Luke 18/12/2021
Duas mulheres, dois destinos, uma vida.
Afeganistão. Anos 1970.
Mariam é apenas uma garotinha e vive com a mãe em uma cabana na floresta, perto de Herat. O pai de Mariam é um dos mais ricos de Herat, tem três esposas e nove filhos, e Mariam, filha ilegitima. Toda semana o pai vem ver a filha e esse é o dia preferido de Mariam, que pouco conhece do mundo além da floresta e sonha que um dia o pai irá levá-la para ver tudo aquilo que ele conta.
Até um certo dia em que a mãe de Mariam, que sofria de epilepsia, acaba morrendo, deixando-a sozinha. O pai a leva para sua casa, e o que devia ser o sonho de Mariam sendo realizado, torna-se uma grande dor. Tomado pelas pressões das esposas, o pai de Mariam concorda em entregá-la um homem solteiro de Cabul, imaginando que esse homem poderá oferecer a Mariam uma vida segura.
Mal chegara a metade de sua adolescência, Mariam se vê casada, submissa e obediente, devido a pressão da sociedade e seus percalços para os direitos femininos. Mariam, agora é maltratada por seu marido, afinal, não conseguem ter filhos.
Laila cresceu nas ruas de Cabul, tendo como melhor amigo Tariq, adolescentes, agora ele é seu grande amor. Em meados do final dos anos 1970 e início dos anos 1980, quando a invasão russa toma conta do Afeganistão, Laila se vê orfã devido a uma bomba lançada em sua casa. Desamparada, Laila é entregue ao marido de Mariam como sua segunda esposa, o que concorda de bom acordo, devido a descoberta da gravidez de Tariq.
Presas ao mesmo homem, Mariam e Laila se tornam muito próximas, sobretudo com o nascimento do filho de Tariq, que Laila esconde como sendo filho de seu marido. Juntas, enfrentam a opressão do casamento e das mudanças na sociedade com a retirada russa no final dos anos 1980 e a chegada do regime talibã no início dos anos 1990.
Com uma escrita envolvente, mostrando o lado humano junto aos horreres do regime talibã, assim como o célebre O Caçador de Pipas, Khaled Housseini entega um novo romance com novas pespectivas, celebrando e destacando a força feminina em uma sociedade que as oprime amplamente, lhes nega os diretos civis e as toma como meros objetos. A Cidade do Sol é mais do que um romance escrito por um romancista afegão, é uma reflexão intensa do medo, do modo de vida e da falta de escolhas que acarretam de um regime antidemocrático.
É um livro essencial.