O Fantasma da Ópera

O Fantasma da Ópera William Shakespeare
Gaston Leroux




Resenhas - O Fantasma da Ópera


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Jozy.Cristiani 10/02/2021

O que salvou foi o final
Sinceramente este livro não funcionou para minha pessoa, o final é emocionante, mas li arrastada. Prefiro o filme.
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snopy 30/05/2022

legalzinho
É uma boa história, porém a escrita não ajudou muito, não me prendeu e se tornou algo arrastado e maçante.
É uma mistura de mistério e "romance" que tinha tudo pra ser uma leitura incrível mas infelizmente a escrita atrapalhou.
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VivianRayna 13/12/2023

Tocante
Surpreendente a forma como as coisas foram construídas, amei a proximidade do autor com os leitores. Amei o relacionamento das personagens e sobretudo quando estava na iminência do final, o clima de tensão, como tudo foi descrito, consegui imaginar bem as cenas. Fiquei muito impressionada com as atitudes do fantasma e com o que ele se mostrou ser no final. Maravilhoso!!!
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Solinercia 21/08/2024

Tragédia, amor e obsessão
Escrito de maneira teatral, com diálogos curiosos e cenários impressionantes, não é difícil entender o porquê de ter se tornado um clássico.
Os personagens são cativantes, e é impossível não sentir o amor ou o desespero profundo com eles à medida que percorrem sua jornada.

É até difícil falar desse livro, porque tenho elogios demais a tecer, mas creio que eles sempre vão rodear esses temas acima. No entanto, não recomendo para dar início a leitura de clássicos, caso não esteja habituado, ele tem diálogos que podem ser confusos e trocas de cena bastante interrompidas, que podem ser bastante estranhas pra quem está habituado com literatura contemporânea. Apesar do Fantasma ter sido o pai do que hoje considero o protagonista médio dos romances de Dark Romance (que não são lá muito meu estilo de literatura), um vilão trágico, que nos dividimos entre amar ou odiar, a leitura é mais densa do que isso. Não em matéria de horror, mas de escrita mesmo.

Mas pra quem já está acostumado com livros mais antigos, ou pra quem gosta de se aventurar na literatura... É um prato cheio de prazeres e dores, impossível de se perder.
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Fenrir 27/09/2022

Bom apenas ?
Talvez não seja meu tipo de literatura preferida mas, achei cansativo a leitura e pouco me surpreendeu ? uma leitura que fiz por curiosidade para conhecer a obra apenas ? pode ser o último livro da minha estante .
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Luisa.Nascimento 01/01/2023

Ameii
Conseguir entender de onde tantas versões de séries, filmes, minisséries surgiram e como alguns pontos da história vão mudando foi muito interessante.

As versões acabam mudando, tirando ou até acrescentando detalhes que quem nn teve a oportunidade de ler o libro não percebe é é fantástico conseguir comparar elas.
Silvana 01/01/2023minha estante
Li o livro e assisti alguns filmes e realmente pra entender toa a essência da estoria só com o livro.




Biggie 04/07/2023

Na Ópera de Paris, uma figura enigmática e disfarçada circula, gerando especulações entre os artistas e funcionários do local. Eventos perturbadores levam a administração do teatro a acreditar que um Fantasma verdadeiramente assombra o lugar. Esse misterioso personagem mascarado começa a visitar Christine Daaé, uma jovem cantora lírica, e oferece a ela aulas de canto, com o objetivo de torná-la a principal estrela da Ópera de Paris e conquistá-la romanticamente. Acreditando que a voz pertence ao Anjo da Música, que a guiará para o sucesso, Christine faz um pacto com essa figura misteriosa. No entanto, terror, ciúmes, traição e tragédia marcarão o relacionamento entre o gênio musical e Christine.
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Coruja 25/10/2022

Explorando relacionamentos subterrâneos com “O Fantasma da Ópera”
Do primeiro acorde grandioso que parece vibrar nos ossos, é difícil não se deixar cativar pelo romance e tragédia de O Fantasma da Ópera. Desde sua estreia em 1986 (o mais longínquo em cartaz), o musical é um dos maiores sucessos da Broadway, importado para todos os cantos do mundo, com a trilha sonora vertida em 17 línguas.

O curioso é perceber que, embora os personagens da história já sejam parte do nosso imaginário coletivo, eles são mais conhecidos pelas adaptações do que pela história original. Na verdade, já conversei com mais de uma pessoa que se surpreendeu, ao descobrir que o musical (e o filme) era adaptação de um livro. E, quem costuma ir atrás do livro achando que será uma experiência parecida, acaba sem saber bem como lidar com o original.

De fato, a obra de 1910 do francês Gaston Leroux não é nem o mesmo gênero de sua adaptação mais famosa, o musical de Andrew Lloyd Webber. Leroux traz uma narrativa investigativa, cujo foco é o mistério por trás dos acontecimentos da Ópera - acidentes misteriosos, furtos, assassinatos, chantagens, sequestros -, que costuram ficção com fatos e pessoas reais. Webber enfatiza o triângulo amoroso entre a bela soprano Christine Daaé; Raoul, o garboso Visconde de Chagny; e o monstruosamente genial Erik, o dito fantasma que vive nos subterrâneos da Ópera de Paris.

Erik tenta se fazer amar por Christine, por quem nutre uma perigosa obsessão, competindo por sua atenção com Raoul, que foi companheiro de infância da cantora e com isso abre vantagem nos afetos dela. Os personagens se entrelaçam através da música: foi pela música tocada pelo pai de Christine que ela e Raoul primeiro se aproximaram; é ensinando música que Erik estabelece contato com a jovem; é subindo ao palco pela primeira vez para encantar Paris com sua voz que Christine retorna à atenção de Raoul.

Mas, se a música une o triângulo amoroso, também nos vemos no meio de um jogo de gato e rato, com o Fantasma perseguindo Christine Raoul tentando entender o que está acontecendo para salvar a mocinha. Tudo isso enquanto Erik tenta estabelecer seu poder dentro da Ópera, em meio a uma troca de administradores que pode frustrar seus planos artísticos.

Como um quarto personagem dessa quadrilha está a própria Ópera, lar do Fantasma e de Christine, repleta de luxos e mistérios, uma cidade labiríntica, cuja construção está ligada a história de Erik - quase um imperador entre suas paredes. Algumas das melhores partes do livro são aquelas em que Leroux explora todo esse cenário de público e bastidores, realidade e a fabricação de ilusões, própria de um teatro como a Ópera.

É interessante também refletir que essa mixórdia de real e imaginário que faz parte do livro é acolhida pela Ópera Garnier: qualquer tour que você faça por lá cita o romance clássico. Em 2018, quando estive em Paris no final de outubro, visitei a Ópera no meio de uma caça ao tesouro inspirada no Fantasma, parte de uma ação ligada ao Dia das Bruxas, em que os visitantes recebiam um mapa e uma máscara e saíam explorando o prédio e interagindo com atores vestidos a caráter.

Dito tudo isso, gostaria de alertar que espectadores do musical que decidam se aventurar pelo livro ansiando pelo desenvolvimento do romance de Christine e Erik vão se desapontar. Mas talvez a exploração mais crua dos crimes de Erik, e com o texto despido das icônicas canções que roubam nossa atenção, seja suficiente para compreender o quão tóxico é esse relacionamento.

Ok, então, vamos por partes. A partir daqui, spoilers e uma mistura de interpretações baseadas simultaneamente no livro e no musical, para tratar de reflexões sobre relacionamentos sob um olhar moderno - ainda que o enredo se passe em 1870. Ainda, permitam-me dizer: eu gosto de O Fantasma da Ópera. Li o livro pela primeira vez quando era adolescente e não me decepcionei na releitura - que fiz na edição da Zahar, repleta de notas explicativas sobre compositores, cantores e outros fatos referenciados na história (como a famosa queda do lustre, que aconteceu de verdade). Assisti ao filme no cinema, e a gravação do musical mais de uma vez. A trilha sonora dele está em uma dúzia das minhas playlists mais escutadas.

Assusta-me, contudo, o fervor com que algumas pessoas defendem que Christine deveria ter terminado a história ao lado do Fantasma (ao ponto de Webber ter criado uma continuação, o terrível Love Never Dies). Na verdade, mesmo o romance com Raoul me incomoda sobremaneira. Na minha opinião, melhor seria se Christine tivesse terminado sozinha, colhendo os louros de seu talento. Mas, bem, considerando a realidade da época em que tudo se passa, o final foi o melhor possível, dentro das circunstâncias.

Erik bem poderia ser parente de Heathcliff, de O Morro dos Ventos Uivantes, em sua obsessão doentia com Christine, capaz de tudo para consegui-la para si. Ele se utiliza da figura do “Anjo da Música”, personagem benévolo das histórias contadas pelo pai da moça, para se aproximar dela. Aproveita-se da vulnerabilidade de uma jovem órfã, que foi superprotegida e cresceu acreditando em contos de fadas como coisa real. Pela memória amorosa do pai morto, ganha acesso exclusivo, e uma ascendência que lhe permite ditar a conduta de Christine mesmo fora de suas lições de canto.

Quando ela compreende que o “Anjo” é na verdade um homem que a esteve manipulando o tempo todo, Erik a ameaça, ameaça aqueles que ela ama, e até o inteiro universo que os une: barris de pólvora nos subterrâneos da Ópera com poder suficiente para levar quarteirões pelos ares e a culpa de todas essas mortes ‘será sua, Christine, por ter me rejeitado’. Ele a obriga a se isolar, e quando isso não é suficiente, ele a sequestra.

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“– Agora tenho medo de voltar a morar com ele dentro da terra!

– O que a obriga a voltar para lá, Christine?

– Se eu não voltar para junto dele, grandes tragédias podem sobrevir! Mas não aguento mais! Não aguento mais! Sei perfeitamente que devemos ter pena das pessoas que moram “embaixo da terra”… Mas este é horrível demais! O momento, contudo, se aproxima; só tenho mais um dia! E se eu não for, será ele que virá me buscar com sua voz. Ele me arrastará para sua morada, debaixo da terra, e se porá de joelhos diante de mim, com sua caveira! E dirá que me ama! E cairá em prantos! Ah, essas lágrimas, Raoul! Essas lágrimas nos dois buracos da caveira. Não posso mais ver essas lágrimas correrem!”
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Por semanas, Christine fica a mercê de Erik, sozinha nos apartamentos construídos por ele muito abaixo de quaisquer masmorras, sem contato com qualquer outro ser vivo além dele, sem chance de escapar, sem ninguém ter conhecimento sobre seu paradeiro. E, como Leroux jamais nos dá o ponto de vista de Christine e apenas uma breve narrativa da moça tentando se explicar para Raoul após seu desaparecimento, podemos apenas inferir o terror que ela sentiu como prisioneira de alguém que não tivera escrúpulos em mentir e usar seus sentimentos, que já a ameaçara antes e que insiste na ideia de fazê-la sua esposa, obrigando-a até mesmo a usar um anel de compromisso.

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“Estava um breu à minha volta; ao longe, uma tênue luminosidade vermelha clareava um ângulo de parede, um canto de uma encruzilhada. Gritei. Só a minha voz enchia as paredes, pois o canto e os violinos haviam se calado. E eis que subitamente, na escuridão, uma mão pousou sobre a minha… ou, melhor, alguma coisa óssea e gelada cingiu meu pulso e não me largou mais. Gritei. Um braço me enlaçou pela cintura e me ergueu. Debati-me por um instante, aterrorizada; meus dedos escorregaram ao longo das pedras úmidas, sem conseguirem se agarrar. Parei então de me mexer, achando que morreria de pavor. Arrastavam-me para a luzinha vermelha; entramos naquela luz e então vi que estava nas mãos de um homem envolto num grande manto preto, que usava uma máscara que lhe ocultava o rosto inteiro. Fiz um esforço supremo; meus membros se enrijeceram, minha boca se abriu novamente para berrar meu pavor, mas uma mão a fechou, mão que senti sobre meus lábios, sobre minha carne… e que cheirava a morte! Desmaiei.”
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O livro nunca deixa completamente clara a idade de Christine; sua única referência é que ela teria ‘?o coração puro de uma jovem de quinze anos’?. Combinado com a amizade de infância com Raoul, aceita-se que ela esteja mais ou menos pelos vinte anos. O musical não dá pistas sobre o assunto, mas a lápide ao final do filme - que é uma versão do musical de Webber -, nos diz que ela tem entre quinze e dezesseis anos. Erik, por sua vez, é contemporâneo de Madame Giry, o que o coloca no mínimo na faixa dos quarenta anos.

Então cá temos uma adolescente sendo manipulada por um homem significantemente mais velho, usando da memória do pai falecido da moça para torná-la complacente com os desejos do Fantasma.

No segundo sequestro de Christine, esse direto do palco (sim, ela é sequestrada duas vezes), Erik, através de chantagens contra os administradores do teatro, consegue que se cante uma ópera de sua autoria. Erik mata o tenor que subiria ao palco em seguida, e assume o papel de Don Juan cantando com sua amante, interpretada por Christine, a canção The Point of no Return.

Tendo a oportunidade, prestem atenção na letra dessa música e me digam depois se não é assustador, especialmente a se considerar que Christine é forçada a cantar as palavras colocadas em sua boca e que a submetem a Erik (que só no meio ela percebe ter substituído o outro ator).

Raoul, decididamente, não é tão melhor prospecto que Erik. Quando reencontra Christine no teatro, ele tenta usar de seu título para ficar a sós com ela - algo, aliás, encorajado pelo irmão mais velho, que vê a possibilidade de uma amante na Ópera perfeitamente aceitável, e nem sonha a possibilidade de ter uma cantora como cunhada. E, quando escuta uma voz masculina em seu camarim, antes mesmo de renovar a amizade de infância, fica quase louco de ciúmes.

Os sumiços e comportamento esquivo de Christine o torturam não em pensar que ela esteja em perigo, mas sim no risco de um rival e ele oscila radicalmente entre considerá-la um anjo com todas as virtudes e uma cortesã que se aproveita de seus talentos para conseguir protetores que avancem sua carreira na Ópera. Há pelo menos um momento em que ele a julga uma prostituta, mas nem isso detém sua necessidade de posse.

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“Lançou um olhar desesperado para o céu, para as estrelas; desferiu socos no seu peito em chamas; amava e não era amado! Com um olhar melancólico, contemplou aquela aleia desolada e fria, a noite pálida e morta. Não existia nada mais frio, mais morto, que o seu coração: amara um anjo e desprezava uma mulher! Como a fadinha do Norte zombou de você, Raoul! De que adianta, não é mesmo?, ter rosto tão gracioso, fronte tão tímida e sempre à beira de cobrir-se com o véu cor-de-rosa do pudor, se é para passear na noite solitária, ao fundo de um cupê de luxo, na companhia de um misterioso amante? Não deveria haver limites sagrados para a hipocrisia e a mentira? E não deveria ser proibido ter os olhos claros da infância quando se tem alma de cortesã?”
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Quando Christine finalmente quebra o silêncio e, aterrorizada, confidencia ao amigo as loucuras do Fantasma, o fato de ter sido feita prisioneira por semanas; Raoul não tenta lhe oferecer segurança e conforto, mas sim aproveita o momento para declarar seu amor e sua firme resolução de ter Christine para si. Da mesma maneira que Erik, ele se aproveita de um momento de absoluta fragilidade para manipular a mocinha direto para seus braços. Mesmo quando Raoul corre contra o tempo para salvar a amada, ele fracassa e se torna mais um trunfo de Erik contra Christine, mais um item com o qual chantageá-la. Raoul não é capaz de salvar a ninguém, nem a si mesmo.

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“– Ah, que ódio tenho dele! exclamou Raoul. – E você, Christine, responda, preciso que me responda para escutar com mais calma a continuação dessa extraordinária história de amor, e você, odeia-o?

– Não! – disse Christine simplesmente.

– Ai! Por que tantas palavras! Certamente o ama! Seu medo, seus terrores, tudo isso também é amor, e do mais delicioso! O inconfessável – ruminou Raoul com amargura. – Aquele que, quando pensamos nele, dá calafrios. Imagine, um homem que mora num palácio subterrâneo! E riu…

– Quer então que eu volte para lá! – interrompeu bruscamente a moça. – Preste atenção, Raoul, não voltarei mais de lá!

Houve um silêncio terrível entre os três… os dois que falavam e a sombra que escutava, atrás…

– Antes de responder – disse finalmente Raoul com uma voz lenta –, eu desejaria saber que sentimento ele lhe inspira, uma vez que não o odeia.”
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E aqui, volto ao fato de que Christine em nenhum momento tem espaço para fazer de fato ouvir sua voz - o que é tristemente irônico, considerando que é pela voz sublime que ela é conhecida -, a narrativa nunca traz o seu ponto de vista para o centro da história; ela é, por boa parte da ação, um objeto disputado por Erik e Raoul; exceto pelo final, quando sua capacidade de compaixão salva a todos, incluindo quem ignorava estar em risco.

Gosto de fazer um exercício de interpretação quando termino um romance, algo que chamo “?o que acontece depois do felizes para sempre?”?. Diferente do musical, no livro, Raoul tem um irmão mais velho. Esse irmão morre, assassinado por Erik.

Na confusão do desaparecimento de Christine diante de toda a plateia da Ópera, e da descoberta dos planos que Raoul fizera de fugir com a soprano - bem como a conclusão bastante lógica de que o Conde seria contra esse casamento - Raoul se torna suspeito da morte dele. Afinal, o Fantasma é apenas uma “lenda” do teatro, não é mesmo? Não é uma figura em que a polícia vai acreditar.

Em outras palavras, depois de passar um dia sendo torturado e humilhado por Erik, quase ao ponto do suicídio, Raoul é liberto não porque lutou de forma honrosa contra seu algoz, mas porque a empatia de Christine e sua disposição ao sacrifício despertam uma centelha de arrependimento no Fantasma. Ele então tem de fugir com a soprano, perdendo no processo a família, o título, a fortuna e o futuro brilhante.

Do meu ponto de vista, uma vez passado e consumado o primeiro ardor da paixão, quando as dificuldades forem se somando e somando, e sabendo que não pode voltar para casa porque sua fuga certamente não ajudou com as suspeitas de fratricídio, Raoul descobrirá um profundo ressentimento pela esposa. Afinal, paixão não é o suficiente para manter um relacionamento; e, a não ser que todos os acontecimentos na câmara de tortura tenham-no amadurecido profundamente, Raoul é um rapazola mimado, que passa a maior parte do tempo preocupado e se compadecendo dos próprios sentimentos e não tem muito respeito por Christine, que está saindo de toda essa situação traumatizada - e pensando nesse trauma, ele pode ser tão manipulativo quanto Erik (mas, como ele tem um nariz, então, tudo bem? Vá entender).

É, eu sei, estou vendo a coisa toda de uma maneira muito pessimista. Talvez eles tenham de fato vivido felizes para sempre cantando entre fiordes na Noruega. Quem sabe? Mas, bem, eu não gosto do Raoul, como não gosto do Erik, e acho alarmante a ideia de que o relacionamento de Christine com qualquer um dos dois possa ser visto como ideal romântico ao qual se aspirar. Infelizmente, como uma ingênua cantora de ópera sem família ou protetores em meados do século XIX, as chances de Christine não cair num relacionamento predatório não me parecem as melhores. O mimado Visconde talvez ainda seja a melhor opção.

Mas tudo isso são suposições e interpretações feitas de um ponto de vista moderno. Não julgo Leroux pelas escolhas que fez com sua história, e destrinchá-la dessa maneira certamente é uma boa reflexão sobre papéis de gênero, reconhecer relacionamentos abusivos, e até sobre o dissociar uma obra do autor, uma vez que boa parte do fascínio e sedução do Fantasma vêm de sua genialidade artística. E ele não faz nada para tornar a obsessão de Erik por Christine algo minimamente palatável. Em compensação, eu julgo o Webber, afinal, ele conseguiu tornar sua adaptação ainda mais problemática do que o romance original (sério, o que é aquele desastre de enredo de Love Neves Dies???).

Elucubrações catastróficas à parte, repito que gosto de O Fantasma da Ópera. É um bom mistério, embora a forma entrecortada como Leroux vai e volta entre personagens por vezes prejudique um pouco o ritmo (super empolgada no relato do persa e de repente corta para cena nada a ver). O livro conseguiu me surpreender na primeira leitura e, mais de década depois, a releitura me trouxe questões importantes que nem me passavam pela cabeça quando era adolescente (ou seja, ele conseguiu me surpreender uma segunda vez). Valeu a escavação pelas profundezas subterrâneas da obra, sem dúvida.

site: https://owlsroof.blogspot.com/2022/10/explorando-relacionamentos-subterraneos.html
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Lord well 06/01/2022

Me surpreendeu
Que livro incrível, uma historia bem contada que envolve o leitor por cada passagem secreta, leitura super leve e facil de ler. Perfeito, se eu soubesse que era tão bom esse livro ja teria comprado. Favoritei
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omanoel 09/05/2021

Obra Incrível!
Um livro muito bom, com um final emocionante, pena tem um início um pouco chato, fazendo com que eu tenha cogitado em não continuar a leitura. Mas o final é surpreendente, com uma explicação incrível da história do protagonista, explicando e mostrando o que o levou a fazer o que fez.
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Welliton.Moreira 19/03/2024

Um dos melhores Clássicos
Em um palco de mistérios e melodias, "O Fantasma da Ópera" emerge como um clássico atemporal que hipnotiza os leitores com seus personagens fascinantes.
A história se desenrola nas sombrias entranhas da Ópera de Paris, onde um enigmático e deformado gênio da música, conhecido apenas como o Fantasma, tece seus segredos e paixões. Seu amor não correspondido pela bela e talentosa Christine Daaé desencadeia uma série de eventos que oscilam entre o sublime e o macabro.
Gaston Leroux, o maestro por trás dessa obra-prima, habilmente utiliza-se de elementos como romance, mistério e drama, criando uma atmosfera densa e carregada de emoção. A ópera como pano de fundo não é apenas um cenário, mas um personagem por si só, com seus corredores sombrios e salas secretas que ecoam com o peso do passado.
O protagonista, o Fantasma, é retratado com uma profundidade psicológica cativante. Sua obsessão por Christine o torna tanto um vilão quanto uma figura trágica, um anti-herói cujas motivações são tão complexas quanto suas habilidades musicais.
Christine Daaé, por sua vez, é uma heroína cativante, cuja jornada de descoberta pessoal e coragem diante das adversidades a torna uma personagem memorável.
Além do triângulo amoroso central, "O Fantasma da Ópera" aborda temas como o poder da música, a busca pela perfeição artística e a dualidade da natureza humana. A narrativa é pontuada por reviravoltas surpreendentes e momentos de suspense que mantêm o leitor à beira do assento.
Em suma, "O Fantasma da Ópera" conquista seu lugar como um clássico da literatura que continua a encantar e intrigar gerações de leitores ávidos por emoções intensas e reflexões profundas.
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Gabslareine 13/07/2021

O fim dos amores do Fantasma
É incrível como uma segunda leitura, até mesmo terceira, pode mudar a recepção da história. Conforme nós evoluímos a narrativa ao nossos olhos também fica diferente. É inegável a tragédia nessa história, não havia solução menos triste, mas antes eu não pensava assim.

A primeira vez que eu li, condenei alguns personagens e o Fantasma foi aquele que eu mais gostei e lamentei o triste fim. Hoje continuo lamentando seu desfecho, mas crítico pelo que fez à Christine, apesar de se redimir no final. É muito triste, no entanto é uma história de mistério muito boa.
Lucas 13/07/2021minha estante
Um clássico que eu nunca li.


Gabslareine 13/07/2021minha estante
Leia!!! Você vai gostar! Não tem quem não sofra!


xaninhakkkj 13/07/2021minha estante
Sobre o que fala?


Gabslareine 19/07/2021minha estante
A história é sobre um fantasma que aterroriza uma casa de Ópera de Paris. É muito interessante como você descobre as camadas da narrativa. Vale cada momento! Sem contar a mistura de realidade com ficção e conhecemos alguns momentos da história da França.




Stella F.. 22/06/2023

Um ótimo suspense
O Fantasma da Ópera
Gaston Leroux - 2021 / 280 páginas - Nova Fronteira

Um clássico escrito em por Gaston Leroux em 1909, ambientado na Ópera de Paris com suas colunas, vários andares, bastidores, subterrâneos. O Fantasma da Ópera foi exaustivamente adaptado para cinema, teatro, com vários lançamentos ao longo dos anos. Um livro instigante, de amor, sombras, suspense, beleza, truques e tragédias, vida e morte, sombra e luz. Um suspense em que mergulhamos nos acontecimentos, e não queremos mais parar de ler. Um livro que nos prende do início ao fim.

O narrador/investigador, começa nos contando alguns fatos que ocorreram quando o Fantasma da Ópera vivia pelos calabouços desse grande teatro. Vai nos dando as pistas, falando de suas suspeitas e suas fontes, e vai nos convencendo de que tudo aconteceu realmente.

Então entramos na Ópera e lá já encontramos o corpo de baile, bailarinas que trocam ideias sobre a aparência desse Fantasma, que todo mundo acha que viu, mas que não sabe muito bem como é, e se não é só ilusão.

Está acontecendo no momento uma troca de direção. Os antigos diretores, Debienne e Poligny, estão deixando a direção para Richard (músico e compositor) e Moncharmin (não entende nada de música). Eles deixam claro a existência do Fantasma e suas exigências, entre elas, a reserva do camarote n° 5, que tem como encarregada a D. Giry, que nunca o viu, só ouviu sua voz. Quando os diretores disponibilizam o camarote para outras pessoas, deve pagar uma multa ao Fantasma, ou vai haver consequências. Os novos diretores acham que tudo não passa de uma brincadeira, mas vão sentir na pele a descrença no Fantasma. D. Giry recomenda aos diretores que obedeçam ao Fantasma.

A principal cantora é Carlotta, que tem extensão vocal, mas não tem alma. Não gostam muito dela, é arrogante. Agora uma novata está tentando fazer parte do elenco, Christine Daaé. Por um milagre, Christine está cantando cada vez melhor, e Carlotta está fazendo de tudo para sabotá-la. Christine não aceita mais muitos convites e quando Raoul (Visconde de Chagny), um antigo amigo e namorado de infância a procura e não a encontra resolve ir a Perros, e lá a encontra homenageando o dia da morte de seu pai, um antigo violonista. Mas não sem antes escutar uma voz falando com Christine no camarim após o grande sucesso da noite de gala. Ao encontrá-la, Raoul a indaga sobre a voz que ouviu e sobre o que ela disse à voz: "É somente por você que eu canto. Dei minha alma a você esta noite e estou morta." (pg. 66) Ela então vai falar com Raoul sobre as histórias que o pai dela contava sobre o Anjo da Música.

Os diretores continuam desobedecendo ao Fantasma, que tem prioridade na escolha do elenco. Quer que Christine passe a substituir Carlotta, mas eles não seguem a ordem e o dia vai ser tenebroso. Carlotta ao cantar acaba coachando, porque um sapo está em sua boca e o principal lustre do teatro cai em cima dos convidados, causando grande rebuliço, principalmente o sumiço de Christine. Raoul fica sabendo que Christine está com o Anjo da Música, e se corrói de ciúmes. Raoul e Christine se encontram em um baile de máscaras e ela ao escutar uma música que vem das paredes, fica completamente enlevada e obediente, e some através dos espelhos.

Christine fica sumida por 15 dias e quando ela retorna, Raoul a lembra que ela falou o nome do Fantasma, Érik. Ela pede que ele esqueça esse nome porque pode haver sérias consequências. Raoul e Christine ficam noivos de brincadeira com autorização do Fantasma, mas com a cláusula de após um mês, Raoul deve sumir de sua vida. O Fantasma deu à cantora um anel de ouro, selando seu compromisso com ele. Christine se abre com Raoul sobre a o dia em que tirou sua máscara e ficou estarrecida, foi um dia de horror. Christine em um dia passeando com Raoul pelas alturas da Ópera acaba perdendo o anel. Érik já a havia ameaçado caso ela o perdesse. Em um dos diálogos entre Christine e o Fantasma, ele disse o seguinte: "É bem difícil fazer com que nos amem numa tumba, eu disse. Cada um, respondeu ele num tom bem particular, tem os encontros que pode." (pg. 138)

Quando estavam noivos de brincadeira, Christine e Raoul já estavam combinando de fugir. De alguma maneira Érik toma ciência e arma a maior cilada. Christine estava se apresentando divinamente, e de repente, por um truque, some do palco. Chamam o comissário Mifroid para tentar desvendar esse mistério. Raoul conhece o Persa, uma figura estranha que conhece Érik. Ele vai ajudar Raoul na busca por Christine. O Persa prometeu a Érik não se meter nos seus negócios, mas agora quer ajudar Raoul. Eles vão encontrando as passagens, pelas paredes, pelos espelhos, pelas pedras e chegam à casa do Lago. É uma aventura e tanto! Mas, caem na Câmara dos Suplícios!

A Câmara dos Suplícios é muito bem elaborada, uma grande invenção. Eles sofrem muito lá, e por um tempo Érik e Christine somem do quarto. Quando ela descobre que estão do outro lado, sedentos e sofrendo, rouba um saquinho pertencente a Érik, com duas chaves, uma delas corresponde a que abre a Câmara, mas pode também significar um sim ao casamento com Érik. Enquanto estão na Câmara, conseguem explorar os arredores, e descobrem uns barris, e em um primeiro momento acham que é água, mas depois descobrem que é pólvora. E desconfiam nas intenções do Fantasma. Dependendo da chave que Christine virar, tudo pode ir pelos ares. Adeus, Ópera de Paris. O Fantasma para piorar, inunda a Câmara e não sabemos se eles sobreviveram. “Fora da humanidade, ele construíra para si, longe dos homens, um esconderijo de animal subterrâneo, decidido a tudo explodir, em formidável catástrofe, se o mundo da superfície quisesse desentocá-lo do antro em que refugiara a sua monstruosa feiura.” (pg. 251)

Então o narrador/investigador volta com o relato escrito pelo Persa que esclarece alguns fatos. O próprio Persa foi deixado na porta de casa, Raoul ficou preso para não se encontrar com Christine, Phillipe, irmão de Raoul, morreu ao tentar encontrá-lo, e Érik resolve liberar Christine para ficar com Raoul, mas só após a sua morte. Ela havia aceitado se casar com ele que emocionado a libera. O casal some no mundo e não sabemos mais notícias deles.

Foi bom conhecer a obra que nunca havia lido. Uma escrita deliciosa, e um suspense que não dá vontade de parar de ler! Recomendo.

Essa resenha tem um viés mais romântico, onde Raoul é a luz e Érik a sombra, o horror. Mas ao assistir ao vídeo no You Tube da Nova Acrópole, podemos entender a obra de um outro lugar, onde Érik seria a descoberta, a tomada de consciência e Raoul, aquele que quer trazer Christine para a escuridão, para a não exploração de si mesma. (https://youtu.be/I1j3m_D0V1I)



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Suh Oliveira 06/01/2024

Livro físico: A edição da PandorgA é perfeita. Capa dura, simplesmente linda, folhas amareladas e mais grossas, diagramação perfeita. Irretocável.

O enredo se passa em Paris, mais precisamente dentro da Ópera de Paris.
Christine Daae é uma jovem cantora e bailarina que com sua voz suave e seu jeito dócil e meigo conquista o coração de um jovem Conde e do Fantasma da Ópera. Graças a estes dois homens, Christine viverá momentos de medo, de terror, de aprendizado e de um esplendor incomum no palco.
Até onde dois homens apaixonados irão para provar seu amor? Será que o jovem Conde conseguirá vencer o Fantasma da Ópera e todas as suas artimanhas?
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Felipe 01/03/2021

O Fantasma da Ópera
Leroux vem juntar o goticismo com o saudoso humor francês que eu só via em Júlio Verne. No meio de todo o drama do triângulo amoroso (às vezes beirando o enfadonho, às vezes caindo no abusivo), o autor, através de cenas, personagens não centrais, e a narração do investigador pincelava o humor situacional e cínico na medida certa. A Ópera, seus acessos e armadilhas são detalhadas ao ponto que suspendemos a descrença e aceitamos como engenhosas possibilidades. Essa é a história d?O Fantasma e talvez algumas pessoas não se contentem com a falta de informação sobre subtramas que surgem aqui e ali, mas é justamente o entrelaçar de histórias que preenche um universo. Ficamos questionando e fantasiando novos dramas a seguir personagens pouco explorados. Apesar do ?bem-me-quer-mal-me-quer? arrastado, firma-se como um romance muito bem escrito, aventuresco e que faz jus ao sucesso secular do livro e do musical mais assistido do mundo.
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