Duda Mel @epifania_literaria 22/11/2017
Já quero o segundo!
"Todas as vidas são como uma teia de aranha. Elas se cruzam em algum momento, pois todas juntas têm um propósito..."
Resenha:
Aquele livro que entra para a lista do famoso "porque não li antes?".
Leona é uma adolescente que está prestes a se formar no Ensino Médio. Sempre em companhia da amiga, Lucy, e cuidando do irmão, Leona não esperava que um dia sua vida simples pudesse mudar radicalmente ao ajudar uma velhinha.
Um espelho antigo com escritas em latim na moldura sendo levado a um antiquário, uma leitura por curiosidade e uma enorme queda num lago. Outro mundo se evidencia.
Com ajuda de Nena, uma caçadora de lobisomens, Leona pretende conseguir voltar para seu mundo, contudo não imaginava que seu guia até a Torre das Nuvens seria Ewren, um elfo negro que, no passado, foi terrivelmente corrompido e trás um sorriso irônico e malicioso capaz de provocar inúmeros sentimentos nela.
"Se deixar levar pelos sentimentos é se entregar para o mal".
Numa viagem repleta de perigos e fazendo conhecimento de boa parte dos seres de Amantia, ela é encontrada por Black Jango, um cruel lobisomem o qual trabalha para um antigo mago, Arcádius, que pretende dominar todo aquele mundo e, talvez, os outros onze restantes.
A busca pelo poder e a paz são colocadas em xeque quando marcas surgem no corpo de Leona e aos poucos descobre que já estivera em Amantia, assim como uma maldição que carrega em seu sangue. Ela era uma moeda de troca valiosa e isso garantia que não deveria confiar em ninguém. Voltar para casa se torna mais difícil a cada cidade por qual passam.
Primeiro livro de uma série que pretende ser bem grandinha, mas com certeza não cansativa, se permanecer ao estilo atual. Uma escrita envolvente, simples, fluída e rápida na primeira pessoa, com uma história trazendo várias características por lendas, seres, magia e causos que vão e vêm de tal maneira que logo gostaria de estar em Amantia para vivenciar, apesar dos perigos.
Com os personagens são verdadeiras relações de amor e ódio, mas nada que seja permanente (exceto minha vontade de ver Banshee queimar até as cinzas). Temos uma protagonista visivelmente lerdinha, contudo humilde, sem complexo de heroína habitual, afinal ela não sabia nada daquele mundo, mantém suas incertezas e não tem vergonha de chorar quando está com medo. Um elfo que já passou por muita coisa em seus mil e oitocentos e tantos anos, variando de porto seguro ao perigo para a própria Leona. Demais personagens os quais aparecem para ajudar ou atrapalhar, porém, quando você acha que já deu, a autora trás mais acontecimentos, como seria o caso dos sóis, cristais de purificação, chá (acredite ou não, um deles tem uma senhora história) e até mesmo Feroz, um tigre branco muito fofo que pode assumir tamanho descomunal.
A história me rendeu perguntas para a autora enquanto lia (era cada conversa que ela deve me achar uma doida), cheia de suposições, bolhas e feitiços. Umas eu acertava, outras errava e boa parte das respostas estavam a menos de duas páginas após, o que animava, pois não tinha que esperar tanto para entender, logo o pensamento mudava de foco. Tudo muito bem conectado e instigante, mostrando que apesar de serem doze mundos, ainda assim conseguem ser pequenos demais quando algo já está fadado a acontecer.