Leonardo 06/12/2012
Este O Cão Dos Baskervilles é uma verdadeira obra de arte da literatura policial; uma lenda antiga, que dá conta de uma verdadeira besta em forma de cão gigante, que amaldiçoa as terras dos Baskerville, dá um tom fantástico à história, aproximando-a da moderna literatura fantástica.
Na Londres oitocentista, cheia de mistérios envoltos em nevoeiro, Sherlock Holmes vive uma aventura peculiar e intensa quando, nos arredores da cidade o malvado cão monstro volta a atacar.
Obviamente, o enredo nos encaminha para um criminoso bípede, mas ainda a besta permanece sempre na sombra, como um fantasma que paira no ar.
Holmes é um detetive “científico”, um verdadeiro CSI do século XIX, pelo que não iria certamente embarcar na explicação lendária do crime.
E o que este livro tem de mais fascinante é a forma como o autor nos conduz para apenas dois ou três suspeitos, mas de forma que se torna fácil, para o leitor, adivinhar quem terá sido o criminoso.
Mas a arte de sir Arthur Conan Doyle leva a uma espécie de transferência no centro do mistério: a partir de certa altura deixa de nos intrigar quem cometeu o crime para nos centrar no COMO se processou o crime. Na última fase do livro a emoção atinge níveis impressionantes, que fazem o leitor vibrar com a narrativa.
A genialidade de Doyle lhe permite encaixar neste enredo uma história de amor impossível; em pouco mais de 150 páginas, numa escrita terrivelmente “econômica” o autor consegue aliar um policial sofisticado e recheado de detalhes fantásticos a uma interessante, original e até cômica história de amor.
Na minha opinião este é sem dúvida um dos livros mais emocionantes já escritos.