Luiz Pereira Júnior 26/06/2022
Biblioteca das Moças...
Biblioteca das Moças...
Uma mocinha vem do interior para trabalhar como criada em uma residência burguesa e se deslumbra com a vida na cidade, apaixonando-se pelo filho da dona da casa e mal percebendo que é amada por um rapazinho mais jovem que a idolatra. Mais chavão, impossível, dirão alguns. E eu concordo, mas lembremos que a obra foi produzida no século XIX, em que muito do que era original à época, de tanto ser utilizado, hoje acabou virando chavão.
Leitura fácil, agradável, rápida, sem maiores surpresas, sem grandes reflexões. Sim, uma leitura de divertimento, que não fede nem cheira, mas com o poder de fazer o leitor se esquecer do mundo ao redor durante algumas horas (e nem tantas assim, diga-se de passagem).
Sim, concordo com a crítica de que é um romance água com açúcar (como seria daquela antiga e querida coleção de obras no mesmo tom chamada Biblioteca das Moças), sem dúvida alguma. Mas acrescentemos algumas pitadas de erotismo e um protagonista que seria um bilionário com barriga de tanquinho à beira da morte. E eis que, de repente, não mais que de repente, teríamos um romance de nossos dias, que ficaria dias à exposição massiva nas livrarias, mas que, depois, seria devolvido à editora como encalhe...
Vale a pena? Claro que vale, mas fecharei com as palavras do próprio autor em relação à ingenuidade de sua protagonista de 14 anos:
“Que os leitores me perdoem pelas infantilidades que relato, mas como poderia eu contar outra coisa sendo minha heroína uma menininha?”
Isso é que é autocrítica!