Leila.Cavalcante 18/01/2012
O Fantasma da Ópera
Depois de ouvir falar tanto de “O fantasma da Ópera” eu esperava um algo mais da história, afinal, é uma história muito famosa; fama devida em partes às adaptações para o cinema e ao musical da Broadway. Do original “Le fantôme de l’opéra”, escrito por Gaston Leroux, conta a história de um suposto fantasma que habita os subsolos da Ópera de Paris, o que por si já é um luxo, quer dizer, já pensou morar na Ópera de Paris. Mas enfim...
A história é boa, tem bastante ar de mistério e o autor consegue desenvolver a trama sem parecer óbvio; a cada capítulo aumenta a curiosidade sobre o tal fantasmas, afinal, ele existe? É algum truque? É alguma brincadeira que alguém resolveu fazer com os novos diretores da Ópera? De fato, é um pouco de tudo. Além de uma dose de amor não correspondido.
Apesar de pequeno – 254 páginas, o romance tem vários personagens importantes para a trama; a Sra. Giry, que se diz ser a única pessoa que fala com o Fantasma, Moncharmin e Richard, os novos diretores da Ópera, que não dão crença nenhuma na existência do Fantasma; a cantora Christine Daaé, os irmãos Chagny e o misterioso Persa, além do próprio Erik, claro. Alguns personagens chegam a ser cômicos. A narrativa flui de uma maneira bastante agradável, apesar do ar de suspense que aparece entre um fim de capítulo e o inicio de outro, o autor não deixa o leitor ansioso muito tempo; aliás, ele tenta convencer o leitor de que a história é baseada e fatos reais: “o Fantasma da Ópera existiu, não é produto de imaginação. Existiu em carne e osso, embora com todas as características de fantasma”, e como ele usa um estilo meio investigativo, há momentos que o leitor fica tentado a acreditar que se trata de um relato verdadeiro, mas a explicação para a existência de Erik é tão surreal que não dá pra acreditar no final.
Não de deve deixar de mencionar o cenário onde se passa a história: a Ópera de Paris, bem, uma história já merece alta consideração só por ser ambientada em Paris. Existem cinco subsolos abaixo da Ópera, e é incrível a sucessão de tuneis, passagens secretas, galerias, principalmente o lugar onde Erik vive. Quando o mistério é desvendado e entende-se os motivos do Fantasma, por que e como ele vive naquele lugar, por que sequestrou Christine, e tudo o mais, é impossível não sentir pena do pobre Erik. É claro que pena não é um sentimento interessante. Daí, se alguém não quer ficar triste por perceber o quanto as pessoas são julgadas pela aparência, talvez até se identificar com os sentimentos do Fantasma, é melhor nem ler. Mas como romance é bom, é bastante envolvente, e bem rápido de ler.
Desafio de Férias - Cultivando a Leitura
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