Juliana.Karol 11/12/2020
Rancorosa? Sim!
Aurélia Camargo uma moça bonita, reconhecida por sua beleza. Contudo, nota-se que para ela o que importa mesmo é o dinheiro que tem, durante a história é possível perceber como o ouro e o dourado aparecem, pois isso é o que garante a Aurélia, na mente dela, claro, o poder que ela tem e toda a sua beleza.
O método com o qual José de Alencar escreve a história não é o tradicional, só depois do primeiro momento é que compreendemos o objetivo do casamento, ou seja, a história não é linear. Acredito que não existe outra palavra para Aurélia que não seja rancorosa, podia a jovem ter feito várias coisas com o dinheiro mas decidiu se entregar ao rancor.
Além disso, durante trechos da obra é possível compreender que Aurélia nem mesmo nutria um verdadeiro amor por Seixas, e sim pelo ato de amar, por essa ânsia amorosa, o fragmento: ?Aurélia amava mais seu amor que o seu amante; era mais poeta do que mulher, preferia o ideal ao homem?, denota claramente essa ideia. Não compreendo contudo a mudança tão rápida de Seixas que foi, realmente, um vendido, acredito que ele não tenha mudado.
Enfim, eu gostei da história pois para uma moça do século 19 Aurélia era bem desenvolvida e dona de si, a escrita e a forma não linear também deixou a obra mais interessante, a meu ver. Além disso, a obra Senhora cumpre ainda um papel de estar de acordo com as obras do romantismo e ter, portanto, o desejo pelo amor impossível, uma idealização surreal do amado. Outrossim, gosto também da ideia de teatro que é encenado dentro da história mesmo se tratando, como diz logo no início do livro, de uma história real, logo, ficção e realidade se misturam.