denis.caldas 09/06/2024EletrizanteDepois da intensidade sombria de "813" pensei que Lupin não teria um adversário à altura, mas em "Rolha de Cristal" vemos que, a medida que ele se especializa seus inimigos também; eletrizante romance policial! Como o autor era, conforme a sua biografia, um socialista radical e livre-pensador, por alguns até anarcossocialista, nota-se cada vez mais com o passar dos anos e o amadurecimento da série, que ele acredita que os "fins justificam os meios".
"- Nossa! Não tem muita coisa, mas o que tem é autêntico! Esse representante do povo [deputado Daubrecq] tem bom gosto. Quatro cadeiras Aubusson... Uma escrivaninha assinada por Percier-Fontaine... Duas luminárias Gouttieres... Um Fragonard genuíno e um Nattier falso, que qualquer milionário americano daria um olho para ter: em resumo, uma fortuna... E há miseráveis fingindo que não sobrou nada de autêntico. Puxa, por que não fazem como eu? Que procurem!" (de As detenções)
"Chefe, se você soubesse o que é ser um homem honesto, levantar de manhã com um longo dia de trabalho pela frente e ir para a cama à noite exausto de cansaço... Mas você sabe disso, não é? Arsène Lupin tem um jeito especial, não muito católico. Mas, no julgamento final, a lista de suas boas ações ficará tão cheia que o resto será preterido. Gosto de você, chefe." (A última batalha)