A Prostituta Sagrada

A Prostituta Sagrada Nancy Qualls-Corbett




Resenhas - A prostituta sagrada


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RicardoKelmer 18/07/2013

SEXO NO ALTAR
SEXO NO ALTAR
Ricardo Kelmer - blogdokelmer.com


Em muitas culturas antigas a sexualidade convivia muito bem com a religiosidade, sem a ideia do pecado que mais tarde a religião cristã viria trazer, impregnando toda a cultura ocidental. Se hoje, para a maioria de nós, lugar de religião é na igreja e lugar de sexo é na cama, para essas antigas culturas as duas coisas podiam ser vivenciadas harmoniosamente no mesmo contexto pois a percepção da sexualidade era também uma percepção do Mistério e do Sagrado.

Nos rituais do hierogamos (o casamento sagrado do feminino com o masculino) que existiram em culturas não-patriarcais da Antiguidade, sacerdotes e sacerdotisas usavam o ato sexual como forma de reverenciar a Deusa do Amor e, assim, atrair sua simpatia e auxílio ao seu povo. Isso pode não fazer sentido para quem reverencia deuses masculinos e dissociados do sexo mas naqueles tempos em que a Deusa do Amor era honrada (em suas diversas formas, como Afrodite, Inana, Ihstar…), os rituais em seu louvor iniciavam a mulher num novo nível de sua vida, preparando-a para as relações amorosas e equilibrando nela o masculino e o feminino, a força e a suavidade, tornando-a una em si mesma (o sentido original do termo “virgem” é justamente este). O mesmo ocorria aos homens que se entregavam aos mistérios sagrados.

Hoje já não veneramos a Deusa do Amor como os antigos faziam. Mas amamos. Porém, amaríamos de um modo mais sadio e nossa relação com a própria sexualidade seria melhor se nisso tudo tivéssemos a noção do Sagrado – que infelizmente perdemos nos descaminhos da civilização. elaprostitutasagrada01

Não, não precisamos voltar a cultuar as antigas deusas e reeditar os rituais das prostitutas sagradas, até porque hoje sabemos que as deidades são representações personalizadas de aspectos do nosso próprio psiquismo. Mas podemos vivenciar os Mistérios a partir de nosso crescimento psíquico e servir ao Sagrado através de nossas vidas e nossas relações amorosas. Cada homem e cada mulher pode ser o sacerdote e a sacerdotisa do Amor em sua própria vida.

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MAIS SOBRE LIBERDADE E O FEMININO SELVAGEM
http://blogdokelmer.com/2009/06/17/livros-a-prostituta-sagrada
Keyt.Mariah 04/02/2023minha estante
Que resenha maravilhosa!??


luiza290 16/11/2023minha estante
??




Priscilla 15/02/2022

muito bom
O livro, baseado na psicologia de Jung e escrito por uma mulher, retrata a importância da imagem da "prostituta sagrada" para reequilibrar o inconsciente e o consciente de homens e mulheres na sociedade patriarcal em que vivemos.

Segundo a autora, "o termo 'prostituta sagrada' representa um paradoxo para a nossa mente lógica, pois não estamos propensos a associar o sexual com o que é consagrado aos deuses" (p. 16).

De fato, a mera leitura do título do livro me trazia estranhamento, no começo. Parece uma contradição em termos se referir a uma prostituta que seja sagrada, como se sexo fosse sujo e o sagrado fosse intocável e puro. Essa ideia encontra fundamento na ideologia cristã e no inconsciente coletivo conformado por esses ideias há tantos séculos. A leitura, portanto, traz uma nova perspectiva para olhar e entender a sexualidade.

A prostituta sagrada é a deusa do amor, que pode ser identificada como Afrodite, Vênus ou outras deusas que eram veneradas e ritualizadas na Antiguidade. A ideia cristã de ver a mulher em dois polos opostos: Virgem (Santa) ou Prostituta (Maria Madalena) estimula o afastamento do arquétipo da prostituta sagrada, que relaciona sexualidade e espiritualidade com o objetivo de integra-las.

Falando sobre a assunção do patriarcalismo em detrimento das sociedades matriarcais, a autora afirma: "Tendo deixado de ser vista como dádiva do divino, a sensualidade da mulher passou a ser rebaixada e explorada. Deixou de haver uma imagem do feminino divino" (p. 55). Com a assunção da Igreja, "o maior dos méritos era negar a natureza humana e abster-se de tudo o que fosse fonte de prazer (p. 56) (...) consequentemente, um abismo entre corpo e espiritualidade foi mantido nos ensinamentos religiosos (p. 59).

Entrar em contato com a prostituta sagrada, no aspecto do inconsciente, p.ex., por meio de sonhos, significa integrar o aspecto dinâmico do feminino (relacionado ao prazer, sensualidade, criatividade, paixão) e o aspecto estático do feminino (maternidade, segurança, conservadora, protetora). Enfatizar somente um desses polos pode gerar promiscuidade ou abstinência, ambas situações que trazem desequilíbrios internos e externos, nas relações entre homens e mulheres.

Para os homens, integrar a deusa do amor em seu inconsciente significa valorizar o feminino interno e externo, o que permite uma relação afetiva equilibrada, com uma mulher real, e não com as projeções de uma esposa-mãe.

Para as mulheres, entrar em contato com a deusa do amor significa aceitar seu aspecto sensual, sexual e dinâmico, em conjunto com o aspecto maternal e casto, sem exclusão de quaisquer dos polos, o que permite uma integridade e, em consequência, um relacionamento mais equilibrado com o masculino, sem intenção de manipular, p.ex, assim como um comportamento mais seguro, assertivo, sem submissão, sem medo de incomodar, de se sentir inferiorizada e sem competição com os homens.

Ressalta a importância de olhar a sexualidade sob as lentes da espiritualidade, do sagrado, do natural e não sob a ideia do profano, errado, sujo, repressivo. A partir disso, será possível participar do ato sexual com uma dimensão espiritual e transcendente.
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Flávio 29/04/2021

Recomendo
Com o final da leitura sai melhor. Viva o sexo, é sagrado e a mulher, Deusa. Como devia ser, na história, um lugar não patriarcal, não monogâmico. Com direitos das mulheres totalmente assegurados. Inclusive de serem Deusas....com muito sexo, amor e espiritualidade?
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Tatiana221 14/02/2022

É um livro tão envolvente, vc descobre coisas adormecidas em vc mesma que sempre quis saber de onde vinham
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palomavisconti 23/10/2022

O Resgate da Sexualidade Feminina
Nos primórdios nas religiões matriarcais, existia uma mulher que fazia a ligação com o divino através do ato sexual, era chamada de A Prostituta Sagrada. O sexo era algo sagrado, um símbolo da conexão entre masculino e feminino, céu e a terra. A prostituta sagrada é a face eterna do feminino, o contato mais íntimo com nosso Self.. é a personificação da Deusa em nós. Este livro explora a história das antigas religiões e a teoria da psicologia analítica para embasar a pesquisa sobre como a imagem da prostituta sagrada é simbólica em nossas vidas com o resgate do feminino e da sexualidade da mulher, algo tão rejeitado nos últimos séculos.
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Layne_ 29/08/2024

Este livro me foi indicado para que eu entendesse como a sexualidade feminina é tratada. O livro mostra como aos poucos o prazer dos cinco sentidos foi sendo explorado de maneira degradante, ao mesmo tempo em que os corpos das mulheres, a sexualidade e sensualidade de modo geral foi sendo associado a algo pecaminoso, sujo, ruim, perigoso. Dessa forma, o resgate da sexualidade/sensualidade da prostituta sagrada é um caminho capaz de nos trazer para uma relação de amor verdadeira e profunda com nós mesmas.
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Marlende 27/02/2018

A não adoração à Mãe, na Trindade para se manter o patriarcado, como forma de não deixar que a imagem do feminino, fosse adorado como Divino, a busca pela feminilidade física e psicológica, bem como a forma da adoração a Deusa, por meio do sexo com as mulheres nos templos, é uma jornada, por meio dessa literatura, que traça analogia entre as prostitutas Sagradas e Profanas, que vale a pena conferir...#Ficaaadicaaa
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