SamellaFonseca 27/09/2016Resenha exclusiva para o blog SammySacional
Depois de algum bom tempo distante do universo de Sheila Lima Wing, foi com grande empolgação que, enfim, li o terceiro volume, Doce Sonho Letal, em Abril desse ano de 2016, e mesmo agora, já em Setembro, ainda me vejo pensando e digerindo os diversos fatos decorridos e apresentados nessa sequência de saga que, após me conquistar de vez no segundo volume, só me envolveu ainda mais com este terceiro, onde iremos nos aprofundar ainda mais no Instituto A. W. Sigma e todos os segredos encobertos ao redor dele e de seus funcionários e alunos. Evie, principalmente, será colocada à prova ao tomar conhecimento de revelações inesperadas sobre seu passado que colocarão em cheque tudo aquilo em que ela acreditava sobre si mesma até ali.
Foi com maestria que conclui mais uma leitura dessa saga que só melhora a cada volume. É incrível como, mais uma vez, Sheila conseguiu não apenas aprimorar sua escrita, como, também, desenvolver e aprofundar seus personagens e o enredo de tal forma a me deixar sinceramente embasbacada com cada mínima reviravolta decorrida na história. Por mais que eu tivesse leves suspeitas sobre algumas revelações, eu ainda não estava preparada encarar tantas surpresas mais e cuja construção e ligação com os demais pontos da história era tão bem feita que por vezes parecia que eu estava assistindo a um seriado investigativo cujo suspense e tensão só aumentavam a cada capítulo e o qual eu não queria parar de acompanhar.
“Ele teve a sensação de que o ar da noite agora estava mais leve. Ou será que aquilo se devia apenas a pequena parte da carga que já não estava mais nos seus ombros?”
Se no segundo volume tivemos um grande aprofundamento sobre os mais variados personagens, principalmente os amigos de Evie, neste terceiro temos um enfoque especial na nossa protagonista que, de repente, vê tudo o que ela conhecia e acreditava mudar de uma forma tão drástica. De repente, a garota determinada por encontrar as respostas às suas perguntas nunca se viu tão arrependida, de certa forma, por saber a verdade sobre algo que acabou por abalar tanto suas estruturas. Dessa forma, o início do livro se dá de forma visivelmente lenta, mas ainda assim com certa agilidade, enquanto acompanhamos a personagem se reerguendo aos poucos do baque sofrido e começando a encarar a situação a partir de outros ângulos que definitivamente farão toda a diferença no mistério que a cerca. Ela só não tinha muita noção do risco que estava correndo até se ver envolvida numa teia de aranha sem qualquer saída e cujo perigo só aumenta a cada passo seu.
“— O problema é que as pessoas pensam que os sonhos são sólidos, mas não: eles são líquidos como a água, se esvaem pelos dedos feito névoa, e tomam a forma que bem querem quando se concretizam.”
E, diferentemente do ocorrido no segundo livro, quanto ao fato do Último, até então descrito como suposto vilão da saga, se provar mais simplesmente humano, com erros e acertos como qualquer outro na história, porém, nesse terceiro volume já podemos encarar com ainda mais firmeza e intensidade a presença da então, ao meu ver até agora, verdadeira vilã da saga, uma mulher cujo rosto não é de conhecimento de ninguém além dos seus capangas e daqueles que tiveram o desprazer de deparar-se com ela da forma mais inconveniente possível - o que culminou, por fim, em suas mortes não muito tempo depois, reafirmando a índole cruel e perversa da personagem. Nesse ponto, a tensão só aumentou no decorrer da história, à medida que as pistas de Evie passavam a remeter à essa sombria e misteriosa mulher, levando-a direto a correr um perigo insano e, infelizmente, imprevisível das mais variadas formas.
É quando se chega ao desfecho, no entanto, quando tudo se conclui, que a ficha pareceu cair para mim e eu percebi a dimensão que as coisas estavam tomando e o quão complicada a situação estava para Evie e seus amigos. Não mais apenas ela, mas outros começam a se envolver na teia de perigos que envolve o passado dos Wing e das demais famílias afiliadas ao instituto, culminando em um final que só não foi mais impactante que o do livro anterior por ter sido um tanto abrupto. Essa quebra repentinamente ocorrida no final, porém, é muito proposital e não poderia ser uma conclusão melhor para o determinado momento que encerra a leitura, deixando não um gostinho, mas um desespero alucinado de quero mais por descobrir o que mais vem por aí nessa saga, e eu volto a reafirmar minha admiração pelo trabalho de Sheila Lima Wing e sua história, ainda mais ansiosa pelo quarto volume, apesar de igualmente receosa sobre os rumos que poderão ser tomados a partir de agora. Grandes surpresas aguardam o leitor, certamente, e por isso recomendo que comecem logo a ler essa saga antes que o mistério fique ainda maior, hehe. ;)
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