Kizzy 23/09/2018
Bem arrastado
Acho que nem vou conseguir me estender muito nas minhas percepções sobre o segundo volume da aventura da "Lenda de Ruffghanor - O herdeiro do Leão". Acho a mesma coisa do primeiro. Existe um roteiro criativo, alguns personagens que parecem ser interessantes, mas um narrativa rasa e andando pra diferentes lados e acima de tudo entendiante.
Fico tentando entender o que de fato me incomoda na saga, afinal, Caldela escreve bem, é extremamente criativo, entende do que está fazendo, mas ainda assim o roteiro vai e vem e eu só consigo sentir tédio e nenhuma apatia por Ghanor.
O primeiro e principal motivo creio que continue sendo a construção inexistente do romance entre Áxia e Ghanor. A devoção de Ganhor pela agora Dama de Ferro continua sendo o centro do conflito do livro, mas até agora eu não me convenci desse amor. Para mim ele simplesmente não causa empatia alguma.
Para não ser injusta com a obra, achei muito rica e interessante a construção da vilania de Áxia. A obstinação do rancor da personagem que a cega para sua própria destruição em busca de sua vingança inexorável. Também acho muito boa a construção de Zamir que perde seus poderes de dragão mas nunca abandona sua obstinação pelo poder. O que realmente não fecha é a construção do personagem principal. Ruffghanor simplesmente não consegue me convencer, nem sozinho, nem na sua relação com Áxia.
Minha esperança voltou quando da construção da relação de Ruff e a estrela dourada. Quanta coisa boa poderia acontecer num romance entre um anjo e um ser com poderes especiais? Mas aí, dura um capitulo e volta pra mesma lenga lenga do heroísmo do Ruff e dos elementos que você fica se perguntando mas pra que isso?
Korin continua sendo meu personagem preferido. Há durante os dois livros uma construção coerente, embasada, poderosa e empática do melhor amiga de Ruff. Mesmo que a decisão de Korin no final do segundo livro tenha me parecido um pouco forçada, ainda assim entende-se que ela atende a uma necessidade de roteiro, e de novo, Korin me faz ser a única trama que instiga curiosidade para ler o terceiro.
De qualquer forma é uma boa construção de fantasia, e nacional. Apesar de não ser meu livro predileto, tem o meu respeito.
"Surgiu o medo. Com o medo, veio a desconfiança e ódio. A traição e a ganância. Alguns recorreram à maldade para se proteger, outros viram no caos uma oportunidade de lucro. E ninguém consegui enxergar, mas demônios estavam por ali, invisíveis devorando tudo aquilo. O banquete recomeçara."