O Coronel Chabert

O Coronel Chabert Honoré de Balzac




Resenhas - O Coronel Chabert


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tuco. 17/09/2024

A tolice e a mesquinhez humana
Impressionante como o livro representa bem os medos da manipulação e da mentira, por mais que parta de uma premissa simples na qual podia existir um falso chabert, derville nao deixa de acreditar no pobre morto vivo. Com diversas formas de manipulação e mantendo o pobre na miseria e na desgraça, mostrando q independente do quao amada foi a pessoa ou por mais q existam grandes gestos de bondade, nao é o suficiente.
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Jpmalcher 14/07/2024

"O mundo social e judiciário pesava-lhe sobre o peito como um pesadelo."

"Seu olhar tinha uma expressão de estoicismo que não deveria passar despercebida para um magistrado; mas, assim que um homem cai nas mãos da Justiça, nada mais é do que um ser moral, uma questão de direito ou de fato, da mesma forma pela qual, aos olhos de um estatístico, torna-se um algarismo."

"A desgraça é uma espécie de talismã cuja virtude consiste em fortalecer nossa primitiva constituição: em certos homens aumenta-lhes a desconfiança e a maldade, assim como amplia a bondade nos que têm um coração excelente."
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lucasfrk 11/05/2024

O Coronel Chabert ? comentário
?Estive enterrado sob os mortos, mas agora estou enterrado sob os vivos, sob certidões, sob fatos, sob a sociedade inteira, que quer me fazer voltar para debaixo da terra!? (p. 25)

O Coronel Chabert (1844) é uma novela do escritor francês Honoré de Balzac que traz uma narrativa marcada pela cobiça e pela ambição. A obra narra os infortúnios do ex-coronel do exército de Napoleão I, Chabert, dado como morto na Batalha de Eylau (1807), consegue sobreviver e retorna a Paris, miserável e destituído de sua identidade, descobrindo ainda que sua esposa ficará com sua tortura e casara-se novamente. Essa história de um homem, herói das Guerras Napoleônicas, que, como um Odisseu moderno, volta para casa depois de anos na guerra e encontra sua mulher casada e desfrutando de sua fortuna atravessa o âmbito do drama pessoal e do histórico.

?Mas nós, advogados, vemos se repetirem os mesmos maus sentimentos, nada os corrige, nossos escritórios são esgotos que não se podem limpar.? (p. 73)

Como parte integrante da Comédia Humana, os personagens são prototípicos de França em tempos de Restauração, e traz um conflito de gerações, visto que o retorno do protagonista revela uma nova organização social, que volta a ser monárquica após a queda do imperador. Essa nova sociedade, que Balzac descreve, é marcada pela aparência e pelo dinheiro e mostra a fragilidade nada construção identitária dentro dessa sociedade instável. Chabert, sem nome e identidade social, possui um sentimento de não pertencimento, além de ser desumanização pelo fato de não conseguir reaver seus bens, de forma que, destituído de dinheiro, é também destituído de identidade (?? Chabert não! Chabert não! Meu nome é Hyacinthe ? respondeu o velho. ? Não sou mais um homem, sou o número 164 , sétima sala?, p. 72). A narrativa é tensionada pela ambiguidade, pois, no início o leitor é levado a duvidar de que Chabert seja Chabert, muito pelo julgamento prévio das demais personagens (que sempre o qualificam conforme sua indumentária). Se em Ilusões perdidas havia a crítica à profissão jornalística, neste ?romance burguês? é possível notar Balzac criticando vieses jurídicos, uma vez que o mote da trama é essa tarefa ? que alguns chamam de ?kafkiana? ? do advogado Derville, contratado pelo defunto, de provar que este está vivo e recuperar seus bens.

?Chabert estava tão perfeitamente imóvel quanto pode estar uma figura de cera [?]. Aquela imobilidade talvez não houvesse sido causa de espanto, se não estivesse completada pelo espetáculo sobrenatural que o conjunto do personagem apresentava. [?] Sua testa, voluntariamente escondida sob os cabelos da sua peruca lisa, lhe dava um quê de misterioso. [?] O rosto pálido, lívido, talhado a foice, se me permitem usar essa expressão vulgar, parecia morto. [?] As abas do chapéu que cobriam a testa do velho projetavam uma esteira negra no alto do rosto. Esse efeito esquisito, embora natural, punha em relevo, pela brusquidão do contraste, as rugas brandas, as sinuosidades frias, a sensação desbotada dessa fisionomia cadavérica.? (p. 17)

?Gostaria de não ser eu. O sentimento dos meus direitos me mata. Se minha doença houvesse eliminado toda a lembrança da minha existência passada, eu teria sido feliz! Se eu voltasse ao Exército com um nome qualquer, quem sabe não teria me tornado feldmarechal na Áustria ou na Rússia.? (p. 24)

?Os sofrimentos morais, perto dos quais as dores físicas empalidecem, provocam no entanto menos piedade, porque ninguém os enxerga.? (p. 29)
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Dafny2 28/01/2024

Chabert
Honoré De Balzac conseguiu representar muito bem a mesquinhez humana com essa história sobre o Coronel, fiquei muito entretida na história.
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Aline 01/12/2023

É melhor ter luxo em seus sentimentos do que em seus trajes.
Li pra faculdade e dá pra ver pq foi importante pro realismo na França, realmente retrata como o ser humano pode ser podre em sua mais pura forma. É um livro bom, mas é um pouco confuso e, acho que por ser tão curto não me apeguei a história. No geral, fala muito sobre dinheiro (o mal da humanidade) e como as pessoas podem ser egoístas, sobre encontrar sua própria identidade e sobre ver que algumas pessoas não são como vc pensava.
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abibliotecadamica 04/08/2023

Excelente.
Coronel Chabert é uma novela curtinha, de apenas 83 páginas na minha edição e, no entanto, os traços de Balzac são fortes ao retratar o comportamento humano diante do poder e da miséria.
A narrativa é simples e nos apresenta ao coronel Chabert, que lutou sob o comando de Napoleão e foi essencial para o sucesso do famoso ataque de Murat" na Batalha de Eylau (1807). Um grande herói, que foi declarado morto mas, inacreditavelmente, sobreviveu. Há muito tempo incapacitado, ele não conseguiu convencer ninguém de que era quem afirmava ser, nem mesmo sua esposa, pois todos estavam certos de que Chabert estava morto. Durante dez anos permaneceu "rejeitado pela mulher, pela lei, por todo o mundo social". Sua esposa casou-se novamente com o Conde Ferraud, por "amor, fortuna e ambição ao mesmo tempo", usufruindo de sua condição de herdeira, enquanto Chabert padecia na miséria.
Chabert, porém, encontra em seu caminho advogado ambicioso, Derville, que também é o advogado de sua viúva e o convence a atuar a seu favor.
A partir dessa passagem, acompanhamos com profunda cólera a ingenuidade e bondade de Chabert, confrontada com a imoralidade da esposa, resumida de maneira admirável nesse fragmento: "O infortúnio é uma espécie de talismã cuja virtude consiste em corroborar nossa constituição primitiva: ele aumenta a desconfiança e a maldade de certos homens, assimo como aumenta a bondade dos que têm um coração excelente." Trabalho pequeno e bastante poderoso.
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Nemec 15/02/2023

Curta mas profunda história dos limites da moral humana
É o primeiro livro de Balzac que leio e vejo como ele magistralmente descreve os comportamentos morais dos personagens em uma insólita história de um coronel que, dado como morto ressurge na esperança de ter de volta sua vida.

Vale a pena a leitura.
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Rafaela.Cruz 09/12/2022

Ganhou meu coração.
Balzac me fez querer ler tudo dele. Apenas! Uma escrita irretocável e totalmente atemporal. Narrativa muito fluida.
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Alessandro117 29/10/2021

Mais uma das grandes obras.
Balzac é um dos mais encantadores escritores. Suas retratações da Paris e da França do século XIX são de extasiar qualquer ser humano que tenha um olhar atento para as relações sociais que os humanos, com suas delicadezas falsas, vivenciam.
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Luhbeka 22/09/2021

A qualidade de escrita do Mestre Balzac de sempre, mas dessa vez, a história não me convenceu.
Talvez eu tenha lido em um momento inoportuno. Talvez só não foi o meu estilo mesmo. A história é brilhante, envolvente, bem escrita e com reviravoltas excelentes. Um Balzac não deixa de ser um Balzac só porque não foi dessa vez, não é mesmo?

Penso em reler ele em outro momento pra ver se foi só questão de feeling mesmo.
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JuKirchhof 31/10/2020

Denso
Que história tão crua da mesquinhez humana. Parafraseando Balzac, o que os escritores escrevem fica aquém do que o mundo produz.
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Paulo Sousa 30/07/2020

Leitura 37/2020
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O coronel Chabert [1832]
Orig. Le colonel Chabert
Honoré de Balzac (França, 1799-1850)
Companhia das Letras, 2013, 84 p.
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?Que sina! Saiu do asilo das crianças abandonadas e vem morrer no asilo dos velho, depois de ter, entrementes, ajudado Napoleão a conquistar o Egito e a Europa? (Posição Kindle 1118).
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?O coronel Chabert? é uma curta novela, parte da soberba ?A comédia humana?, do escritor francês Balzac. Nela, acompanhamos a triste sina de Chabert, um oficial do exército de Napoleão que, gravemente ferido em batalha, acaba sendo dado como morto. Longos meses depois, já restabelecido, retorna a Paris onde tenta retomar sua vida, sua carreira, seus bens e sua esposa, mas acaba encontrando, além da incredulidade de todos a atestarem sua identidade, sua esposa está novamente casada com um ilustre conde com quem teve dois filhos. Chabert amarga uma pobreza dura, até que encontra num jovem advogado a chance de reaver sua antiga vida...
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O livro, além de ser um ótimo suplemento jurídico, fala também da decepção pelo amor que se deixa corromper pela riqueza: a esposa de Chabert procura dissuadir o velho militar a abrir mão de sua riqueza enganando-o quando este descobre o plano nefasto e, desiludido e amargurado, decide abrir mão de tudo vindo a terminar seus dias num asilo.
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Balzac tem uma prosa límpida, sem enfeites. Sua obra magna, A comédia humana, objetivou dissecar as relações morais e sociais a fundo em centenas de novelas e romances. Dele já li ?A mulher de trinta anos? e ?Ilusões Perdidas?, obra ímpar, essencial para jornalistas e aspirantes, relevante para os desavisados sonhadores, mas que encanta com a riqueza de uma prosa de tão alto nível legada pelo gênio francês.
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Alê | @alexandrejjr 06/07/2020

O mestre atemporal

É interessante perceber como grandes autores sempre têm algo a dizer e o francês Honoré de Balzac está facilmente incluso nesse seleto grupo.

Esta novela, que integra (a grandiosa) "A comédia humana", é uma pequena obra-prima. Em "O coronel Chabert" somos convidados ao questionamento do valor da ausência e da força da presença daqueles que estimamos. São conceitos bem filosóficos, porém tratados aqui com a maestria dos ficcionistas e, como é marca conhecida do autor, sua habitual ironia e deboche aos costumes franceses de sua época.

A verdade é que é difícil não simpatizar com as figuras dessa pequeníssima edição que tenho, lançada na coleção "Grandes amores" da Cia. das Letras. Do pitoresco e atento advogado Derville e seus ajudantes atrapalhados e burocráticos, passando pela personalidade ambígua e interessante da condessa Ferraud, para terminar no perdido, iludido e inocente coronel Chabert do título.

Balzac mostra uma rara habilidade para prender a atenção em menos de 80 páginas. Ele escancara medos e dúvidas a respeito do que constituí uma identidade, fazendo com que nos questionemos sobre o real valor das pessoas de nossas vidas. E como se fosse pouco, o autor é um ácido observador social, mostrando que as preocupações humanas realmente são uma comédia. Esse francês é mais um da galeria dos necessários a conhecer e segue inspirando gerações de novos romancistas, a exemplo do espanhol Javier Marías, que voltaria a explorar o tema em sua máxima potência psicológica. Mas isso é outra conversa.
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Shadai.Vieira 12/07/2019

ótima e rápida leitura
"Sou aquilo que digo ser apenas quando a sociedade corrobora", foi essa frase que ficou na minha cabeça após ler esse clássico de Balzac.

Possível ser lida em um par de dias, essa novela faz parte do conjunto de obras chamada "A Comédia Humana". E, a palavra Comédia aqui não se refere a humor, e sim ao realismo mundano das histórias.
Nessa, um senhor em estado de miséria dado como morto na guerra há mais de 10 anos retorna, e com auxílio de um advogado reivindica sua fortuna e seu matrimônio. Porém, a então viúva se casou novamente.

O importante aqui não é o triângulo amoroso (tanto que a terceira parte mal aparece), e sim, a busca pela identidade perdida, já que muita gente vê aquele velho acabado como um farsante, desacreditando ser um dos grandes coronéis de Napoleão. E a personagem feminina retrata o apreço das pessoas por status e dinheiro ante o amor passado.

Muito boa edição da Saraiva Clássicos com ótimos anexos no final sobre a obra, seu autor e as diferenças do gênero Realismo para o Romantismo.
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Caroline Gurgel 17/06/2019

Muito bom!
O Coronel Chabert é uma história incrível, curtinha, que faz parte da Comédia Humana de Balzac. Temos como cenário a França do começo do século XIX, que vivia uma época de inconstâncias políticas, e como personagem principal um homem, dito herói de uma batalha, que, dado como morto, ressurge anos depois para retomar sua esposa - já casada com outro e com filhos, e sua identidade.

Balzac é um mestre da escrita e da descrição dos costumes de sua época. Sabe retratar com fineza, elegância e fidelidade o comportamento humano diante do poder e diante da miséria. Faz de uma simples e breve história, um deleite para que a lê. Leiam!

ig: @historiasdepapel_

site: www.historiasdepapel.com.br
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