Kennia Santos | @LendoDePijamas 09/12/2016"Nunca me dei conta da vitória que é simplesmente estar viva."Rompimento de paradigma.
Eu, como leitora voraz de livros sobre anjos, confesso que me surpreendi e muito com a vertente tomada nessa história. Diferente de todos que eu já li, nesse caso, anjos não são as criaturas do bem que vieram para ajudar a salvar.
Eles vieram para destruir.
Para dominar.
Temos Penryn, uma garota de 17 anos que vive em um mundo pós-apocalíptico em circunstâncias não muito favoráveis. Possui uma mãe totalmente esquizofrênica que só piora desde a partida de seu pai, e uma irmã, Paige, que tem 7 anos e é paraplégica.
Quando o local no qual estão já não é mais seguro e os suprimentos estão presentes a acabar, ela, inevitavelmente, deve seguir caminhos por estradas sinuosas marcadas pelo desespero e destruição.
"Se a gente se separar, não há muita esperança de nos reencontrarmos em nenhum lugar, mas preciso manter a ilusão porque pelo jeito é tudo o que temos."
"No entanto, a única coisa que realmente me convence de que o apocalipse chegou são os smartphones esmigalhados sob os meus pés. Nada menos que o fim do mundo faria nossos amantes de tecnologia ecologicamente conscientes jogarem seus últimos apetrechos eletrônicos na rua."
No meio da estrada, ela se depara com algo incrivelmente incomum: cinco anjos lutando contra um. Desesperada, ela pede que sua mãe e irmã se escondam, enquanto ela tenta descobrir formas de se desvencilhar dali. Então ela vê um dos anjos ter suas asas arrancadas à força, sem motivo aparente. Nesse meio tempo de distração, sua mãe foge e deixa para trás Paige, que é levada por um anjo céu acima.
Com raiva de si mesma pela distração e muito preocupada em como recuperar Paige, ela percebe que o anjo ainda está caído na rua, sem asas e sem forças para sequer se levantar. Então ela pega as asas e guarda, e o carrega noite afora para um condomínio de luxo abandonado, onde pretende obrigá-lo a dizer o paradeiro de Paige, nem que métodos não muito carinhosos sejam necessários para que ele abra a boca.
orem costuradas no lugar de origem, coisa que somente pode ser feita no Ninho da águia, o paradeiro dos anjos. Em troca das asas, ele aceita levar Pen ao local onde provavelmente estará Paige, mas o grande problema é que esse lugar não é próximo, e em um mundo pós-apocalíptico, andar nas ruas não é tão simples e seguro quanto costumava ser...
Pen é uma adolescente, porém em momento algum demonstra imaturidade ou pensamentos vãos, totalmente determinada e focada, treinada para o pior e sempre faz o melhor. Admirável.
Raffe.. bem, ele é um anjo. Caído ou não, isso já faz ele ter meu coração. Sim, ele é lindo. Por mais que exista pouquíssimo romance ou afeição, as pequenas atitudes são notáveis e prometem muito mais.
"Às vezes, enquanto perambulamos no escuro, tropeçamos em algo bom."
O livro é muito bom. Com uma premissa incrível. No final, ele dá uma alavancada estupenda, com um ritmo de deixar o leitor com o coração nas mãos.
Mas existem algumas coisinhas que poderiam ser melhor explicadas, ao invés de simplesmente jogadas na história com o propósito de que o leitor abstraísse sem dificuldade. A escrita é boa, porém a noção atemporal da Susan Ee, nem tanto. Sem contar diversos fatos nos quais ela deu abordagem introdutória mas não desenvolveu.
Ao que tudo indica, essas coisas serão melhor apresentadas nos próximos livros, que ainda não tem previsão de lançamento aqui no Brasil (ai meu coração). Devido à melhora final, estou SIM surtada pela continuação, porque aquele final partiu meu coração em pedacinhos bem pequenininhos, e tenho fé que a história tem muito e muito pra melhorar, e quem sabe se tornar uma das minhas favoritas.
VERUS, PUBLIQUE O SEGUNDO LOGO, POR FAVORZINHO! < 3