spoiler visualizarBeatrizaag 29/03/2022
Tô cansada
Que Os Miseráveis seja um clássico da literatura francesa, ok. Daí a eu gostar já são outros quinhentos...
Até certa parte, o livro é muito bom. O bispo é sem sombra de dúvidas o meu personagem favorito. O livro está cheio de momentos interessantíssimos, discussões relevante e trechos super destacáveis (admito que fiquei com vontade de postar vários deles haha). Porém, para mim, vai até ai.
Achei a leitura cansativa, e não, não tem a ver com a quantidade de páginas. O excesso de digressões do narrador estragou bastante a minha experiência. Histórias são acrescentadas sem que haja real necessidade para a trama principal. Isso talvez não teria sido um grande problema caso as intervenções fossem interessantes, mas não foram, pelo menos não o suficiente para justificar a inclusão delas. Cada intromissão do narrador com detalhes que ninguém pediu, me deixou com a impressão de um tapinha nas próprias costas, como se o autor estivesse tão orgulhoso da história de seu país que achasse válido acrescentar mais algumas diversas páginas sobre, por exemplo, a história do esgoto da região. Não me entendam mal, é legal ter orgulho de seu país, mas assim, 1500 páginas sendo que boa parte delas está sobrando... ah, sei la, tem quem se interesse.
Outro detalhe que me deixou bem agoniada com a leitura foi o rumo de alguns personagens. Temos que admitir que o Jean Valjean ficou um saco quando envelheceu. Ele era um personagem incrível, mas ele criou uma obsessão tão estranha pela Cosette que, como meu noivo disse, acabou tendo um final cafona (ah, bora la, morrer de desgosto? sério mesmo?).
Por falar em Cosette, só eu fiquei incomodada com o fato dela não ter nada na cabeça? Enfim, foram poucos os personagens que eu realmente gostei.
Algumas saídas da narrativa, para mim, foram preguiçosas. É aquilo né, você tem tempo de falar sobre as histórias internas de um grupo religioso mas não pode desenvolver melhor alguns personagens que são super caricatos? Ou então dar um final descente para um dos personagens principais.
Todos esses fatores somados foram a razão para eu não gostar do livro. Realmente, eu não terminei satisfeita. Acho que foi frustrante ter tido um início tão bom, com tantas possibilidades e caminhos e um final que, para mim, ficou parecendo uma novela genérica.
Minha nota acima da média foi por conta da parte boa da narrativa, que para mim, foi até mais ou menos o período que Jean Valjean passa com Cosette no convento. Dali pra frente eu li pela força do ódio.