Sofrendo a Gramática

Sofrendo a Gramática Mário A. Perini




Resenhas - Sofrendo a Gramática


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Eloá Tainá 18/08/2024

O livro é uma coletânea de ensaios que se complementam. Excelente para discussões e reflexões em sala de aula de um curso de graduação em Letras.
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George Luiz 29/01/2021

Este livro é uma coletânea de 11 ensaios que o professor Perini publicou em revistas diversas, principalmente, na Ciência Hoje. Trata-se de reflexões sobre diferentes assuntos, tais como classes de palavras, estudo histórico da língua, o conhecimento da íngua, ensino de língua portuguesa e etc. Interessante para leitores que não gostariam de uma literatura especializada sobre linguística. Recomendo.
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Gabs 01/07/2019

Como não sofrer a gramática
Em “Sofrendo a gramática – Ensaios sobre a linguagem” Mário Alberto Perini (graduado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais, doutor pela universidade do Texas e professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais) propõe, utilizando uma linguagem simples e acessível, reflexões a cerca de problemáticas relacionadas a linguagem e ao ensino de gramática. As reflexões propostas por Perini questionam o que vinha – e continua ainda hoje – sendo proposto por gramáticos tradicionais como, por exemplo, a classificação de palavras, o uso de pronomes, o distanciamento entre o português escrito e o falado, a pesquisa em língua portuguesa, entre outros.
Sobre a classificação de palavras, Perini defende um posicionamento que se distancia do tradicional em “O adjetivo e o ornitorrinco – dilemas na classificação de palavras” ao afirmar que a definição das classes dos substantivos e adjetivos, como aparecem nas gramáticas tradicionais, é inadequada, já que para ele “A distinção entre a classe dos ‘adjetivos’ e a dos ‘substantivos’ simplesmente não existe”.
Outra questão importante apontada por Perini é a que se refere ao preconceito linguístico, expresso através do pré-julgamento de que o brasileiro não sabe falar português, o que por muitos é considerado “privilégio de poucos”, opinião que é reforçada também pela escola. O autor, no entanto, sustenta a tese de que “sabemos e muito bem a nossa língua”, no ensaio “Nossa sabedoria gramatical oculta – que significa ‘saber português’?” em que o autor defende que falar português para nós é como andar, ou seja, algo natural e espontâneo e que possuímos um “conhecimento implícito altamente elaborado da língua”.
Ao falarmos sobre um livro de Perini opiniões como as já apontadas seriam de se esperar, se considerarmos que o autor é pesquisador da área de teoria e análise linguística, se destacando por estudar o português brasileiro falado, além do ensino de português, sintaxe e léxico e é em seu ensaio “Sofrendo a gramática – a matéria que ninguém aprende” – que dá título ao livro e por isso pode ser considerado, dentre os onze ensaios que o compõem, um dos mais importantes ou de maior destaque – que o autor se ocupa de questionar a forma como a disciplina vem sendo ensinada nas escolas, apresentando três sintomas de que algo está errado “no reino da gramática” e trazendo um diagnóstico mostrando sua opinião sobre o que está errado com esse ensino mostrando três defeitos – seus objetivos mal colocados, a metodologia adotada e não organização lógica da disciplina – e depois apontando três atitudes que devem ser tomadas para que exista a cura do ensino da disciplina – redefinir os objetivos da disciplina, não mais se determinar como deve ser a língua e a elaboração de melhores gramáticas.
Outros ensaios que merecem certo destaque são: “As duas línguas do Brasil – qual é mesmo a língua que falamos?” em que o autor diferencia o português que se escreve do português que se fala, defendendo a tese de que, se fossem ambas línguas de civilização, seriam consideradas duas línguas diferentes que não interferem uma na outra: o português escrito, visto por muitos gramáticos, como a forma correta da língua, enquanto o português falado é visto pelo autor como a língua materna dos brasileiros, mas que por ser tão desprezada é considerada apenas uma forma errada do português; “Karl Verner, detetive – três momentos na história da linguística” em que Perini cita três importantes linguistas e o compara a detetives, já que ambos “precisam lidar com dados muitas vezes insuficientes”; “Pesquisa em gramática – e será possível?” em que é elencado duas seções que fazem com que a gramática se tornem repelentes na escola e é mostrado como essa seções são falhas e impedem que a ideia da pesquisa em gramática seja aceita.
As propostas trazidas por Perini tornam o livro essencial para graduandos de letras, não só da licenciatura, mas também do bacharelado já que fala sobre a pesquisa e o preconceito linguístico e não só sobre ensino. O livro, apesar de ser de suma importância para alunos de letras, não se limita somente a nós, mas pode ser lido e facilmente compreendido por quem se interesse pelo assunto, já que Perini se utiliza de uma linguagem bem simples, coloquial e não carregada de termos técnicos restritos a área de letras. Outros artifícios utilizados pelo autor, fazendo a leitura fácil, dinâmica e bastante fluída – e que me fez não conseguir tirar os olhos das páginas, lendo o livro de modo rápido e compreendendo as ideias do autor, mesmo enquanto lia no transporte público – é o bom humor e, como dito na contra capa do livro, a falta de pretensão acadêmica. Não é um daqueles livros em que se sofre para ler.
O livro é excelente e cumpre muito bem com o objetivo de te fazer questionar as problemáticas presentes no ensino da língua, na questão do que é saber português e, além disso, te apresenta uma nova visão sobre os temas abordados te fazendo repensar questões como o preconceito linguístico que por muitas vezes ainda hoje é pouco comentado. Mesmo tendo sido publicado em 1997, o livro ainda se mantém bem atual e aplicável atualmente, o que é preocupante, já que nos mostra que o ensino de gramática ainda é mal executado e tem muito o que avançar, assim como o preconceito linguístico que ainda precisa ser constantemente combatido e abordado não apenas dentro da academia, mas também dentro das escolas.
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Stefânea 17/10/2017

Perfeito.
Perini conduz esse livro com uma sabedoria e calma, que se torna uma leitura prazerosa da qual não tive vontade de parar de ler. Simplesmente maravilhoso.
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