Marina 27/02/2011Adeline é a pessoa com a hierarquia mais baixa de sua família - é a filha mulher e caçula do primeiro casamento do pai. Sua mãe morreu logo após seu nascimento, e essa foi a sina da família Yen. O pai casou de novo com uma mulher que mais parece uma vilã de histórias infantis. É incrível perceber como pode existir alguém com sentimentos tão ruins dentro de si gratuitamente.
Niang, a madrasta de Adeline, fez a vida dos Yen um inferno. Manipulando totalmente seu marido, instigou brigas e competições entre os familiares apenas por inveja e ciúmes de quaisquer relações afetuosas que alguém poderia ter. E quem mais sofreu nesse ambiente e foi mais injustiçada foi justamente Adeline.
Ela, porém, provou ser muito inteligente e conseguiu dar a volta por cima. Conquistou independência e uma família só sua. Só que Adeline segue até o fim algemada à sua família e às privações da infância, incapaz de parar de desejar o afeto, orgulho e aprovação não só de seu pai, como de Niang. Ela nos mostra como o dinheiro ou uma boa educação não é o suficiente e que um ambiente desprovido de amor pode fazer destroçar uma pessoa.
A história de Adeline é muito bonita, e mesmo apesar de todo o sofrimento, ela sempre segue como uma pessoa otimista, generosa e nunca deixa o ressentimento tomar conta de seu coração. Recomendo muito.
Um fato relevante: a autora tem outro livro publicado chamado Cinderela Chinesa. É também uma biografia dela, mas só mostra a parte da infância, ou seja, este é o mesmo, bem mais completo. Se eu soubesse antes, teria lido só esse.