar, de desistir de uma certa ideia ou sonho, porque ainda pode dar certo e no final o tempo passa e a vida se foi. Esse foi aprendizado que absorvi dessa obra de Rafael Gallo.
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Lurdes 17/09/2024

"Ninguém poderá falar que eu desisti dele; passei trinta anos da minha vida tentando ter o Felipe de volta, sem dar importância a nada além disso."

A dona desta fala é Ângela, mãe de Felipe, que tinha apenas 5 anos quando desapareceu.

Em uma hora estava de mãos dadas com ela, após soltar sua mãozinha por um breve instante, ele simplesmente desaparece.

Este é um dos maiores medos das mães: perder seu filho, não vê-lo nunca mais, não saber se está vivo ou morto, se passa/passou por algum tipo de sofrimento. Acho que todas as mães já tiveram algum sobressalto com um filho, aquele instante em que o perdemos de vista e o desespero nos tira o ar (eu mesma, já levei um susto assim) para, logo em seguida, respirar aliviada, ao localizá-lo e poder abraçá-lo novamente.

Este é o tema de Rebentar, de Rafael Gallo que acompanha alguns meses na vida de Ângela, passados 30 anos do desaparecimento de Felipe. Neste momento Ângela, exausta, decide abandonar as buscas por seu filho.
Suas esperanças já foram desfeitas, ela sabe que nunca mais reencontrará aquele menino.
Mesmo que se encontrassem hoje, ele já seria um homem, um desconhecido.
Uma vida dedicada a esta busca que a afastou de qualquer outro objetivo.
Na história, Ângela seguiu ao lado de seu marido, Otávio. Cúmplices da mesma dor, sobreviveram juntos à perda, o que geralmente não acontece.
Enquanto junta seus cacos e tenta algum tipo de recomeço, muitos sentimentos contraditórios a perseguem.
Mesmo quando resolvem reformar a casa, cadê coragem para desmontar o quarto de Felipe, mantido quase como um santuário?
Ao descobrir que Isa, sua sobrinha, tão próxima e amada, está grávida, cadê força para compartilhar de sua alegria?

Uma narrativa construída dia após dia.
Às vezes repetitiva? Sim, claro!

Não poderia ser de outra forma, tendo em vista as circunstâncias.
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Thais645 30/08/2024

Esperava mais
Me interessei pela sinopse do livro, algo tão diferente do que estamos acostumados a ver.
Uma mãe que após 30 anos buscando seu filho desaparecido, decide desistir dessa busca e seguir com sua vida.
Apesar de uma ideia boa o livro não foi bem executado, não consegui ter conexão com a personagem principal, não consegui sentir a dor dela através das palavras do autor.
Acredito que se o livro fosse um pouco menor, e mais direto poderíamos aproveitar mais, porém após mais de 300 páginas, já não tinha mais ânimo para continuar, apenas terminei pois já estava acabando mesmo.
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Mariliza.Baptista 28/04/2024

Apesar de sensível, uma quebra de expectativas
"Rebentar", livro escrito pelo cuidadoso e sensível Rafael Gallo, trata da história de uma mãe que toma a difícil decisão de encerrar a busca por seu filho desaparecido aos 5 anos de idade. Rafael descreve todo o percurso de muitos anos de uma mulher que passou a viver em função da procura e de qualquer fio de esperança por um reencontro com seu filho.

Com muita delicadeza, o autor desenvolve uma narrativa dos sentimentos e pensamentos da protagonista, combinados com situações da vida que aconteciam apesar da sua dor e que ela nem sequer se atentava. Sempre em alerta e presa no momento em que soltou a mão do seu filho para sempre.

Apesar de ser uma história muito rica em detalhes e desenvolvida com todo o cuidado para que o leitor pudesse acessar da maneira profunda o sentimento da perda e da eterna dúvida sobre o que aconteceu, percebi que, para mim, a leitura foi um tanto arrastada e cansativa. Posso afirmar que amo ouvir e ler histórias com profundidade, mas acredito que o autor possa ter pecado na repetição de situações e em diálogos pouco desenvolvidos.

Ainda assim, a leitura faz refletir sobre o processo de luto daqueles que não estão (ou que não sabemos se estão) mortos. É uma visita ao conformar-se com a realidade e perceber nela a possibilidade de caminhar, apesar de tudo.
Alê | @alexandrejjr 28/04/2024minha estante
Belo texto, Mariliza, parabéns!


Mariliza.Baptista 28/04/2024minha estante
Muito obrigada, Alê!




Airton Alcântara 27/12/2023

Imersão na dor
A sorte é que li não tendo filhos.
O autor coloca o leitor dentro da dor de uma mãe que teve um filho desaparecido e que sofre com isso há 30 anos.
Livro muito forte e sensivelmente bem escrito.
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N0gueir4 06/09/2023

Nunca há nada garantido na literatura
Tomei conhecimento do autor ao escutá-lo em um podcast. Alguns dos assuntos do episódio eram crise e desistência da literatura/escrita. Corri para ler "Réveillon e outros dias" e achei sensacional. Logo na sequência li "Rebentar". A personagem principal do romance também é alguém que está considerando desistir da busca pelo filho desaparecido. O autor nos leva ao longo da narrativa a vivenciar as agruras da espera dessa mãe por alguma resposta, bem como a possibilidade que a vida lhe apresenta no sentido de seguir em frente, deixando o passado para trás e desistindo de sua busca. A escolha das palavras e a maestria da narrativa nos obriga a não apenas ficar como espectadores (ou seríamos expectadores?), mas também nos arrasta pelas memórias da protagonista, pelos locais que visita e que evocam as lembranças de sua perda, além de nos permitir vivenciar sua busca na construção de um presente e de um futuro que insistem em não se descortinar, ora por sua própria culpa, ora pelos obstáculos que vida impõe.
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Faluz 03/09/2023

Rebentar - Rafael Gallo
O desaparecimento sem solução é um eterno ciclo de perda, não existe um fim realmente. Sempre presente uma faísca de esperança de possibilidade uma necessidade até mórbida e exigente de acreditar numa possibilidade que não se realiza.
Rafael Gallo discorre com maestria esse pulsar de "vazio", de ænadaæ que se sustenta por uma possibilidade queda muito deixou de existir.
Delicado e triste.
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Angelica75 17/01/2023

Chato demais.
Livro muito chato, um tema interessante mas, pelo apresentado, poderia ter sido contado em 100 páginas. Conheci o autor em uma mesa da FLIP 2022, convidado pois com outro livro, ele ganhou o Prêmio Saramago. Confesso que tenho receio de começar a ler RafaelGallo novamente. Achei muito piegas a escrita, um tema emocionante que não me comoveu em nada.
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Noelia 29/11/2022

O tema do livro me impactou e me motivou a ler mas a desenvoltura do livro me decepcionou. Em alguns momentos parecia que não estava tendo continuidade, senti falta de uma emoção ou de plot realmente emotivo. Acredito que talvez se o livro fosse menor, teria atingido uma nota maior.
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@wesleisalgado 28/11/2022

Duas estrelas é regular no Skoob mas na verdade faltou muito pra isso.
Esse livro sofre exatamente do mesmo problema do tijolo/bomba UM DEFEITO DE COR. Ali pelo menos era uma escritora negra, usando a voz de uma escrava. OK dá pra tentar emular. Aqui é um escritor homem de 30 e poucos anos usando a voz de uma mulher de 50 e poucos anos que perdeu o filho há 30 anos e olha, algumas partes me constrangeram de tão pedantes e sem identidade.

O autor em momento nenhum conseguiu ter veracidade ou me convencer da voz e do sofrimento de Ângela, vide a história ser em primeira pessoa. Simplesmente não estava lá pra mim, e não sabia o que era pior, as cenas e diálogos de novela das seis ou os monólogos da protagonista que eram infindáveis e descrentes para mim.

Parecia um texto lido pelo google talk, igual foi com UM DEFEITO DE COR. E curioso, o escritor ganhou alguns prêmios e eu estou (oi?!). Se eu fizesse uma lista de piores do ano, com certeza esse livro estaria nela. Quase 400 páginas que não acabavam.
Claudia Cordeiro 28/11/2022minha estante
400 pág? Eu costumo abandonar entre 50 e no máximo 100...




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naju 19/01/2022

esperava muito mais
não vou mentir ao dizer que é um livro extremamente linear. simplesmente o plot, ou qualquer emoção durante a leitura é inexistente. basicamente, é o retrato de uma mãe que perde seu filho e quer seguir em frente; por ser um tópico extremamente sensível, houve muito respeito com esse assunto, mas também não teve desenvolvimento! a verdade é que o livro poderia ser reduzido em uma centena de páginas e poderia ser narrado em primeira pessoa, dando o que os leitores tanto querem: uma história que prende e cativa do começo ao fim, o que não foi o caso.
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fev 13/01/2021

Esse é um livro que funcionaria melhor se fosse contado em primeira pessoa. A carga dramática aumentaria significativamente. Mesmo que não tenho sido escrito o livro continua bom. A história ainda que repetitiva traz uma perspectiva diferente daquela que estamos acostumados.

Acompanhamos o processo de Ângela em desistir de procurar o filho depois de 30 anos do desaparecimento dele. É uma jornada bem dolorosa porque ela deixou de viver para ficar 30 anos vivendo disso. Eu não consigo nem imaginar como é sentir algo parecido como a perda de um filho. Apesar de entender a questão da Ângela tenho que acreditar que ela seja um pouco egoísta em relação ao filho. Otávio, pai de Felipe, é pouco explorado nesse enredo. Ele está ali apenas como suporte a jornada da esposa. É uma bela relação diga-se de passagem, mas pouco explorada. O narrador só acompanha Ângela. Eu até consigo entender devido aos pré conceitos em que a sociedade impõe sobre mães e filhos. Rafael Gallo elenca esses motivos, mas não me convenceram de forma geral por não ter mostrado o sofrimento do pai.

Gallo também pincela rapidamente a diferença como famílias brancas são tratadas quando precisam de atendimento policial e o que difere de uma família preta. Ângela e Otávio são brancos e ricos e para diferenciar a histórias deles ela relata como aconteceu quando o filho de Dora, fundadora de uma instituição para mães que possuem os filhos desaparecidos, também some. É um detalhe importante mesmo que pouco exectutado.

Outro ponto legal do livro é a relação da Ângela com a sobrinha afilhada Isa. Toda essa situação afetou a família inteira inclusive a sobrinha. Mas isso fez com que elas acabassem se aproximando ainda mais. É legal reparar a importância que uma tem na vida da outra e como isso vai se construindo.

O livro tem uma história dolorosa, mas é bem tranquila de se ler. Recomendo para quem quer ler sobre uma nova perspectiva algo que é tão explorado.
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Lusia.Nicolino 08/01/2021

O peso do desistir
Atraída pelo título li a sinopse e inclui na lista. Demorei a ler, mas gosto de ler as primeiras obras dos autores e Gallo é um autor muito jovem. Rebentar é uma história pesada. Perder um filho por desaparição pode ser pior do que perder um filho para a morte – quem pode saber onde se arrebentam as emoções de cada um?
Angela é nossa personagem principal e, por três décadas, vive em função da ausência do filho que se perdeu. Quando decide desistir completamente da busca o que mais teme é o julgamento que isso pode acarretar, mas está decidida. É muito bem construída e o desenrolar da sua história é muito bom, mas, por outro lado, é tão forte que os outros personagens que aparecem aqui e ali são tão etéreos que não parecem participar da trama, apenas orbitar em volta dela. Principalmente Otávio, o pai. Que permaneceu ao lado da mulher sem culpá-la por nada, apoiando em tudo, ouvindo, aceitando. Ele é muito passível, muito disponível, ele é sempre sim e, por isso, não acredito nele. Gostaria que tivesse explodido e saído de casa batendo a porta pelo menos uma vez.
Os diálogos são simples, às vezes até simplórios. Recurso literário para dar um descanso ao pesado da história, da narrativa? Não creio. Contudo, não deixa de ser uma leitura interessante, para mim faltou um exame de DNA na ferida. Para entender, concordar ou discordar é preciso ler! Inclua em sua lista!

Quote: “Chama-se órfão aquele que não tem pais. A condição dos pais e mães que perderam seus filhos, no entanto, nunca recebeu um nome.”


site: https://www.facebook.com/lunicolinole
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