JP_Felix 04/02/2022
Ghanor! Ghanor! Ghanor!
Uma sequência digna do primeiro volume, mas que cresce bem e expande mais o mundo fantasioso apresentado. Temos aqui uma obra que, se alguém ousasse dizer que nasceu de uma brincadeira de faz de conta apenas para ilustrar o que era um RPG, seria motivo de piada. Toda a fantasia e oa conceitos aqui presentear vão muito mais que os arquétipos presentes nos RPGs medievais, aqui temos uma obra que dá vida ao próprio mundo, aos seus personagens, a suas raças e a seus demônios.
Ruff é imperfeito, mas um homem que segue em frente. Falha, fracassa, é traído e acusado de traidor, sendo verdade e não sendo, e isso faz dele um personagem vivo, humano, uma representação da imperfeição humana e ao mesmo tempo da esperança de um caminho melhor. O peso do mundo sobre suas costas o espreme, faz com que exiga de si mesmo a solução para todos os problemas, e essa pressão o faz errar, fraquejar e ser, por muitas vezes, um tolo.
Se no primeiro livro tivemos um anão que mostra o que é um anão, aqui temos elfos que mostram seu mundo, sua sociedade, seu pecado e como lutam para serem puros. Também temos nobres, que representam a ganância e o desespero, dois novos soberanos que surgem após a queda do tirano para assumir a tirania, e também a esperança e a fé, não só em santos e nos deuses, mas nos homens, e é essa fé que derruba todas as barreiras.
Cada ponto é bem encaixado neste livro, todas as referências são usadas com um propósito, nada é gratuito, sendo que cada letra existe para construir este universo maravilhoso e mágico que encanta, envolve, instiga, nos faz sorrir e nos faz sentir desespero junto aos personagens. Simplesmente fantástica.
É um livro fantástico que deveria estar, juntamente ao primeiro, nas livrarias de toda parte, ostentando com orgulho o nome de um autor brasileiro que mostra do que é capaz.