helena 09/04/2022
morrer não é nada; horrível é não viver
parece que eu vivi mil vidas lendo esse livro (e eu falo isso da melhor forma possível)
eu entendo que calhamaços dão muito medo de ler, mas é só lendo eles que você tem essa experiência. é absurdo, você se sente lá, em paris do século 19, com toda aquela revolta, com todas as opiniões diferentes. é surreal, eu não consigo nem explicar direito o que foi esse livro
masss, só uma observação, foi muito inevitável acabar comparando ele com o conde de monte cristo (meu livro favorito da vida), e apesar da escrita deles serem muito diferentes (o victor hugo é bem mais poético do que o dumas, confesso), os miseráveis não conseguiu roubar o lugar do conde rs. eu ainda amei muito ler ele, mas ler o conde de monte cristo do jeito e na época que eu li foi uma coisa que acho que nunca vai acontecer de novo.
eu também acho que os personagens dos miseráveis são muito mais difíceis de se conectar, obviamente eu amo o jean valjean, e eu os personagens secundários (éponine, gavroche, mabeuf, gillenormand) são TUDO pra mim, mas no final do livro eu já tava querendo esganar o marius e a cosette. e, por mais que eu ame a escrita do victor hugo (o livro tá todo marcado), tiveram várias partes de descrição que poderiam ter sido facilmente editadas, não só a famosa descrição do esgoto, mas também quando ele passa mais de 50 páginas descrevendo aquele convento
apesar dessas coisinhas que me incomodaram, é inegável que esse livro é simplesmente icônico, e que ele me marcou muito. eu tava morrendo toda vez que a gente via as partes da revolução, dos estudantes falando aqueles monólogos de páginas e páginas, da real confusão que foi paris nesse período, com certeza essas foram as minhas partes favoritas do livro. e o drama, obvio
eu sei que assusta e que ler um livro com mais de 1500 páginas e que não é exatamente o que a maioria das pessoas imaginam como uma leitura boa, mas de verdade, esse livro é surreal e, se você gosta dos temas abordados, da pra ler tranquilamente. é só ler um pouquinho de cada vez, sem pressa, realmente entender o que ele quer passar, juro que vale cada segundo lendo ele. acho que tô com um buraco na minha alma agora que acabei (tomara que a ressaca não venha rs)
AÍ QUE LIVRO BOM