Santana 12/06/2024
Claro e preciso
A questão da luta armada antecede os acontecimentos de 1964, tratando-se de tática comunista inflamada pelo sucesso da guerrilha cubana no começo da década de 60, quando a ilha passou a servir de entreposto revolucionário usado pela URSS para fomentar movimentos comunistas nos outros países. O autor dá um depoimento dos fatos de sua época, especificando quais grupos guerrilheiros atuavam, seus integrantes e como o governo conseguiu combatê-los.
Todos sabem que os grupos eram de esquerda marxista, que concordavam em fazer a revolução, apenas discordando quanto ao modo pelo qual isso podia ser feito. Brilhante ustra relata a tática do foquismo, que os comunistas tentavam imitar no Brasil, criando focos crescentes de luta armada rural até poderem contestar o poder do Estado e tomá-lo completamente.
O livro trata também das atividades dos chamados tribunais revolucionários, quando os militantes chegavam conclusões e emitiam sentenças de morte de pessoas que eles julgavam merecê-la, assim como as facções atuais fazem, matando seus próprios integrantes se alguma suspeita fosse despertada.
O comunista é comprometido com a revolução, quaisquer que sejam os meios para concretizá-la. Essa revolução é internacional em essência, porque visa classes e não nações, os comunistas agem em prol de uma ordem internacional ainda a ser instaurada em sua plenitude, disso decorre que todo comunista é um traidor em ato, ele quebrará a ordem nacional para subjugá-la a uma orientação internacional revolucionária, e é precisamente o que os guerrilheiros tentavam atingir em seus intentos. A frase de Luís Carlos Prestes não é à toa, entre um País ocupado por forças comunistas (como a URSS) e outro que entrasse em guerra com ele, os internacionalistas ficam ao lado dos vermelhos. Não existem países comunistas, existem movimentos comunistas ocupando países e sugando os seus recursos para fomentar a revolução.
O movimento de 1964, munido dos mecanismos dos atos institucionais, conseguiu neutralizar as ratazanas internacionalistas, preservando uma ordem soberana afinada com ideais patrióticos, entregando na década de 80 o regime democrático que iria culminar na carta de 1988.
Desde então, os internacionalistas, reunidos nas siglas de esquerda, buscam infiltrar e subverter os mecanismos democráticos para criar aquilo que não conseguiram pela pólvora.