Victoria (Vic) 09/01/2022Meu livro favorito da vida!!!Termino Os Miseráveis com lágrimas nos olhos e vontade de bater sonoras palmas à genialidade dessa maravilhosa obra. Obrigada, Victor Hugo, que presenteou a humanidade com uma das mais sensíveis retratações das misérias e das felicidades humanas, de perdas, ganhos, tragédias, recomeços, amores, traições, injustiças e da grande honra que é estar vivo. É uma dessas obras life-changing, ficando no topo das histórias que mais me emocionaram e tornando-se o meu livro favorito da vida.
Não foi uma leitura fácil em todos os momentos: o capítulo da Batalha de Waterloo ficará marcado em minha mente como o mais desafiador que já li. Muitas vezes parei a leitura, fiquei confusa nas alusões históricas e literárias no meio das digressões. Comecei o livro em 2020, e após quase um ano sem lê-lo, retomei no final de 2021 me arrependendo de não ter terminado antes, mas feliz por ter ficado dentro da história por tanto tempo.
Refleti sobre religião, direitos humanos, o bem e o mal, direito e punição, justiça e injustiça. Recebi aprendizados para toda a vida e tornei-me uma pessoa mais empática, ficando impressionada com o quanto Victor Hugo tinha noção de justiça social já em 1862, tornando como protagonistas os chamados miseráveis sociais. Fico feliz em poder ter conhecido tantos personagens icônicos e suas histórias, os quais me recordarei aqui e que me despeço com dor no coração, como se fossem pessoais reais.
Ao Bispo Myriel, que me encantou com sua bondade e mostrou exatamente o que ser cristão significa com suas palavras e seus castiçais de prata.
A Fantine, que só conheceu a infelicidade e o sofrimento em nome do amor e mostrou as dores de ser mulher em uma sociedade miserável.
A Cosette, a criança, anjo, resgatada, amada e uma luz no meio de tanta dor.
A Marius, bobo e apaixonado, extremamente inocente mas com honradas intenções.
A Javert, que me deu ódio mas compreensão. Que me fez tremer ou agradecer quando surgia. Representante da justiça, mas uma crítica aos extremos.
A Gavroche, um dos meus personagens favoritos, o mais divertido, abandonada criança iluminando as ruas de Paris.
Aos Thérnardier, que me revoltaram ao extremo mas me proporcionaram bons momentos divertidos durante a leitura. Especialmente a você, Eponine, heroína injustiçada. Sempre guardarei suas lágrimas!
A Enjolras e aos bravos revolucionários, o marcante Petit-Gervais e Champmathieu, o extravagante Gillenormand e todos os outros dezenas de personagens.
E finalmente, a Jean Valjean, Senhor Madeleine, Senhor Fauchelevent, Prisioneiro número 24601. Mártir, homem injustiçado, com ódio, dor e revolta, que ascendeu a um posto quase santificado, de abnegação, coragem, altruísmo e sacrifício. Um dos meus personagens literários favoritos de todos os tempos. Obrigada.
Sinto que não serei capaz de colocar todos os meus sentimentos escritos aqui. A única forma de fazê-los compreender a grandeza da obra é insistir que embarquem nessa jornada de mais de 1500 páginas. Os Miseráveis não é um livro, é uma experiência belíssima, que representa o melhor da literatura e que com certeza levarei comigo por toda a vida, em meu coração.
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“A maior felicidade da vida é termos a convicção de que somos amados.”
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"Morrer não é nada, horrível é não viver."