_biel 09/04/2020
O mais famoso de Sir Arthur Conan Doyle!
O Cão dos Baskerville é o terceiro romance escrito por Sir Arthur Conan Doyle. O livro foi publicado pela primeira vez na revista Strand Magazine, de agosto de 1901 a abril de 1902. Na época em que chegou ao conhecimento do grande público, a obra causou espanto e horror em muitos leitores, visto que o cenário no qual o livro se passa é um local alvo de antigas especulações e lendas sobre manifestações sobrenaturais.
Poderia dizer que não há nada de novo no cânone não fosse por dois aspectos que demostraram-se pontos fora da curva se comparados as anteriores aparições do detetive. O primeiro deles é a maior atividade do médico cronista Dr. Watson dentro da investigação do crime, algo que é explicito ao leitor que tem na bagagem alguns contos de Doyle. Aqui, Sherlock Holmes fica boa parte do livro de fora da história, mas não se frustre caso tenha vontade de ler o livro, o autor tem criatividade o suficiente para dar a Watson tanto carisma quanto deu a Holmes. Contudo, mesmo que Watson não levasse consigo força o suficiente para carregar uma parte da história nas costas isso não seria problema, pois Holmes leva consigo uma onipresença embasbacante, que traz ao leitor a sensação de que está presente, mesmo que isso não aconteça na prática.
O segundo ponto que destaca essa história em relação as demais é a forma que toma o horror presente no livro. Apesar desta característica fúnebre estar presente nas obras anteriores, desta vez ela se apresenta de forma a dar arrepios no leitor. Isso porque o medo nos livros anteriores chega ao leitor na forma de ações humanas. A maneira como os crimes são praticados nas aventuras precedentes são o que dão ao leitor a sensação de desconforto e desolação. No presente trabalho, todas essas características lúgubres tomam a forma de uma aparição espectral, o que é infinitamente mais medonho. Poderia dar muitas explicações do porquê o que tem natureza espectral aterroriza mais do que o de natureza humana, mas resumo todo o que seria dito em apenas uma frase de Sherlock Holmes:
“O que é claramente conhecido aterroriza menos que o apenas insinuado e imaginado.”
A partir da análise desta frase e da aplicação dela nos dias atuais, é fácil imaginar que as bibliotecas estão mais habituadas a ver as suas prateleiras de livros relacionados ao terror fantasmagórico se esvaziarem mais rápido do que aquelas que guardam relatos de assassinatos e homicídios. Algum dia, creio eu, tal medo do sobrenatural se dissipará da espécie humana para que esta possa progredir, afinal, fora a inteligência de homens curiosos que deu aos medrosos a oportunidade de conhecer os mistérios da natureza sem anexá-los a ações supranaturais.
Afora essas duas particularidades, o livro carrega a mesma estrutura das inúmeras histórias escritas sobre o detetive, que deram a ele fama, prestígio e admiração.