Primatas da Park Avenue

Primatas da Park Avenue Wednesday Martin




Resenhas - Primatas da Park Avenue


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Socorro Moura 01/03/2017

Bom
Na verdade , criei uma grande expectativa com relação ao livro. Esperava outra forma de abordagem dos casos usados como exemplo. Não deixa de ser bom. A perspectiva antropológica é interessante. Gostei da parte em que relata da criação em forma de cooperativa e claro ,a todo momento questiona o papel da mãe, da mulher. Repito, é interessante sim, só esperava algo mais profundo quando se tratava de relatar as situações com as outras mulheres. Não deixo de recomendar.
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PuddingPop 04/01/2017

Antropologia no gueto nova-iorquino
Confesso que sou daqueles que se apaixona por capas de livros e discos. Quando vi essa capa linda da edição da intrínseca fiquei fascinado, li a resenha é descobri que o texto prometia, que era algo diferente, que eu não havia experimentado ainda. E realmente não me decepcionei: é um texto pessoal e honesto, narra uma vivência numa espécie de gueto econômico, que é um quadrilátero de Nova Iorque ao lado do Central Park, conhecido “Upper East Side”, e o mais interessante, escrito com uma abordagem antropológica, o que traz um frescor, uma descontração e sempre que possível um distanciamento dos fatos observados, se bem que nem sempre isso é possível, é um dilema de todo observador/pesquisador. A autora narra alguns acontecimentos que são realmente chocantes, como nesta passagem: “Um pouco à frente, vi uma mulher bem-vestida e solitária andando de maneira determinada em minha direção...fiz como os carros e os nova-iorquinos, e me mantive à direita.... Cheguei um pouco mais para a direita, e depois outra vez, dando-lhe ainda mais espaço, enquanto ela continuava seu rumo em minha direção... se continuasse a desviar para a direita…iria me chocar com a grande lata de lixo de metal laranja…isso era ridículo, pensei...pouco antes da lata de lixo, parei de maneira abrupta...e encarei a mulher...ela olhou bem nos meus olhos enquanto, deliberada e bruscamente roçou meu braço esquerdo com sua bolsa magnífica. Então deu um sorriso de superioridade”. Mas o livro traz surpresas e conclusões surpreendentes ao final do texto. Eu fiquei particularmente tocado com a sensibilidade da narração de um fato envolvendo nascimento e morte, descrito pela autora no capítulo 7, já no final do livro, aliás recomendo a leitura de um livro que se desenvolve exatamente em torno dessa premissa: A Desumanização, do Valter Hugo Mãe.

site: https://www.instagram.com/puddingpop69/
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Aline T.K.M. | @aline_tkm 18/11/2016

Estranhamento e boas surpresas
Entrar em um mundo desconhecido. Foi essa a sensação experimentada por Wednesday Martin ao se mudar com o marido e o filho bebê para o Upper East Side, em Manhattan. E é dessa mesma sensação que nós, leitores, provamos grandes bocados ao acompanhar a verdadeira jornada épica urbana vivida e descrita pela autora em Primatas da Park Avenue.

Após deixar Downtown para se instalar no bairro nobre localizado entre o Central Park (5th Avenue) e o East River, e uma das regiões mais caras dos Estados Unidos, Wednesday inicia uma árdua fase de adaptação, que inclui a tentativa – necessária – de se integrar ao seleto grupo de mães da região. Em paralelo, estuda e analisa os hábitos, rituais e valores de uma tribo que se veste de Chanel e se equilibra em saltos altíssimos.

De forma leve e bem-humorada, a autora nos conduz rumo à essência desse grupo de mulheres riquíssimas, casadas com homens poderosos e que exercem a maternidade intensiva, participando e se responsabilizando por cada passo do desenvolvimento de seus rebentos, investindo muito dinheiro em sua educação, em roupas de grife, festas de aniversário estrondosas e nos mais variados privilégios.

Da adaptação ao pertencimento, não sem antes passar pelo estranhamento e pela compreensão, ser uma dessas mães do Upper East Side revela-se mais complicado do que a gente – e a própria Wednesday – pode imaginar.

Ainda que não haja a barreira das limitações financeiras – afinal, morar em Upper East Side já é sinônimo de riqueza –, as lutas são árduas para se conseguir as coisas. Ter como comprá-las, por si só, não é suficiente para ter acesso a elas: é preciso, acima de tudo, uma rede de contatos relevantes e uma vida social movimentada.

Desde comprar um apartamento – o conselho de condôminos exige pormenores de sua vida pessoal e financeira para decidir se te deixam morar no prédio – até simplesmente ter acesso ao formulário de inscrição para tentar – sim, eu disse tentar – uma vaga para o seu filho em uma prestigiada pré-escola particular; logo nesses primeiros obstáculos, Wednesday percebe que os contatos valem ouro naquele mundo.

Ok, filho aceito no processo seletivo do maternal – pois é... –, outro desafio tão importante quanto se apresenta: conseguir playdates para o pequeno. Uma característica muito forte da tribo de mães de Upper East Side é que a vida social da mãe é completamente dependente e gira em torno da da criança. Por isso, os playdates com os amiguinhos da escola, filhos de gente endinheirada e poderosa, são essenciais para integrar-se à tribo.

A essa altura, é de se imaginar que ser ignorada, desprezada, olhada de cima a baixo e humilhada faz parte do processo. Wednesday, que antes jamais imaginava que fosse se importar verdadeiramente com isso, sofre com a hostilidade, mas desistir não é uma opção – a menos que queira arruinar sua vida social e o futuro dela e de seu filho de maneira permanente.

Como eu disse lá no começo, enquanto Wednesday passa por todas essas experiências, ela também as estuda. As referências a antropólogos, especialistas em primatas e em aves, e outros estudiosos, são recorrentes no livro e é bem interessante perceber as semelhanças entre a vida em sociedade dos seres humanos e a dos primatas não humanos. Se a tribo de mães do Upper East Side é baseada em hierarquias e tem códigos sociais bastante específicos, também os macacos têm por hábito a adulação a fim de subir um degrau na escada social.

Para nós, reles mortais com uma coleção de boletos atrasados no fim do mês, isso tudo pode parecer de uma futilidade sem tamanho. Mas, ao nos aprofundarmos com a autora no mundo dessas mulheres, acabamos compreendendo – mesmo sem concordarmos – algo sobre suas motivações e atitudes. E notamos que esse mundo perfeito, com muito dinheiro e poder em jogo, também esconde suas imperfeições.

O mundinho do Upper East Side é machista e extremamente segregado quanto aos gêneros. Homens e mulheres têm um papel muito definido dentro dessa tribo; o homem é o provedor e a maioria das mulheres é completamente dependente do marido, apresentando níveis de estresse estratosféricos. A pressão por manter o status, estar sempre perfeitas, bem vestidas e magérrimas mesmo logo após o nascimento dos filhos, e a responsabilidade total em tudo o que envolve as crianças deixam essas mães desestabilizadas por dentro. O que a gente enxerga de fora é que são sempre muitos detalhes, códigos e um jogo de relações e interesses muito intenso o tempo todo, sem trégua. Mas essas mulheres, muitas vezes cruéis umas com as outras, também são unidas por um forte laço de amizade e cooperação, e Wednesday vivencia esse aspecto do grupo na própria pele.

Sem deixar de lado o tom divertido, o livro traz consigo uma reflexão sobre o modo de vida, valores e prioridades do mundo ocidental abastado dos dias de hoje. Primatas da Park Avenue fala de uma sociedade e um estilo de vida específicos, um mundo à parte e ao qual 99,999999999% da população jamais terão acesso. Um mundo de privilégios, mas de tensão constante, ao qual Wednesday se integra e passa a enxergar não mais como uma forasteira, mas como parte dele.

No fim das contas, mesmo em meio à selva mais hostil, percebemos que ainda existem sentimentos como a empatia e a consideração. Em essência, assim como os demais primatas e outros animais, cooperamos uns com os outros e, não importa se no seleto Upper East Side ou num bairro simples em qualquer outro país, nos sentirmos parte de um grupo é fundamental para a sobrevivência.

LEIA PORQUE
A autora divide suas experiências conosco de forma descontraída – parece que estamos ouvindo o relato de uma amiga próxima – sobre um mundo completamente estranho a todos nós e que, ao mesmo tempo, nos causa fascínio e curiosidade.

DA EXPERIÊNCIA
Apesar da leveza do texto, é preciso se entregar a essa leitura de cabeça superaberta para aproveitá-la ao máximo. É hora de colocar de lado julgamentos e preconceitos do tipo “isso é muito fútil”, “aquilo é ridículo” e “que gente sem noção” – mesmo que isso pareça verdade na nossa realidade.

Minha reação durante a leitura foi ambígua: ao mesmo tempo em que ficava abismada, achava hilária a dimensão que algumas coisas adquiriam. Não pude evitar me divertir com o capítulo dedicado à obsessão e à saga por uma bolsa Birkin, da Hermès, e ao mesmo tempo, ficava “meu, como assim?!?!?!”.

FEZ PENSAR
Quanto mais a gente mergulha e compreende esse – e outros – universos, mais os julgamentos gratuitos perdem lugar. Com dinheiro, status e inserido em uma sociedade como essa, quem pode garantir que não teria atitudes semelhantes? Como o livro nos diz, os animais têm a necessidade intrínseca de pertencimento.

Deixando de lado a parte mais cabeçuda da coisa, não tem como não lembrar de Bonequinha de Luxo, O Grande Gastby e também da série que eu mais amei na vida inteira, Sex and the City.

site: Livro Lab
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JRTHEPOWER 24/06/2016

Excelente leitura!
É um livro que a princípio parece fútil para algumas pessoas. Mostra a rotina de vida dos ricos de uma parte exclusiva de New York, onde vivem de aparências, são esnobes e fazem parte de um clube fechado. Essa escritora entrou nesse mundo, fez parte e por fim, tirou suas conclusões. É um livro gostoso e leve. Vale a pena!
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