O Mulato

O Mulato Aluísio Azevedo
Douglas Tufano




Resenhas - O Mulato


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Lara 13/02/2020

Bom mas me decepcionei
Um bom livro, mas que não chega aos pés de O Cortiço, do mesmo autor. Por este ser muito melhor, me decepcionei um pouco com O Mulato.
Gostei muito do final, que de tão realista chega a ser cômico.
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João Victor 23/12/2019

O Mulato
Obrigatório pelo simples fato de se tratar de um clássico nacional. Necessário para se perceber o preconceito racial que moldou nossa sociedade durante tantos de escravidão.
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Sthefany27 14/11/2019

Importante
O Mulato de 1881 do escritor Aluísio Azevedo, após sua publicação, foi extremamente rejeitada pelo Maranhão, terra natal do autor, por conter sucessivas críticas à sociedade do estado que se dizia religiosa, direita e santa; mas às escuras mostrava-se hipócrita, vaidosa, amante dos julgos e mentiras, preconceituosa e escravocrata. Aluísio já esperava tal reação, porém foi alvo de tamanho ódio que passou a viver no Rio de Janeiro onde morava seu irmão, Artur Azevedo.


O livro foi escrito na época do Realismo e Naturalismo e resgata em geral um pouco o Romantismo, logo conta com uma escrita rica em detalhes que enaltecem como um todo a natureza e a índole humana. Essas reforçadas descrições deixam a leitura um pouco cansativa e lenta, porém se paciente, a experiência é prazerosa e admirável.


A narração se passa em São Luís do Maranhão e conta a história de amor entre Raimundo ? formado em direito, filho de um branco chamado José da Silva e a escrava Domingas, um homem viajado, de princípios e grande conhecimento, que apesar de possuir tantas qualidades e ser branco, é alvo de baixos preconceitos e lixado de tantos nomes pelo simples fato de ter mãe negra e nascido escravo ? e sua prima Ana Rosa ? filha de Manuel Pedro e a falecida Mariana, menina religiosa e de grandes paixões e anseios pela futura casa, marido e filhos.


A trama é desenvolvida pela dúvida de como Raimundo reagirá ao descobrir suas origens e como isso afetará sua vida e suas relações com a população de São Luís os quais (exceto Ana Rosa) têm noção de seu obscuro passado, e se, no final de tudo, ele e a moça conseguirão celar no sagrado matrimônio seu amor mútuo com a aceitação ou não dá família patriarcal e prejulgativa de Anica.


Achei simplesmente incrível como o autor escreve, fiquei muito apaixonada pelos personagens e a capacidade dele de construí-los tão bem. A única coisa que me desagradou foi o fato do leitura ser muito cansativa. Por mais que a história cative o leitor e desperte curiosidade, ele demora muito para contar as coisas que ocorrem e enrola muito, me senti em alguns momentos em um jornal da Record kkk. Mas fora isso agradeço porquê expandi meu vocabulário e minha interpretação textual, kisses. Além disso, a história se desenvolve de uma forma incontrolável, com uma surpresa a cada página e um final que eu já esperava, mas mesmo assim me emocionou muito. Enfim, minha nota é 4,5/5.
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regifreitas 11/11/2019

O MULATO (1881), de Aluísio Azevedo.

Obra inaugural do nosso Naturalismo, foi das primeiras a abordar a questão do preconceito racial na sociedade brasileira. Aluísio Azevedo usa a sociedade maranhense, uma das mais conservadores da época, além de ser sua terra natal, como pano de fundo para a crítica que desenvolve aqui. Por conta disso, o livro não foi bem recebido por seus conterrâneos, o que levou o autor a se mudar para do Rio logo após a sua publicação.

O protagonista é Raimundo, que ignora a própria origem: filho de uma escrava com um senhor português, a alforria lhe é concedida durante o batismo. Após a morte do pai, ainda criança torna-se o único herdeiro das propriedades deste, e o tio o manda estudar na Europa, de onde volta doutor. Mesmo com uma boa formação e uma posição econômica favorável, a sociedade maranhense, conhecedora de sua descendência, embora o tolere e o trate publicamente com reservas, pelas costas ele é desdenhado e desprezado.

Ao se apaixonar pela prima (Ana Rosa), e lhe ser negada a mão da moça, Raimundo descobre sua origem. O tio alega que ele não poderia casar com a prima por conta do escândalo que seria para a sociedade a união de uma branca com um ex-escravo.

Outra questão também tratada no livro é o da corrupção e conivência da igreja com o racismo e os maus tratos em relação aos escravos, principalmente na figura do cônego Diogo, espécie de “vilão” da história, que tenta a todo custo frustrar os planos de Raimundo.

Embora seja considerada naturalista, existem ainda alguns toques do romantismo no texto, principalmente no que se refere à relação proibida entre os amantes.

É uma obra importante dentro do contexto da época, pela coragem de tratar do tema da discriminação racial e pela crítica social fomentada. Embora O CORTIÇO, do mesmo autor, seja um romance de qualidade superior, O MULATO também é uma obra que merece ser lida, conhecida e discutida.

Para o Desafio Literature-se: um romance de formação (Bildungsroman).
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Camila1856 25/10/2019

Final surpreendente!
Publicado em 1881, esse romance inaugurou a estética naturalista no Brasil. Por conta das duras críticas referente ao preconceito racial, regime escravagista e corrupção de membros da Igreja Católica, o livro não foi bem recebido na província do Maranhão fazendo com que o autor se mudasse para o Rio e não mais retornasse ao seu local de nascimento.
Raimundo (Mundico) é filho de um português com uma escrava e portanto considerado mulato. Retorna à sua terra natal para negociar suas propriedades e também tentar descobrir algo a respeito de seus pais. Apaixona-se pela jovem Ana Rosa, branca, filha do seu tio português Manuel Pescada e vai descobrir através desse amor que mesmo tendo estudado na Europa, sendo um verdadeiro cavalheiro e intelectual, a cor da sua pele não lhe permitirá viver esse amor.
Sofrerá racismo de toda a sociedade Maranhense, inclusive do cônego da igreja Diogo que vai armar as piores ciladas para impedir esse amor de acontecer.
Um final bem realista e surpreendente que nos mostra que o bem nem sempre vence.
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Daniel.Oliveira 23/09/2019

Não gostei muito do livro.
Final tragico,linguagem cansativa,personagens escassos.Não curti muito o livro não,posso falar pouco,já que esse é um texto mesclado.
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Rafaela Mendes 27/06/2019

O Mulato (1881)
Essa é uma história sobre um Brasil que já passou, mas que ainda mostra suas faces. E isso não é uma coisa boa. “O Mulato” conta a história do ex-ecravo Raimundo. Um homem letrado e cheio de convicções republicanas, modernizadoras e céticas, quanto à religião. Ele, assim como inúmeros durante o século XIX no Brasil, era fruto da relação entre um fazendeiro e uma escrava, sendo assim um mulato. Isso era motivo de escoria social, mesmo ele sendo um homem de posses e culto.

Raimundo acaba se relacionando com uma jovem branca chamada Ana Rosa (essa personagem é estereotipada como uma jovem histérica e que só pensa em casar, bem comum pra época essa ideia), porém esse romance enfrenta o preconceito da família da jovem e de toda a sociedade. Será que isso já passou? Vale refletir!

Muita intriga e hipocrisia ronda essa história, por parte de pessoas consideradas horadas (tem um padre chamado Conego Diogo, que é um cretino) e “afeiçoadas as coisas de Deus”, Azevedo mostra a mais podre face dessas pessoas que se mascaram com o conservadorismo. Nesse aspecto a história ganha toda a inovação que necessita para ser considerado um clássico da nossa literatura.

Tudo se passa em São Luís do Maranhão por volta de 1870 e mostra o ainda atrasado desenvolvimento de um uma província escravista e encabrestada a religião. Esse é o ponto mais interessante da narrativa, pois é como está numa aula de história. Ver o que se falava naquela época, como as pessoas se comportavam, as tímidas manifestações do abolicionismo, os rumores da república com o fim do segundo reinado.

A obra é o marco inicial do Naturalismo no Brasil, movimento literário e intelectual que demonstra a ideia de que o meio determina o individuo, bem como uma descrição minuciosa do meio e da realidade.

Eu ainda prefiro “O Cortiço” do Aloísio e acrescento que tem horas que é enfadonho ler esse livro, mas tem hora que não dá pra largar e tem horas que dá votante de indicar para alguém que acha que não existe racismo atualmente. Pode trazer uns ranços de narrativa, mas é sem dúvida um livro necessário para o mundo.

E o final? Afff.. nó na garganta. Leiam!
EXPLOD 29/06/2019minha estante
Ótima resenha ;)
Concordo com o que você disse! Por isso que os romances de costumes são tão interessantes: são verdadeiras aulas de história mesmo.
Ah, também prefiro O Cortiço!! :D Mas ele é tão cru que nem sei se faço uma releitura dele...
Também endosso sua opinião sobre o fim do romance! Eu fiquei embasbacada e com uma raiva...


Marcos.Azeredo 09/07/2019minha estante
Comprei este livro, estou com maior vontade de ler O mulato.


Rafaela Mendes 09/07/2019minha estante
É bastante interessante. Recomendo! ;)




Vanessa.Coimbra 02/06/2019

O Mulato
Diferentemente do Cortiço que demorou para conseguir ler e para compreender sua grandeza, O Mulato foi uma narrativa/história que me pegou de primeira. Pois apesar de se tratar de uma história com um final triste, apresenta no decorrer da narrativa a visão de como o ser humano pode ser mesquinho, preconceituoso e maldoso, porém muitos seres humanos apesar de todas as dificuldades podem se superar. Infelizmente nem sempre é o suficiente. O Mulato é um romance histórico, que nos mostra as características de uma época, que em alguns aspectos transcende o tempo e ainda nos marca atualmente. Recomendo muito, todas as vezes em que li amei.
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Fábio 20/03/2019

“Que tenho eu com o preconceito dos outros? Que culpa tenho eu de te amar?”
“(...)riam-se a bom rir, apesar da profunda tristeza do crepúsculo, que nesse dia não vestira as galas do costume.”

Às vésperas da abolição da escravatura, O Mulato (1881) é considerado o percursor brasileiro do movimento Naturalista. Nesse movimento as características da sociedade são descritas de forma analítica, quase científica. No Brasil a tese naturalista se foca nas mazelas socais sob o olhar do determinismo. Em O Mulato, o determinismo racial é a grande tese a ser provada.

O livro também expõe, entre outras análises, o descompromisso do clérigo e a sátira à antiga sociedade maranhense. Um cidadão do século XXI pode analisar com frieza os “romances teses” propostos pelos naturalistas e avaliar sua validade. Porém, o brasileiro contemporâneo que (re)visitar O Mulato entrará descrições de uma sociedade repugnantemente atual. A corrupção clerical abafada e as mortes mal investigadas nos remetem a temas atuais como: o “Inquérito papal contra os diversos casos de pedofilia” por fim sendo investigados graças ao esforço do Papa Francisco e o questionamento de “Quem matou Marielle?”. Definitivamente, O Mulato é um clássico brasileiro.

Por fim, Aluísio Azevedo nos brinda com um final que só os autores naturalistas podem nos dar: um final natural. Um final que nos choca por ser real, que acontece mais frequentemente na realidade que na literatura. Um final com a capa do padecimento, mascarado de dor. Um traje completo para o dissabor que, às vezes, a vida nos proporciona.

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Caio 25/12/2018

Naturalismo - Crítica construtiva e ácida
Mulato foi o primeiro livro que li do Aluísivio Azevedo. Aqui a temática naturalista é latente junto com determinismo. Conta a história de um rapaz mulato Raimundo letrado e que morava na europa e vem ao Brasil visitar conhecidos e descobre que é rejeitado por toda a cidade por causa da sua origem, ai entra o preconceito racial o puro, nojento racismo. Todos ignoram, o tratam com desdém por ser filho de escravo. O próprio Raimundo não sabia desse fato inicial, com o tempo começa a se apaixonar por Ana Rosa sua prima, seu tio não lhe dá autorização por ser descendente direto de escravos. Ridículo, Aluísio critica além do preconceito de classe social, racismo, critica fortemente a igreja que apoiava essas atitudes preconceituosas e negativas. A igreja apoiava o racismo, e a certa rejeição ao Raimundo. Igreja hipócrita. Então o foco é na pura realidade em todos os casos: situação, personagens, atitudes destes, realidade é uma tragédia. Enfim um dos melhores livros que li do escritor e recomendo muito pois a sua mensagem é atemporal e se pendura até hoje em dia. Literatura brasileira de primeira linha. 5/5.
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Pudynn 05/11/2018

O mulato - Aluísio Azevedo
O começo do livro cança um pouco é bem difícil segurar a leitura por ser uma leitura densa dificulta bastante, porém do meio para o final, o livro se revela com uma outra cara, me surpreedeu e a leitura fluiu bem mais depois.
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Jaine Franco 05/10/2018

A primeira leitura concluída no mês de outubro é O mulato do Aluísio Azevedo. .

Eu adoro como esse autor parece gostar de escancarar a hipocrisia da sociedade de sua época.
Há bastante crítica ao racismo e o moralismo religioso da época.
Gente o vilão dessa história é um padre!!! Personagem completamente inescrupuloso e manipulador. .

O final é cruel e real. Eu adorei. .

Depois de ler o livro e toda as críticas contidas aqui dá pra entender o porquê do autor ter tido que se mudar da sua cidade após a publicação dessa obra.



Eu não posso deixar de falar que no início o livro tem umas passagens um pouco longas, descritivas e cansativas. Mas vale a pena insistir um pouco mais na leitura. .
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Marcy 05/09/2018

Um misto de emoções
Excelente livro com críticas maravilhosas á sociedade racista e religiosa da época. O livro é um a mistura de romance, drama, humor e pode- se dizer até de mistério. Vale a pena conferir!
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Leila de Carvalho e Gonçalves 11/07/2018

O Satanás Da Cidade
Introdutor do Naturalismo, o romance "O Mulato", quando publicado em 1881, foi motivo de escândalo na sociedade maranhense, graças ao modo arrojado que o autor, Aluísio de Azevedo, ousou descrevê-la. Como já não era visto com bons olhos, o "Satanás da Cidade" teve de abandonar São Luís, indo residir no Rio de Janeiro onde o livro teve boa repercussão.

De fato, a obra é uma severa crítica à sua terra natal, apresentando de modo satírico e impiedoso seus habitantes mais típicos. Entre eles, destaca-se um comerciante rico e grosseirão, a velha beata e um padre relaxado, todos compondo um painel que vai do devasso ao caricato.

Durante a narrativa, Azevedo atira para todo lado, atingindo a Igreja e a sociedade. Também cria um protagonista "mulato", Raimundo, cuja sensualidade invade a trama, ao exibir seu desejo pela prima Ana Rosa. Se não bastasse, a história encaminha-se para um final "indecente", na contramão moral da época, pois "os crimes ficam impunes e os criminosos gratificados".

O romance também apresenta resíduos do Romantismo. Escrito em plena campanha abolicionista, o autor mantém-se neutro sobre a questão e, ao tomar partido da miscigenação racial, exibe um mulato idealizado, com "ares de herói" que parece "ignorar sua cor..."

Com cerca de trezentas páginas, distribuídas em dezenove capítulos, trata-se de uma agradável leitura que merece a atenção de todos aqueles que pretendam aprofundar seus conhecimentos em literatura brasileira
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