Lina DC 16/05/2019"Memórias do coração" é narrado em primeira pessoa pelos protagonistas Cecília Ávila e Inácio. Com capítulos alternando entre os dois personagens, a história gira em torno de um amor esquecido. Cinco anos antes, Cecília sofreu um acidente e perdeu a memória. Sem saber sobre o seu passado, ela recomeça a sua vida e se forma em zootecnia e junto com sua melhor amiga Marília (a Mari), ela decide mudar-se para o interior de São Paulo, mais especificamente para Barra Bonita, onde esperar conseguir trabalhar com os animais das fazendas locais.
Imaginem a surpresa da protagonista ao ser reconhecida por inúmeras pessoas e ainda é hostilizada por um peão irritado.
Inácio não acredita na cara de pau de Cecília ao retornar à Barra Bonita e alegar que não se lembra de nada nem ninguém. Para ele, o mais importante é conseguir as respostas que esperou por cinco longo anos. Ele já superou Cecília, inclusive está saindo com outra pessoa. É isso que ele repete constantemente desde que reencontrou seu grande amor. Mas até que ponto essa afirmação é verdadeira?
É possível perceber que o livro é um romance que trata de encontros e desencontros e que traz personagens humanizados e cheios de falhas, que conquistam os leitores por conta do seu carisma.
"Seria necessário que conversássemos. Só encontraríamos paz quando tivéssemos perdão." (p. 197)
O enredo desenvolve muito bem, a escrita é fluída e os diálogos são diretos e cheios de bom-humor em alguns momentos.
O início do livro é um pouco abrupto, pois Cecília conta rapidamente o que aconteceu e logo em seguida fala sobre a mudança para Barra Bonita. Seria interessante que os últimos cinco anos de sua vida fossem um pouco mais desenvolvidos, para que os leitores tivessem a oportunidade de compreender melhor a vida da protagonista e quem ela se tornou.
Além do casal de protagonista, temos todo um núcleo familiar que rodeia o casal: os pais de Inácio, Magno e Fátima; sua espevitada irmã Alana, os melhores amigos de Inácio, Diogo e Canoa e é claro, a Mari, que dá apoio incondicional à Cecília.
"E por que esse Inácio parecia ser tão importante para mim?" (p. 65)