Os Miseráveis

Os Miseráveis Victor Hugo
Júlio Emílio Braz




Resenhas - Os Miseráveis


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Fábio 29/07/2011

Enquanto sobre a terra houver ignorância e miséria, livros como este não serão inúteis

Os Miseráveis é um romance de valor intangível do grande escritor Victor Hugo, expoente escritor, no que se refere ao realismo, nesta obra ele tira o véu da frente de nossos olhos e escruta a pobreza, a miséria, a exploração da criança, o abandono dos idosos. O horizonte que traz esse livro é de uma tristeza confrangedora e baça como uma mortalha, não mede esforços para dizer toda a verdade sobre a miséria, tudo que já sabemos, mas temos medo de admitir.

Entes que vivem na ignorância, nas trevas, sem a luz, ou seja, analfabetos, sem estudos, sem oportunidade, na última, ou melhor, debaixo da última camada social; é exposto nesta obra. Com uma descrição descomunal ele amálgama história, filosofia e geografia, incrustando uma história ímpar e singular de uma transformação completa de um forçado das galés.

Jean Valjean, protagonista, é condenado a cinco anos de trabalhos forçados, por roubar um pão, para alimentar sua família que morria de fome, o desespero levou ao ato criminoso. Todavia a injustiça de uma pena incomum, por um crime famélico criou um sentimento soez dentro de seu coração, o que levou a várias tentativas de fuga, aumentando em quatorze anos sua pena, no total, 19 anos nas galés por um pão roubado!

Vale salientar que as galés não é uma prisão comum é uns dos piores lugares onde um facínora poderia imaginar pagar seus crimes, para se te uma idéia, a Prisão de Guantánamo hoje seria férias na Disneylândia para esses condenados. Após cumprir sua lúgubre pena, Jean Valjean sai com um sentimento vil, querendo se vingar da torpe sociedade preconceituosa, pois agora seu passaporte é amarelo, ou seja, está marcado pelo opróbrio de ser um ex-forçado, Hugo mostra que a liberdade não é estar solto, pode-se sair da prisão, mas não da condenação.

Nesse ínterim, o Bispo de Digne, Charles-François-Bienvenu Myriel, lhe estendeu a mão, inimigo de qualquer preconceito, abre as portas de seu simples lar para Jean, no qual, foi recebido como uma pessoa normal ; arrumou a melhor cama e deu lhe de comer, tirando até mesmo da gaveta os talheres de prata, que somente usava para jantares com pessoas importantes.

A vida de Jean Valjean após conhecer o Bispo, Monsenhor Bienvenu, nunca mais será a mesma, a partir desse ponto sua transformação ocorrerá, o primeiro passo é criar uma consciência. Poderemos acreditar que um ex-forçado das galés, prisioneiro violento de alta periculosidade, possa de espontânea vontade mudar para o bem? O Bispo conseguirá resgatar a alma que está enveredada no caminho do mal? Essas respostas são apenas alguns fatos que vocês saberão ao deglutir está obra.

Raskolnikov em Crime e Castigo foi perseguido pela policia, sondado, pesquisado, enfim escrutado; todavia a perseguição que Jean Valjean sofreu nas mãos do incansável Javert, é inverossímil, também no livro é citado o famigerado Pierre François Lacenaire, que foi a inspiração para a obra de Dostoiévski.

Vários personagens complexos, gírias, bandido com voz de ventríloquo, reuniões subversivas, injustiça, preconceito, morte, miséria, risos mefistofélicos, turba germinal, gritos hediondos, criaturas famélicas explodem em cada página. Não espere encontrar jocosidades, obra tétrica!

Gláucia 19/04/2011minha estante
Nossa, você resumiu o obra de forma magistral, adorei os adjetivos.


Fábio 18/01/2012minha estante
Obrigado :)


Gustavo 15/12/2012minha estante
Rapaz suas resenhas são muito boas! Espero que as obras (indicadas por ti) sejam assim tão cativantes e eloquentes como a maneira de que você as redige. Show de bola!Continue assim! =)


Fábio 18/12/2012minha estante
Obrigado, Gustavo, mas pode ter certeza que as obras são melhores hihihi


Wylerson 15/01/2013minha estante
Entrei hoje nesta rede social, indicada por uma amiga, sendo este o primeiro título que procurei (por ser minha preferida obra de arte literária) e, para minha surpresa, no meu derradeiro primeiro contato já me deparo com esta que confesso ser, singela e sinceramente, a melhor resenha que eu já li sobre esta obra em todo meu tempo de vida. Parabéns, 'Fabinho', salvas orquestrais para vc, já me fizeste gostar do site. =)


Fábio 16/01/2013minha estante
Muito obrigado Wylerson, fico feliz por suas palavras e seja bem vindo, aqui nós aprendemos muito a cada dia, trocar informações de nosso interesse é sempre um aprendizado contínuo.


Brunna 16/02/2013minha estante
Olá tenho que fazer um trabalho,onde tenho que fazer uma resenha do Filme os Miseráveis,essa resenha serve? Assim não vou copiar tudo,vou tentar pelo menos mudar um pouco,vou ver uma parte do filme,pra arrumar,mais o trabalho é pra depois de amanhã então eu nem vou ter tempo pra ficar fazendo resenha,pois vou sair,vc recomendaria essa resenha? Ou o que fala no filme,é diferente do que fala no livro?


ray 26/03/2013minha estante
Gostei muito tenho um trabalho e a resenha me ajudo muito valeu


julia 29/08/2013minha estante
que resenha!!nunca li nenhuma resenha tão eloquente quanto a tua. Tem o dom da escrita sem duvida.
vi o filme recentemente e não consigo deixar de pensar na obra. É minha próxima leitura pois preciso mais do que ver retratado nas tela é ler o que o autor escreveu. Ainda que a realidade retratada seja nua e crua.Sem subterfúgios.
tuas palavras são mais um incentivo para ler essa obra..abraços!


Cidinha.Campos 14/06/2015minha estante
Parabéns Fábio pela resenha você realmente é ótimo!


Paula Ramos 29/07/2016minha estante
Este livro ja estava na minha lista, agr então rs .. Parabéns pelo resumo.


Aline 04/02/2019minha estante
Sensacional sua resenha, não tenho palavras, só sei sentir.


Cris Costa 16/04/2019minha estante
Síntese magistral de uma obra universal! Vou ler este livro com toda a certeza! Obrigada pela resenha! Parabéns!


Fábio 16/05/2019minha estante
Obrigado Cris Costa! Realmente esse livro nunca envelhece, é impressionante


Victor.Hugo 16/09/2019minha estante
eu começei a ler esse livro eu adorei e era legal tinha a frase que eu entedi, que o bispo falava que queria ajudar o homem intao o autor e o victor hugo .tinha o roubo.


Fábio 03/10/2019minha estante
Tem que ler mesmo Victor.Hugo! Olha seu nome que bonito haha


Aurea 07/02/2020minha estante
Tem como ler aqui nesse app como funciona


Fábio 07/02/2020minha estante
Aurea O Skoob é apenas uma rede social focado em leitores, você pode apenas marcar os diversos livros como lido, vou ler, abandonei etc. Para ler terá que procurar o livro em outro lugar. Minha sugestão: vá para biblioteca pública da sua cidade, pois com certeza esse livro estará lá, é um clássico.


Rutinha 12/04/2020minha estante
Verdade


Gustavo.Silva 21/07/2020minha estante
Admiro este livro, pelo fato de que foi a primeira vez que relacione a literatura com os assuntos acadêmicos e cotidianos. No oitavo ano, estudava a Revolução Francesa, e não muito tempo antes, havia lido sobre esse livro. Em sociologia, trabalhamos a primeira revolução industrial e a estrutura precária que a França se encontrava social e política. Algo que me impacto muito e me fez apreciar cada vez mais a leitura, mesmo que fosse um costume antigo.


Alcionemaria 30/08/2020minha estante
Conta-se que ele (Victor Hugo) mandou um telegrama a seu editor para saber como iam as vendas de seu livro. O texto do telegrama: ??? E a resposta foi: ?!?
Não sei dizer se é lenda ou verdade, mas soube disso por um telegrafista.


Marcia 25/12/2020minha estante
Triste constatar que todo a temática desta obra maravilhosa continua tão atual...


Jdsmatos 05/01/2021minha estante
Muito bom


Fernanda4153 17/02/2021minha estante
Estou chocada


Fábio 26/05/2021minha estante
O tempo passa e ainda continua vivo as ideias contidas nesse livro. Com a pandemia mais desigualdade, mais pobreza, mais "miseráveis" estão perdidos pelo planeta terra.


Demes0 04/03/2022minha estante
Poxa, que resenha! Ganhou um fiel seguidor! Parabéns! Eu li essa obra em 2021 mas não conseguiria descrevar com tanta maestria como fez.

Parabéns!


Sarinha 09/03/2022minha estante
Estava na dúvida para iniciar a leitura. Mas a sua resenha é perfeita. Lerei com certeza.


Jdsmatos 18/04/2022minha estante
Parabéns pelo resumo


Lívia 27/06/2022minha estante
Melhor livro ?


Magila 13/08/2022minha estante
Acabei de ler este livro hoje, e ainda estou assimilando tudo que li, porque é de uma grande complexidade, realmente te mostra a realidade sem dó.
Parabéns, ficou muito boa sua resenha??


BetAlvares 12/11/2022minha estante
Ainda não li! Mas, sua resenha contou tudo com maestria. Parabéns


Patrão 04/12/2022minha estante
Como que lê


Bruno Santos 26/12/2022minha estante
Encontrei esse livro recentemente e não encontrei até agora uma resenha tão bem feita como está, parabéns.


Maick 07/03/2023minha estante
Comprei e já estou lendo ! Serão 1510 páginas de muito aprendizado .


Silva368 12/07/2023minha estante
Esse livro é imensamente bom amooo


Iria.Collar 24/07/2023minha estante
Parabéns pela resenha! Esse livro realmente é ímpar!


Hemilly58 30/03/2024minha estante
Já li várias vezes amo esse livro


Felipe Vieira 28/04/2024minha estante
Incrível!




xzsatur.no 10/08/2024

?Não basta destruir os abusos; é preciso mudar os costumes.?
?Existe uma coisa que é maior que o mar: o céu. Existe um espetáculo maior que o céu: é o interior de uma alma.?

Victor Marie Hugo (1802-1885), nascido em 26 de fevereiro de 1802 em Besançon, França, é um dos pilares da literatura mundial e uma figura central do romantismo francês. Filho de um general do exército de Napoleão e de uma mãe profundamente religiosa, Hugo cresceu em um ambiente marcado por fortes contrastes ideológicos, o que influenciou sua visão de mundo e sua produção literária. Desde cedo, revelou um talento extraordinário para a escrita, e aos 20 anos já havia publicado sua primeira coletânea de poemas, que lhe trouxe reconhecimento imediato. Ao longo de sua prolífica carreira, Hugo destacou-se não apenas como poeta e romancista, mas também como dramaturgo, ensaísta e político. Sua obra é caracterizada por uma profunda sensibilidade social e um forte compromisso com a justiça, a liberdade e a dignidade humana. Seus romances e peças de teatro abordam temas como a opressão, a desigualdade social, e a luta por redenção, sempre com um olhar compassivo sobre os mais marginalizados. Exilado durante quase duas décadas devido à sua oposição ao regime de Napoleão III, Hugo continuou a escrever com fervor, denunciando a tirania e defendendo os direitos humanos. Durante este período, produziu algumas de suas obras mais importantes, incluindo ?Os Miseráveis?, ?O Corcunda de Notre-Dame? e ?Os Trabalhadores do Mar?. Victor Hugo faleceu em 22 de maio de 1885, em Paris, e seu funeral foi um evento de comoção nacional, refletindo o imenso impacto que sua vida e obra tiveram na França e no mundo. Enterrado no Panthéon, ao lado dos maiores heróis da nação, Hugo deixou um legado imortal, com suas obras continuando a inspirar gerações por seu apelo universal e sua profunda humanidade.

?Os miseráveis?, amplamente reconhecida como uma das maiores obras da literatura francesa, foi escrita por Victor Hugo e publicada pela primeira vez em 30 de março de 1862. Este monumental romance mergulha nas profundezas da condição humana e das injustiças sociais do século XIX. Ao longo de mais de 1.900 páginas, Hugo nos presenteia com um vasto e detalhado mosaico de personagens e eventos que simbolizam a luta pela justiça e a incessante busca por moralidade e humanidade. Com narrativas que se entrelaçam, o livro é dividido em cinco grandes partes, cada uma explorando diferentes aspectos dessa jornada épica.

Parte I: Fantine (Tomo I)

A história de ?Os Miseráveis? começa em 22 de outubro de 1815, quando Jean Valjean é libertado após cumprir 19 anos de trabalho forçado. Seu crime original foi roubar um pão para alimentar seus sobrinhos famintos, mas suas repetidas tentativas de fuga aumentaram significativamente sua sentença. Agora em liberdade, Valjean carrega o estigma de ex-condenado e é constantemente rejeitado pela sociedade. Sem rumo e desesperado, ele encontra abrigo na casa do Bispo Charles-François-Bienvenu Myriel, em Digne. Durante a noite, tomado pelo ressentimento, Valjean rouba os talheres de prata do bispo e foge. Quando é capturado pela polícia, o bispo, de forma inesperada, confirma que a prata foi um presente e ainda entrega a Valjean dois castiçais de prata, aconselhando-o a usar o dinheiro para se tornar um homem honesto. Esse ato de imensa bondade provoca uma profunda crise moral em Valjean, que decide mudar de vida. Ele rasga seu documento de liberdade condicional, assume uma nova identidade e se transforma em Monsieur Madeleine.

Em Montreuil-sur-Mer, Valjean, agora como Monsieur Madeleine, se estabelece como um empresário bem-sucedido, dono de uma fábrica, e é nomeado prefeito da cidade devido à sua generosidade e competência. Simultaneamente, somos apresentados a Fantine, uma jovem ingênua que, após ser seduzida e abandonada por seu amante Tholomyès, fica sozinha para cuidar de sua filha, Cosette. Desesperada e sem recursos, Fantine confia a guarda de Cosette a um casal de estalajadeiros, os Thénardier, em Montfermeil, na esperança de que a tratem bem. No entanto, os Thénardier são cruéis e gananciosos, maltratando Cosette e explorando Fantine, exigindo cada vez mais dinheiro com base em mentiras e falsos pretextos.

Fantine trabalha na fábrica de Monsieur Madeleine, mas, ao ter sua condição de mãe solteira descoberta, é demitida. Sem opções para sustentar sua filha Cosette, ela começa a vender seus cabelos e dentes, e eventualmente recorre à prostituição. Sua vida rapidamente se deteriora em uma espiral de desespero e miséria. Fantine é presa injustamente por Javert, o severo inspetor de polícia, após atacar um cliente que a havia humilhado. Como prefeito, Valjean intervém para libertá-la, reconhecendo a injustiça que ela sofreu. Compadecido com sua situação, Valjean promete resgatar Cosette e cuidar dela, buscando reparar o sofrimento de Fantine.

Enquanto isso, um homem chamado Champmathieu é preso por roubo e erroneamente identificado como Jean Valjean. Javert, que sempre suspeitou de Monsieur Madeleine, comunica ao prefeito sua descoberta e, em um gesto de honra, admite ter denunciado Madeleine como sendo Valjean. Confrontado com esse dilema moral, Valjean passa por uma crise de consciência profunda. Ele decide se entregar para salvar o inocente Champmathieu, revelando sua verdadeira identidade no tribunal. Após o julgamento, Valjean escapa para resgatar Cosette, mas antes garante que Fantine receba o cuidado adequado em seus últimos momentos. Fantine morre acreditando que verá sua filha, enquanto Valjean é forçado a fugir novamente, sendo implacavelmente perseguido por Javert.

?Assim, durante os dezenove anos de tortura e escravidão, essa alma, ao mesmo tempo, elevou-se e tornou a cair. Por um lado, entrou na luz, por outro, perdeu-se na escuridão. Jean Valjean, como vimos, não era de natureza perversa. Quando chegou às galés, ainda se conservava bom. Mas agora condenava a sociedade e sentia que se tornara mau; condenava a Providência e percebia que se tornara ímpio. Neste ponto, é difícil deixar de refletir por um momento. A natureza humana pode transformar-se tão completamente? O homem criado bom por Deus pode tornar-se mau pelo homem? Pode a alma ser completamente mudada pelo destino, tornar-se má, quando este não é bom??

Parte II: Cosette (Tomo I)

Cosette, a filha de Fantine, vive uma infância marcada por abusos e negligência sob a custódia dos cruéis Thénardier. Tratada como uma criada e desvalorizada em contraste com as filhas dos Thénardier, Éponine e Azelma, Cosette, conhecida como ?a Alondra? por sua resiliência e esperança, mantém-se forte. Em uma noite de Natal, Valjean a encontra enquanto ela busca água na floresta. Tocando-se de sua dor e coragem, ele decide cumprir a promessa feita a Fantine e resgata Cosette, pagando uma soma considerável para garantir sua liberdade. Valjean e Cosette então se mudam para Paris, onde vivem em total anonimato. Valjean trata Cosette com o carinho de um pai, e entre eles se desenvolve um vínculo profundo e afetuoso. Para evitar ser descoberto por Javert, Valjean mantém uma vida discreta, mudando frequentemente de residência. Ele dedica-se a ensinar Cosette a ler e a amar, protegendo-a do mundo exterior. Eles encontram um lar tranquilo em uma casa no convento Petit-Picpus, onde vivem serenamente por vários anos. Valjean trabalha como jardineiro, enquanto Cosette recebe uma educação religiosa e cresce sob sua cuidadosa orientação.

Parte III: Marius (Tomo I)

Marius Pontmercy é introduzido como um jovem estudante em Paris. Filho de Georges Pontmercy, um coronel bonapartista, Marius é separado de seu pai por seu avô, Monsieur Gillenormand, um monarquista radical que condena as ideias revolucionárias de Pontmercy. Criado sob a influência de seu avô, Marius adota valores monárquicos. Contudo, ao descobrir a verdadeira história de seu pai, Marius se volta para as ideias republicanas e rompe com seu avô, optando por uma vida modesta como estudante de direito. Marius se junta aos ?Amigos do ABC?, um grupo de estudantes revolucionários liderados por Enjolras, dedicados à causa republicana e ao planejamento de uma insurreição contra o governo monárquico. Durante seu envolvimento com o grupo, Marius encontra Cosette em um parque e se apaixona à primeira vista. Ele começa a seguir Cosette, mas, preocupando-se com a segurança dela, Valjean decide mudar-se para uma nova residência.

?Para que serve estar tão alto se não vemos nada além da ponta do nariz do nosso próximo? Vivamos alegremente. A vida é tudo. Que o homem tenha outra vida em outro lugar, no alto, embaixo, em qualquer parte, não creio que seja má doutrina.?

Enquanto isso, a família Thénardier, após a perda de sua estalagem, cai em desgraça e se estabelece em Paris como criminosos. Thénardier, agora chefe de uma gangue, planeja um assalto à casa onde Valjean e Cosette moram. Marius, que vive na mesma área, descobre o plano e tenta intervir, mas Valjean já havia decidido mudar-se. Com a tentativa de roubo falhando, Thénardier e sua gangue são presos. Reconhecendo Thénardier como o homem que salvou seu pai na Batalha de Waterloo, Marius decide ajudar o criminoso anonimamente.

Parte IV: O Idílio da Rue Plumet e a Epopeia da Rue Saint-Denis (Tomo II)

Os ?Amigos do ABC? lideram uma insurreição durante a Revolta de Junho de 1832, erguendo barricadas nas ruas de Paris. Marius, desesperado pela ausência de Cosette e decidido a morrer na batalha, se junta à luta. Valjean, ao descobrir a participação de Marius, decide segui-lo até a barricada para protegê-lo.

Durante os combates, Marius se destaca heroicamente, mas é gravemente ferido. Valjean, disfarçado, luta ao lado dos revolucionários e, em um momento crucial, salva Marius ao levá-lo pelos esgotos de Paris. Nos esgotos, Valjean enfrenta intensos sofrimentos físicos e morais enquanto carrega o corpo inconsciente de Marius e é perseguido por Javert.

Quando Valjean se depara com Javert nos esgotos, o inspetor está dividido moralmente. Incapaz de reconciliar sua devoção à lei com a compaixão que sente por Valjean, que lhe havia poupado a vida, Javert enfrenta um dilema insuportável. Impossível de resolver essa contradição interna, ele se suicida jogando-se no Sena, libertando Valjean de sua perseguição.

Parte V: Jean Valjean (Tomo II)

Valjean entrega Marius à sua família, que cuida dele durante sua recuperação. Marius, inconsciente dos sacrifícios de Valjean, acredita erradamente que ele é um criminoso perigoso e consente com a decisão de Valjean de se afastar de Cosette. No entanto, com o tempo, Marius descobre a verdade sobre Valjean através de Thénardier, que tenta chantageá-lo com informações falsas. Marius então percebe que Valjean é o verdadeiro herói que o salvou e que sacrificou tudo por amor a Cosette.

?A luz que nos iluminava por trás estava disposta de tal modo que você a via branca e ela via apenas a silhueta escura do interlocutor. Essa luz era um verdadeiro símbolo. Contudo, os olhos mergulhavam avidamente naquele vazio aberto num lugar vedado a todos os olhares. Uma espessa névoa envolvia aquela forma vestida de luto.?

Determinados a encontrar Valjean, Marius e Cosette o procuram e o encontram em estado debilitado e à beira da morte. Eles o levam de volta para casa, onde Valjean morre em paz, cercado pelo amor de Cosette e Marius. Em seus últimos momentos, ele se sente reconciliado com seu passado, sabendo que sua vida teve significado através do amor e do sacrifício.

A narrativa de ?Os Miseráveis? explora profundamente temas como justiça, redenção e luta social por meio de uma complexa rede de personagens interligados e subenredos entrelaçados com a trama principal. O romance é estruturado de maneira rica e multifacetada, com um grande enfoque em detalhes históricos e sociais. Victor Hugo adota uma abordagem quase documental, incorporando eventos históricos reais e reflexões filosóficas que ampliam a compreensão da França do século XIX. As descrições minuciosas de cenários, eventos históricos e personagens secundários enriquecem a narrativa, oferecendo uma visão panorâmica da sociedade da época. A escrita de Hugo é marcada por descrições vívidas e uma exploração profunda das emoções e conflitos internos dos personagens. Ele combina prosa poética com um realismo contundente, alternando entre passagens líricas e trechos que revelam a crueza da vida. Através de simbolismos e metáforas, Hugo aprofunda a análise social e moral da obra. Os ambientes descritos, como subterrâneos e bairros pobres, não servem apenas como cenário, mas também refletem o estado psicológico e social dos personagens.

Além disso, ?Os Miseráveis? é uma crítica incisiva às instituições e injustiças da sociedade francesa do século XIX. O livro denuncia o sistema penal opressor e a ineficácia da lei em promover verdadeira justiça, como exemplificado pela perseguição incessante a Jean Valjean. A obra critica a desigualdade social extrema e a falta de empatia institucional para com os pobres e marginalizados. Hugo também questiona a moralidade rígida e a hipocrisia das normas sociais e religiosas, sugerindo que a verdadeira moralidade reside na compaixão e na compreensão, em vez de conformidade cega às regras. Através de seus personagens e enredos, Hugo apresenta uma visão crítica das instituições de poder e dos sistemas sociais que perpetuam a opressão e a injustiça.

Li este livro exatamente cinco meses atrás e lembro que, ao terminá-lo, não consegui conter as lágrimas. Não sou de chorar com livros, mas ?Os Miseráveis? tocou-me profundamente. Desde o início, sua narrativa e escrita foram marcantes, oferecendo uma experiência de leitura inesquecível. Sabe aquele livro que te deixa triste apenas pelo fato de estar acabando? Foi exatamente isso que senti, da mesma forma que experimentei ao ler ?O Conde de Monte Cristo? recentemente. A leitura é intensa e repleta de críticas sociais, principalmente sobre desigualdade e pobreza. É uma realidade dura, que muitos não têm a consciência ou a capacidade de enxergar devido à ignorância e preconceito. A sociedade pode ser cruel e cega, muitas vezes ignorando as desigualdades que se manifestam diariamente. Enquanto alguns viajam para países exóticos, há pessoas que enfrentam a dura realidade de viver nas ruas, catando latinhas para conseguir um pouco de dinheiro e sobreviver. Empresários importantes podem estar atrasados no trânsito, enquanto alguém tenta vender balinhas em um sinal vermelho. Cada um com sua própria realidade, e a de muitos é profundamente triste. E assim como Jean Valjean, que roubou um pão para alimentar seus sobrinhos famintos, muitos enfrentam situações similares na vida real. ?Morrer não é nada; não viver é que é horrível!? Desde que li ?Os Miseráveis? pela primeira vez, ele se tornou um dos meus livros favoritos e continua sendo. Amo profundamente e recomendo fervorosamente que você, caro leitor, também o leia. É uma obra verdadeiramente fantástica!

?A geração que atualmente passa pela Terra não está forçada a abreviá-la pelas gerações, aliás, iguais a ela, que mais tarde deverão vir à Terra: Eu existo, murmura esse alguém que se chama Tudo. Sou jovem, amo; sou velho, quero repousar; sou pai de família, trabalho, progrido, faço bons negócios; tenho casas para alugar, emprestei dinheiro ao Estado, sou feliz, tenho mulher e filhos, gosto de tudo isso, quero viver, deixem-me tranquilo. Por isso, em certas horas, o frio profundo com que são recebidos os magnânimos vanguardistas do gênero humano.?
Sophia1312 10/08/2024minha estante
Sensacional essa resenha!


olivversion 10/08/2024minha estante
Ouvi uma história de que várias prostitutas, de diversos bordéis, compareceram ao funeral dele, mas não sei se é verdade kkkk. Enfim, quero muito ler, principalmente depois dessa resenha maravilhosa?


stephany :) 10/08/2024minha estante
Resenha impecável Kakau, li com gosto ???


Yanne0 10/08/2024minha estante
Pre-ci-so tomar vergonha na cara e ler esse livro, ainda mais depois dessa resenha maravilhosa! Até agora, só vi o filme (por sinal, excelente) e lembro que quase morri de chorar qndo tocou "I Dreamed a Dream".


xzsatur.no 11/08/2024minha estante
@Sophia1312, muito obrigada, Sophia!!


xzsatur.no 11/08/2024minha estante
@olivversion, primeiramente, muito obrigada!! Segundamente, sim, isso é verdade!! Você tem que ler, é um livro incrível.


xzsatur.no 11/08/2024minha estante
@stephany :), muito obrigada, Stephany!! Que bom que você gostou.


xzsatur.no 11/08/2024minha estante
@Yanne0, precisa mesmo!! E muito obrigada!! E eu nunca assisti ao filme, acredita? Preciso assistir.


Vania.Cristina 11/08/2024minha estante
Excelente trabalho, Kakau! Quero muito ler esse livro, algo me diz que também vou amá-lo.


xzsatur.no 11/08/2024minha estante
@Vania.Cristina, muito obrigada, Vania!! Que bom que você gostou. ?Os Miseráveis? é um livro maravilhoso e já posso dizer que sim, você também vai amá-lo.


Emilia.Reis 11/08/2024minha estante
Eu amo esse livro, cada quote me faz ficar horas refletindo


xzsatur.no 11/08/2024minha estante
@Emilia.Reis, simmm! E? um livro simplesmente maravilhoso.


guireader 11/08/2024minha estante
Que resenha maravilhosa!!
Já li os miseráveis mas só uma adaptação que acho que nem é 1/3 da obra em si e dps da sua resenha me deu muita vontade de ler


xzsatur.no 11/08/2024minha estante
@guireader, muito obrigada!! Adaptações sempre são menores, o que tira a profundidade do livro. Recomendo demais está leitura!


Amanda S 12/08/2024minha estante
@xzsatur.no , ainda não li o livro, mas reforço aqui a indicação do musical com o Hugh Jackman!! Eu tbm quase desidratei por completo na música da Fantine (Anne Hathaway)!

Vale muito a pena!


xzsatur.no 12/08/2024minha estante
@Amanda S, pois leia, Amanda!! E? bom demais. E muito obrigada pela indicação!


Debor4 15/08/2024minha estante
Tenho muita vontade de ler esse, parece realmente uma ótima experiência?


xzsatur.no 15/08/2024minha estante
@Debor4, é um livro simplesmente incrível, Débora!!


Lari ... 15/08/2024minha estante
Excelente resenha! ????
Preciso ler logo esse! ?


xzsatur.no 15/08/2024minha estante
@Lari, muito obrigada, Lari!! Que bom que você gostou da resenha. O livro é incrível!!


Lari ... 15/08/2024minha estante
Suas resenhas são perfeitas! ?
Pretendo ler ainda esse ano!


xzsatur.no 15/08/2024minha estante
@Lari, muito obrigada novamente, linda!! ??? Agradeço.


lujin 18/08/2024minha estante
como sempre uma otima resenha??


xzsatur.no 18/08/2024minha estante
@lujin, muito obrigada!! Que bom que você gostou da resenha.


Fabio 19/08/2024minha estante
Uau, que belíssima resenha Kakau!!
Parabéns minha querida!


xzsatur.no 19/08/2024minha estante
@Fabio, muito obrigada, Fabio!! Que bom que você gostou da resenha.




Eduardo 04/12/2017

"Se há algo mais pungente do que um corpo agonizante por falta de pão, é uma alma morrendo à fome de luz"
Os Miseráveis, tanto quanto emocionante, é um livro estranhamente inquietante. A força, audácia e perspicácia com que Victor Hugo tratou de temas como a miséria, a injustiça, a degradação humana, a desigualdade social, as revoluções políticas de uma França conturbada e as práticas religiosas fazem desse livro talvez a obra mais ambiciosa de toda a literatura. Reunir tamanhas discussões em torno de personagens e histórias complexas e traçar ideais sociais que justifiquem ou consertem o "erro social" não é uma tarefa simples e muito menos isenta de críticas, já que tudo se trata de um ponto de vista exclusivo do narrador.
Jean Valjean, por ter roubado um pedaço de pão para dar de comer aos sobrinhos, é condenado a cinco anos de prisão nas galés. Devido a suas tentativas de fuga, a pena é expandida e o forçado só fica livre após dezenove anos. Como todo ex-forçado, leva em sua documentação os registros de sua prisão, o que dificulta seu alojamento nos primeiros dias de liberdade e sua aceitação social. É na cidade de Digne que, sem ter onde dormir e comer, acaba encontrando o Monsenhor Benvindo, homem conhecido pela sua extrema bondade e compaixão. Abrigado na casa do bispo, acaba por lhe roubar a prataria e é pego pela polícia no dia seguinte. No entanto, uma ação totalmente inesperada vinda do Monsenhor Benvindo altera pesadamente o rumo do ex-forçado e abala suas emoções. O coração embrutecido e a alma rancorosa de Jean Valjean começam a sofrer uma transformação comovente.
Em outra parte, somos apresentados à história de Fantine, costureira que fica grávida de um jovem que a abandona e, por não ter condições de criar sua filha, a deixa aos cuidados de um casal de taberneiros, os Thenardier, que, corruptos e perversos como são, exploram a jovem mãe. Essa filha chama-se Cosette, menina maltratada e injustiçada pelo casal, a personagem que, durante sua infância, mais causa comoção dentro de toda a história.
Também somos apresentados a Mário, jovem que se envolve em movimentos revolucionários com seus amigos e que, por conta de divergências políticas e familiares, acaba abandonando a casa de seu avô e se entrega a uma vida que o levará à miséria.
Além destes, vários personagens têm papel importante dentro da história, como o pequeno Gavroche, menino de rua astuto e zombeteiro, responsável por passagens cômicas e também emocionantes dentro do livro, e Eponina, que contrasta com uma das ideologias sobre o resultado que a miséria causa ao ser humano, assunto debatido durante algumas digressões do autor.
A trama é composta por dezenas de personagens, o que faz a citação de todos, ou pelo menos da maioria, impossível em uma resenha. No entanto, a genialidade de Victor Hugo é capaz de unir todas essas histórias de uma forma impecável, comovente e surpreendente durante o intervalo de alguns anos pelo qual é composto o romance.
A política é uma peça importante em Os Miseráveis. Ela não abrange apenas o núcleo de Mário e dos Amigos ABC, responsáveis por um dos pontos altos do romance, que acontece durante as insurreições da década de 1830. Abrange a formação do conceito de Victor Hugo a respeito do que pensa acerca da miséria não só material, mas intelectual. Fortemente associado ao poder judiciário, esse tema figura como uma das razões pelas quais a miséria humana existe e não é curada. O narrador defende que a omissão por parte dos poderes superiores, a justiça reservada ao alto escalão social e a falta de luz (conhecimento) são os pilares básicos que constituem a miséria humana.
O romance é recheado de digressões, muitas delas bastante longas. Nessas "interrupções" o narrador nos mostra em detalhes a batalha de Waterloo, a história dos conventos e ordens religiosas de Paris, a saga da construção dos canos de esgoto da cidade e discussões bastante filosóficas em relação à educação, à política, à religião e a Deus, que aqui funciona como uma espécie de jogador, muitas vezes apelidado de destino e responsável pela quantidade de coincidências dentro da história.
Coincidência, aliás, é um fato bastante notável. Elas não são poucas e são minuciosamente organizadas. Concepções de destino e coincidência são particulares não só a quem participa, mas também a quem vê. Aquele que a transforma em realidade pura, simples e em acontecimentos casuais sem deixar que isso seja perceptível é mais do que um contador de histórias, é um grande mestre da pena. A meu ver, nenhum autor que tenha lido até hoje usou melhor seu narrador para convencer o leitor como Victor Hugo.
E qual é o resultado dessa mistura? Os Miseráveis é uma obra simplesmente magnífica. Por mais que o narrador pause sua história para dar espaço a suas digressões, esse tempo não é perdido. Esse recurso dá ao leitor uma sensação de proximidade não só com os personagens, mas também com o narrador. Victor Hugo aproveita-se desse recurso que maneja tão bem para aplicar o maior tom de naturalidade possível ao seu enredo. Não há quem não imagine a tristeza de Cosette e não se compadeça; não há quem não sinta pena de Fantine; não há quem não sinta nojo pelos Thenardier; não há quem não se alegre com Gavroche e queira adotá-lo; não há quem não sinta uma emoção mais acalorada pelo Mário; não há quem não se divirta com as reações que o Monsenhor Benvindo provoca nas pessoas; não há quem não questione a vida e seus mistérios quando olha a trajetória de Jean Valjean. Mais do que isso: não há quem não se envolva de corpo e alma, experimentando todo o tipo de emoção, sentindo a realidade dos personagens no seu âmago, questionando todo o tipo de injustiça que o ser humano é capaz de causar a si e a seus semelhantes. A ansiedade do leitor dura até a última página.
Caberiam muitos adjetivos para descrever Os Miseráveis e ainda assim não seriam suficientes. É mais do que um livro, é a reunião de vidas que nunca escaparão da mente do leitor, é a reunião de situações que serão lembradas para sempre, é a reunião de ideias, conceitos e questionamentos que perpetrarão séculos e ainda assim não poderão ser solucionados. Como Victor Hugo mesmo disse, "enquanto sobre a terra houver ignorância e miséria, livros como este não serão inúteis". A ignorância e a miséria nunca deixarão o ser humano, por conta dessa "lei sombria / que faz que a noite chegue, apenas foge o dia". E, mesmo se um dia o deixarem, inútil é um adjetivo que jamais caberia a este livro, em hipótese alguma.
Dan 04/12/2017minha estante
Nao é só o romance de Hugo uma obra-prima, sua resenha também.


Amanda 04/12/2017minha estante
Nossa que resenha feia, sai daqui menino *-* kkkkkkk quero muuuuito ler *-*


Eduardo 04/12/2017minha estante
Eita, Jordan! Assim eu fico acanhado e sem palavras hahaha. Muito obrigado! Mesmo! :D


Eduardo 04/12/2017minha estante
Já tô saindo, Amanda! Só vou pegar uns doces antes de ir kkkkk. Leia sim *-* É indescritível :D


Carlos 04/12/2017minha estante
Livro mais lindo da vida


Henrique_ 04/12/2017minha estante
Mais uma resenha fabulosa e imagino o quanto não foi difícil elaborá-la. Um verdadeiro marqueteiro de Vitor Hugo. Heheheh
Parabéns!


Gabriel.Silva 05/12/2017minha estante
Excelente a sua resenha !


Diego.Alexandre 05/12/2017minha estante
Cara, que resenha! Vou ter que reler em 2018, não tem jeito... ??


Eduardo 05/12/2017minha estante
Também achei, Carlos! Meu preferido, com certeza :D


Eduardo 05/12/2017minha estante
Hahaha assim eu fico novamente sem jeito, Henrique. Obrigado :D
Deu pra perceber que tô fazendo marketing? Achei que estava bem sutil kkkk


Eduardo 05/12/2017minha estante
Obrigado, Gabriel :D


Eduardo 05/12/2017minha estante
Eita, Diego! Obrigado haha :D Também quero relê-lo um dia. Vou sentir saudades.


jessicamariaa 05/12/2017minha estante
Excelente resenha! Vontade de reler.. Favorito da vida. ^-^


Diego Souzza 05/12/2017minha estante
Cara que resenha, parabéns! Deu-me ainda mais vontade de ler este livro. Meta para 2018, a ser concluída!


Eduardo 05/12/2017minha estante
Obrigado, Jéssica :D Meu favorito da vida também! Um dia pretendo reler também.


Eduardo 05/12/2017minha estante
Muito obrigado, Diego :D Acho que você não irá se arrepender! Coloque na sua meta sim haha


Ery 16/12/2017minha estante
Melhor resenha que já li???


Eduardo 16/12/2017minha estante
Eita haha! Muito muito obrigado, Ery :D


Natiara 09/01/2018minha estante
Seus escritos são maravilhosos, é notável sua paixão pela obra prima! Parabéns! =_=


anacarvalhorc 23/02/2018minha estante
Que resenha mais linda!


MarisaLopes 09/03/2018minha estante
O tamanho do livro sempre me intimidou, mas sua resenha me deixou encantada! Comecei a ler essa semana. Obrigada!


Eduardo 09/03/2018minha estante
Muito obrigado, Natiara :DDD Sim, amei demais Os Miseráveis haha


Eduardo 09/03/2018minha estante
Eita, Marisa! Fico lisonjeado hahaha. Eu é que agradeço pelo comentário :D Aliás, esse foi um livro que havia me intimidado também, mas, depois que comecei, foi impossível parar!


Marco 12/08/2018minha estante
Parabéns pela resenha.




Ana Sá 23/05/2023

Carta aberta a quem fica intimidada ou preguiçosa diante do número de páginas deste livro
Se você tem muita vontade de ler "Os Miseráveis", mas é sempre acometida pela síndrome de Macunaíma ("aiii que preguiça!"), esta resenha-carta é pra você! Demorei cerca de 1 ano e 7 meses para realizar a leitura, então vou usar do meu lugar de fala para dar um empurrãozinho em quem vive paquerando este clássico, mas tem resistido a marcar o primeiro encontro.

Eu não sei quanto tempo de intervalo de leitura determina a nossa desistência de um livro. Quero dizer: se, por exemplo, ficamos um mês sem retomar uma leitura, isso significa que desistimos dela?

Eu não tinha refletido sobre isso até ler "Os Miseráveis". Eu já encarei alguns livros "tijolo" nessa vida, mas neste caso o meu ritmo de leitura foi bem particular. Às vezes, eu lia umas 100 páginas na semana. Depois, ficava muitas semanas sem nem abrir o livro. Nesse intervalo de 1 ano e 7 meses eu acho que cheguei a ficar uns 2 meses sem me lembrar que, teoricamente, eu tinha iniciado um relacionamento sério com Victor Hugo (VH)...
... Mas não é que deu certo esse namoro a distância?

É este o meu ponto: a escrita de VH favorece essa leitura pausada, espaçada. Vou explicar: neste romance, ele investe muito no que eu chamaria de "escrita-zoom": ele inicialmente enquadra o todo para, aos poucos, ir se aproximando, se aproximando, para só então tratar daquilo que envolve determinada personagem. Por exemplo: imaginemos que uma personagem vai precisar pular um muro (e precisou mesmo!); VH vai começar do alto, de uma visão panorâmica do prédio, vai falar de arquitetura, vai falar da história de um determinado monumento afim etc... E... Zoom! Chega a cena da tal personagem pulando o tal muro que, nesse momento, será mais do que familiar para nós! A gente vai se sentir vencendo o muro junto com a personagem, sabendo a textura da parede, sua altura, os detalhes da construção (nas cenas de guerra essa estratégia narrativa funciona espetacularmente!)... Ou seja: pelo menos no meu caso, essa construção do macro pro mico, lenta, favorecia muito a costura da minha memória literária. São poucas personagens e muita ambientação, isso nos faz viver intensamente e em detalhes aquilo que acontece no livro. E por isso a leitura intervalada talvez não seja problemática... Quando eu voltava a VH, eu voltava sempre a um lugar muito familiar, então era fácil me situar outra vez.

Mas, sim, nem tudo são flores, né? Todo relacionamento tem problemas: por vezes, é preciso ter paciência com o estilo de escrita de VH. E, embora na esmagadora maioria das vezes sua escrita seja deliciosamente imersiva e hipnotizante, essa escrita-zoom quando se trata da política francesa, por exemplo, cansa um pouco. E como o autor inicia uma sequência narrativa quase sempre dessa visão mais ampla de algo que está por vir, a gente às vezes se pega pensando: "gente, mas por que esse homem tá falando disso?". É como se ele virasse e nos dissesse: "espera um pouquinho que eu já volto" e nos abandonasse por um tempo numa rua de Paris, bem distante das personagens que até então nos acompanhavam. Eu cheguei a rir sozinha no sofá pois juro que pensei: "o homem esqueceu da Cosette... sério, ele simplesmente esqueceu, ela desapareceu e vai reaparecer com 50 anos!!!". Mas não! Sempre chegava a hora em que eu exclamava: "ahhhhhhhh entendi! nossa, que safado, não é que ele conseguiu ligar tudo?". Ou seja, em algumas passagens parece que rola uma lenga-lenga, ou que ninguém virá nos buscar na escola, mas na verdade se trata apenas de um dos traços da genialidade do VH em conseguir juntar sempre vários fios num acontecimento só! Isso me impressionou muito!

O maior aprendizado que tirei dessa experiência foi o de perceber que a lentidão da leitura não necessariamente significa desinteresse. O modo como VH transforma Paris e todos os elementos urbanos em personagens é delicioso de acompanhar! As relações fraternais e amorosas do livro dão um quentinho no coração! Eu suspirei mais de uma vez... A forma como as descrições de VH transformam a nós, leitoras, em soldados no campo de batalha é inacreditável! É uma escrita muito sensorial, a gente afunda o pé na lama e desvia de golpes junto com os franceses! VH domina a arte do amor e da guerra... Seja na paixão ou no "tiro, porrada e bomba", ele tem o dom de nos colocar em cena! Então não, não foi nem desinteresse nem monotonia que me levaram a 1 ano e 7 meses de relacionamento com esse livro. Acho que simplesmente aprendi a aceitar o tempo que essa obra decidiu me impor.

Ninguém vai morrer se nunca chegar a ler "Os Miseráveis", mas hoje eu diria que morremos mais felizes se o tivermos feito! Por isso, a quem não tem cogitado abrir o livro apenas por causa do medo ou da preguiça de encarar tantas páginas, eu diria: "amiga, se joga nesse relacionamento a distância; você aqui, ele na França, uma ponte aérea de vez em quando pra matar a saudade, sem muito compromisso, vai dar bom! será eterno enquanto dure, mas depois será pra sempre!".

Minha leitura durou sim uma eternidade, mas agora ela é pra sempre... Que coisa bonita esse livro! :)
Carolina.Gomes 23/05/2023minha estante
Ana, é bem isso! Vc retratou com perfeição a experiência de ler essa obra prima. Assumi um compromisso com ele. Qdo comecei, me dediquei somente a ele. Disse p mim: um livro q exigiu atenção exclusiva. Valeu a pena! Foi um experiência rica, linda, inesquecível. Sua resenha me fez sentir o amor, pela obra, pulsar de novo. Obrigada! ??


Flávia Menezes 23/05/2023minha estante
Amiga, bela resenha! E que experiência hein? Acompanhei muito dos seus relatos aqui e acho fantástico ver o quanto você foi persistente e determinada, porque a obra, como você disse, tem mesmo esse ritmo mais lento. Que conquista! E que resenha! ??


Cleber 23/05/2023minha estante
???


Ricardo.Borges 24/05/2023minha estante
Estou assim com Dom Quixote? um dia eu acabo! Kkk


skuser02844 24/05/2023minha estante
Ana, você tem certeza?! ?
Me sinto intimidada e preguiçosa -- sofro demais da síndrome de Macunaíma (adorei, levarei essa expressão para a vida) ? --, sou extremamente desconfiada de relacionamentos à distancia e odeio que me esqueçam na escola! Hahaha ?
Ah, adoro suas resenhas! ???


André Vedder 24/05/2023minha estante
Bela resenha!


Jessica 24/05/2023minha estante
Ana, sua resenha fez um diferencial hoje. Comecei a ler o livro em meados de janeiro. Eu li um pouco menos que 200 páginas em 5 meses. Eu fico envergonhada com isso, pois eu estou amando a escrita, mas agora está me puxando para traz. Hoje mesmo me questionei: "será que eu estou pronta para essa leitura?" Eu nunca li um calhamaço antes e confesso que me senti muito corajosa no início, mas agora fico frustada quando escolho qualquer outra leitura paralela ao invés de pegar o "tijolo". Deus me ajude nessa empreitada, me motivar ao saber que demorar não é desistir. Sigo firme, com minhas 10 pág por semana. Importante dizer, que mesmo demorando, lembro absolutamente de tudo do que já li, a riqueza em detalhes não permite perder o fio da meada.


dani 24/05/2023minha estante
Que delícia de resenha, Ana!
Vou manter suas dicas em mente quando for ler os próximos calhamaços.
Estou num relacionamento assim à distância com Musashi (bem distante mesmo, um japonês). Estamos "dando um tempo" antes de seguir para o segundo volume ?


Humberto.Yassuo 25/05/2023minha estante
Vou ler 'Os Miseráveis ' graças a você ?. E vou usar o mesmo princípio para a leitura do Grande Sertão: Veredas.


JurúMontalvao 25/05/2023minha estante
E q coisa bonita essa resenha! Ana é feiticeira??


@voulerdenovo 26/05/2023minha estante
Eu li no começo da pandemia, demorei uns 3 meses pra terminar e, no final, já meio surtada, chorei horrores! ??


DIRCE18 26/05/2023minha estante
Eu sempre me pergunto como eu seria sem ter lido esse romance. Foi para mim um livro transformador. Só que ,não raro ,me lasco . Isso porque quando dou uma do bispo que salvou o Jean Valjean ( da miséria física e moral ) o resultado é um fracasso total. Foi um livro que me marcou mais do que "A Peste" do Camus.


Ana Sá 26/05/2023minha estante
Dani e Ricardo, estou aqui na torcida por essas pontes aéreas com Espanha e Japão! ?


Ana Sá 26/05/2023minha estante
Carolina, você não exagerava quando falava da beleza deste livro! ??


Ana Sá 26/05/2023minha estante
Flávia, sua companhia aqui é sempre ótima! Eu vou vivendo suas leituras pelos históricos e você as minhas, assim a gente vai somando uma as leituras da outra! ?


Ana Sá 26/05/2023minha estante
Julia hahaha soma a tudo isso o fato de ser um relacionamento ABERTO né? Pq enquanto eu cozinhei o VH eu tive dates com muitos outros autores hahaha Abra sua mente, Julia... só a parte de achar que vai ser esquecida na escola é momentaneamente traumática ?


Ana Sá 26/05/2023minha estante
Humberto, depois me conta se esse ritmo dá certo com Grande Sertão?! Eu acho que teria mais dificuldade em espaçar a leitura nesse caso pq nesta obra do Rosa o cenário quase não muda e os diálogos são muito longos... então sei se, no meu caso, minha memória seria eficaz com muitos intervalos! Fiquei curiosa pra acompanhar sua leitura!

E fico lisonjeada de te influencer a ler Os Miseráveis! :) Vou acompanhar seus históricos com ctz!


Ana Sá 26/05/2023minha estante
Jessica, que legal seu comentário! Sabe, eu não vejo e tenho problema nenhum em desistir de um livro... Faço isso com convicção, e hoje não me envergonho quando é o caso! Leitura não exige contrato em cartório rs!!

Mas de fato Os Miseráveis me abriu uma nova perspectiva: entre a leitura fluida e a desistência de um livro há outras possibilidades, e fui feliz em seguir por essa rota alternativa, do ritmo que eu consegui!!

Espero que você encontre seu ritmo e seu caminho, e que no fim volte aqui pra me contar como foi! Vou adorar saber! ??


Ana Sá 26/05/2023minha estante
Dirce, é trágico mas eu ri alto sobre o seu comentário sobre agir como o bispo!! haha De fato, e infelizmente, há atitudes que funcionam mais na ficção viu!! rs Obs.: vc me lembrou que quero reler A Peste!!


Ana Sá 26/05/2023minha estante
Juruh e André, fico feliz que tenham gostado! :)


Ana Sá 26/05/2023minha estante
Alba, este livro durante um confinamento deve levar à imersão total!! Pq é msm uma viagem pela França, faz sentido ler mais rápido! ... E qualquer choro nesse contexto é facilmente justificado! rs


skuser02844 27/05/2023minha estante
Hahahahaha ????
Vou tentar, Ana! Mas, repara, com isso de relacionamento aberto, a geminiana aqui se apaixona por outro autor, arruma as malhas e vai embora! ???
Ainda mais que, embora ainda não tão evoluída quanto você, sou cada vez mais a favor do abandono de livros, filmes, séries e afins (afins leia-se gentes chatas também)! ???




Dan 27/12/2018

*Não foi dessa vez*
Foram 5 meses de muito sofrimento, uma das leituras mais desgastantes de minha vida. Há trechos ótimos, o desfecho nem se fala! Em alguns momentos, realmente fiquei comovido. Mas, não é O livro. Por um certo tempo cheguei a pensar: ''O problema sou eu! Todo mundo gosta dele, meu Deus! E eu estou odiando!!'' Senti-me um alien, ou melhor, o Meursault de ''O estrangeiro''. Até que ,num certo dia, discutindo literatura num grupo de Facebook, alguns colegas concordaram comigo acerca de minhas críticas a respeito da obra, o que foi um alívio, não estava mais ''alone''! Rsrsrs
Sem mais, aí vão alguns motivos pelos quais não acho ''Os miseráveis'' algo tão estrondoso assim:
1. Panfletagem político-ideológica: É notório como Victor Hugo usa seu narrador para fazer discursos politico-ideológicos em diversos trechos. Tais discussões são inseridas com nenhuma naturalidade, coisa que Dostoiévski, ao meu ver, consegue fazer bem. E por isso mesmo é comum o narrador nos trazer formulas prontas sobre o mundo, deixando pouca coisa para nós leitores julgarmos por si: as ditas interpretações prontas, literatura nissim miojo.
2. Excesso de informações desnecessárias: Muitas partes do livro são completamente dispensáveis, não acrescentam em nada ao eixo central da narrativa. Isso tornou a leitura um suplício! Hugo usa o livro como desculpa para dar aulas de história, falar sobre urbanização etc. Em resumo, o literário é sacrificado em nome do didático. Pode-se fazer um bom apanhado do contexto sócio-histórico sem apelar para "didatismos". Vide ‘’Os pilares da Terra’’ de Ken Follett.
3. O retórico tomando o lugar do literário: É, existem trechos nos quais Hugo pesa tanto a mão em enfeites de linguagem que a naturalidade poética é sufocada. Eleva-se tanto o tom do discurso poético que acaba desembocando no ‘’piegas’’, no exagero sentimentalóide. Felizmente esses trechos são poucos se comparado aos de cima (tópico 2).Tem até umas metáforas infantis, coisas como: ‘‘Encontrou um sorriso dentro daquela flor’’. OMG!
Existem outros pontinhos incômodos que gostaria de apontar. Infelizmente, o espaço aqui não me permite coisa semelhante a extensão de ‘‘Os miseráveis’’.
Você é tão cruel com este clássico! Victor Hugo é o nome maior do Romantismo francês!
Há coisas boas, no todo, não me convenceu. Quanto a "intocabilidade" de escritores clássicos, só digo uma coisa: nada é invulnerável a críticas.
Eduardo 28/12/2018minha estante
Apesar de eu ter gostado muito desse livro, é nítido que algumas passagens foram bem desnecessárias. Ganhei até um certificado do cursinho à distância História dos Esgotos de Paris haha


Dan 28/12/2018minha estante
kkkk Essa dos esgotos é fora de série! rsrsrs


Rodrigo.Gentile 13/01/2019minha estante
A história é muito boa, mas realmente, muita coisa ali, pra mim, atrapalha a experiência


Vinicius 17/01/2019minha estante
Seu comentário salvou meu dia HAHAHAHAAHAHAHA. Eu finalmente estou acabando o livro( entrei em uma ressaca literária por causa dele) e acabei me encontrando estressado por algumas coisas que o livro apresenta.
O item 2 da sua lista é o meu maior problema com a obra. Sempre que ele quebra a narrativa para falar sobre algo que quase não tem relevância, minha vontade é de desistir da leitura.


x2 02/07/2019minha estante
Um bom editor na época teria resolvido isso. Tive a mesma impressão.


Maristela 11/07/2019minha estante
Pode ser que sua má impressão se deva à uma edição ruim . Não sei se esta , lida por você , foi traduzida direto do russo . Se foi do francês , já sabe : muito se perde pelo caminho.


Dan 11/07/2019minha estante
Direta do russo? Hugo escrevia em francês.


x2 12/07/2019minha estante
Essa tradução direta do russo veio da deepweb


Maristela 16/07/2019minha estante
Eu estava uma discussão aqui sobre Crime e castigo, então olhei seu comentário e minha mente processou como sendo o tal . Agora pensei : Dostoievski escrevia em francês ?! E então vi que se referia à V. Hugo
excusez moi monsieur


Maristela 16/07/2019minha estante
Quanto a Os Miseráveis, minha dica é que leia em francês mesmo, assim como eu fiz na adolescência. Depois , já adulta , reli em português , e senti enorme diferença.


Dan 16/07/2019minha estante
Maristela, obrigado pela dica. Contudo, a obra de Hugo possui falhas estruturais visíveis que não se limitam somente à estética do texto, tais falhas apareceram na tradução justamente porque há as mesmas falhas no texto original. A tradutora dessa edição é ótima, e mesmo assim notei pontos negativos na obra. Quando um tradutor é bom, e mesmo assim notamos deslizes no livro, é porque o original também possui faltas.


Dan 16/07/2019minha estante
Maristela, obrigado pela dica. Contudo, a obra de Hugo possui falhas estruturais visíveis que não se limitam somente à estética do texto, tais falhas apareceram na tradução justamente porque há as mesmas falhas no texto original. A tradutora dessa edição é ótima, e mesmo assim notei pontos negativos na obra. Quando um tradutor é bom, e mesmo assim notamos falhas no estilo/estrutura, é porque o original também possui faltas.


Maristela 16/07/2019minha estante
Entendi. Nesse caso, te desejo boas leituras daqui para a frente ... abraços


Dan 16/07/2019minha estante
obg! Desejo o mesmo para vc!


Igor.Tessele 21/05/2020minha estante
kl;


Ziza 28/02/2023minha estante
Te entendo ?
Ler Os Miseráveis é, realmente, uma montanha russa de sentimentos.
Eu compreendo a galera que ama e também a que odeia, mas enfim... Faz parte do show!
A obra me pegou pela narrativa central que achei emocionante, porém, não posso deixar de concordar que VH enche linguiça que é uma beleza ???
Você ainda foi rápido na leitura. Eu demorei 11 meses me obrigando a ler pq tinha pago uma nota no box ? e apesar dos pesares, foi um livro que gostei de ter lido.




CPF1964 10/02/2020

Opinião
O melhor livro que li até hoje.
Meu favorito da vida.
Thayná Krueger 05/01/2024minha estante
Vim olhar as resenhas desse livro e tive a grata surpresa de ler a sua. Quero muito ler esse livro esse ano. O tamanho da medo, mas o desejo de conhecer esse livro é ainda maior


CPF1964 05/01/2024minha estante
O problema era que Vitinho Além de autor era político. Então ele mandou a mensagem dele através do livro.


CPF1964 05/01/2024minha estante
Não me incomodou porém incomoda muita gente.


CPF1964 05/01/2024minha estante
Meu livro favorito da vida.


CPF1964 05/01/2024minha estante
Tenho várias versões físicas deste livro. Tenho da Cosac, Da Penguin, Da Nova Fronteira, 2 da Martin Claret, Uma em Francês, Uma em Inglês.


CPF1964 05/01/2024minha estante
Só não tenho a versão em espanhol. Estou aguardando uma alma caridosa comprar para mim...... ????


CPF1964 05/01/2024minha estante
Ainda não consegui comprar por aqui.


Thayná Krueger 05/01/2024minha estante
Esse em francês deve ser um desafio.


Thayná Krueger 05/01/2024minha estante
Acho que vou demorar para terminar esse livro, pois quero aproveitar muito mãos as minhas leituras esse ano.


CPF1964 05/01/2024minha estante
Fiz um ano de Francês faz muito tempo. Esqueci tudo. Pretendo voltar a estudar. Porém não será suficiente para ler o livro. Comprei para num futuro distante quem sabe....


CPF1964 05/01/2024minha estante
Você está correta, Thayná.


Thayná Krueger 06/01/2024minha estante
Eu fiz 2 anos e meio e não me sinto preparada. Acho o francês muito difícil, e eu esqueço muito rapidamente se não colocar em prática.




Tiago Mendes 28/05/2021

Uma obra de arte
"Os Miseráveis" é simplesmente o melhor livro que eu já li em toda minha vida. Muitas pessoas têm receio de lê-lo por causa de sua quantidade de páginas, que é quase duas mil. Esse é, de fato, um livro grande e bem descritivo. Porém, isso não é uma coisa ruim; pelo contrário. A escrita do autor é maravilhosa, repleta de reflexões, e é absurdamente imersiva.

A melhor maneira de descrever esse livro é como uma obra de arte pintada com palavras. É uma história triste e linda, simples e complexa, apaixonante e desesperadora. Misturando elementos históricos com ficção, Victor Hugo criou esse grande clássico da literatura mundial, um drama cujo primeiro personagem é o infinito. O homem é o segundo.

Uma coisa muito presente no livro é a grande quantidade de histórias paralelas que vão se interligando ao longo do livro, de uma maneira muito inteligente e nada forçada. Além da história ser perfeita, o final também é emocionante e muito lindo. Sério, é impossível não se emocionar lendo esse livro.

A história retrata a injustiça, o preconceito e o julgamento existente na sociedade. Também a miséria e o sofrimento das camadas mais pobres da população. O autor promove várias reflexões no leitor, de modo que é impossível não ser impactado pelo livro.

As características mais marcantes desse livro são, definitivamente, os personagens. A construção destes é impecável! O psicológico deles foi tão bem trabalhado, que o leitor consegue entender o porquê de cada personagem tomar certa atitude, mesmo que não concorde com esta.

O livro abrange temas e acontecimentos diversos. Tem romance, guerra, crimes, mistério, intriga, brigas, política, história e filosofia. Recomendo esse livro para todo mundo! Mas, cuidado, pois você, com certeza, não sairá inteiro dessa história.

Nota: 5 estrelas
Gênero: ficção histórica
Idade recomendada: 14+

Quotes:

"Verdade ou mentira, o que se diz sobre os homens geralmente tem tanta influência em suas vidas e seu destino quanto aquilo que eles fazem."

"Não devemos temer os ladrões nem os assassinos. Além de exteriores, são perigos muito pequenos. Devemos temer sobretudo a nós mesmos. Os preconceitos: eis aí os ladrões; os vícios: eis aí os assassinos. Os grandes perigos estão dentro de nós. Que importa o que ameaça nossa cabeça ou nossa fortuna? Não devemos nos preocupar senão com o que ameaça nossa alma."

"Meu amigos, não se esqueçam, nunca, de que não há más plantas nem maus homens. O que há são mau cultivadores."

"Não se pode impedir o pensamento de martelar sempre na mesma ideia, assim como não se impede o mar de voltar sempre a uma praia. Para o marinheiro isso se chama maré; para o culpado, chama-se remorso."
Ale6374 29/05/2021minha estante
Suas resenhas são maravilhosas, como sempre.


Tiago Mendes 29/05/2021minha estante
uaaaaaaaaaaaaaaaaa obrigadooo
levei um tempão pra escrever essa resenha


Ale6374 29/05/2021minha estante
Não duvido. Raramente você demora mais de um dia para postar uma resenha


kel 29/05/2021minha estante
AAAAAAAAAAAAAA perfeito


Lagares1 29/05/2021minha estante
Quando eu falo que é bom ninguém acredita ?


Lagares1 29/05/2021minha estante
VOU OLHAR SEUS SURTOS


Lagares1 29/05/2021minha estante
E amei a resenha


Tiago Mendes 29/05/2021minha estante
VAI LÁ KKKKK
obrigadooo


Alice 01/06/2021minha estante
Resenha perfeita pra esse livro maravilhosooo


Alice 01/06/2021minha estante
Quase chorei lembrando da história


Tiago Mendes 01/06/2021minha estante
foi sua resenha que me fez ler esse livro, então muito obrigado


Mabi21 07/07/2021minha estante
Passando aqui pra dizer que comprei o livro para me dar de presente de aniversário. Obrigada por me incentivar nessa leitura




luizrantunes 21/10/2024

A vilania da miséria e a redenção no perdão
Gosto de começar minhas resenhas contando as experiências que me levaram até a obra, mas, desta vez, não tenho nada tão poético à altura e estou fadado a carregar essa ?culpa?. A mesma que todos os leitores de Os Miseráveis compartilha: a dificuldade de descrever o impacto que esse livro provoca. De forma breve, durante um passeio informal com um casal de amigos apaixonados pela França como fiéis que veneram um santo, fui surpreendido com a indicação de Les Misérables como a leitura de suas vidas. Eles disseram algo como: "tudo o que conhecemos de novelas e histórias derivam da obra de Victor Hugo". Com um high concept desse, guardei isso e, quando comentei com a Larissa, surgiu imediatamente o convite mútuo para uma leitura conjunta. Assim começou uma das melhores experiências da minha ainda breve vida de leitor.

Ao longo da leitura, passei dias pensando sobre o que escreveria na resenha, mas ainda não consigo encontrar palavras para descrever o impacto que essa obra teve na minha visão como leitor. Durante esse período, minha vida teve plots dignos de um Blockbuster. Tive momentos de reflexão silenciosa com o livro, discussões excelentes com a Larissa sobre os temas abordados, e marquei inúmeras citações inesquecíveis. Pude aprender mais sobre a Revolução Francesa, sobre a história da França e, acima de tudo, sobre o valor do perdão e de se doar a quem amamos. Foi a primeira vez que um livro me fez chorar. Que experiência!

O livro narra as lutas e redenções de personagens marginalizados pela sociedade francesa do século XIX. A história principal segue Jean Valjean, um ex-condenado em busca de redenção, enquanto enfrenta a implacável perseguição do inspetor Javert. Em meio a revoluções sociais, miséria e injustiças, o romance explora temas profundos como a luta pela dignidade, o amor, a compaixão e o poder transformador do perdão. Com personagens inesquecíveis, a obra é um retrato poderoso da condição humana, ressaltando a esperança em meio à escuridão.

Queria agradecer esse casal de amigos que me incentivaram a conhecer o melhor livro que já li. Agradeço também à Larissa por me indicar uma versão com uma tradução impecável e por se comprometer nessa loucura de ler um calhamaço digital de 1.755 páginas em pouco mais de um mês. E, claro, ao próprio Victor Hugo, por presentear a humanidade com uma obra tão incrível que faz os demais livros parecerem meros rascunhos, como já disse um conhecido aqui do Skoob. Sendo alguém que se cobra bastante, confesso que fico frustrado por não conseguir escrever uma resenha à altura do que Os Miseráveis significou para mim. No fim, acredito que apenas Victor Hugo seria capaz de fazer justiça à própria obra com uma resenha digna e poética.
Lari ... 21/10/2024minha estante
Parabéns pela resenha, Luiz! ?? 
Ficou excelente! Foi uma das melhores experiências que tive como leitora.
Agradeço por compartilhar essa experiência maravilhosa!

Concordo com nosso amigo, Cassius, depois desse livro, qualquer outro será apenas um rascunho!


dianatenorio 22/10/2024minha estante
Você deveria se sentir feliz por não conseguir expressar os seus sentimentos porque eu acho que os melhores livros são aqueles que nos tiram as palavras (eu tentando me consolar também por não conseguir escrever sobre Uma Vida Pequena kkkkk). Mas sério, a sua resenha tá carregada de sentimentos e eu acho isso mais importante. Alguns livros não precisam de resenha porque falam por si só. Só lendo pra saber. Eu particularmente me inclino mais à ler alguma obra pelo o que a pessoa falou sentir do que pela própria sinopse/resenha. Ele estava na minha meta do começo do ano mas aí priorizei outras leituras. Se tudo der certo, ano que vem irei lê-lo e já me sinto desesperada por não saber o que escrever kkkk.
Parabéns pela resenha, lindo. Fico feliz em saber que você foi impactado assim por um livro. A leitura, na minha opinião, é o que temos de mais mágico ?


maltchik. 22/10/2024minha estante
????


maltchik. 22/10/2024minha estante
Diana, passei por um bloqueio tb pra escrever a resenha de Uma vida pequena... Aos trancos e barrancos consegui expressar algo haha


luizrantunes 23/10/2024minha estante
Obrigado, Lari! Agora falta a sua, né?! ???

O que será de nós, lendo esse monte de fanfics? KKKKKKKKK


luizrantunes 23/10/2024minha estante
Nossa, Diana, muito obrigado! ?

Eu acho que o intuito desde sempre foi esse, sabe?! Passar o que eu sinto e a minha experiência pessoal, já que, uma resenha padrão por sinopse, é só procurar no Google ou até mesmo na página do livro do Skoob.

Eu tenho certeza que você vai amar essa obra, porque ela é única. Não tenho como usar referências pra dizer o quão bom ela é, mas pode confiar em mim que você vai gostar de verdade. Calmaaa kkkkkkkkk

Sem dúvidas e eu pude sentir isso da melhor maneira possível.
E mais uma vez eu agradeço pelas palavras, minha linda! ?


luizrantunes 23/10/2024minha estante
José, eu me identifico muito contigo porque as nossas resenhas são parecidas, em como nos expressamos por referências e experiências.
Muito bom te acompanhar por aqui, meu caro! ?


dianatenorio 24/10/2024minha estante
Foi? Vou dá uma olhada na sua resenha, José. É difícil escrever sobre Uma Vida Pequena sem dar spoiler porque tudo gira em torno do sofrimento do Jude, né?! ?. Tô pelejando pra escrever a minha, vamo ver se sai ou se fica só na minha cabeça mesmo. Oremos kkkkk


maltchik. 24/10/2024minha estante
Luiz, opa, obrigado, digo o mesmo. Tmj meu caro ????? Quem sabe algum dia tentamos alguma LC, fiquei com inveja de vc e a Lari lendo Os miseráveis ?


maltchik. 24/10/2024minha estante
Diana, a resenha é nada demais perto da grandiosidade daquele livro, mas foi o que consegui ? Sim, é difícil abordar sobre sem entregar muito do Jude. Aliás, q personagem, vira e meche penso nele ?


luizrantunes 24/10/2024minha estante
Séria massa demais, José! Só vamo ?




Gabriel 11/11/2018

(Postado originalmente em www.365coresdouniverso.com.br)

35 dias. Esse foi o tempo que precisei para mergulhar nas 1510 páginas de um dos livros que mais me marcou e me levou refletir sobre a vida e questionar a sociedade em que estamos inseridos. Enquanto fazia essa resenha, pude perceber que, inconscientemente, durante todo esse período conturbado que foram as eleições de 2018, acabei lendo livros voltados para esse viés político, social e cultural. Finalizar o mês com Os Miseráveis foi o a cereja do bolo e sinto que foi o momento certo para tê-los em mão. Um fato curioso que gostaria de mencionar para vocês é que conheço alguns leitores que possuem um certo receio quando à leitura de calhamaços. Confesso pra vocês que um primeiro momento também me assustou, pois, até então, só havia realizado a leitura de IT com as suas boas 1100 páginas. Geralmente para a leitura de obras como essas, requer um nível maior de atenção e envolvimento com a história e eu não sabia se iria conseguir me identificar o suficiente com a narrativa a ponto de segurar a leitura por tantas páginas. Meu outro medo era com relação a escrita e vocabulário utilizado por Victor. Por ser uma obra histórica e um dos monstros literários mais influentes do nosso século, imaginava que seria preciso um dicionário e muita, muita atenção, porém, surpreendentemente foi uma das leituras mais fáceis, ricas e completas que já tive a oportunidade de ler e não posso deixar de agradecer e parabenizar o excelente trabalho de Regina Célia de Oliveira na tradução do texto, adaptando de maneira coesa e moderna, sem perder o brilho e a complexidade do texto original. Deixo aqui o meu singelo obrigado a esses trabalhadores cuja profissão muitas vezes não é lembrada, mas e fundamental para que possamos conhecer as mais diversas obras advindo dos lugares mais remotos do mundo. 

Ao finalizar a leitura, preciso contar pra vocês que precisei de um bom tempo para conseguir de fato escrever essa resenha: Eram tantos sentimentos e coisas que queria abordar nessa resenha que sabia que iria precisar primeiramente digerir e entender melhor tudo que aconteceu para enfim trazer um texto claro e imparcial. O livro é, em sua essência, impecável do início ao fim, dando voz à uma parcela da população que desde que o mundo é mundo é menosprezada, marginalizada e oprimida: Pobres, mulheres, negros, prostitutas, crianças e velhos ganham destaque em uma narrativa que trás a França envolta em uma nuvem de guerras e conflitos liderados por esses mesmos miseráveis em busca de igualdade, liberdade e melhores condições de vida. A obra desde o começo deixa claro as críticas à sociedade que viriam a seguir, retratando a construção da sociedade e as estruturas sociais da época, dos mais ricos e nobres, até os mais miseráveis. As diferenças entre as classes são descritas de maneira quase explícitas, evidenciando o luxo dos casarões e palacetes e a miséria das cabanas e hospedagens.

"Quer dizer, o fim da prostituição para a mulher, o fim da escravidão para o homem, o fim da ignorância pela criança. Votando pela república, votei por tudo isso. Votei pela fraternidade, pela concórdia, pela aurora. Trabalhei pela queda dos erros e preconceitos. O desmoronamento dos erros e preconceitos produz a luz."


Iniciamos a leitura conhecendo Jean Valjean, um homem que foi preso e sentenciado a 19 anos de prisão por roubar um pão para se alimentar. Recém liberto da cadeia, Jean não possui qualquer expectativa de que algo bom aconteceria à ele. Renegado por todos, encontra abrigo, carinho e alento na casa de um bispo que, mesmo sem saber, desperta um sentimento muito maior em Jean, iniciando assim seu processo de redenção. Talvez esse seja o fato que mais tenha me chamado atenção durante a leitura: Ao longo de suas mais de 1500 páginas, é lindo ver a maneira como os personagens vão se desenvolvendo e evoluindo de acordo com suas vivências, experiências e o meio em que estão inseridos. Em minha opinião, Os Miseráveis não é uma obra que coloca a Revolução Francesa em primeiro plano: É uma obra política, filosófica e social cujo objetivo é descrever a forma com que cada um dos personagens se relacionam entre si e a forma como a guerra e a miséria são capazes de alterar um ser humano. Tomando Jean como ponto inicial de análise, vemos um homem totalmente desacreditado da vida, lutando e seguindo um árduo caminho em busca de sua redenção pessoal.

Como citei acima, a escrita do livro é extremamente fácil e fluída. Apesar de ser um baita livro (literalmente falando), não tive problema algum em lê-lo, levando um pouco mais de 1 mês para concluir suas páginas. Para manter seu leitor interessado, Victor utiliza das mais diversas artimanhas que funcionam muito bem: Digressões, mistérios, suspense, ação. O livro é dividido em cinco partes distintas que trazem um personagem específico como protagonista. É, a partir dele, que Victor se aproveita para tecer suas críticas veladas a religião, totalitarismo, divisão de renda, fome, miséria, solidão e abandono enquanto a história se desenvolve. Falando dos personagens, todos são marcantes e muito bem construídos, é fácil você se apegar a cada um deles e, consequentemente, sentir na pele suas dores e amarguras.


"- Sabe, eu penso: tirando só cinco horas para dormir, e trabalhando todo o resto na costura, sempre vou conseguir ganhar meu pão. E também, quando a gente está triste, a gente come menos. É isso, sofrimentos, preocupações, um bocadilho de pão daqui, mágoas dali, tudo isso vai me alimentar."


Apesar dessas cinco partes bem definidas que permeiam a história, em minha opinião, o livro se divide em três grandes momentos: O primeiro é utilizado por Victor para criar toda a ambientação da história e desenvolver seus personagens, apresentando a relação entre cada um deles. Temos um aprofundamento muito maior a respeito do perfil psicológico de Fantine, Marius, Cossete, Javert, entre outros. O segundo momento da história é totalmente focado na revolução e nos conflitos que culminam na grande batalha de 1832. Nesse ponto, além das críticas que o autor já havia feito com relação a sociedade, entra em cena a discussão a respeito de como as mazelas e a miséria da guerra afetam cada um dos personagens e a forma como os mesmos encontram de seguir em frente. O último momento do livro apresenta os desfechos das histórias particulares dos personagens, finalizando a história com chave de ouro.

Sei que até aqui não consegui ser imparcial perante à grandiosidade da narrativa. Vejam bem, eu nunca tive contato com nenhuma adaptação cinematográfica da obra porque queria pegar o livro sem a menor pretensão sobre o que eu iria encontrar em suas páginas. Devo dizer que foi a melhor decisão que tomei em minha vida e por diversos momentos me emocionei, ri e chorei com a narrativa que, como citei, é muito fluida e simples de ler. Porém, vamos destacar alguns pontos negativos (mas que de fato não comprometem a história): Como eu citei acima, todos os personagens possuem alguma ligação entre si e em algum momento da história, se cruzarão. As "conveniências" criadas por Victor algumas vezes soam um pouco forçadas e superficiais, pois elas se encaixam bem demais, possibilitando que a história se desenvolva. Não me entendam mal, eu realmente amei a história, seus personagens e suas relações, contudo, em alguns momentos me incomodava um pouco. Por exemplo, para quem já leu, vocês sabem que no final do livro há uma cena específica no esgoto em que um certo personagem está lá (outrora já ligado com a narrativa de Jean) com exatamente o que ele precisava. Esse tipo de conveniência me incomoda um pouco, mas não é nada que prejudique de fato o andamento da história.


"Morrer não é nada; horrível é não viver."


O autor também utiliza durante sua narrativa diversas digressões para apoiar a construção da história e essa é de longe a parte mais chata do livro. Algumas são bem famosas, como a que fala sobre a batalha de Waterloo e a que conta sobre a construção do sistema de esgoto de Paris. Essas não fiquei incomodado de ler, mas algumas outras que falam sobre os hábitos das freiras ou sobre o moleque de Paris fiquei bem entendiado lendo. Todas são bem longas, cerca de 50 a 100 páginas e é preciso um pouco de paciência para concluí-las, contudo, nenhuma delas está no livro à toa, e contém alguma espécie de crítica ou gancho que será utilizado por Victor em algum ponto futuro da história, portanto, é importante prestar atenção para não perder nenhum detalhe. 

Eu não tenho palavras para descrever a beleza que representa a história de Os Miseráveis. O final do livro é totalmente devastador, mas encerra de maneira brilhante uma história sobre amor, desespero, perda e esperança. O livro escrito em 1862 nunca esteve tão atual a trazer as críticas a nossa sociedade, que continua desigual até os dias de hoje. O livro possui uma forte lição moral a respeito do bem e do mal, do certo do errado e do "politicamente correto". Conhecemos a morte, a miséria e a dor de perto, mas também somos testemunhas do amor, da pureza e da força que as pessoas encontram para lutar pelo o que é certo. OsMiseráveis representam um grito de uma sociedade excluída e que por anos se manteve calada e marginalizada. É uma leitura triste, densa, cruel, literal e miserável, porém, ao mesmo tempo, é uma lição de empatia, de amor ao próximo e de lealdade.
Eduardo 11/11/2018minha estante
UAU! Meu Deus! Que resenha maravilhosa! Meus parabéns! Melhor resenha de Os miseráveis que eu já li! Teu texto é impecável, Gabriel :D


Nelson.Carvalho 11/11/2018minha estante
Muito bom. Vou iniciar a leitura nas férias. Ansioso!!


Luci Eclipsada 11/11/2018minha estante
Annie Wilkes diria que as "conveniências" que Victor Hugo utilizou em trechos de Os Miseráveis, são "melecas de trapaças". Hehehe
Parabéns pelo texto!


Gabriel 11/11/2018minha estante
Ahhhh, Edu! Muito obrigado,mas sabemos que você é suspeito pra falar de Os Miseráveis hahahahah, fico feliz que tenha gostado!


Gabriel 11/11/2018minha estante
Leia sim, Nelson! Livro maravilhoso demais


Gabriel 11/11/2018minha estante
HAHAHAHAHAHA, adorei, Lucy, com certeza ela diria isso. Será que ela também sequestraria o Victor?


Luci Eclipsada 12/11/2018minha estante
Imagine o Victor Hugo passando uma temporada com a Annie! Já tenho até o vislumbre de como seria o título de próximo livro: "Farrapo Humano"!
Kkkkkkkkk


Eduardo 12/11/2018minha estante
Isso é bem verdade, Gabriel. Sou meio suspeito hahaha


Laíza Macedo 12/01/2019minha estante
UAU! Que resenha! Amei


Gabriel 12/01/2019minha estante
Ei, Laíza, muito obrigado! Fico feliz que tenha gostado! :D




Ziza 10/10/2016

E dez meses depois...
Bom gente, é difícil escrever uma resenha acerca desta obra magnífica que é "Os Miseráveis" de Victor Hugo. Mas, vou ser o mais breve possível sobre as minhas impressões sobre o romance.
A história central do ex-condenado Jean Valjean que se redimiu através de uma boa ação é fabulosa. Mega bem escrita e narrada. É o tipo de livro que todo ser humano com o mínimo de sensibilidade deveria ler ao menos uma vez na vida. Mexe muito com a gente e nos faz refletir que muitas vezes nem sempre aquilo que nos traz conforto é realmente o correto e nos faz ver o quanto a nossa consciência pesa na tomada de decisões importantes na nossa caminhada. Mas nem tudo são flores em "Os Miseráveis"....
O que realmente me incomodou bastante durante a leitura foi as digressões e enrolações que o autor fazia. Havia partes que eu dizia: "PUTA MERDA, VICTOR, PRA QUÊ ISSO?"
Eu sei... eu sei... faz parte da obra e isso também a diferencia dos demais romances da época, porém acho mesmo que ele viajou legal na maionese colocando fatos que faziam/fazem o leitor se perder na narrativa. Isso também explica a demora na conclusão da minha leitura. Enfim... entre trancos e barrancos, encantamentos e emoções, compaixões e raivas, "Os Miseráveis" se tornou um dos meu favoritos da vida e um livro que eu recomendaria de olhos fechados a todos que querem viajar em uma história completa e magnífica.

PS: Sobre o capítulo da Batalha de Waterloo: SEGUREM NA MÃO DE DEUS E VÃO...
Natalie Lagedo 10/10/2016minha estante
Em breve segurarei na mão de Deus e irei ao encontro de Os Miseráveis :D


Ziza 10/10/2016minha estante
Vai lá, mana!!! É bom demais!!! kkkk


Lucas 10/10/2016minha estante
E o capítulo dos esgotos de Paris? :)


Ziza 10/10/2016minha estante
Ah, nem me fale... dá uma aflição danada até ver como ele vai sair de lá com o Marius.


Alexandre.Biscalquim 24/11/2016minha estante
Queria ter adotado Gravote, matado os tenardier, ter dado uns chacoalhão em marius, quis queimar esse livro nos esgotos de paris, e no coração debaixo de uma pedra...MEU DEUS...QUE DEFINIÇÃO DE AMOR!!!
Esse livro colocou a frança na minha lista de paises que vou conhecer.
Arrisco dizer que foi o melhor e ao mesmo tempo mais chato livro que já
li!!!
Quem ja leu me entende!!!kkk


Ziza 24/11/2016minha estante
Concordo contigo, Alexandre. Ao mesmo tempo que se quer desistir a gente sempre pensa no que vai acontecer mais adiante e acaba encarando as embromações do autor. É um livro lindo mesmo e se não fosse por Jean, Gavroche seria meu personagem favorito!


Alexandre.Biscalquim 24/11/2016minha estante
Legal Ziza...Nem me fale, esse garoto nem me fale....Nenhum livro mudou tanto meu modo de pensar como esse...
Acho que todos os dias penso nele ou em algum de seus personagens!!!!
Um pedinte na rua, um policial, um padre, corrupção...
A transformação quevele causou em min não tem preço que pudesse ser pago!!!


Flávia 27/11/2016minha estante
Sobre a Batalha de Waterloo, segura na mão de Deus e pula.


Bia 10/01/2017minha estante
Realmente o capítulo da Batalha de Waterloo, só fui... E o tanto de nomes? haha


FPalmeiras 22/02/2017minha estante
Realmente a batalha de Waterloo é chata pra caralho, mas o livro em si é maravilhoso.




Jardim de histórias 21/08/2022

Um livro pra chamar de livro do coração,
Uma obra esplendorosa! Victor Hugo, o que foi isso? Eu nunca mais vou conseguir esquecer de:Jean Valjean, Cosette, Javert, Fantine, Éponine, Gavroche.
História ambientada no século XIX, em uma Paris repleta de pobreza onde o autor, com sua ávida sagacidade, introduz um dilema moral, social e desigual. Com personagens inesquecíveis.
Um romance eterno, feito para ecoar na nossa memória literária, como o clássico dos clássicos.
O que Victor Hugo fez, foi criar uma obra profunda, com a robustez necessária para mexer com nosso imaginário, despertando um sentimento único existente em nossa mente literária, quando entendemos o tamanho e o poder desta obra.
Um romance avassalador, ambientado em um contexto histórico, com personagens muito bem construídos, em uma atmosfera caótica.
Um livro, cuja apreciação, se torna obrigatória.
Para mim, o melhor livro que já li.
mgabz 21/08/2022minha estante
Você demorou quanto tempo pra ler? Imagino que seja uma leitura a longo prazo.


Bender 21/08/2022minha estante
Estou terminando esta obra. Simplesmente incrível


Jardim de histórias 21/08/2022minha estante
Eu levei um mês e cinco dias. Ao terminar ou próximo disso, deu uma tristeza. Eu simplesmente, estava apaixonado pelos personagens da história.


Paula 10/03/2023minha estante
Li Anna Karênina de 800 páginas, agora tô lendo It de 1100, to de olho nesse rs


Jardim de histórias 10/03/2023minha estante
Excelentes livros, duas obras primorosas, adoro Tolstói e também King. Tenho certeza, quando der uma oportunidade para esse livro maravilhoso, se tornará inesquecível. Parabéns pelas leituras!


Dee Teixeira 05/06/2023minha estante
Li este ano também ? tô querendo ler agora a tentação do impossível do Llosa que aborda justamente os Miseráveis


Jardim de histórias 05/06/2023minha estante
Dee, eu li esse livro. É um baita livro, que serve como um apoio filosófico do livro. Em breve farei uma resenha sobre essa obra. Os aspectos de Llosa, são muito claros e se alinham muito com o que sentimos ao ler Os miseráveis.


Paloma 06/06/2023minha estante
Pode ser um clichê, mas não adianta, tornou-se um favorito da vida. Melhor livro que já li.


Jardim de histórias 06/06/2023minha estante
Paloma, compartilho o mesmo pensamento! É simplesmente sensacional!


Lari ... 15/10/2024minha estante
Concordo com tudo, Leonardo! É o livro mais incrível que já li! ?




Daniele 06/07/2021

Estava diante de um abismo, mas o amor o salvou
Ele nasceu cercado de pobreza e desprezo. Graças ao roubo de um pão, foi condenado ao trabalho forçado nas galés, onde ficou, depois de tentativas de fuga mal sucedidas, 19 longos anos de sua vida. Assim se forma Jean Valjean, em meio a perdas, dor e sofrimento, mas um dia, com o coração em revolta e decidido a se render a maldade que até então era a única coisa que vivenciara, conheceu através de um bispo o amor, e esse amor o salvou.
Esse relato é visto logo nos primeiros capítulos, e ao longo do livro conhecemos vários outros grandes personagens, conhecemos Fantine, uma das personagens mais fortes que já vi, que se abdicou por sua filha, por amor.
A fragilidade e pureza humana forjada em meio a humilhações. O amor do Bispo, símbolo de esperança que se mostrou presente até a última página, cada um desses gestos, dessas páginas, me emocionou incrivelmente. Apesar disso, nesse livro conheci o que considero o personagem mais execrável que já li, que mostrou o que o ser humano pode fazer de ruim, e mesmo assim, nos piores momentos, ainda havia uma brecha para a luz.
Uma cena que achei muito interessante, foi o debate de um outro personagem ao perceber que a moral não é sistemática e fiel às leis, as vezes, cumprir a lei não é fazer o certo. Esse choque ao descobrir a nobreza, lealdade, e mais uma vez, a caridade, mostrou o que Victor Hugo pode fazer de melhor; cavar até as profundezas de um personagem.
Os miseráveis trouxe a tona não uma, mas várias vidas que nasceram em em meio a dor, que deixaram cair as lágrimas mais legítimas carregadas sempre de esperança. A esperança de Fantine, Cosette, Jean, Sr Mabeuf... aah o senhor Mabeuf! A pureza de um coração de criança forçado a viver como um adulto e seus pesares...
Poderia falar muito mais, mas não sem colocar spoilers, então decidi parar. Peço, imploro, leiam esse livro (depois venham aqui conversar comigo ashuahsua).
Obrigada Victor Hugo, você me fez chorar (não pouco).
Julia.Everton 06/07/2021minha estante
Que resenha maravilhosa!!


Daniele 06/07/2021minha estante
Obrigadaa Ju ? agora só falta vc ler ele também hahahah


dani 06/07/2021minha estante
Resenha linda! Dá vontade de largar tudo e começar a ler agora.


Daniele 06/07/2021minha estante
Aaahhh ganhei meu dia ahauhsuhash
Bom, a intenção é essa KKKKKKKK o livro é grande mas vale super a pena


Pedro Moreira 07/07/2021minha estante
Excelente resenha! ?
Não sei se fico feliz ou triste quando leio uma boa resenha assim. Mais um livro que quero passar na frente da minha fila ?


Danton5 07/07/2021minha estante
Vc me deixou com muito mais vontade de ler esse livro do que eu tinha antes viu


Daniele 07/07/2021minha estante
Hahahah passe, Pedro. Olha, ele tem uma partes beem chatas, descritivas e tediosas, mas é lindo, fora que vc além de tudo saí sabendo da história da França ?


Daniele 07/07/2021minha estante
Aah Dan, objetivo alcançado com sucesso kkkkkkkkkkkm


Joao 10/07/2021minha estante
Tô na metade hahahah. Quando comecei esse livro e conheci o Bispo Myriel, eu parei e pensei: o livro pode ser uma porcaria daqui em diante mas só em ter construído tão bem esse personagem, já merece ser um clássico hehehe. Livraço e conforme eu vá avançando na leitura, vou conversando contigo.


Daniele 10/07/2021minha estante
Nossa, sim, só a parte do bispo já é linda e super bem construída




Carolina.Gomes 29/08/2021

Uma leitura inesquecível!
O que dizer dessa obra maravilhosa? Foram dois meses mergulhada nessa leitura. Uma narrativa belíssima com personagens muito bem construídos. Emocionante!

Difícil expressar com palavras o que estou sentindo nesse momento.

Penso, como o autor, que esse livro é:

"do princípio ao fim, no seu conjunto e nos seus pormenores, sejam quais forem as intermitências, as exceções ou os desfalecimentos, a marcha do mal para o bem, do injusto para o justo, do falso para o verdadeiro, da noite para o dia, do apetite para a consciência, da podridão para a vida, da bestialidade para o dever, do inferno para o céu, do nada para Deus."

Uma experiência única, inesquecível, transformadora, emocionante e linda!

Eu amei!

Entra para o rol de favoritos da vida, COM CERTEZA!
@livrosdelei 29/08/2021minha estante
Só de ler a sua resenha deu para sentir a grande emoção que foi ?? incrível! Parabéns pela leitura


Carolina.Gomes 29/08/2021minha estante
Quero que vocês leiam! Vou ficar feliz!


13marcioricardo 30/08/2021minha estante
Foi um dos muitos que comprei agora na Book Friday.. Ansioso por ler tbm..


Eliza.Beth 30/08/2021minha estante
????? ameeiiii


Isabela 30/08/2021minha estante
Esse livro é sensacional demais ?? Uma história pra levar pra vida


Michela Wakami 31/08/2021minha estante
Muito amor por esse livro!??????


re.aforiori 03/09/2021minha estante
Carol, fico imensamente feliz em ver alguém elogiando e enaltecendo, como você o fez, este maravilhoso livro do grande Victor Hugo. ???

Este é um dos livros que ninguém pode passar por esta vida sem tê-lo lido, como gosto de dizer. É uma das mais bem acabadas construções da mente humana!

Eu o li a cerca de 5 anos e o mesmo continua vivo em minha memória; me marcou profundamente, e sempre será, sem dúvida, inesquecível para mim...

Entretanto, sei bem sobre essa sensação incrível que você senti, após a leitura deste monumento, que também está no topo de meus livros favoritos da vida. ??

Outro livro de Hugo, que é espetacular, é ?Os trabalhadores do mar?; que como Hugo mesmo disse, forma o seu tríplice ?ananke?.
Sendo que em ?Os Miseráveis?, se trata do ?ananke? da sociedade e suas leis; em ?Notre-Dame de Paris? (ou ?Corcunda de Notre-Dame?), se trata do ?ananke? da região e seus dogmas; e, por fim, em ?Os Trabalhadores do Mar?, se trata no ?ananke? da natureza e suas coisas.

Hugo tinha a intenção de abordar estes três distintos temas nestas suas três obras, se aprofundando em detalhes sobre aspectos que eram intrínsecos no século XIX; mas, que, impressionantemente, se mostram tão atuais nos dias de hoje...

Vi que além de ?Os miseráveis? - destes livros de Hugo, que menciono - você já leu ?O Corcunda de Notre-Dame?... Que maravilha,
Carol! Isto quer dizer que você ainda tem esta outra preciosidade de Hugo para ler: ?Les Travailleurs de la mer?. ??

Enfim, ando em dias corridos, ultimamente; mas estou próximo de normalizar minha rotina... E espero logo poder ir até seu PV para falar com prazer de minhas impressões sobre o magnífico ?Os Miseráveis?, que vivem em minhas entranhas, e, com curiosidade, saber das suas também...

Obrigado por dignificar esta Magnum Opus de Hugo, através de sua resenha, Carol! ??

E até logo! ??


Carolina.Gomes 05/09/2021minha estante
Obrigada pelas dicas e pelo feed back, um abração ?


Jessé 18/09/2021minha estante
Não é meu Victor Hugo desse ano ainda, mas 2022 com certeza vai. Estou lendo no momento Os trabalhadores do mar.




Regis2020 18/05/2022

Um romance épico
Os Miseráveis se passa durante um período conturbado do século XIX, entre batalhas e revoltas, contextualizadas pelo autor através de personagens cativantes e extremamente humanos, nos mostrando uma Paris onde reina a pobreza e a crueldade imposta pela desigualdade social.

A História nos mostra, o protagonista; um homem honesto que é sentenciado e julgado pelo roubo de um pão, e que mesmo depois de cumprir sua pena (de 19 anos), seguirá marcado por seu "crime".
Mostra também a bondade do bispo que o acolhe, e a perseguição de um
investigador inflexível em seu senso de lei e justiça, mostra uma jovem obrigada a se desfazer de partes de si mesma para sobreviver e criar sua filha, mostra essa filha que se torna o objeto de redenção para o protagonista, e também mostra vários outros personagens, uns mais desenvolvidos, e outros que apenas passam pela narrativa.

Esse livro retrata o contexto político de uma época, fala de pobreza, de sonhos desfeitos, de injustiça, de revolta, de crueldade e da miséria humana, mas  também fala de perdão, de redenção, de amor ao próximo, de caridade e de compaixão.

Esse é um romance que te faz refletir e olhar mais atentamente a sua volta, que mexe com seu senso de justiça e igualdade, e que te desperta também para o realidade do mundo em que vivemos.

Essa leitura me emocionou a cada capítulo, me fez torcer e chorar, me causou paura e revolta, e me deixou totalmente horrorizada e desiludida com a sociedade imperfeita que criamos até aqui.
Um livro sensacional e essencial.
Recomendo.
Kleit1 18/05/2022minha estante
Eu quero ler ele. Eu tenho a edição da martin claret, mas quero ler pela edição da penguin ?


Regis2020 18/05/2022minha estante
Acho todas as traduções da Penguin maravilhosas!
Principalmente dos clássicos, o texto flui muito bem. E esse livro tem uma narrativa poderosa e emocionante. Leia sim, vai gostar.


Kleit1 18/05/2022minha estante
Tô aguardando alguma promoção, ver se consigo pegar ele por pelo menos 60 reais. Quem sabe na prime day em julho, né?! Mas se bem que a prime day já foi melhor, desde ano passado só dão promo de centavos ?. Ou eu consiga pegar um super cupom na americanas, ganhei 20 reais off em qualquer livro na madrugada de hoje. Pena que os miseráveis da penguin estava no valor indicado pela editora 110 reais ? aí não compensaria


Cleber 18/05/2022minha estante
Adorei a resenha???


Regis2020 19/05/2022minha estante
Obrigada Cleber.
Adorei a viagem pela Paris do século XIX e estou até desejando ler algo mais sobre a revolução Francesa. Esse livro é maravilhoso, não foi apenas uma simples leitura, me despertou a curiosidade por uma época e seus acontecimentos reais.


Regis2020 19/05/2022minha estante
Kleit1, concordo que está um preço bem salgado, apesar de ser um senhor calhamaço, de toda apresentação, da preciosidade da tradução e do conteúdo.
Espero que que na Prime Day de para você adquirí-lo. ?


Kleit1 19/05/2022minha estante
Regis, o menor valor que já vi ele foi de 60 reais. Ainda tenho esperança, sabe? E dessa vez, prometo não deixar passar!


Regis2020 19/05/2022minha estante
Kleit1, não vai se arrepender.
É um romance sensacional e imersivo. Eu me apaixonei pela escrita do Victor Hugo.


DANILÃO1505 04/06/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro




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