Júlio César

Júlio César William Shakespeare




Resenhas - Júlio César


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Biblioteca Álvaro Guerra 25/07/2018

"[...]Não nos peças, Antônio, morte alguma.
Embora pareçamos sanguinários
neste momento, e cruéis, como nos mostra
o ato por estas mãos levado a termo,
vedes apenas nossas mãos e a empresa
sanguinosa por elas realizada.[...]"

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site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788588069695
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Paulo Silas 17/11/2017

A tragédia de Júlio César aos olhos trágicos de Shakespeare. A peça, cuja história adianta o êxito da obra tanto por ela mesma, como ao considerar o seu autor, apresenta o assassinato de Júlio César e algumas de suas implicações prévias e posteriores ao crime. As motivações que ensejam no episódio da trama são desnudadas de um modo próprio, expondo-se emoções, ambições, frustrações e intenções nas falas das personagens, transmitindo-se assim ao leitor todo um ambiente específico no qual se insere o livro.

Júlio César - salvador para alguns, ditador intragável para outros. A obra parte dessa ambivalência tida aos olhos dos outros, já que não há uma imersão em fatos anteriores que levaram Júlio César a ocupar sua maior posição já tida. Inicia-se em seu auge, apresentando-se ao leitor a percepção do povo para com o então soberano e a daqueles amigos e colegas próximos. Júlio César confia naqueles que lhes são próximos, sequer podendo imaginar o mal que o ronda. Essa confiança acaba por facilitar o plano conspiratório de Cassius e Brutus, os quais se reúnem com outros conspiradores a fim de dar cabo à empreitada assassina: matar Júlio Cesar. "Et tu, Brute?" - as últimas palavras que eternizam o momento fatal da descoberta da conspiração.
César foi de fato um tirano tamanho a ponto de justificar os atos de Brutus, Cassius e dos demais que auxiliaram na efetivação da conspiração, ou teria sido uma mera vítima da mesquinharia e de sentimentos nefastos daqueles que o mataram? Seja como for, Brutus e Cassius acabam tendo de fugir, pois as consequências de seus atos passam a os perseguir. O fim da trama aqui narrada se encerra com o fim da vida desses dois.

A peça é rica justamente por expor os conflitos internos de cada qual das personagens, dito no sentido de se construir toda uma série de valores de cunho ético e moral que perpassa no plano psicológico desses. É daí que se vê Brutus, Cassius, Júlio César, Marco Antônio, Otávio e outros em diálogos coesos que evidenciam toda essa robustez de sentimentos ínsitos de cada personagem. Conforme aponta Barbara Heliodora na introdução dessa edição do livro, "o que torna a obra fascinante é o quanto Shakespeare faz os representantes das duas posições coerentes com as mesmas, o quanto eles são sinceros em suas convicções diversas e, como ele faz toda a ação da peça depender de uma sequência de ações que são, inexoravelmente, resultado direto uma das outras".
Uma peça brilhante, portanto. Vale!
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Fco EC Arruda 02/07/2017

Uma boa leitura
Pra quem gosta de literatura histórica, esta é a melhor peça histórica de Shakespeare.
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Sísifo Contemporânea 28/06/2017

"Até tu, Brutus"
Gostaria de ser muito positiva com esse livro, mas se tem algo que me irrita é transcrição seca do roteiro para livro e este ser comercializado, acredito que perde todo o valor e brilho que a obra de Shakeapear possui, sofri horrores pra terminar, mas não porque é ruim, pelo contrário é bastante interessante, mas sim porque não aguentava mais ler roteiro sem ter nenhuma instiga, as coisas aconteciam de maneira turbulenta que não fazia sentido! Isso não aconteceria se fosse em peça - COMO ORIGINALMENTE FOI FEITA! -
Entendo que nem todo mundo vai à peças, que o teatro é uma arte que tá caindo no esquecimento, que essa é uma maneira de levar Shakeaspear ao maior número de pessoas possível, mas vamos combinar, é sofrível demais ler uma coisa dessa, o coitado deve estar se revirando no túmulo.
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Isadora 04/05/2017

"Até tu, Brutus?"
Obra trágica do mestre Shakespeare, que retrata a traição sofrida por Julio César por "companheiros" que ele considerava em grande parte dignos e mui amigos.

Ao ser traído, ele solta a icônica frase "Até tu, Brutus?" já que não esperava que sua morte viesse das mãos de tal personagem.

O texto é cheio de passagens irônicas, sendo uma delas a forma como os cidadãos são facilmente influenciados e comandandos pelo melhor "discurso". Não importa qual lado seja, eles irão seguir quem os convencer primeiro.

Também podemos ver um certo poder dado às personagens femininas. Se os maridos tivessem ouvido as respectivas esposas, muito poderia ter sido evitado.
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Gláucia 04/10/2015

Júlio César - William Shakespeare
Provavelmente escrita em 1599, faz parte das tragédias e retrata um período da história romana trazendo como personagens centrais o imperador Júlio César, seu filho adotivo Brútus, Caio Cássio e Marco Antônio.
Brútus se vê atormentado pela dúvida e fica dividido entre ser fiel a seu amigo César e derrotar o tirano imperador em nome do povo romano. Traz a famosa cena história do assassinato na escadaria do Capitólio. O ponto alto foi o discurso proferido por Marco Antônio em homenagem ao imperador assassinado logo após a fala de Brútus pois essa parte demonstra bem a força da oratória e como o povo é tão facilmente levado pelo poder das palavras.
Uma boa peça mas ainda assim não é o tipo de leitura que se faz por entretenimento puro e simples.
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Shirlei.Stachin 25/01/2014

Júlio César
Júlio César é uma tragédia de William Shakespeare, provavelmente escrita em 1599. Retrata a conspiração contra o ditador romano Júlio César, seu assassinato e suas consequências.

site: pt.wikipedia.org/wiki/Julius_Caesar_(obra)
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Jose Henrique 26/02/2011

Julio Cèsar é um livro água com açúcar mais merece 3 estrelas, não é ruim, conta a morte trágica de César e pelo conspiradores.
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JJ 09/11/2010

Quando Shakespeare inicia a peça Júlio César com a visão dos defensores de Pompeu, governador romano que antecedeu o personagem-título da obra, a intenção era mostrar que governantes vem e vão e que a política sempre foi campo de um jogo sujo e que nada nesse mundo fará mudar. A história imortalizada de Júlio César é daquelas sobre a qual não restará dúvida do status de eterna.

Encontramos exemplos em expressões como "idos de março" e falas inesquecíveis como "até tu, Brutus". A transposição de Júlio César para os cinemas contou com a participação de um jovem Marlon Brando no papel de Marco Antônio, torna a leitura dessa obra em especial de Shakespeare mais interessantes para os cinéfilos. Apesar de Antônio ser quem mais se aproxima de heroi na trama, o destaque do início da peça fica por conta de Cássio, movido por uma resignação responsável pelas melhores partes do texto. A sutileza da conspiração em seu início é contrariada pela euforia da certeza da glória em seu intento. Grandes aulas sobre a natureza humana que só Shakespeare consegue proporcionar.

A leitura casada de Júlio César e Noite de Reis coincide com dois clássicos do cinema assistidos por mim dias antes: Aurora e O Encouraçado Potemkin. Creio ser uma comparação pobre, mas no universo das obras do dramaturgo inglês, Júlio César está para o longa de Eisenstein assim como Noite de Reis está para a obra-prima de Murnau (ver resenha de Noite de Reis).

O viés político de Júlio César permite tal comparação. Argumentos e conclusões acerca do risco da centralização do poder, bem como a facilidade da queda de César, que parecia ter esquecido ser um homem comum, permitem que a leitura da peça, mesmo conhecida de todos, ainda surpreenda. A figura clássica do político retratada em Marco Antônio também merece ser citado. Por trás da fidelidade a César, está uma pessoa que emite a opinião que lhe convém e é capaz de alterar o ritmo de seu discurso com o escopo de se aproximar do povo - basta comparar a fala de um Brutus cheio de energia em oposição à sutileza de Antônio, quase vítima do primeiro na Cena 2 do III Ato, o funeral de César.

Por fim, a ideia de povo é a pior possível, eis que parecem sempre conduzidos, sobrando pouco espaço para aqueles com algum senso crítico emitirem suas opiniões. O epílogo em meio a uma batalha, no clímax do "triunfo de Brutus sobre si mesmo" talvez tire um pouco da profundidade dos outros Atos de Júlio César, até então irretocáveis.
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Jim do Pango 15/10/2010

Alea Jacta Est
Júlio César é um personagem que jamais poderá se despir por inteiro de sua larga máscara romântica. Seus renomados biógrafos Suetônio e Plutarco legaram ao mundo a fortíssima e indeteriorável imagem do Gaius Julius Caesar heróico, avassalador, senhor da Gália e flagelo da república romana. Do jovem que esteve do lado vencido de uma guerra civil e que, portanto, foi afastado do centro do poder, sendo, em seguida, sido feito cativo por corsários que exigiram 30 talentos de ouro pelo seu resgate. O jovem herói, entretanto, exigiu que o resgate não fosse menor que 50 talentos[1], afirmando que melhor que fosse assim, pois após ser libertado ele retornaria e crucificaria seus captores. Dito e feito: posto em liberdade, o jovem, não pela última vez, fez valer a palavra empenhada e ergueu diversas cruzes com piratas imolados em uma praia qualquer do Mediterrâneo.

Um início de carreira com muitos complicados entraves, que somados, talvez não permitissem aos seus contemporâneos antever o general e estadista brilhante que César se tornaria, anos mais tarde. Em 8 anos ele domou as tribos bárbaras e conquistou a Gália, submetendo Vercingentórix, o Rei de todos os gauleses, que foi conduzido e sacrificado diante das multidões romanas que aplaudiram César em seu grande Triunfo.

Não obstante, antes de poder desfilar em toda a sua glória perante seu povo, César se viu obrigado a ultrapassar aquele que talvez tenha sido seu maior obstáculo, a tal adversidade amplamente reconhecida como ponto crítico em sua carreira: marco físico, mas defendido pela vontade soberana do povo romano; ao mesmo tempo obstáculo psicológico e moral, diante do qual, considerando o que representava a transgressão, César foi assaltado pela incerteza. Napoleão, anos mais tarde, defendeu que nesta ocasião, pela hesitação, César não foi César[2]. Sim, o herói titubeou ao chegar, no comando de seus invencíveis veteranos da campanha da Gália, às margens do Rubicão, curso dágua que estabelecia o perímetro urbano da antiga Roma, o qual, ao general ou cônsul que estivesse a frente de seus exércitos, era defeso transpor. O Rubicão, porém, não deteve César por muito tempo, eis que seu espírito indomável o impeliu adiante, proferindo a célebre sentença: "alea jacta est".

A sorte, de fato, estava lançada, contudo pode-se dizer que no primeiro ato a roda da fortuna girou a favor do iconoclasta César e, assim, começava a fase mais interessante de sua carreira. Deflagrou-se a guerra civil contra Pompeu e seus sectários. Seguindo-se, não sem muito sangue romano derramado pelos próprios romanos, a vitória de César em Farsala e o que pareceu mais surpreendente - a primeira derrota de um Cipião[3] em solo africano. César marcha até o Egito onde tem o dissabor de receber a cabeça de seu antigo genro Pompeu em uma bandeja, mas também tem o prazer de travar conhecimento com a enigmática Cleópatra. Um encontro que em tudo agradou a César, por certo que a princesa egípcia, a quem ele apóia na disputa pelo trono com o irmão, era descendente de Ptolomeu, um dos bravos que cavalgou ao lado Alexandre e fundou uma dinastia às margens do Nilo. Consta que, muito antes de retornar à Roma e ser brutalmente assassinado em pleno senado romano, César não se furtou a verter copiosas lágrimas aos pés do túmulo do rei macedônio, por supostamente não estar a altura de seu herói mesmo então já estando em idade superior àquela que Alexandre ostentava ao morrer.

Chegamos ao ponto na biografia de César em que se concentra a tragédia de Shakespeare que ousamos comentar: o seu brutal assassinato. O herói foi assassinado, mas não lhe foi dado morrer. Otávio, seu augusto sobrinho, adotou o nome César que passou a ser sinônimo de soberano não apenas em latim, preservando esta característica até os dias atuais: Czar e Kaiser, os termos utilizados para designar os imperadores da Rússia e da Alemanha são, pois, palavras derivadas de César.

Ocorre que esse colossal Júlio César não é a personagem principal da tragédia que leva seu nome. Antes o bardo Willian Shakespeare, em Júlio César trata de Brutus.

Sim, os holofotes aqui estão todos sobre Marcus Junius Brutus, o filho da fina flor da aristocracia romana, descendente de um outro Brutus que salvou a república das garras de um tirano ancestral que também ousara atentar contra o governo do povo. Brutus que era amado por César, mas que ouvia Cássio.

No medievo, o poeta Dante Alighieri, houve por bem colocar Cássio e Brutus, bem acompanhados por Judas Iscariotes, lado a lado no último círculo do inferno, em um lugar reservado para os traidores e quem tinha os três, os maiores entre todos os traidores, como moradores ilustres.

E Shakespeare soube explorar como poucos o campo fértil das seriíssimas reflexões e debates que Brutus travou consigo mesmo, quando percebeu que a ele se impunha a inglória missão de salvar a república pagando o altíssimo preço do sacrifício daquele dileto amigo chamado César. As punhaladas desferidas sobre César eram expressão de uma moral que pairava acima de Brutus, de tal maneira que não pôde desvencilhar-se da força inexorável dessa grande missão, à qual ele estava ligado pelos robustos laços de sua ancestralidade.

Acerca o papel de Brutus na tragédia, filio-me à persuasiva argumentação contida no comentário[4] do camarada Nietzsche:

"Em Louvor de Shakespeare. A coisa mais bela que eu saberia dizer em louvor do homem Shakespeare é esta: ele acreditou em Brutus e não lançou o menor grão de suspeita sobre esse tipo de virtude! A ele dedicou sua melhor tragédia que ainda hoje é conhecida pelo título errado , a ele e à mais terrível quintessência de uma moral elevada. Independência da alma! é disso que se trata ali! Nenhum sacrifício pode ser demasiado grande: é preciso ser capaz de sacrificar-lhe até o mais querido amigo, seja ele o homem mais esplêndido, ornamento do mundo, gênio sem igual quando se ama a liberdade como sendo a liberdade das grandes almas e ele põe em perigo essa liberdade: desse modo deve ter sentido Shakespeare! A altura em que ele coloca César é a maior honra que podia prestar a Brutus: apenas assim ele dá proporções enormes ao problema interior deste, bem como à força psíquica que era capaz de cortar esse nó! E foi realmente a liberdade política que fez esse poeta simpatizar com Brutus que o tornou cúmplice de Brutus? Ou a liberdade política foi apenas um símbolo para algo inexprimível? Achamo-nos talvez diante de um evento obscuro que permaneceu desconhecido, uma aventura da própria alma do poeta, da qual ele só quis falar mediante sinais? O que é a melancolia de um Hamlet, comparada à melancolia de um Brutus? e talvez Shakespeare conheça esta, como aquela, por experiência própria! Talvez ele tivesse, como Brutos, sua hora escura e seu anjo mau! Mas quaisquer que tenham sido as semelhanças e os laços secretos: ante o personagem e a virtude de Brutus Shakespeare se prostrou e se sentiu indigno e distante: ele dá testemunho disso na tragédia. Duas vezes um poeta é apresentado nela, e nas duas vezes é vertido sobre ele um desprezo tão impaciente e definitivo, que isto soa como um grito o grito do auto-desprezo. Até mesmo Brutos perde a paciência quando surge o poeta, enfatuado, patético, impertinente como costumam ser os poetas, um ser que parece transbordar de possibilidades de grandeza, também de grandeza moral, mas que na filosófica dos atos e da vida raramente atinge sequer a integridade comum. Se ele conhece o tempo, eu conheço seus humores fora com o palhaço! grita Brutus. Traduza-se isso de volta na alma do poeta que o criou."

Parece, portanto, acertado afirmar que Brutus é o verdadeiro protagonista, pois a ele cabe a ação mais dramática, bem como conviver depois com suas paixões e seus remorsos revolvendo-se e explodindo internamente como se um novo Vesúvio lhe surgisse das entranhas.

Seja na rápida leitura conquistada a custo nos raros momentos de folga de nosso século de múltiplas ocupações, seja sendo apreciada, como de fato foi, pelo público de pé de fronte aos teatros de madeira da era elisabetana, podemos tomar como certa uma breve sentença: trata-se de uma obra atemporal, mil vezes sutil e sempre recomendada.

____________________________

[1] As fontes históricas divergem sobre os valores e sobre as taxas de conversão, mas há um consenso no sentido de que César teria aumentando consideravelmente a primeira oferta dos piratas. A história é contada com todas as cores na série O Imperador, de Conn Iggullden, o brilhante romance sobre a vida de César.

[2] [...] César hesitou às margens do Rubicão, não foi ele mesmo naquele dia. Uma das grandes virtudes militares é jamais hesitar quando se precisa agir (Napoleão Bonaparte BONAPARTE, Napoleão. in: BERTAUT, Jules (Org.): Napoleão Bonaparte: Manual do líder. Tradução de Júlia da Rosa Simões. Porto Alegre: LP&M, 2010, p. 67. Título original: Manuel du chef: Aphorismes chosis et préfacés par Jules Bertaut.)

[3] Havia uma lenda que um Cipião jamais seria derrotado em solo africano, pois foi justamente na África, em Zama, que Cipião venceu o maior adversário que Roma já conheceu, o general cartaginês Aníbal Barca, o que lhe rendeu o epíteto de o Africano. César, porém, ignorando o mito, venceu Metelo Cipião na batalha de Tapso realizada perto da cidade de Tapso (Thapsus), moderna Ras Dimas, na Tunísia. Metelo Cipião comandava ao lado de Catão, o Jovem, a facção conservadora do senado romano conhecida como Optimates e era descendente do grande Cipião, o Africano.

[4] NIETZSCHE, Friedrich. A Gaia Ciência. Tradução, notas e prósfácio de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2001, p. 122-123. Título original: Die fröhliche Wissenschaf. La gaya scienza.
Rafael Zanini Francucci 27/07/2017minha estante
Boa resenha. Belo estilo de escrita.


meriam lazaro 06/08/2019minha estante
Uau! Resenha das ótimas.




Fabio Shiva 27/08/2010

Já fazia um bom tempo...
...que eu não me deleitava com uma das obras imortais do Bardo. Ao término da leitura, só posso dizer que me sinto renovado! O contato com o gênio faz bem para a mente, para o corpo e para a alma.

O tema dessa peça é um dos acontecimentos cruciais na história do império romano, que foi o assassinato de Júlio César. A história por si só é repleta dos elementos que compõem uma boa trama: conspirações, lutas pelo poder, incríveis sonhos e presságios carregados de significado, alianças, traições e batalhas. Imagine isso tudo nas mãos de mestre Shakespeare!

Como sempre, é possível perceber questões profundamente humanas saltando das páginas. A inveja é a principal delas. Por ter sido alçado acima de todos os homens, recebendo inclusive honrarias que antes eram destinadas apenas para os deuses, Júlio César tornou-se vítima desse nocivo sentimento, ao mesmo tempo tão odioso e tão humano.

Há também outras questões. Uma que chama a atenção, pela sutileza com que foi abordada, é a questão do poder. Júlio César foi assassinado por estar perigosamente acumulando poderes, o que ameaçava a república romana. É sempre muito perigoso quando o poder está concentrado nas mãos de um só ou de poucos, aí estão as incontáveis ditaduras e tiranias para provar isso. A solução parece ser a democracia, certo? Talvez não seja tão simples... É aí que o Bardo mostra seu gênio, em uma cena que mostra de forma brilhante a fragilidade da democracia. Após a morte de César, dois oradores disputam a opinião do povo. E a massa segue a fala mais bonita, e muda rapidamente de idéia, e se deixa ser facilmente manipulada. Qualquer semelhança com eleições no século XXI não será mera coincidência...

Outra marca de Shakespeare são as frases de impacto, algumas delas tão repetidas ao longo dos séculos que acabam virando chavões. “Júlio César” não poderia ser diferente:

“Os covardes morrem muitas vezes antes de morrer. O homem de valor só morre uma vez.”
(César, Ato II, Cena II)

“O meu coração tem pena que a virtude não possa viver fora dos dentes da inveja.”
(Artemidoro, Ato II, Cena II)

“Até tu, Bruto? Morre então, César!”
(César, Ato III, Cena I)

“Aquele que diminui vinte anos à sua vida, diminui também vinte anos de medo à morte.”
(Casca, Ato III, Cena I)

“O mal que os homens fazem vive depois deles. O bem que puderam fazer permanece quase sempre enterrado com os seus ossos.”
(Antonio, Ato III, Cena II)

“Nas coisas humanas há uma certa maré em que, se se aproveita o fluxo, somos levados à fortuna e se se despreza, a viagem da vida segue por entre escolhos e naufrágios.”
(Bruto, Ato IV, Cena III)

“Não sei bem porquê, mas parece-me covarde e vil abreviar o termo da vida. Armar-me-ei de paciência para esperar a sentença providencial das potências superiores que neste mundo nos governam.”
(Bruto, Ato V, Cena II)

Para encerrar, só posso dizer que sinto muito orgulho em pertencer à mesma espécie que William Shakespeare: a raça humana, capaz não somente de tantos horrores, como também de maravilhosos prodígios.

Viva Shakespeare!!!

(10.10.08)
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Leitor 09/06/2010

Julio Cèsar é um livro água com açúcar mais merece 3 estrelas, não é ruim, conta a morte trágica de César e pelo conspiradores.
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