O Mulato

O Mulato Aluísio Azevedo
Douglas Tufano




Resenhas - O Mulato


149 encontrados | exibindo 106 a 121
1 | 2 | 3 | 4 | 8 | 9 | 10


Daniel 02/07/2018

Darwinismo literário
Obra introdutória do Naturalismo no Brasil, publicada originalmente em 1881, O Mulato se passa na cidade de São Luís do Maranhão, em fins do séc. XIX, e conta a história de amor proibido entre Ana Rosa, filha de um rico comerciante português, e seu primo Raimundo, um jovem e bem instruído mulato, filho de um traficante de escravos e de uma ex-escrava, mas que não tem consciência de sua origem nem da cor de sua pele. É em meio a um ambiente hostil e escravocrata que Raimundo tentará obter o amor de Ana Rosa, mas logo descobre, da forma mais dura, que na vida só os mais fortes e mais aptos vencem.
Típico romance naturalista, a obra é um verdadeiro "estudo científico" do comportamento humano, onde as ações do indivíduo são diretamente moldadas pelo meio, a raça e o momento histórico em que está inserido. Com uma escrita detalhista, bastante descritiva, Aluisio Azevedo tece uma crítica ferrenha à escravidão e à corrupção da Igreja, denunciando a hipocrisia da sociedade da época e expondo, com décadas de antecedência, o racismo que existia e ainda hoje existe impregnado no nosso país.
Embora de inicio as descrições das personagens se aproximem de uma possível idealização romântica, tal perspectiva é desmanchada e cai de vez por terra ao final da narrativa, quando as personagens mostra-se de fato tal com são: cínicas, calculistas e insensíveis, como animais devorando - se uns aos outros, o que reforça a tese naturalista que sustenta o romance. O meio social onde vivem insere nas pessoas os mais profundos preconceitos e patifarias, fazendo-as cometer os piores crimes sem qualquer remorso, contanto que haja a certeza de impunidade. As personagens do Cônego Diogo, do caixeiro Dias e da própria Ana Rosa servem de espelho para o caráter maleável e oportunista do ser humano.
Uma obra-prima da literatura brasileira.
comentários(0)comente



Felipe 23/03/2018

Desfecho sensacional
Escravidão, violência, racismo e corrupção são coisas que são a cara do Brasil, não é mesmo?
Com uma trama curiosa e um final surpreendente, o livro "O Mulato" fala de como o ser humano pode ser cruel quando quer atingir seus objetivos.
Diferente dos contos de fadas, o livro em questão mostra o lado real da vida, em que nem sempre o bem prevalece.
comentários(0)comente



Jucélia Vital 20/02/2018

Futuro e hereditariedade
Neste romance somos levados a conhecer a história do protagonista Raimundo, o Mundico, a partir de seu retorno à província de São Luis do Maranhão, já homem formado, íntegro e culto criado na Europa. Desconhecendo sua origem, ele almeja acima de tudo descobrir seu histórico familiar.

A partir daí ocorre o desvelamento das agruras impostas a ele por sua infeliz hereditariedade, fator determinante de todos os desarranjos a que ele será submetido no decorrer da narrativa junto a sua amada Ana Rosa.

O livro foi escrito no período final da monarquia no séc. XIX, e descreve magistralmente a natureza crua das relações de fidalguia X escravidão através de figuras como D. Maria Bárbara, cujo sobrenome já é um prenúncio do grau de sua barbaridade em pessoa; ou na figura de Mariana, sua crueldade e caráter duvidável não cabem em si e transbordam para além dos limites do casarão; ou ainda na figura do padre D. Diogo que, ao invés de representar o norte para o bom caminhar, é incendiário e lança suas chamas da discórdia inflamando a realidade.

O auge da narrativa é, indubitavelmente, o poder descritivo empenhado pelo autor, uma característica marcante e transcendente a este romance, e que certamente o coloca no patamar de ícone da literatura brasileira, nos provando que o fator hereditário define sim o rumo de uma história.
comentários(0)comente

Camila1856 25/10/2019minha estante
Perfeito!!!




Suelen 24/01/2018

Livro foi leitura obrigatória no ensino médio, mas na época não gostava de ler esse tipo de leitura. Me permiti ler após adulta e fiquei encantada com a história, com a escrita, achei maravilhoso e engraçado certas passagens. Infelizmente fiquei chocada com o final, não esperava que fosse daquela forma, tendo em vista que estamos acostumados com finais felizes.
comentários(0)comente



Henrique Fendrich 03/12/2017

Pode ser que "O cortiço" seja mesmo a melhor obra do Aluísio Azevedo, mas sem dúvida "O mulato" me divertiu e me entreteu muito mais. Deliciei-me com diversas passagens, tendo encontrado, inclusive, algumas inesperadas tiradas humorísticas, das quais destaco uma:

Há um chato exemplar no livro. Lá pelas tantas uma mulher tem um ataque. O pessoal se debruça sobre ela, desesperado, até que se conclui: "É um vólvulo!". Ao que o chato emenda: "Do latim volvulus".

Sem falar na ousadia que foi enfrentar o provincianismo da escravagista São Luís do Maranhão. Como obra realista ou naturalista, também me agrada bastante quando o desfecho foge do ideal.

O cônego Diogo parece ter saído diretamente das páginas de Decameron. Sem dúvida um dos personagens brasileiros que mais mereciam figurar lá.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Thiago Barbosa Santos 28/06/2017

Um livro atual!
Neste ano li três livros que tocam com muita propriedade na questão do preconceito racial: "O sol é para todos", da Harper Lee, "Tenda dos Milagres", de Jorge Amado, e recentemente "O Mulato", de Aluísio Azevedo.

As três publicações deveriam ser obrigatórias para aqueles que acham que o racismo ficou no passado, e que hoje só existe "mimimi" sobre a questão. Óbvio que ao longo de todos esses anos conseguimos avanços importantes na luta contra a discriminação racial. Mas ainda há muito o que progredir neste sentido.

O livro do autor maranhanse, publicado na fase final do período da escravidão no Brasil, foi um verdadeiro soco no estômago da sociedade hipócrita da época. Por isso pode ser considerado um marco importante da nossa literatura. Raimundo, protagonista, é filho de um comerciante português e uma escrava. Para proteger o filho, o pai dele o envia para Portugal. Lá ele estuda, tem formação acadêmica e já adulto, bem depois da morte do pai, volta ao Brasil, mais precisamente ao Maranhão, para tomar pé dos negócios que herdou. O tio, que toma conta dos bens dele, o hospeda em casa. Raimundo se apaixona pela prima, a Ana Rosa, e os dois juram amor eterno.

O detalhe é que Raimundo não conhece sua própria origem, não sabe que é filho de uma escrava. Todos na cidade o rejeitam porque conhecem bem as raízes dele. O jovem questiona o porquê desta rejeição, mas só descobre quando pede ao tio a mão da prima em casamento. O tio nega o pedido e diz que não pode entregar a filha a um descendente de escravos. Então inicia a luta do casal para ficar junto.

O livro faz duras críticas a essa sociedade preconceituosa e bate forte também na igreja, que muitas vezes fazia coro a essas atitudes preconceituosas. "O Mulato" foi um panfleto bastante importante para colocar fim a uma das práticas mais grotescas da história da humanidade.
Henrique Fendrich 03/12/2017minha estante
Thiago, ainda na temática do preconceito racial, recomendo "Os tambores de São Luís", de Josué Montello, um dos melhores que já se escreveu sobre o tema no Brasil.




Gu 13/04/2017

Livro incrível
Lembro-me das inúmeras vezes que enojei esse livro, julgando-lhe o conteúdo pela imensa quantidade de páginas... Hoje, me arrependo verdadeiramente sobre cada palavra a que lhe dirigi. Não foi só um sentimento de êxtase que senti ao terminá-lo, mas, principalmente, o reconhecimento de que Aluísio Azevedo era, de fato, um maravilhoso descritivista, e, por isso, tão conceituado em nossa literatura. Amei a história, em si, com suas tramas, seus detalhes, e, mesmo que ainda, em certos pontos, com moldes românticos, e suas críticas, tanto à Igreja quanto ao conservadorismo que permeava aquele século o Maranhão. Trata-se de um livro incrível, e as descrições do autor, que nos aprofunda naquele meio de forma tão verossímil, são verdadeiras construções de personagens e do cenário. Como em O Cortiço, Aluíso, nesse livro, já nos mostra seu potencial.

site: http://gustavomazzeor.wixsite.com/falandodeliteratura/single-post/2016/10/16/AN%C3%81LISE-O-Mulato-de-Alu%C3%ADsio-Azevedo
Isadora.Nascimento 26/11/2017minha estante
undefined




Jefferson 27/11/2016

O personagem Raimundo, o mulato, se vê preso em uma trama de preconceitos provenientes de sua descendência escrava, já que é filho de escrava com português. Longe por quase toda a sua vida, retorna ao Brasil para descobrir as suas origens, já que pouco sabe sobre seus progenitores e em meio a tudo isso se apaixona por Ana Rosa, sua prima legítima. A trama possui muitos personagens minoritários que acabam confundindo um pouco pela quantidade, mas que são responsáveis pela representatividade da época retratada. Como principais antagonistas estão o pai da moça e o Vigário, que por baixo da batina possui uma personalidade nada santificada. O mulato é o livro que inicia o movimento naturalista no Brasil, possuindo assim, detalhes primorosos e peculiares.
comentários(0)comente



oeudesalves 07/10/2016

O mulato: uma pintura crua do Brasil do XIX
Considerado o pioneiro do movimento naturalista no Brasil, ‘O Mulato’, de Aluísio Azevedo, publicado em 1881, chocou a sociedade da época e provocou uma série de duras críticas ao autor, sendo este obrigado a se mudar do Maranhão para o Rio de Janeiro, onde o seu trabalho foi reconhecido.
A maneira realista com que o romance tratava de temas polêmicos como República e escravidão incomodava os mais conservadores, e ao mesmo tempo estimulava progressistas e liberais a colocarem essas questões em pauta. Uma delas, em especial, percorre todo o enredo e trata da relação entre brancos, negros e mestiços como agentes de uma trama social.
O romance conta a estória de Raimundo, jovem advogado, de posses, filho de um homem branco com uma mulher negra. Parece meio simplista resumir uma personagem apenas por sua linhagem, mas era exatamente assim que se fazia no século XIX, ou seja, os seus pais ou seus avós diziam quem você era. Não importava o seu valor moral, poder econômico e outros atributos, o sangue sempre falava mais alto.
Essa circunstância pinta um cenário difícil para o nosso protagonista, que terá de enfrentar além da falsidade dos que dizem ser amigos, a rejeição da própria família. O ponto alto da trama se dá quando Ana Rosa, sua prima por parte de pai, declara-lhe o seu amor eterno e os dois passam a viver um romance proibido. Aí muitos personagens brilham num papel caricato desenhado pelo autor que os divide em dois blocos: aqueles que representavam o novo tempo e aqueles que eram o próprio passado, antiquado e hipócrita.
Essa é uma característica típica do naturalismo, isto é, a de desenhar tipos completamente justos ou injustos, bons ou maus. Então é bom estar avisado, caso você seja um leitor que – assim como eu – gosta de personagens mais complexos. A crítica à Igreja e à crença popular também é muito forte, enquanto a ciência e o ceticismo são enaltecidos. Por outro lado, os costumes, cenários, vestimentas e até a maneira de falar são descritos de forma belíssima.
Durante todo o livro você acompanha Raimundo em sua busca por desvendar o seu passado e, principalmente, sobre quem era a sua mãe, Domingas, a quem não conhecia. Torce para que ele e Ana Rosa fiquem juntos e que os vilões caiam em sua própria armadilha e dá algumas risadas com o modo de vida provinciano tão bem narrado pelo autor.
Sem dúvida, um clássico que vale a pena ser lido, não só pelo seu valor histórico e cultural, mas também por apresentar questões que – a exemplo do preconceito racial –ainda são atuais, reflexo de um processo histórico do qual homens e mulheres reais fizeram parte como verdadeiros protagonistas.
Quatro estrelas! O que quer dizer “ótimo livro” pra mim, mas não perfeito, neste caso apenas pelo final, que achei muito resumido, quase brusco, apesar de bem montado. Eu já tinha ideia de como a trama ia terminar conhecendo um pouco Aluísio e a corrente naturalista, mas é aquela coisa: não custa nada sonhar com algo um pouquinho mais esperançoso e feliz, certo?
Vanessa.Souza 07/11/2017minha estante
Sua resenha é realmente boa. Obrigada por deixar aqui a sua contribuição! :)


oeudesalves 26/11/2017minha estante
obrigado. ;)




Ludmila103 31/08/2016

O mulato
Romance naturalista que se passa em São Luiz, no século XIX. Azevedo critica o clero, o racismo, a hipocrisia social e a escola anterior, o romantismo. Essa obra me surpreendeu. Supunha que era pedante e clichê, sobre mais um relacionamento amoroso que tinha o obstáculo da cor da pele como empecilho.

Ana Rosa é uma menina rica, muito bem criada pelo pai e muito zelada pelas escravas. É uma candura de menina a tal ponto que exigiu a liberdade da sua escrava predileta. Raimundo é primo de Ana Rosa. Seu pai teve um relacionamento com uma escrava. Desfrutou por um tempo da companhia do pai, mas o mesmo decidiu que deveria casar com uma moça do prestígio maranhense. A madrasta é uma louca literalmente e exige a retirada o menino da fazenda. Raimundo passa a ser criado pelo irmão do pai, o Manuel Pescada. A esposa do Manuel o cria com muito carinho, até que a mesma morre. Algum tempo, o pai de Raimundo também morre e ele é mandado para Portugal a fim de estudar.

Quando volta para reaver suas propriedades deixadas no Maranhão, ele começa um namoro às escondidas com a doce Ana sem saber que por trás todos falam da sua origem negra. Ah! Raimundo não sabe da sua origem e parece que seu tom de pele nunca foi alvo de deboche enquanto morava em Portugal.
comentários(0)comente



Maitê 20/08/2016

Muito Bom
Li O Cortiço como leitura obrigatória na escola, e lembro de ter gostado, mas só agora, mas de uma década depois retornei a esse autor e entender por que ele é um dos melhores, apesar dos poucos livros lançados.
Não posso deixar de imaginar como esse livro deve ter chocado a sociedade da época, por ser um livro tão naturalista a ponto d por vezes parecer que os personagens são pessoas que estão realmente próximas de você, são seus vizinhos. Principalmente por ser o racismo na nossa sociedade algo ainda muito presente, e acho que esse livro deveria ser discutido nas escolas, certamente eu gostaria muito de ter tido essa oportunidade na minha adolescência.
comentários(0)comente



Nena 08/08/2016

Excelente livro de Aluísio Azevedo q traz duríssimas críticas ao racismo, a religião e a hipocrisia social da época. Raimundo é um jovem advogado de 25 anos q foi enviado a Portugal após a morte de seu pai, para ser educado nas melhores escolas. Volta ao Maranhão, sua cidade natal, para resolver pendências de herança. Chegando em casa de seu tio Manuel, apaixona-se por sua prima Ana Rosa e é correspondido, comprometendo-se em matrimônio. O q Raimundo não esperava era contar com a resistência do pai da moça, alegando não poder desposa-la devido sua condição de filho de uma escrava, situação essa totalmente desconhecido para Raimundo. Muitos outros segredos do passado vêm a tona e o livro trás um bom desfecho.
comentários(0)comente



@alfarrabistaa 25/01/2016

Vendo
A venda! Entregas para toda Belém!
R$4
comentários(0)comente



149 encontrados | exibindo 106 a 121
1 | 2 | 3 | 4 | 8 | 9 | 10


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR