Maria Fernanda 23/03/2021+ o suprassumo da estética enemies to lovers +Já faz mais de dois meses que eu li esse livro e simplesmente não consigo esquecê-lo. Eu sigo completamente obcecada pelo tanto que a história é divertida, comovente, romântica e erótica na medida certa. Claro, com aquela ligeira alongada no lenga-lenga antes de tudo se resolver e todos serem felizes para sempre, mas a gente assina por isso no contrato de leitor de romance, né?
A minha saga com a Julia Quinn começou lá em 2015 quando eu li "O Duque e Eu", mas fiquei tão indignada com certa cena perto do fim do livro e como a questão foi tratada que decidi não dar continuidade aos quiproquós dos Bridgertons. Mas, eis que é chegado dezembro de 2020 e a Netflix lança a adaptação do infame primeiro livro da série e lá fui eu assistir pois sofro de FOMO (fear of missing out). E com a gigantesca suavizada que a produção deu na parte problemática do enredo, eu percebi que gostei bastante da história no geral, e isso acabou me dando uma cutucada pra dar outra chance aos livros.
Então, aqui estou, em março de 2021, lendo "os Segredos de Colin Bridgerton" e escrevendo esta resenha de "O Visconde Que Me Amava". E o que, exatamente, tem nesse livro? Minhas amigas, tem TUDO. A começar por Kate Sheffield, que é uma personagem maravilhosa e impossível de não amar, com uma personalidade muito bem construída (e um jeito que me lembrou demais a atriz Adelaide Kane; acho que imaginá-la durante a leitura foi o que me fez gostar mais ainda de Kate, porque adoro Adelaide). Tão bem construída que dá pra sentir em cada palavra escrita a química genuína e inevitável entre ela e Anthony.
Anthony. O mais velho e mais birrento dos irmãos Bridgertons, que, graças a sua teimosia sem fim (e problemas de comunicação que seriam resolvidos com terapia caso ele não existisse no século XIX), nos agraciou com o melhor que a estética enemies to lovers tem a oferecer. E que, por ser dono de umas paranoias tão sem sentido, deu espaço pra uma das cenas mais engraçadas, inacreditáveis e inesperadas que eu já li enquanto ria de nervoso. Entretanto, é preciso dizer que Anthony também é dono de alguns comportamentos agressivos que me fizeram ficar confusa sobre ter gostado tanto desse livro. São coisas simplesmente inadimissíveis na vida real, e que nenhuma mulher deve achar normal.
No mais, esse segundo volume da série ganha em muito por se passar metade do tempo na casa de campo da família Bridgerton, Aubrey Hall, o que dá uma mudada no cenário de bailes em looping da high society da capital londrina. Não que se tenha uma variedade muito grande de coisas que possam acontecer em enredos dessa época, né, rs, mas essa viagem dá a oportunidade de ver os personagens em novas situações. A minha preferida sendo uma partida muito engraçada de croquet entre Anthony, Colin, Daphne, Simon, Kate e sua irmã, Edwina.
Até agora, na minha opinião, esse é disparado o melhor livro de todos. Fiquei apaixonada demais. E dá pra ver que a Julia Quinn se divertiu horrores escrevendo, além de ter entregue as melhores cenas hot da carreira. Só não avaliei com 5 estrelas porque achei que ficou faltando trabalhar melhor a relação entre alguns personagens da história, senti falta de um diálogo aqui e outro ali para a melhor construção do enredo.